Tag: Conselho tutelar

  • Pai é preso em flagrante após estuprar a própria filha de 13 anos em Sapezal

    Pai é preso em flagrante após estuprar a própria filha de 13 anos em Sapezal

    Um homem de 36 anos foi preso em flagrante na última quinta-feira (29) por estuprar a própria filha de 13 anos. As investigações, conduzidas pela Delegacia de Sapezal, com o apoio da Delegacia de Campos de Júlio, apontaram o homem como o principal suspeito dos crimes, que vinham ocorrendo desde que a menina tinha apenas 11 anos.

    De acordo com o boletim de ocorrência, o último estupro ocorreu no último domingo (25.08). Desesperada e com medo, a vítima decidiu contar o que estava acontecendo para uma pessoa de confiança, que prontamente acionou o disque 100. Em depoimento especial, a adolescente relatou que sentia-se ameaçada, temendo que sua irmã, que é acamada e necessita de cuidados especiais em casa, perdesse o tratamento caso o pai fosse preso.

    Diante da gravidade da situação, o Conselho Tutelar imediatamente acolheu a vítima. O delegado Heberth Hugo Montenegro instaurou inquérito policial e representou pela prisão preventiva do suspeito, pedido que foi prontamente atendido pela Justiça.

    Com o mandado de prisão em mãos, as equipes policiais realizaram diligências e conseguiram prender o homem em seu local de trabalho, poucas horas após a expedição do mandado. O preso foi conduzido à delegacia para as providências cabíveis e, posteriormente, colocado à disposição da Justiça.

    A voz da vítima

    Em seu depoimento, a adolescente relatou que os abusos ocorriam dentro de casa e que ela sentia muito medo de denunciar, temendo retaliações contra sua irmã. A história da jovem demonstra a importância de quebrar o silêncio e buscar ajuda em casos de violência sexual, especialmente quando a vítima é menor de idade.

    O papel das autoridades

    A rápida ação da Polícia Civil, do Conselho Tutelar e da Justiça demonstra a importância de uma atuação conjunta para combater a violência sexual contra crianças e adolescentes. A prisão do suspeito é um importante passo para garantir a justiça e a proteção da vítima.

    Reflexões sobre o caso

    Este caso trágico nos lembra que a violência sexual contra crianças e adolescentes é um crime hediondo que causa danos irreparáveis às vítimas e suas famílias. É fundamental que a sociedade como um todo se mobilize para prevenir e combater esse tipo de crime, oferecendo apoio às vítimas e punindo os agressores com o rigor da lei.

  • Recém-nascido é encontrado morto em Rondonópolis; Polícia investiga caso

    Recém-nascido é encontrado morto em Rondonópolis; Polícia investiga caso

    Um caso chocante abalou a cidade de Rondonópolis na madrugada desta sexta-feira (09/08). Um bebê recém-nascido foi encontrado morto em sua residência, localizada no Residencial Oasis. A Polícia Militar (PMMT) foi acionada por volta das 02h00 da madrugada para atender a ocorrência.

    De acordo com informações do boletim de ocorrência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) já estava no local quando a PM chegou. Os pais da criança, relataram que haviam deixado o bebê aos cuidados da filha de 10 anos por volta das 20h00 de quinta-feira (08) e, ao retornarem para casa, por volta das 02h00, encontraram o recém-nascido sem vida.

    A PM isolou o local e acionou a Polícia Civil, Perícia Técnica e Conselho Tutelar para os procedimentos cabíveis. A investigação do caso ficará a cargo da Polícia Judiciária Civil (PJC), com o apoio da PMMT.

    As causas da morte do bebê ainda são desconhecidas e estão sendo investigadas. A Polícia Civil ouvirá os pais da criança e outras testemunhas para tentar elucidar o caso. O corpo do bebê foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de necropsia.

    A Polícia Civil solicita que qualquer pessoa que tenha informações sobre o caso entre em contato com a delegacia mais próxima.

