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  • Lula escolhe André Corrêa do Lago para presidência da COP30

    Lula escolhe André Corrêa do Lago para presidência da COP30

    O embaixador André Aranha Corrêa do Lago será o presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), prevista para ocorrer em novembro, em Belém (PA).

    Ele é o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores e terá a missão de conduzir as negociações para o acordo global sobre o tema.

    A secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Ana Toni, será a diretora executiva da COP30.

    O anúncio foi feito pelas ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e das Relações Exteriores substituta, Maria Laura da Rocha, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.

    “Essas duas posições são fundamentais e estratégicas na parte de conteúdo, negociação e liderança de todo o processo da COP”, disse Marina. Já as questões de logística e infraestrutura estão a cargo da Casa Civil da Presidência da República.

    Brasília (DF), 21/01/2025 - O presidente da COP30, André Corrêa do Lago fala com jornalistas após reunião com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. Foto: José Cruz/Agência Brasil

    Presidente da COP30, André Corrêa do Lago fala com jornalistas após reunião com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto – José Cruz/Agência Brasil

    Corrêa do Lago tem experiência em temas de meio ambiente, desenvolvimento sustentável e mudança do clima e foi o negociador-chefe do Brasil em fóruns internacionais sobre o tema entre 2011 e 2013 e em 2023 e 2024.

    Ana Toni tem longa trajetória direcionada ao fomento de projetos e políticas públicas voltadas à justiça social, meio ambiente e mudança do clima.

    Os dois integraram ativamente a delegação oficial brasileira da COP29, realizada em novembro de 2024, em Baku, no Azerbaijão.

    Em entrevista à imprensa, o embaixador agradeceu a confiança do presidente Lula e disse que o Brasil pode ter um “papel incrível” na COP deste ano, que, segundo ele, será construída com diversos atores – governo, sociedade civil e empresariado.

    Corrêa do Lago garantiu que a participação das populações da Amazônia, onde ocorrerá a conferência, é “absolutamente essencial”:

    “A COP tem várias dimensões, ela vai ter uma imensa dimensão para o próprio Brasil, como a RIO-92 [Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em 1992] teve um impacto muito grande sobre a maneira como o brasileiro percebeu a mudança do clima, percebeu o meio ambiente, percebeu a biodiversidade. Então tem uma dimensão nacional extremamente importante.”

    “Durante esse período preparatório nós vamos ter muito diálogo com a sociedade civil porque é essencial que eles estejam envolvidos no processo. Porque, como na RIO-92 são as populações que tem que acreditar nessa agenda [de combate à mudanças do clima] e que tem que contribuir para que essa agenda dê certo”, acrescentou o embaixador.

    Embora a presidência formal da COP permaneça sob a responsabilidade do Azerbaijão até a abertura oficial do evento em novembro, caberá desde já ao Brasil, como presidência designada, liderar os esforços para o êxito das negociações, promovendo o diálogo entre países e demais partes interessadas.

    Brasília (DF), 21/01/2025 - O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva juntamente com a ministra do meio ambiente Marina Silva e o ministro da Casa Civil Rui Costa, durante reunião para tratar sobre questões ambientais e definir o presidente da COP30, André Corrêa do Lago. Foto: José Cruz/Agência Brasil

    Presidente Lula juntamente com a ministra do meio ambiente Marina Silva e o ministro da Casa Civil Rui Costa, com o presidente da COP, André Correia do Lago, e a diretora-executiva da COP30, Ana Toni – José Cruz/Agência Brasil

    Estados Unidos

    Corrêa do Lago foi questionado sobre o esvaziamento da COP30 com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, tratado internacional adotado em 2015 sobre mitigação, adaptação e financiamento do combate às mudanças climáticas.

    Ele esclareceu que o país norte-americano deixou o acordo, mas continua signatário da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima.

    “Há vários canais que permanecem abertos, mas não há a menor dúvida de que é um anúncio político de muito impacto”, disse Lago sobre a decisão do novo presidente do Estados Unidos, Donald Trump.

