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  • A moderna agricultura brasileira precisa conectar segmentos

    A moderna agricultura brasileira precisa conectar segmentos

    Um questionamento constante quando se aborda as mudanças climáticas é o papel real da agricultura nesse contexto. Conectar desenvolvimento, produção e meio ambiente, sob uma ótica global, sem disputas entre os segmentos, mas parceria e amplo entendimento do assunto, é um dos caminhos para se encontrar possíveis respostas.

    “É uma narrativa que precisamos construir dentro de casa. O elo mais fraco é a agricultura. Ela vai sempre pagar a conta seja por ação ou por omissão. Que seja por ação! Pois já fizemos um grande exercício de adaptação, com base em Ciência, nos últimos 50 anos, agora o tempo está curtíssimo para dar outro salto de adaptação, mas é possível”, afirma o pesquisador Marcos Morandi, membro da delegação brasileira nas negociações sobre clima da UNFCCC (Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas).

    Para ele, a construção da resiliência é fundamental neste processo, que é lento pela natureza e complexidade do tema. Entretanto, o Brasil é um dos poucos países com essa habilidade ao relacionar clima, biodiversidade, desenvolvimento sustentável e Ciência.

    Um dos exemplos palpáveis é o robusto corpo de políticas públicas em andamento no País, como o Código Florestal, o Programa ABC, o Renovabio e a Agricultura Regenerativa. No caso de Mato Grosso do Sul, há o Precoce MS, o Estado Carbono Neutro até 2030, dentre outras.

    “Temos aqui no Estado uma rede de Ciência e Tecnologia na produção, que nos dá tranquilidade para seguir com sistemas cada vez mais eficientes. Nossa agenda é contemporânea, inclusive com a otimização do balanço de carbono dentro dos nossos sistemas produtivos”, confirma Eduardo Riedel, governador de Mato Grosso do Sul.

    “Temos muito a fazer também”, complementa o cientista da Embrapa. Nessa jornada de sustentabilidade, definida assim por Morandi, rastrebilidade, zerar o desmatamento ilegal, adaptação climática e inclusão socio-produtiva, todos costurados pela transversalidade da comunicação, são horizontes idealizados.

    Para o pesquisador são essas oportunidades que devem estar à mesa do Brasil durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém. Ele ressalta que o País estará no centro das discussões e a agropecuaria é um pilar de transformação, capaz de digladiar com “os quatro modernos cavaleiros do apocalipse: mudanças climáticas, insegurança alimentar, transição energética e desigualdade social”.

    Nessa jornada, Jaime Verruck, secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) lembra que é necessário reconhecer o trabalho do produtor rural que se propõe a investir no avanço tecnológico, e isso deve acontecer por meio de programas de remuneração,  e estará em debate na COP 30.

    Com três Unidades da Embrapa em MS, Selma Beltrão, diretora-executiva de administração da Empresa, afirma que a pecuária tropical pode e já está atuando de forma cada vez mais sustentável, a partir de métricas científicas. “Assim em novembro, em Belém, vamos mostrar ao mundo os avanços da pesquisa agropecuária brasileira em relação às mudanças climáticas”, destaca.

    Fórum Pré-COP 30

    Marcos Morandi falou sobre o assunto durante a abertura do Fórum Pré-COP 30, que acontece em Campo Grande (MS). Em palestra magna, “De Baku a Belém: agropecuária brasileira na COP 30”, ele falou para um auditório lotado no Centro de Convenções da Capital, que contou com a presença de autoridades, representantes de órgãos públicos e privados, pesquisadores e técnicos.

    Entre elas, o governador de MS, Eduardo Riedel e o secretário de Estado da Semadesc, Jaime Verruck; o senador por MS, Nelsinho Trad; a diretora-executiva, Selma Beltrão; o superintendente federal de Agricultura (SFA/MS), José Roldão; o presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni; o secretário de Agricultura do Acre, Edevan Azevedo; o diretor-presidente da IAGRO, Daniel Ingold; o diretor da Agraer, Washington Willeman; o diretor da Fundect, Márcio Fernandes; o secretário municipal de Inovação e Desenvolvimento Econômico, Ademar Silva Júnior; a reitora da UFMS, Camila Ítavo; o reitor da UEMS, Laercio Carvalho; o diretor-superintendente do Sebrae-MS, Claudio Mendonça, dentre outras.

    Segundo Antonio Rosa, chefe-geral da Embrapa Gado de Corte, Centro de Pesquisa que coordena o Fórum Pré-COP 30, reunir todo esse staff é mais uma evidência da transformação experimentada pelo País nos últimos 50 anos, “ao sair de uma condição de insegurança alimentar para a posição de um dos maiores produtores mundiais de alimento, energia e fibras”.

    Assinaturas e lançamentos

    Ainda na abertura, Embrapa, Governo de MS, Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO), Semadesc, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Universidade Estadual de MS (UEMS) assinaram uma declaração de interesses em prol do desenvolvimento e da inovação do setor agropecuário.

    Os pesquisadores Juliana Correa e André Novo lançaram o aplicativo Andro Lógico e a cultivar BRS Guatã, respectivamente. O feijão-guandu, BRS Guatã, é uma revolução no controle de nematóides, com potencial de mais uma opção para o produtor; já o app é o primeiro para exame andrológico, gratuito, trazendo rentabilidade e produtividade para o rebanho.