  • Apiacás: Casal é preso por torturar filho de 7 anos por fazer xixi na cama

    Apiacás: Casal é preso por torturar filho de 7 anos por fazer xixi na cama

    Um casal foi preso em flagrante na última terça-feira (23) pela Polícia Civil de Apiacás (MT), acusado de torturar o filho de 7 anos por ter feito xixi na cama. A criança, que teve o órgão genital amarrado com um barbante por três dias, corre risco de amputação.

    Segundo a delegada Paula Meira Barbosa, a equipe da Delegacia de Apiacás foi acionada pelo Conselho Tutelar após a criança dar entrada no hospital municipal com ferimentos graves na área genital.

    O menino relatou que o padrasto, de 43 anos, o torturou como forma de castigo por ter feito xixi na cama. A mãe da criança, de 25 anos, presenciou a tortura e não fez nada para impedir.

    Em razão da gravidade dos ferimentos, a criança foi transferida para um hospital em Alta Floresta, onde permanece internada. De acordo com os médicos, o órgão genital da criança já está necrosando e há risco de amputação.

    Casal preso e vai responder por tortura

    Diante da gravidade dos fatos, a mãe e o padrasto da criança foram presos em flagrante. O padrasto, que é pastor de uma igreja evangélica em Apiacás, foi preso em Alta Floresta, para onde acompanhou a criança após a internação. A mãe da criança foi detida na delegacia de Apiacás.

    Ambos responderão pelo crime de tortura mediante castigo, cuja pena pode variar de 2 a 8 anos de reclusão.

    Conselho Tutelar acompanha o caso

    O Conselho Tutelar de Apiacás está acompanhando o caso e prestando todo o apoio necessário à criança e à sua família. A delegada Paula Meira Barbosa ressalta a importância da denúncia de casos de violência contra crianças e adolescentes.

  • Mulher é morta a golpes de faca pelo marido na frente dos filhos em Diamantino (MT)

    Mulher é morta a golpes de faca pelo marido na frente dos filhos em Diamantino (MT)

    Uma mulher, de idade ainda não identificada, foi brutalmente assassinada a golpes pelo marido, possivelmente terça-feira (12) no bairro Pedregal, em Diamantino (MT). O crime bárbaro aconteceu na frente dos dois filhos do casal, de apenas 5 e 7 anos, que ficaram sem comida e água por cerca de 24 horas.

    O principal suspeito do feminicídio é o marido da vítima, que fugiu do local em um veículo GM Vectra e ainda não foi localizado pela polícia.

    De acordo com as informações preliminares da Polícia Militar, o crime pode ter acontecido na terça-feira (12). O homem teria golpeado a esposa diversas vezes com uma faca e deixado o corpo da mulher coberto em cima da cama.

    Nesta quarta-feira, a diretora da escola onde as crianças estudam, preocupada com a ausência delas, entrou em contato com a avó materna, que mora em Rondônia. A avó, por sua vez, pediu à diretora que fosse até a casa da família para verificar o que estava acontecendo.

    Ao chegar ao local, a diretora chamou pelas crianças. Um dos menores conversou com a professora, mas se recusou a abrir o portão. Temendo que algo tivesse acontecido, a diretora acionou a Polícia Militar, que arrombou o portão e encontrou as crianças dentro da casa, sem comida e água, e o corpo da mãe na cama.

    A Polícia Militar isolou a área e acionou a Polícia Civil, que irá investigar o caso. A equipe da Perícia Técnica também esteve no local para realizar os exames periciais no corpo da vítima.

    As crianças foram acolhidas pelo Conselho Tutelar, que aguarda a chegada da avó materna.

  • Participação na escolha de conselhos tutelares cresce mais de 25%

    Participação na escolha de conselhos tutelares cresce mais de 25%

    O número de brasileiros que participaram das eleições dos conselhos tutelares aumentou 25,8% em 22 capitais.