    “Os Estados Unidos é um ator essencial, porque não só é a maior economia, mas é também um dos maiores emissores [de gases de efeito estufa], um dos países que têm trazido respostas à mudança do clima, com tecnologia. Os Estados Unidos têm empresas extraordinárias e também têm vários estados americanos, cidades americanas que estão muito envolvidos nesse debate”, explicou.

    “Estamos todos ainda analisando as decisões do presidente Trump, mas não há a menor dúvida de que terá um impacto significativo na preparação da COP e na maneira como nós vamos ter que lidar com o fato de um país tão importante estar se desligando desse processo”, complementou.

  • Mudanças climáticas: Mato Grosso contribui para mitigar aquecimento global por meio do manejo florestal

    Mudanças climáticas: Mato Grosso contribui para mitigar aquecimento global por meio do manejo florestal

    Atenções de todo planeta estarão centradas na 30ª Conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre Mudanças Climáticas (COP30), quando também será celebrado o 10º aniversário do Acordo de Paris. A COP 30 será realizada em novembro de 2025 em Belém, capital do Pará (PA). O Pará é um dos principais produtores e exportadores de madeira do Brasil. Junto com Mato Grosso, responde por 62,6% da quantidade total de madeira em tora extraída das florestas nativas, representando 79,1% do valor da produção madeireira no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Maior produtor nacional de madeira nativa em tora, com 5 milhões de metros cúbicos (m3) em 2023, o Pará aumentou em 5% sua extração. Mato Grosso está em 2º lugar, com participação de 18,4% na produção madeireira no território brasileiro, com 3.951 milhões (m3) de tora e lenha, provenientes dos mais de 5 milhões de hectares de áreas de manejo florestal.

    Entre os 20 maiores produtores municipais de madeira nativa no Brasil destacam-se Colniza, em 4º lugar no ranking nacional com 425 mil (m3), seguido de Aripuanã (6º lugar com 310 mil m3), Juara (13º lugar com 150 mil m3) e Juína (14º lugar e 145 mil m3), conforme levantamento do IBGE. Em 66 municípios mato-grossenses a produção madeireira é a principal atividade econômica, empregando 13.878 pessoas com carteira assinada em novembro de 2024, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Quantitativo que representa 10% do estoque de 133.273 empregos da indústria de transformação de Mato Grosso. De janeiro a novembro, a geração de empregos no setor de base florestal no estado aumentou, com a abertura de 475 novos postos de trabalho formais.

    O presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem), Ednei Blasius, afirma que alinhar a produção madeireira com boas práticas ambientais é um compromisso do setor de base florestal de Mato Grosso. “Ao implementar a gestão das matas nativas em áreas de reservas particulares por meio dos planos de manejo, o setor de base florestal contribui para o sequestro de carbono e mitigação das mudanças climáticas. A técnica do manejo sustentável, ao garantir a floresta em pé, não apenas contribui para a preservação ambiental e da biodiversidade, mas também atende à demanda por produtos que respeitam as normas de sustentabilidade, legalidade e qualidade”, diz Blasius. Esses diferenciais intrínsecos aos produtos florestais mato-grossenses tem sido demonstrados em eventos setoriais, dentro e fora do Brasil.

    Em Mato Grosso, a produção do setor de base florestal está adequado aos processos detalhados de monitoramento e controle em toda cadeia produtiva, que envolve a rastreabilidade desde a origem até a comercialização final da madeira nativa, realizado por meio do Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora 2.0), atendendo aos mais altos padrões ambientais. Isso proporciona maior transparência e facilita a fiscalização pelos órgãos reguladores, promovendo uma gestão eficiente dos recursos florestais. A cadeia de custódia complementa a rastreabilidade ao assegurar a origem dos produtos florestais comercializados, pois identifica as etapas de um produto de ponta a ponta, desde a produção até a distribuição ao consumidor final. Esse controle oferece segurança aos mercados nacional e internacional, assegurando que a madeira colhida no estado cumpre as normas ambientais e contribui para a conservação da floresta em pé.

