Tag: CPB

  • Natação paralímpica: Brasileiro chega ao fim com recorde mundial

    Natação paralímpica: Brasileiro chega ao fim com recorde mundial

    Chegou ao fim, no último sábado (14), o Campeonato Brasileiro de natação paralímpica, disputado no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. A competição reuniu 248 atletas e foi marcada pelo recorde mundial de Gabriel Bandeira nos 100 metros (m) nado borboleta da classe S14 (deficiência intelectual), prova na qual foi medalhista de ouro na Paralimpíada de Tóquio (Japão).

    O feito de Bandeira foi alcançado na sexta-feira (13), segundo dia de competições. O paulista de 22 anos completou o percurso em 54s18, superando em 28 centésimos o tempo do britânico Reece Dunn no Campeonato Mundial de 2019, em Londres (Grã-Bretanha). Na quinta-feira (12), ele já tinha quebrado o recorde das Américas dos cem metros nado costas, com 51s70.

    “Esse recorde só me anima mais para o Mundial [de Funchal, em Portugal, de 12 a 18 de junho], que é daqui a um mês, apenas. Estamos com um ritmo muito forte nos treinos. Eu não contava em bater esse recorde agora, no Brasileiro, estava preparando para o Mundial. Já perseguia esse recorde há um ano e agora veio”, disse o nadador, em depoimento ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

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    Outro destaque foi Lídia Cruz, que reforçou a segunda marca mundial do ano nos 200 m livre da classe S4 (entre as voltadas aos atletas com deficiências físico-motoras, é a quarta de maior comprometimento), com 3min10s20. A carioca de 23 anos havia assumido, em abril, o posto de número dois da categoria. Agora, abaixou em quase um segundo o tempo antigo.

    A competição no CT Paralímpico foi a última antes do Mundial em solo português. O Brasil será representado por 29 nadadores, que tiveram os nomes anunciados na última terça-feira (10). A maioria (23) precisou atingir índices durante as duas primeiras fases nacionais. Outros cinco (Bandeira entre eles) estavam garantidos por terem conquistado medalhas de ouro em Tóquio, enquanto Larissa Rodrigues, da classe S2 (grau elevado de comprometimento físico-motor) obteve a marca na etapa de Berlim (Alemanha) do circuito internacional.

  • Dirigente crê em legado positivo da Surdolimpíada no Brasil

    Dirigente crê em legado positivo da Surdolimpíada no Brasil

    A 24ª edição da Surdolimpíada chega ao fim neste domingo (15), após duas semanas de disputas em Caxias do Sul (RS), envolvendo mais de 2,3 mil atletas com perda auditiva de ao menos 55 decibéis no melhor ouvido. Realizado desde 1924, o segundo multievento esportivo mais antigo do mundo, atrás somente da Olimpíada, ocorre pela primeira vez na América do Sul. Com 199 competidores, o Brasil tem a maior das 71 delegações na Serra Gaúcha.

    Apesar de as modalidades terem adaptações, como sinais luminosos nas piscinas (para dar as largadas) ou bandeiras indicando marcações no futebol, as disputas entre surdos não integram os Jogos Paralímpicos, que são mais recentes (surgiram em 1960). Uma junção entre as entidades responsáveis pelos movimentos já foi proposta, mas não avançou. O aumento significativo no total de competidores na Paralimpíada (que só conseguiria ser equilibrado se alguns esportes fossem retirados) e a necessidade de um número razoável de intérpretes de libras, para diminuir barreiras de comunicação entre atletas com e sem deficiência auditiva, estão entre os entraves.

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    Curiosamente, os comitês internacionais são, atualmente, presididos por brasileiros. O paralímpico (IPC, na sigla em inglês) tem o carioca Andrew Parsons à frente, enquanto o de surdos (ICSD, na sigla em inglês) é comandado pelo gaúcho Gustavo Perazzolo. Há países onde as entidades nacionais são integradas, como na Ucrânia, líder do quadro de medalhas em Caxias do Sul. Em outros, caso do Brasil, órgãos diferentes gerem os movimentos paralímpico (CPB) e de surdos (CBDS).