    Nessas capitais, onde a apuração dos votos já foi concluída, foram 1,6 milhão de votos nas eleições deste domingo (1º) contra 1,2 milhão do pleito anterior, realizado em 2019.

    Entre as capitais com mais participação estão Salvador, Florianópolis, Brasília e São Paulo. Na capital baiana, o aumento foi de 30 mil para mais de 69 mil votos.

    Em Florianópolis, a participação dos eleitores dobrou, de 4,7 mil para cerca de 9,7 mil. Na capital federal, foram 76 mil eleitores, e na capital paulista, 56 mil.

    Para o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o maior comparecimento da população às urnas está relacionada ao fato de o pleito ter sido realizado em todo o país de uma única vez.

    02/10/2023, Participação na escolha de conselhos tutelares cresce mais de 25%. Foto: Ministério dos Direitos Humanos02/10/2023, Participação na escolha de conselhos tutelares cresce mais de 25%. Foto: Ministério dos Direitos Humanos

    Participação na escolha de conselhos tutelares cresce mais de 25%- Ministério dos Direitos Humanos

    No pleito, mais de 30 mil conselheiros tutelares foram eleitos e tomarão posse em 10 de janeiro de 2024, para mandato até 2027.

    Os conselheiros são responsáveis poratender crianças e adolescentes e tomar medidas para que sejam protegidas conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

    Eleições adiadas

    Em 18 municípios, as eleições foram adiadas. Desses locais, quatro estão em Rio Grande do Sul, estado afetado por fortes chuvas O pleito foi adiado ainda em Natal por problema na distribuição as urnas eletrônicas.

    Em algumas cidades, foi identificada eleição indireta, o que é proibida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA. São elas: Uberlândia (MG), Rio Largo (AL) e Santana do Ipanema (AL). Nesses casos, o ministério irá acionar a Advocacia-Geral da União e o Ministério Público para que os conselheiros tutelares sejam eleitos pelo voto direto.

    Edição: Aline Leal
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  • Vítima de violência, conselheira tutelar atua para salvar crianças

    Vítima de violência, conselheira tutelar atua para salvar crianças

    A cada dia, Marlla Costa, de 40 anos, tem reencontros marcados consigo mesma. São visões doloridas do passado. Lembranças da infância e da adolescência, dos abusos sexuais que sofreu, da dependência química, inclusive do crack já na vida adulta. Das histórias de violências, estupro, quando viveu em situação de rua. O racismo a rodeou por todos os lados.

    Hoje, após uma incrível história de reviravolta, a agora conselheira tutelar de Arniqueiras, no Distrito Federal, enxerga o próprio passado em outras pessoas. “Eu fui abusada quando criança. Cresci em uma família disfuncional”.

    Ela se vê em quem sofre, como se carregasse um espelho translúcido. Ela se enxerga na menina, na moça, na mulher, na mãe. Só que, muito mais do que sentir a dor do passado, ela trabalha.

    “Eu encontro ‘Marllas’ em várias situações na minha vida. E esse encontro me faz mais forte. Não tenho tempo para estar fragilizada diante de situações que precisam ser resolvidas. Quando cheguei ao conselho tutelar, eu já vim curada do meu passado”, afirmou a conselheira em entrevista à Agência Brasil.

    Brasília (DF), 15/09/2023 - A conselheira tutelar de Arniqueiras, Marlla Costa. Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilBrasília (DF), 15/09/2023 – A conselheira tutelar de Arniqueiras, Marlla Costa. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

    Brasília (DF) – A conselheira tutelar de Arniqueiras, Marlla Costa, deixou o passado de violência para trás para salvar crianças em situação de vulnerabilidade. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

    Não há tempo para chorar o passado. A missão do conselheiro tutelar, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), prevê ações legais e imediatas para garantir à infância a proteção diária.

    Inclusive, para atuar no conselho tutelar, é necessário concorrer a um mandato de quatro anos. Em 2023, as eleições, que ocorrem em cada cidade, estão marcadas para o dia 1º de outubro.O voto é facultativo e pessoas acima dos 16 anos de idade podem escolher o representante de sua comunidade no conselho. Cinco são eleitos por município.