    Meta global

    Firmado em 2015 durante a COP 21, o Acordo de Paris é a principal convenção climática da ONU e prevê a redução das emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, visando limitar o aquecimento global. Neste horizonte de dez anos, o Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases poluentes em 37%, bem como aumentar a participação de bioenergia na matriz energética para aproximadamente 18% em 2030. Neste sentido, Mato Grosso pode fortalecer sua contribuição ao equilíbrio climático, expandindo a abrangência do manejo florestal, diante do potencial de alcançar até 6 milhões (ha) de florestas manejadas.

    Dentro e fora do Brasil

    As indústrias madeireiras de Mato Grosso exportaram 201.902 toneladas de produtos florestais para 69 países em 2024. O comércio com os mercados consumidores internacionais propiciaram saldo financeiro de US$ 85,3 milhões ao setor de base florestal do estado, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). No cenário global, os acordos intergovernamentais favoreceram o acesso da madeira principalmente aos blocos econômicos G7 (US$ 29,3 milhões), União Europeia (US$ 25,7 milhões), Ásia (US$ 22,2 milhões) e Brics (US$ 20,4 milhões), aponta o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

    Entre os compradores estrangeiros de madeira nativa de Mato Grosso destaca-se a França, um dos mercados mais exigentes ambientalmente no comércio internacional e que aumentou a demanda. Em 2024, os franceses investiram US$ 13,7 milhões na aquisição de 7.192 toneladas de produtos florestais despachados pelas indústrias mato-grossenses. Os números demonstram intensificação do comércio de madeira entre os fornecedores locais e os consumidores franceses ao longo dos últimos dez anos e também em relação a 2023. Comparado com 2014, quando foram embarcadas 5 mil toneladas de madeira por US$ 7,9 milhões, as empresas de base florestal elevaram em 72% o faturamento resultante da relação comercial com o país europeu. Na comparação com 2023, o volume de negócios entre o setor madeireiro de Mato Grosso com a França cresceu 3,5%, considerando embarques de 6.660 toneladas por US$ 13,2 milhões, informa o Mapa.

    Outro país que elevou em 7,9% os investimentos na compra de madeira originária de Mato Grosso é a Índia. Em 2024, foram destinadas aos compradores indianos 24.947 toneladas do produto por US$ 13,9 milhões, ante 31 mil toneladas repassadas por US$ 12,9 milhões em 2014. Pelo volume de negócios, destacam-se, ainda, as vendas acumuladas em 2024 para os Estados Unidos (US$ 12,9 milhões), Bélgica (US$ 6,5 milhões) e China (US$ 5,2 milhões).

    Os resultados das exportações são atribuídos, principalmente, aos embarques de madeira em bruto (US$ 49,5 milhões), serrada (US$ 19 milhões) e perfilada (US$ 16,2 milhões).

    Fomento ao comércio de produtos florestais

    Para 2025, estão previstas feiras de negócios nacionais do setor de base florestal. Em maio, será realizada em Florianópolis, Santa Catarina (SC), mais uma edição do encontro Madeira Sustentável: O Futuro do Mercado, evento realizado pelo Cipem e o Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal (FNBF). O simpósio que se consolida como um dos mais importantes do setor, reunirá especialistas, arquitetos e líderes para discutir inovações, sustentabilidade e as tendências do mercado florestal. Entre os dias 08 e 11 de abril, será a vez da capital paulista sediar a Feicon, considerada a maior feira do setor de construção civil e arquitetura da América Latina.