    “Não há como precisar em números exatos, mas aproximadamente 5% da população brasileira é surda e apenas uma minoria participa de eventos esportivos, em função da falta de incentivo e políticas públicas para fomentar o esporte surdo no país”, afirmou Perazzolo, à Agência Brasil.

    A batalha por mais visibilidade e investimento ajuda a entender a diferença no histórico brasileiro nos eventos. Na Paralimpíada, o Brasil está no top-10 do quadro de medalhas há quatro edições. Na Surdolimpíada, as campanhas de destaque são recentes. O primeiro ouro só veio em 2017, na cidade turca de Samsun, com o nadador paulista Guilherme Maia. Ele, aliás, é responsável por sete dos 12 pódios do país desde a estreia, nos Jogos de Sofia (Bulgária), em 1993.

    Presente em sete Surdolimpíadas (verão e inverno), seja como atleta ou membro da organização, o presidente do ICSD conversou com a Agência Brasil, por e-mail, sobre os desafios para realização do evento (que, aliás, acontece na terra natal do dirigente) em meio à tensão militar envolvendo Rússia e Ucrânia, o legado esperado para o movimento desportivo surdo e o balanço da participação brasileira nos Jogos. Até esta quinta-feira (12), o Brasil foi ao pódio quatro vezes em Caxias do Sul, com quatro bronzes: dois com Maia, na natação (100 e 200 metros livre), e dois no judô, com Rômulo Crispim (categoria até 66 quilos) e Alexandre Fernandes (até 90 quilos).

    Balanço da Surdolimpíada

    “Em função de pandemia e do conflito entre nações, tivemos uma redução considerável de delegações importantes. Mesmo assim, o nível técnico se mantém alto, visto que já tivemos quebra de recordes em diversas modalidades nesta edição. O público abraçou a competição e diversas arenas estão lotadas para assistir os jogos. As escolas também tem levado as crianças para assistir. Tem sido uma experiência incrível. Tenho certeza que Caxias do Sul deixará uma lembrança positiva para todos que aqui estão”.

    Conflito Rússia e Ucrânia

    “Acompanhamos, aguardamos os desdobramentos iniciais e tomamos a decisão, através do Conselho, de suspender Rússia e Belarus. Isso impactou na ausência de cerca de 600 atletas. Os ucranianos que já estavam fora de seu país em preparação para os Jogos tiveram auxílio de alguns países europeus para permanecerem onde estavam e assim conseguiram vir e hoje são a grande potência no quadro de medalhas”.

    Convivência com o IPC

    “Temos uma ótima relação, sim, com o IPC e o atual presidente. Por não ter uma deficiência motora, o surdo não compete com os paralímpicos. Por isso, cada um tem sua competição. Hoje, no Brasil, o esporte paralímpico tem muito mais apoio que o esporte surdo. Seus Jogos são muito mais conhecidos. Mas quero acreditar que com o legado positivo que deixaremos, o esporte surdo passe a ser mais reconhecido aqui, como já é em outros países desenvolvidos, que são as grandes potências do esporte para surdos”.

    Desempenho do Brasil

    “Até agora, o desempenho é positivo. O Brasil tem aqui sua maior delegação na história dos jogos. Certamente, o desempenho de nossos medalhistas surdolímpicos servirá de incentivo para que a comunidade se envolva mais no esporte para surdos”.

    Futuro

    “A próxima competição organizada pela ICSD será a Surdolimpíada de Inverno, na Áustria, em 2023. A Surdolimpíada de Verão, que estamos realizando aqui, terá sua próxima edição em 2025, em Tóquio [Japão]. Não temos confirmações ainda, mas com o sucesso do evento aqui, certamente o Brasil ficará no radar para sediar novas competições”.

  • Medalhista paralímpica quebra recorde das Américas de natação

    Medalhista paralímpica quebra recorde das Américas de natação

    A pernambucana Carol Santiago bateu o recorde das Américas da prova dos 100 metros costas da classe S12 (para atletas com deficiência visual), neste sábado (9) no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, durante a 2ª Fase Nacional do Circuito Paralímpico Loterias Caixa de natação. A atleta de 36 anos completou a prova em 1min08s74, mais de seis segundo abaixo do seu antigo recorde, de 1min14s79.