    Participação

    O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania explica que é necessário estimular a participação comunitária nessa escolha. Segundo Diego Bezerra Alves, coordenador de Fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos do ministério, o papel do Conselho Tutelar é ser um garantidor de direitos da convivência familiar e comunitária.

    “A preservação dos laços familiares das crianças deve ser a prioridade. A retirada emergencial de uma criança da família é uma exceção, o último caso, e com a validação da Justiça”.

    O coordenador aponta que a representação está relacionada com a confiança e a legitimidade da comunidade. “A pessoa representante da comunidade pode melhor atender as crianças e as famílias, e orientar a rede de atendimento. Mas existe o desafio de fazer com que haja maior reconhecimento e valorização desse trabalho pela sociedade”.

    Para concorrer, a pessoa tem que residir no município onde pretende ser eleito, ser maior de 21 anos de idade e com idoneidade moral. “É muito importante que essas pessoas já tenham experiência com a garantia dos direitos da criança e do adolescente. Pessoas que tenham capacidade técnica além do seu senso comum, de crenças religiosas ou políticas”.

    Diego Bezerra Alves afirma que o atual governo federal tem investido na capacitação das pessoas que ocupam os conselhos tutelares com a Escola Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, uma unidade de formação online com cursos gratuitos na área. Os salários dos conselheiros variam de acordo com a capacidade do município, mas os profissionais eleitos devem, segundo o governo federal, agir com independência para fiscalizar a aplicação dos direitos.

    No caso de Marlla Costa, ela não vai poder concorrer desta vez porque teve problema na entrega de documentos. Não só gostou do serviço como se encontrou. A conselheira é casada com um companheiro de vida que encontrou, em 2011, quando estava em situação de rua. Os dois se ajudaram e reviraram o destino. Hoje tem dois filhos. Depois de recuperada, foi para a faculdade e trabalhou como voluntária em um instituto de proteção de crianças em situação de vulnerabilidade.

    Na pele

    Ela se formou em serviço social e embarcou em pós-graduação. “Eu senti também a necessidade de continuar estudando leis, artigos e a função do conselho tutelar. Temos que buscar uma forma humanizada do atendimento da maioria das mães aqui, que são mães solo, mulheres negras e que também sofrem violência doméstica dos seus maridos e companheiros”. Violências que ela encontra também diariamente nas ruas.

    Marlla, inclusive, foi a primeira vítima de racismo que registrou o crime depois que houve equiparação com injúria racial (entenda a lei https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2023-01/entenda-nova-lei-que-equipara-injuria-racial-ao-racismo). Foi no dia 13 janeiro que dois homens, após uma discussão de trânsito, a violentaram com palavras racistas e até puxões de cabelo. Os agressores foram presos em flagrante. “Eu trabalho com denúncias de pessoas violentadas. Tinha certeza de que não poderia me calar. Se eu não denunciasse, não poderia trabalhar no dia seguinte”.

    Ela atende mulheres e crianças que a inspiram. “Inicialmente, eu não consegui pedir socorro quando eu estava nas drogas. Eu simplesmente fui me afundando. Quando eu consigo olhar aqui uma mãe pedindo ajuda porque o filho está nas drogas, eu posso conversar, eu posso falar, porque eu já estive nesse lugar”, conta.

    Esse lugar de fala não tirou dela impactos a cada história que descobre, como de violências diversas contra crianças praticadas em casa, em outros ambientes, e também pelas instituições que deveriam proteger.

    “Uma das nossas atribuições é requisitar serviços públicos na área da saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança, por exemplo. Nós podemos requisitar junto à autoridade judicial medidas diante de caso de qualquer descumprimento ou mesmo ameaça”. Para os futuros conselheiros tutelares, Marlla recomenda muita disposição, ouvidos e olhos atentos para esse trabalho tão especial. “É preciso estar sempre indignada e inconformada contra violências e injustiças”.