    Ao longo de 2024, empresários do setor de base florestal associados e representados pelo Cipem participaram de feiras de negócios internacionais na França, China e Índia. No Brasil, marcaram presença em feiras setoriais nacionais como a ForMóbile, em São Paulo, a Espírito Madeira – Design de Origem, no Espírito Santo, além da promoção do evento “Madeira Sustentável: O Futuro do Mercado”, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro

    Eventos como esses permitem demonstrar as boas práticas e eficiência dos processos de rastreabilidade da madeira nativa mato-grossense, possibilitam o intercâmbio de conhecimentos sobre gestão florestal e de informações para que profissionais de diversas áreas, como arquitetura, estejam inteirados sobre a legalidade e a qualidade dos produtos florestais locais, ações que fortalecem o setor florestal mato-grossense.

  • Observatório do Clima propõe redução de 92% nas emissões até 2035

    Observatório do Clima propõe redução de 92% nas emissões até 2035

    Um estudo da rede Observatório do Clima aponta que o Brasil precisa reduzir em 92% as emissões de gases do efeito estufa até 2035, para contribuir de forma justa com a proposta de limitar em 1,5 graus Celsius (ºC) o aquecimento global. O percentual tem como base as emissões de 2005 e avança limitando em 200 milhões de toneladas líquidas, a emissão anual que era de 2,4 bilhões de toneladas líquidas, há 19 anos.

    O estudo considerou qual a carga de gases do efeito estufa que a atmosfera ainda suporta para manter o aumento da temperatura global em 1,5ºC e a participação do país nas emissões globais considerando a mudança no uso da terra promovida em seu território.

    “É um cálculo para a necessidade do que o planeta precisa. É um cálculo feito entre o que seria justo, contando o histórico do Brasil de colocar [metas] em uma NDC, e também o que é possível a gente fazer olhando para o que nós precisamos de esforço para manter 1,5ºC”, explica Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

    O percentual foi apresentado nesta segunda-feira (26) pela entidade, na terceira contribuição para a proposta de meta climática que será apresentada pelo país durante a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém do Pará. O Observatório do Clima, foi a primeira iniciativa da sociedade civil a contribuir, em 2015, com estudos para subsidiar as ambições climáticas brasileiras, tendo contribuído novamente em 2020.

    Como parte do Acordo de Paris, do qual o Brasil é signatário, será necessário apresentar até fevereiro de 2025, a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês). A proposta deverá avançar em relação ao Balanço Global (Global Stocktake, GST) que reuniu informações sobre a resposta do mundo à crise climática e foi apresentado na COP28, em Dubai, no ano passado.

    O Brasil é o sexto maior emissor de gases do efeito estufa e, em 2023, apresentou uma NDC que estipulava teto para emissão de 1,3 bilhão de toneladas líquidas, em 2025, com redução de 48,4% em comparação com 2005. E em 2030, limita as emissões a 1,2 bilhão de toneladas líquidas, avançando a 53,1% do que era emitido em 2005.

    A soma das metas apresentadas por todos os países signatários do Acordo de Paris ainda não garante a ambição global de manter a elevação climática nos patamares atuais e levaria o planeta a um aquecimento de 3ºC acima da temperatura do período pré-industrial.

    “Nós estamos fazendo uma NDC para as pessoas que perderam as suas casas na enchente do Rio Grande do Sul, para as pessoas que estão sofrendo com as queimadas agora no Brasil, para as pessoas que estão mais vulneráveis a ondas de calor. Nós estamos mostrando que há um caminho para o país de fazer uma entrega que seja compatível com a gente frear o aumento desses extremos climáticos”, afirmou Astrini.

    Para atingir a meta proposta pelo Observatório do Clima, os pesquisadores que contribuíram com o estudo apontam para a necessidade de o país alcançar outras ambições como o desmatamento zero até 2030, a recuperação de 21 milhões de hectares de vegetação nativa, o combate à degradação e aumento da proteção de seus biomas, as transições energéticas e à prática de agropecuária de baixa emissão, além de uma gestão adequada dos resíduos no país.

    De acordo com Astrini, o objetivo é levar o estudo aos locais onde o debate é desenvolvido de maneira técnica e de modo a pressionar gestores públicos. “Dentro e fora do governo a gente vai levar esses números para provar que é possível ter mais ambição”, conclui.