    “Fiquei muito feliz com o resultado. Esperava nadar bem, mas estava com muito desconforto na coluna. Nem sabia se participaria desta 2ª Fase Nacional. Só que toda a equipe médica do CPB [Comitê Paralímpico Brasileiro] e o fisioterapeuta Rafael Martins de Oliveira fizeram um trabalho excelente para que eu conseguisse nadar. Sem eles, o recorde não seria possível. Estou dois dias sem dor”, declarou Carol, que conquistou cinco medalhas paralímpicas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio.

    Outro atleta que representou o Brasil nos Jogos de Tóquio e quebrou um recorde das Américas foi o paulista José Ronaldo, que nadou a prova dos 200 metros livre da classe S1 (para atletas com as mais severas limitações físico-motoras dentre todas da modalidade) em 5min58s66.

  • Elite do tiro com arco paralímpico disputa campeonato nacional

    Elite do tiro com arco paralímpico disputa campeonato nacional

    O Centro de Treinamento Paralímpico de São Paulo recebe, entre sexta-feira (8) e sábado (9), o Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco. Além da definição do campeão brasileiro, os arqueiros paralímpicos brigarão por uma das 12 vagas para a seleção brasileira que estará no Mundial de fevereiro.

    Dos 30 participantes do evento em São Paulo, quatro representaram o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Tóquio: Fabíola Dergovics, Andrey Muniz, Hélcio Luiz e Heriberto Rocca.

    Para o Mundial de 2022, que ocorrerá em Dubai entre 18 e 27 de fevereiro, serão distribuídas 12 vagas à seleção titular. Além disso, 11 vagas para suplentes estão em disputa. Esse grupo será formado por três do composto masculino open e três suplentes, dois do composto feminino open e dois suplentes, três do recurvo masculino open e três suplentes, dois do recurvo feminino open e dois suplentes, um W1 masculino e um suplente, e um W1 feminino.

    Edição: Fábio Lisboa

  • Conrado é reeleito presidente do CPB e vice será medalhista Yohansson

    Conrado é reeleito presidente do CPB e vice será medalhista Yohansson

    O presidente Mizael Conrado, 42 anos, foi reeleito presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) em Assembleia Geral Ordinária de Eleição realizada nesta segunda-feira (30) no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. O ex-atleta e multicampeão do atletismo Yohansson Nascimento, 33 anos, venceu o pleito para a função de vice, e a nadadora Edênia Garcia (classe S4), 33 anos, foi escolhida para a presidência do conselho fiscal da entidade. As funções serão exercidas de 2021 a 2025. Participaram da votação entidades esportivas com representação no movimento paralímpico e membros do conselho de atletas. Ao todo, foram 20 votos contabilizados.  

    Esta é a primeira vez na história do movimento paralímpico nacional que a diretoria eleita do Comitê será formada somente por atletas medalhistas. Eleito presidente pela primeira vez em 2017, Mizael Conrado, bicampeão de futebol de cinco, foi o primeiro a assumir o posto mais alto do CPB. Seu vice Yohansson se aposentou das pistas há pouco mais de um mês, quando anunciou que concorreria à vice-presidência. Ele foi campeão em Londres 2012 e tem outras cinco medalhas em Jogos Paralímpicos. Já a nadadora Edênia, que comandará o conselho fiscal, tem três medalhas na modalidade.

    A posse da nova diretoria será realizada no primeiro dia útil de 2021, em 4 de janeiro. “Agradeço por mais esse voto de confiança que recebemos, além de ser mais uma demonstração da aprovação que temos da nossa gestão. Continuaremos com grandes desafios e ainda mais responsabilidades de promover o acesso de todos ao esporte paralímpico”, afirmou à equipe do CPB o paulista Mizael Conrado, que foi considerando o melhor do mundo, em 1998, no futebol de cinco.

    Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês),  parabenizou Mizael pela reeleição.  “Conrado foi brilhante em quatro anos e, desde os Jogos do Rio 2016, é possível perceber esse legado e, hoje, o movimento está mais forte do que nunca. É um orgulho muito grande para o nosso país”. Durante a sua primeira gestão (2017 a 2020)  do ex-jogador de futebol de cinco, o país bateu recorde de medalhas em 2019, nos nos Jogos Parapan de Lima (Peru), e também no Mundial de Atletismo –  o Brasil ficou em segundo lugar com 39 medalhas (14 ouros, 9 pratas e 16 bronzes).