    Edição: Carolina Pimentel
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  • Maranhão elege conselheiros tutelares em outubro

    Maranhão elege conselheiros tutelares em outubro

    No dia 1° de outubro, os cidadãos dos 217 municípios maranhenses vão escolher, de maneira unificada, os conselheiros tutelares de suas cidades. Este ano, a escolha desses representantes que têm função extremamente relevante na proteção dos direitos de crianças e adolescentes, vai acontecer em urnas eletrônicas em mais de 100 municipalidades. Em São Luís, serão eleitos 50 conselheiros titulares e 100 suplentes, que atuarão nos 10 conselhos existentes na capital do estado.

    O Conselho Tutelar foi criado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O órgão tem como função elementar atender crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade ou de risco. Esse atendimento deve ocorrer, independentemente do horário, do local e do lugar, seja em espaço público, seja em ambiente privado. Ou seja, entre outras funções, os conselheiros são chamados a agir em casos de denúncia de ameaça ou violação consumada de direitos da criança e do adolescente, atuando, por exemplo, no combate a situações de negligência, maus-tratos, exploração sexual e violência física e psicológica.

    Os conselheiros também são responsáveis pela fiscalização das políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes.

    Conselheiro

    O conselheiro tutelar da área rural de São Luís, Cosmo de Jesus Pereira de Assis, aponta que essa atuação é fundamental e estratégica na proteção jurídica e social dos direitos da criança e do adolescente. Conselheiro tutelar pela primeira vez em 2008, Cosmo aponta como fundamental a necessidade de os candidatos conhecerem o ECA e as leis complementares que tratam dos direitos de crianças e adolescentes.

    À Agência Brasil, ele disse que começou a entender mais sobre os direitos quando passou a integrar a rede de Jovens do Nordeste, ligada à Associação de Saúde da Periferia (ASP) do Maranhão. Foi durante essa militância que Cosmo conheceu outros movimentos sociais e teve contato com o Conselho Tutelar de Itaqui-Bacanga, em São Luís. Após participar de diversos momentos formativos, como oficinas, palestras, rodas de diálogo dobre os direitos da criança e do adolescente, decidiu ser conselheiro.

    “O grande desafio do conselheiro tutelar é que primeiro ele precisa conhecer o Estatuto da Criança e do Adolescente, as leis complementares, as emendas feitas na Constituição que alteram o ECA. É preciso estar em constante estudo”, disse.

    Esse conhecimento é fundamental na hora de o conselheiro tutelar acionar as organizações do Sistema de Garantis de Direitos prevista no ECA e que integram a rede de proteção de crianças e adolescentes para requisitar serviços e atendimentos diversos. A rede é composta pela articulação de ações, programas e serviços, bem como a integração operacional entre os mais diversos órgãos públicos encarregados de sua execução.

    Cosmo cita um caso de uma adolescente atendida pelo conselho tutelar, para exemplificar a importância da rede e dos conselheiros. O caso partiu de uma denúncia de vulnerabilidade social e maus-tratos envolvendo uma adolescente que também era usuária de substâncias psicoativas. Após desentendimentos com a mãe, em razão de um relacionamento afetivo, a adolescente acabou indo parar na rua, mas o conselho interveio e promoveu o acolhimento institucional em um abrigo. Para completar a situação, a adolescente havia se tornado mãe recentemente.

    “Ela foi acolhida e ela estava com uma criança, sua filha, mas ela não queria voltar para casa da mãe por conta dela não aceitar o seu relacionamento”, relatou Cosmo. Ela foi acolhida, mas a situação dela não era de acolhimento institucional, ela não tinha esse perfil porque ela tinha referência familiar”, complementou.

    Diante da situação, o conselho promoveu reuniões com o Centro de Referência da Assistência Social (Cras), o Centro de Referência Especializada da Assistência Social (Creas), a coordenação do abrigo e a Promotoria da Infância e decidiram fazer um trabalho para que a adolescente saísse do acolhimento institucional, voltando para o convívio da família para que os vínculos afetivos pudessem se fortalecer.