    Edição: Aécio Amado

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  • Mudanças climáticas: programa quer mobilizar 600 empresas até a COP30

    Mudanças climáticas: programa quer mobilizar 600 empresas até a COP30

    O Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) – Rede Brasil lançou nesta segunda-feira (3) o Pacto Rumo à COP30, um programa que estabelece metas e iniciativas para mobilizar o setor privado em ações de mitigação e adaptação à mudança climática até a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá no ano quem em Belém (PA).

    “O Pacto [Global] é uma rede de empresas em prol do desenvolvimento sustentável. Hoje lançamos esse programa que é composto de vários projetos para que as empresas que fazem parte da rede se engajem e caminhem conosco entregando resultados concretos no ano que vem, na COP30, em Belém”, disse Camila Valverde, diretora de impacto do Pacto Global da ONU-Rede Brasil, no evento Responsabilidade Corporativa Ambiental: Impacto e Transformação, que ocorreu no Museu da Língua Portuguesa, na capital paulista.

    Em entrevista hoje à Agência Brasil e à TV Brasil, Camila revelou que cerca de 250 empresas brasileiras diversas, de um total de 2 mil que integram a rede, já estão fazendo parte do pacto. A meta, no entanto, é ampliar esse número.

    “Queremos que as empresas possam aderir, ainda mais, a essa iniciativa para chegarmos à COP30 com 600 empresas engajadas dentro desse projeto.”

    Para a secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA) Ana Toni, o setor privado pode ser um grande parceiro nesse objetivo sustentável brasileiro, demonstrando ao mundo exemplos de soluções climáticas.

    “O Brasil pode ser um dos maiores provedores de soluções climáticas do mundo, com nossa energia, nossa agricultura, nossas florestas. O Brasil tem este potencial. E espero que cheguemos a uma COP podendo demonstrar, através das iniciativas do setor privado e da sociedade, que somos esse provedor de soluções”, avaliou Ana.

    “As escolhas que fazemos hoje vão estar determinando não o amanhã, mas o já e o agora. O setor privado é fundamental na nossa capacidade de atrair recursos, do Brasil ser um provedor de soluções climáticas e também de salvar vidas como se salvaram vidas nessas tragédias que estamos vivendo. Sabemos que essa parceria [do governo com o setor privado] é boa para todo mundo. Só precisamos criar governança para que essas parcerias aconteçam”, disse a secretária durante o evento.

    O programa

    O programa Pacto Rumo à COP30 envolve projetos colaborativos de mitigação, adaptação, meios de implementação e comunicação, além de grupos de trabalho e pactos setoriais. O objetivo é envolver o setor privado na implementação de ações em prol da agenda climática brasileira.

    “Existem várias formas de se engajar dentro do pacto, dependendo do tipo de projeto. Há projetos de redução de resíduos para diminuir as emissões; projetos de adaptação climática; projetos de estudos de justiça climática setoriais. Dependendo do programa e do projeto que a empresa for se engajar, ela vai participar mais ativamente ou oferecendo seus dados ou implementando programas dentro de sua empresa”, explicou Camila.

    Dentro do programa estão previstas ações como um curso preparatório de comunicadores; um livro digital para as empresas que compõem a rede; e seminários com participação de especialistas na agenda climática brasileira.

    “O setor privado, ao mesmo tempo em que é um importante causador dos impactos ambientais, é quem tem o grande potencial da transformação. O Pacto Global tem essa missão de transformar as estratégias empresariais em desenvolvimento sustentável. O potencial transformador do setor privado é gigante e estamos otimistas de que as empresas estarão engajadas e comprometidas com essa transformação que precisa ser feita”, ressaltou a diretora do Pacto Global da ONU-Rede Brasil.

    Assinatura de memorandos

    Durante o evento realizado hoje, o Pacto Global firmou ainda um memorando de entendimento com a Agência Nacional de Águas (ANA) visando à construção de estratégias para o setor empresarial com foco em resiliência hídrica.