    O alagoano Yohansson Nascimento, eleito vice-presidente do CPB,  foi ouro nos 200m em Londres 2012 pela classe T45 (para atletas com deficiência nos membros superiores), além das pratas no revezamento 4x100m em Pequim 2008, nos 400m em Londres 2012 e no revezamento 4x100m no Rio 2016.  “Agradeço a todos por confiarem em meu trabalho como atleta que representou o seu país por muitos anos. A minha intenção agora é fazer com que todas as crianças com deficiência, espalhadas pelo Brasil, tenham a mesma oportunidade que eu tive. Com certeza, meu empenho agora será o dobro do que tive nas pistas”, prometeu o ex-velocista.

    A nadadora Edênia Garcia (classe S4), teracampeã mundial e parapan-americana nos 50 metros costas, também agradeceu o resultado das urnas. “Muito obrigado pelo apoio e por cada um dos votos. Me deram uma grande oportunidade. Quero contribuir com o Movimento Paralímpico muito além das medalhas. Vou agir muito mais agora em prol do esporte paralímpico”.

  • Comitê Paralímpico elabora protocolo para volta de treinos esportivos

    Comitê Paralímpico elabora protocolo para volta de treinos esportivos

    O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) elaborou um protocolo para a retomada de atividades paradesportivas em locais onde exista permissão das autoridades sanitárias municipais e estaduais. O documento de 64 páginas, ao qual a Agência Brasil teve acesso, elenca medidas de prevenção de contágio para pessoas com deficiência, procedimentos necessários para o retorno aos treinos, orientações quanto à realização de testes, uso de máscaras, higienização, distanciamento e rotina – ida e volta para casa e acesso a estruturas esportivas, por exemplo.

     

    “Esse protocolo vai ser submetido às autoridades municipais e estaduais para que a gente vá acompanhando. O cenário muda todo dia. Um dia vai ter lockdown, no outro dia é abertura… A única coisa que dá para fazer é exatamente nos prepararmos para voltar [às atividades] quando for permitido e possível. É um documento que a gente entende que garante a segurança dos atletas, técnicos e todos envolvidos nessa operação”, afirma o presidente do CPB, Mizael Conrado, à Agência Brasil.

    O documento redigido pelo Comitê recomenda, primeiramente, atenção à curva de contágio local pela covid-19 e às estruturas disponíveis na rede privada de hospitais e pronto-socorros e no Sistema Único de Saúde (SUS). Estabelece, por exemplo, que a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a doença não esteja superior a 90% na região.

    A orientação é que atletas e demais profissionais respondam a formulários que ajudem a detectar casos suspeitos do vírus. Em seguida, recomenda-se a realização de testes laboratoriais. “Isto buscará evitar que indivíduos assintomáticos ou oligossintomáticos sejam agentes transmissores, contaminando o ambiente e os frequentadores, além de serem possíveis agentes contaminadores”, diz o documento. Em casos suspeitos ou contato com alguém infectado, o protocolo indica que a pessoa faça o teste “em, no máximo, 72 horas após a exposição”, repetindo-o em até 10 dias e que não retorne aos exercícios sem liberação médica.

    O protocolo determina o retorno aos treinos em fases, dividindo as modalidades entre as de baixo risco de contágio (atletismo, natação e tiro com arco, entre outras), moderado (por exemplo, basquete em cadeira de rodas) e alto (lutas e esportes coletivos de contato, como judô, goalball e futebol de cinco, para atletas com deficiência visual).

    Entre as recomendações gerais, estão:

    – Reunir poucos atletas ao mesmo tempo e manter o grupo nos demais dias de treino.

    – Manter períodos curtos de atividade diária individual ou por grupo, conforme a fase do treinamento.

    – Não compartilhar equipamentos e higienizá-los com álcool em gel ou líquido.

    – Manter assistência médica, preferencialmente UTI móvel, durante os treinos.