    “Mas dando um suporte para a família que ela recém construiu pudesse se sustentar. Ele, o companheiro adolescente, foi encaminhado para o primeiro emprego. Conseguimos alguém do núcleo familiar que recebesse essa adolescente com a criança, que no caso foi a avó paterna. O Cras e o Creas do município fizeram todo o acompanhamento, doação de cestas básicas, até que o adolescente e seu núcleo familiar pudessem se sustentar”, contou Cosmo.

    “Hoje, eles já estão vivendo por conta própria, sem precisar do auxílio socioassistencial. Ela já está no primeiro emprego, concluindo ensino médio. Nós requisitamos uma vaga no ensino técnico, ela fez uma prova de avaliação, passou e está seguindo a vida com seus direitos garantidos, tanto dela, que ainda é adolescente, como da filha”, relatou o conselheiro.

    Cosmo, que não é candidato à reeleição, ressalta que o poder conferido ao Conselho Tutelar vem acompanhado de uma enorme responsabilidade, e isso deve se refletir na forma de atuação do Conselho Tutelar, que deve ser voltada não apenas ao atendimento de casos individuais.

    “Esse é um dos atendimentos que o conselho faz. A importância do conselho é fortalecer o vínculo. Ele requisita serviços públicos na área de educação, atendimentos médicos quando a criança ou adolescente tem seus direitos violados. Ele requisita atendimentos socioassistenciais, psicólogos, ele mobiliza toda a rede a fim de que a criança e o adolescente tenham os seus direitos restaurados”, explicou o conselheiro, apontando como um dos desafios a sistematização de dados e a disponibilização para a rede de proteção.

    O principal sistema disponível para os conselhos do país é o Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (Sipia). O sistema viabiliza acesso, para além dos conselhos tutelares, aos operadores do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente.

    “Hoje em dia, o grande desafio é para o uso do Sipia, para que toda a rede tenha conhecimento das medidas de proteção que os conselhos de tutelares aplicam e para que cada um faça sua atribuição, no intuito de efetivar o direito violado dessa criança e adolescente”, observou.

    Eleição

    O secretário-geral do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca) do Maranhão, Deilson Louzeiro, lembra que o processo de escolha dos conselheiros tutelares é um momento importante de exercício da cidadania e mobilização da sociedade em torno dos direitos infantojuvenis. O Cedca vai acompanhar, junto ao Ministério Público do Maranhão, o processo de escolha dos conselheiros.

    “Aqui no nosso estado a gente percebe um grande processo de participação. Por isso é muito importante que a sociedade se organize e que todo cidadão, cidadã, participe. Aqui no nosso estado, a gente percebe já um grande processo de mobilização. Inclusive nós do Conselho Estadual, junto com outras organizações, instituímos um grupo interinstitucional, que tem feito muitos diálogos com os conselhos municipais, a fim de orientá-los para que durante o processo não tenhamos nenhum tipo de situação adversa, para que seja um processo participativo e que a sociedade tenha muita consciência em quem vai escolher no dia 1º de outubro”, disse Deilson à Agência Brasil.

    O secretário-geral do Cedca, entretanto observa que muitas vezes a falta de estrutura dificulta o trabalho dos conselheiros. Um exemplo é a falta de um meio de comunicação adequado, como um celular, para o uso dos conselheiros no dia a dia ou mesmo no plantão. “Uma medida simples como essa, de disponibilizar um aparelho custeado pela prefeitura, permite que a população possa acessar o Conselho Tutelar a qualquer hora do dia ou da noite”.

    Da mesma forma, o município tem o dever de proporcionar condições adequadas para que o conselho cumpra suas atribuições a contento. Isso implica, entre outras coisas, em disponibilizar, 24 horas por dia, condições de deslocamento imediato a qualquer local onde seja necessário efetuar um atendimento, a exemplo de uma denúncia recebida, seja para fins de acompanhamento de casos ou mesmo de uma atuação eminentemente preventiva. O ideal é que o conselho Tutelar tenha veículo próprio, com motorista à disposição.