    Também foi firmado um memorando de entendimento com a organização internacional The Nature Conservancy Brasil (TNC) para construção de uma estratégia para projetos de biodiversidade, resiliência hídrica e transição energética.

    “Assinamos um memorando com a TNC, que é uma das maiores organizações não-governamentais do mundo para as questões climáticas e de diversidade, e também com a ANA, justamente para garantir essa parceria com duas instituições tão relevantes dentro dos projetos de meio ambiente que o Pacto Global realiza. Parcerias como essas só fortalecem o que estamos fazendo”, disse a diretora do Pacto Global.

    Edição: Denise Griesinger

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  • Aeroporto desativado em Belém será sede da COP30 em 2025

    Aeroporto desativado em Belém será sede da COP30 em 2025

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou neste sábado (17), em Belém, do anúncio oficial da realização da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 30), que será sediada na capital paraense, em 2025. O evento é considerado a maior e mais importante cúpula mundial relacionada ao clima do planeta e deve reunir cerca de 50 mil visitantes na cidade, incluindo dezenas de chefes de Estado e representantes diplomáticos.

    “Não existe nada do Brasil mais falado no mundo do que a Amazônia”, afirmou Lula, durante discurso no evento, ao lembrar que a COP será uma oportunidade para que visitantes do mundo inteiro conheçam a realidade da Amazônia e do povo que vive na região.

    “É muito importante cuidar do ecossistema, da biodiversidade e da floresta, mas é muito importante a gente cuidar do nosso povo que vive na Amazônia. É importante saber que aqui moram 28 milhões de seres humanos que precisam trabalhar, comer, precisam ganhar salário e viver dignamente”, enfatizou o presidente.

    Durante o evento, o governador do Pará, Helder Barbalho, e a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, assinaram o contrato de cessão do Aeroporto Brigadeiro Protásio Oliveira para a implantação da sede da COP30. As tratativas para a cessão do local estavam em curso há três anos, sem desfecho, mas foram resolvidas na gestão Lula. No local do extinto aeroporto, que era usado para aviação geral, fica o Parque da Cidade. Há também um centro de convenções importante nos arredores, que deve ser um dos principais polos da COP daqui a dois anos. A cessão do terminal será por 20 anos, prorrogáveis por igual período.

    “A COP é a mais extraordinária oportunidade que temos para encontrar a solução, seja para a agenda ambiental, fazendo com que o Pará e o Brasil protagonizem a mudança do uso do solo, a valorização da floresta viva, a geração de emprego verde, a viabilização de um modelo econômico que faça com que a floresta esteja em pé, e que as pessoas possam ter emprego, renda e sustento”, destacou o governador em discurso.

    A candidatura do Brasil foi proposta em novembro de 2022, durante a COP 27, realizada em Sharm El-Sheik, no Egito. No mês passado, a candidatura recebeu apoio formal do Grupo dos Estados da América Latina e do Caribe (Grulac) praticamente unânime dos demais países sul-americanos, uma exigência da Organização da Nações Unidas (ONU). A escolha deve ser oficialmente confirmada no fim do ano, durante a COP28, em Dubai. Apesar disso, o processo de organização já está em curso.

    Estão previstos projetos ambientais para dotar a capital paraense de melhor estrutura de transporte, limpeza urbana e saneamento básico.

    Agenda

    Mais cedo, em Abaetetuba (PA), Lula participou da entrega de 222 moradias do programa Minha Casa Minha Vida. O presidente e comitiva voltam para Brasília ainda neste sábado. Na segunda (19), ele embarca em mais uma viagem internacional – vai a Roma, para um encontro com o papa Francisco. De lá, segue com destino a Paris, onde participará de cúpula sobre meio ambiente convocada pelo presidente francês, Emmanuel Macron. Lula retorna ao Brasil no fim da semana.

    Edição: Graça Adjuto