    A fase inicial consiste em treinos individualizados ou em grupos pequenos, preferencialmente em espaços abertos. A segunda fase autoriza grupos maiores e trabalhos individuais com intensidade máxima. Avaliações científicas e fisioterapia já poderão funcionar presencialmente nesta etapa. “Esta fase só pode ser iniciada se a fase anterior for completamente cumprida, os índices da doença estejam controlados, e a localidade possua capacidade total para recepção de eventual aumento de curva de contágio pelo afrouxamento das medidas”, alerta o protocolo.

    Já a terceira e última fase é a de retorno próximo a competições. Segundo o documento, as medidas implementadas “devem ser mantidas mesmo após o período imediatamente posterior à recuperação plena da pandemia, servindo esta situação de crise para procurar novas práticas de higienização que visem prevenir uma situação equivalente”. Ainda de acordo com o protocolo, deve-se levar em consideração a realização de eventos sem público na retomada.

    Atletas e estrutura

    O protocolo também elenca orientações voltadas especificamente aos atletas e estabelecimentos. Durante a prática esportiva em ambientes abertos ou piscinas, por exemplo, o treino pode ser feito sem máscara – que deve ser recolocada assim que a atividade acabar – mantendo um distanciamento de 1,5 metros a dois metros. Em ambientes internos, a distância recomendada é maior que 2,5 metros e, no caso de modalidades mais estáticas ou de baixa intensidade, a pessoa deve manter a máscara.

    Aos atletas, também é orientado usar o mínimo possível de utensílios – como brincos, anéis e correntes – para facilitar a higienização, ir à rua com a roupa de treino, evitar transporte público ou caronas, tomar banho imediatamente após retornar para casa e desinfetar o que ficou exposto, como óculos, mochilas ou celular. O documento aconselha o isolamento social fora do período de atividades e que participações em eventos sociais ou locais com aglomeração sejam suspensas.

    Já entre as recomendações às estruturas esportivas, está abrir somente um banheiro masculino e um feminino, limpá-los sempre que os boxes forem utilizados e restringir acesso a espaços fechados, como academia, a exceção da piscina. Se o local recebe vários esportes, deve-se evitar o mesmo acesso às diferentes modalidades, permitir acompanhante só para atletas que necessitam de atendimento especial e marcar distâncias de segurança no solo com adesivos ou fitas, além de oferecer álcool em gel e aferir a temperatura de quem estiver no local – se estiver acima de 37,5 graus, o atleta não poderá treinar.

    Centro Paralímpico

    Fechado desde março devido à pandemia do novo coronavírus, o Centro de Treinamento Paralímpico é o principal equipamento voltado ao esporte adaptado de alto rendimento no país. O local, que normalmente abriga atividades de seleções variadas – como atletismo, natação ou tênis de mesa – e é sede do CPB, opera, atualmente, com menos de 5% dos funcionários. Segundo o protocolo, a liberação da estrutura para atletas seguirá as determinações da prefeitura de São Paulo e do Governo do Estado, que estabeleceu um processo de reabertura regional em cinco fases – quanto mais avançada, menor o risco apresentado e maior a flexibilização.

    A cidade de São Paulo está na segunda fase, que permite a reabertura de concessionárias, escritórios e shoppings – com restrições. “O retorno às atividades do CT está condicionado à adequação das diversas atividades praticadas nele e à aplicação deste planejamento, com as orientações das pelas autoridades locais. Tanto as fases de retorno quanto as zonas regionalizadas podem sofrer rápidas mudanças ao longo do tempo, sendo necessárias novas adequações aos planos, inclusive retroação de ações”, descreve o protocolo, que dedica um capítulo à retomada das atividades no local, mas ainda não crava data para a liberação.

    No capítulo, o documento descreve o procedimento de retomada dos treinos das seleções de atletismo e natação, modalidades das quais o CPB é responsável. No protocolo, o Comitê entende que o modelo poderá servir para outros esportes. A natação, por exemplo, prevê um retorno com grupos de oito atletas na piscina olímpica (50 metros) ou cinco na piscina de 25 metros, em atividades de uma hora – que, a partir da fase dois, pode chegar a duas horas. No atletismo, o grupo inicial também será de oito pessoas, com quatro velocistas, um fundista, um saltador e dois lançadores, em treinos de, no máximo, 90 minutos.