    Falta de estrutura

    Ele destaca também que a falta de estrutura afeta a sistematização de dados no estado sobre os atendimentos prestados a crianças e adolescentes. Essa sistematização serve para evidenciar os principais problemas em um determinado município ou região.

    “No Maranhão, a gente não consegue ter os conselhos tutelares como fonte de informações dos direitos da criança e do adolescente. Os conselhos tutelares ainda têm muita dificuldade de coleta de dados, de registro de informações para que isso possa ser subsídio para a elaboração de políticas públicas e que isso sirva de subsídio para o Conselho Estadual pensar políticas a nível do estado como para os próprios conselhos municipais pensarem políticas locais”, disse.

    “É preciso fazer investimento na formação dos conselheiros tutelares para que eles tenham cada vez mais uma atuação mais adequada”, concluiu.

    Para Deilson, outro problema é a falta compreensão de muitos gestores municipais acerca do papel dos conselhos tutelares, especialmente do seu papel dentro do Sistema de Garantias dos Direitos da Criança e do Adolescente. Essa ausência de compreensão faz com que muitos gestores públicos e servidores que atuam em diversos órgãos, programas e serviços de atendimento ainda vejam o Conselho Tutelar como uma espécie de “comissariado de menores de segunda categoria”, quando, na verdade, o mesmo tem um status e diversas prerrogativas funcionais equiparadas aos conferidos à autoridade judiciária.

    “Passados 33 anos de ECA, a gente ainda vive em uma constante necessidade de fortalecer e consolidar esse espaço como um espaço importante para a sociedade, para o poder público e para as crianças e adolescentes. Os conselhos ainda enfrentam muitos desafios, seja pela falta de estrutura, como muitos conselhos no estado do Maranhão funcionando em espaços precários, não têm veículo, celular para fazer uma ligação, computador, os salários que atrasam. Então, esses problemas estruturais dificultam o trabalho das pessoas que estão a serviço dessa instituição”, pontuou.

    Edição: Fernando Fraga
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  • Conselhos tutelares funcionam 24 horas e exigem dedicação de membros

    Conselhos tutelares funcionam 24 horas e exigem dedicação de membros

    Guardiões dos direitos das crianças e adolescentes brasileiros, os conselheiros tutelares precisam estar à disposição da população 24 horas por dia. Trabalhando sempre em grupos de cinco, eles atendem o público em horário comercial (das 8h às 17h), mas também se revezam em plantões em que ficam disponíveis por meio de telefones celulares.

    Carlos Marra, de 35 anos, atua como conselheiro desde 2020, na área de Bonsucesso, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, região que inclui comunidades como Complexo da Maré e Manguinhos.

    Marra, que não vai buscar a reeleição, conta que o trabalho de conselheiro é difícil, com muita demanda de trabalho e desgaste psicológico.

    “É um trabalho em que você se depara com muitas situações de violação de direitos e, principalmente, de violências e de situações de ameaças às vidas das crianças e dos adolescentes. E você não tem nenhum tipo de suporte para a sua saúde mental”.

    A pandemia de covid-19, que surgiu poucos meses depois de Marra assumir sua função no Conselho Tutelar 11 da cidade do Rio de Janeiro, tornou ainda mais desafiante o trabalho do conselheiro.

    “A gente teve o apontamento de um aumento bem grande dos números de denúncia de abuso, envolvendo questões sexuais e físicas, acho que por uma questão de convivência maior dessas pessoas dentro de suas casas. A gente teve um número muito grande dos casos envolvendo a saúde mental e suicídio de adolescentes”.

    Os conselheiros, segundo Marra, devem entender que os conselhos tutelares não são um órgão punitivo ou do sistema judicial, mas sim de proteção.

    “Todas as intervenções do conselho tutelar deveriam e devem ser medidas de aplicação de proteção para aquela criança ou adolescente que possam estar sofrendo algum tipo de ameaça à sua integridade física, abusos ou violações de direito de maneira mais ampla ou subjetiva. O trabalho está ligado ao atendimento às famílias, à criança e ao adolescente, mas também às redes – de educação, saúde e assistência social – e a um trabalho de articulação direta no território”.

    Além dos conselheiros, cada conselho conta com uma equipe de apoio formada por psicólogo, assistente social, pessoal administrativo e motoristas.

    Segundo ele, o conselheiro é um agente público que deve conhecer bem as demandas do território onde atua. “Ser conselheiro tutelar te faz ser cada vez mais humano, empático e reconhecer o outro enquanto sujeito de direito, principalmente exercer a possibilidade de praticar sempre a cidadania”.

    Edição: Carolina Pimentel
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  • Governo já entregou 79 automóveis a conselhos tutelares

    Governo já entregou 79 automóveis a conselhos tutelares

    Nesta semana, 17 municípios da Bahia receberam, do Governo Federal, automóveis zero quilômetro. Os veículos são destinados a conselhos tutelares, para fortalecer ações de promoção e defesa dos direitos das crianças e adolescentes.

    Com mais essa entrega, chega a 79 o número de automóveis doados para 11 estados durante a pandemia de Covid-19. São eles: Alagoas (3), Bahia (27), Ceará (1), Espírito Santo (1), Goiás (13), Maranhão (12), Minas Gerais (3), Paraíba (10), Pernambuco (2), Paraná (2) e Rio Grande do Sul (5).

    Segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, novos veículos devem ser entregues nos próximos dias. Cada um tem um custo de R$ 55 mil.

    O secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Maurício Cunha, que participou da entrega dos veículos, em Feira de Santana (BA), ressaltou que a iniciativa proporciona aos conselheiros tutelares melhores condições de trabalho.

    “Estamos dando condições e dignidade para os nossos conselheiros trabalharem de uma maneira adequada, na proteção, na defesa, e na promoção dos direitos da nossas crianças e adolescentes”, disse o secretário.

    Foram contemplados, na Bahia, os conselhos tutelares de Acajutiba, Buritirama, Cotegipe, Dário Meira, Elísio Medrado, Formosa do Rio Preto, Ibirataia, Itiúba, Jussiape, Lafaiete Coutinho, Nova Fátima, Novo Horizonte, Olindina, São Desidério, São Félix do Coribe, Wanderley e Piraí do Norte.

    Além dos veículos, as instituições também receberam computadores, impressoras, geladeiras, bebedouros, TVs, ar-condicionado portátil e cadeirinhas para automóvel.

    A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que também participou da entrega dos carros, destacou que a proteção da criança e do adolescente é prioridade do governo.

    “A proteção da infância está sendo tratada de forma transversal, em todos os ministérios, desde o Ministério da Ciência e Tecnologia, ao de Educação. Todos os ministérios, até o da Agricultura. Nós temos crianças em assentamentos. Nós temos crianças na área rural. Todos os ministérios estão lidando com a infância de forma transversal”, explicou a ministra.

    Conselho Tutelar

    O conselho tutelar é um órgão do município permanente e autônomo. Com atribuições previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Também é papel do conselheiro atender e aconselhar os pais ou responsáveis. A partir do atendimento, o profissional aplica medidas de proteção.

    O conselheiro tutelar contribui também para o planejamento e a formulação de políticas e planos municipais de atendimento à criança, ao adolescente e suas famílias.

    E lembrando que qualquer denúncia, qualquer suspeita, de violência contra a criança e ao adolescente, pode ser comunicada ao conselheiro tutelar do município, que tomará as providências cabíveis.

    O Governo Federal também disponibiliza o Disque Direitos Humanos, chamado de Disque 100. Um serviço de proteção de crianças e adolescentes com foco em violência sexual.