    Grupo de risco

    O protocolo ainda lembra que entre as pessoas com deficiência, há “um grupo de risco que compreende as que apresentam condições relativas à deficiência, principalmente com restrições respiratórias, dificuldades na comunicação e cuidados pessoais, além daquelas em condições autoimunes ou ainda que usem imunossupressores ou imunomoduladores”. Menciona, também, que pessoas com deficiência no quadro neurológico podem apresentar sintomas associados à covid-19 como piora brusca na saúde, perda de memória e (ou) confusão mental, redução de força, fadiga repentina e, na forma mais grave do vírus, dificuldade de resposta à pneumonia e instalação de uma doença sistêmica.

    Outro grupo destacado é de pessoas com deficiência visual, que necessitam constantemente de contato para locomoção – tanto que as atividades desse público figuram entre as de alto risco de contágio. O protocolo recomenda, por exemplo, que se priorize a utilização de bengalas e cães-guias no auxílio à movimentação ao invés de pessoas. Orienta, ainda, que os equipamentos – assim como andadores ou cadeiras de rodas, nos casos de comprometimento físico-motor – sejam higienizados uma vez ao dia e sempre após qualquer tipo de deslocamento externo.

    O documento faz, por fim, recomendações gerais sobre higiene pessoal (lavagem frequente de mãos, desinfecção obrigatória ao se entrar no estabelecimento, manter unhas curtas), sanitização de ambientes (janelas e portas abertas, remoção do lixo de duas a três vezes no dia) e reforça o distanciamento social, alertando sobre a atenção redobrada no caso de pessoas com deficiência.

  • Plataforma virtual incentiva pessoas com deficiência a se exercitarem

    Plataforma virtual incentiva pessoas com deficiência a se exercitarem

    O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) lançou uma plataforma virtual com atividades físicas voltadas a pessoas com deficiência, sejam elas acostumadas ou não a praticar exercícios. A iniciativa, batizada de “Movimente-se”, consiste em videoaulas gratuitas, acessíveis no site Movimento Paralímpico, ministradas pelos técnicos das seleções do CPB e demonstrada por atletas paralímpicos.

     

    Segundo Mizael Conrado, presidente do CPB, a ideia é incentivar a prática de exercícios para aprimorar a saúde física e mental de pessoas com deficiência. “Esse é o grupo mais afetado nesse momento de isolamento social. Uma parte importante integra o grupo de risco [do novo coronavírus], como lesionados medulares, cadeirantes por ocasião de paralisia cerebral e cegos, que utilizam muito o tato e ficam expostos ao vírus. Além disso, em sua maioria, são pessoas que integram um grupo social onde é comum utilizar o transporte público, o que as torna vulneráveis, devido à aglomeração. Queremos contemplar essas pessoas e fazer com que possam se movimentar em suas casas e recuperar a auto estima”, explicou, à Agência Brasil.

    Na primeira etapa, o programa terá seis módulos, sendo um por semana, disponibilizado às segundas-feiras. As aulas englobam aquecimento, exercício propriamente dito e relaxamento pós-atividades. Além disso, são específicas para cada deficiência: amputados, paralisados cerebrais, cadeirantes e deficientes visuais, sendo que estes últimos terão dois vídeos, um com audiodescrição e outro legendado (baixa visão). Destaques do atletismo, como Vinícius Rodrigues (amputado), Felipe Gomes (deficiente visual) e Veronica Hipolito (paralisia cerebral), além do nadador Roberto Alcalde (cadeirante), demonstram os movimentos no conteúdo inicial.

    A intenção do CPB, de acordo com Conrado, é que a plataforma , em um segundo momento, vá além do incentivo às atividades físicas. “Inauguramos com algo extremamente importante e que está em nosso DNA, que é o esporte, mas a ideia é conectar o Comitê com as pessoas com deficiência no Brasil, atletas ou não. Oferecer outros serviços, como capacitação, informação e integração, ter um canal permanente. Pretendemos buscar parceiros para integrarem essa plataforma”, concluiu.