    O Fórum Pré-COP 30 íntegra a Dinapec 2025 e as inscrições são gratuitas e estão abertas, diretamente pelo site do evento.

    Sobre a Dinapec

    A Dinâmica Agropecuária – Dinapec é uma realização da Embrapa, do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), e do Sistema Famasul, com patrocínio da Unipasto, Timac Agro, Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos do Brasil (PronaSolos), Sicoob e Marfrig Global Foods.

  • Como as emoções e o dinheiro se conectam?

    Como as emoções e o dinheiro se conectam?

    Comprar algo que não precisa ou não conseguir poupar são comportamentos comuns, mas como as emoções e o dinheiro se conectam? Por trás de cada decisão, existe um poderoso responsável: o nosso cérebro.

    Todos os dias, somos bombardeados por propagandas, ofertas irresistíveis e aquele apelo emocional para gastar. Parece difícil resistir, não é? Entender como o cérebro trabalha e suas armadilhas pode ser o primeiro passo para melhorar a sua relação com o dinheiro.

    A área de finanças comportamentais busca compreender a relação entre nossas emoções e as decisões financeiras. Afinal, por que gastamos mais do que podemos, mesmo sabendo que isso pode nos prejudicar? Por que é tão desafiador guardar dinheiro para o futuro?

    Enquanto especialistas em finanças recomendam gastar menos do que se ganha e montar um fundo de emergência, as finanças comportamentais mergulham no “porquê” das dificuldades em seguir essas recomendações. Muitas vezes, as emoções, crenças e experiências de vida moldam nossa relação com o dinheiro.

    As três regiões do cérebro e suas armadilhas financeiras

    O cérebro possui três áreas principais que influenciam nossas decisões financeiras:

    • Cérebro reptiliano
      É responsável pelas respostas instintivas e ligadas à sobrevivência. Essa área pode nos levar a decisões impulsivas, como gastar sem pensar, especialmente em situações de estresse.
    • Cérebro límbico
      Também chamado de cérebro emocional, controla emoções mais complexas. Muitas compras feitas para aliviar frustrações ou buscar prazer imediato têm origem aqui.
    • Neocórtex
      Essa é a parte racional do cérebro, ligada ao planejamento e à lógica. É ela que entra em ação quando conseguimos controlar impulsos e tomar decisões financeiras mais equilibradas.
    • Exercitar o controle e a conexão entre essas áreas pode ajudar a reduzir compras impulsivas e melhorar o planejamento financeiro.

    Como as emoções e o dinheiro se conectam?

    Real Moeda brasileira, dinheiro

    Como as emoções e o dinheiro se conectam?

    O dinheiro pode representar muitas coisas: segurança, poder, liberdade ou até mesmo culpa. Dependendo das suas crenças e experiências, ele pode influenciar profundamente suas emoções e ações. O psicólogo norte-americano Bradley Klontz identificou quatro perfis emocionais em relação ao dinheiro:

    1. Afastamento do dinheiro
      Quem acredita que o dinheiro é algo negativo pode evitá-lo, dificultando o planejamento financeiro.
    2. Culto ao dinheiro
      Para essas pessoas, nunca é o suficiente. Elas acreditam que a felicidade está exclusivamente atrelada à quantidade de dinheiro.
    3. Status associado ao dinheiro
      Aqui, o valor pessoal é medido pelas posses. Comprar para impressionar pode ser uma armadilha frequente.
    4. Vigilância excessiva do dinheiro
      Embora sejam cuidadosos, esses indivíduos nunca acham que têm o suficiente, o que pode gerar ansiedade.

    Estratégias para desenvolver inteligência emocional financeira

    É possível treinar sua mente para tomar decisões financeiras mais inteligentes. Aqui estão algumas dicas práticas:

    • Planeje antes de gastar
      Antes de fazer uma compra, pergunte-se: “Eu realmente preciso disso?” A resposta sincera pode evitar arrependimentos.
    • Desassocie dinheiro e status
      Valorize experiências e metas a longo prazo, em vez de focar apenas no consumo imediato.
    • Defina suas prioridades
      Crie um orçamento que reflita suas necessidades e objetivos, como poupar para emergências ou investir para o futuro.
    • Automatize suas economias
      Configurar transferências automáticas para poupança ou investimentos reduz o risco de gastar antes de poupar.
    • Pratique a gratidão
      Reconhecer o que você já conquistou ajuda a reduzir a sensação de insuficiência.

    Erros financeiros comuns que o cérebro incentiva

    • Não ter um planejamento financeiro detalhado.
    • Fazer compras por impulso sem refletir.
    • Subestimar a importância de um fundo de emergência.
    • Usar o cartão de crédito de forma descontrolada.

    Seja mestre da sua mente e do seu dinheiro

    Reprogramar o cérebro é um exercício que exige tempo, paciência e consistência. Mas é possível superar os desafios financeiros que parecem intransponíveis. Cada pequeno passo, como reconhecer suas emoções ou criar hábitos de economia, faz uma grande diferença.

    Lembre-se: você tem o poder de transformar sua relação com o dinheiro e construir um futuro mais tranquilo. E isso começa hoje, com pequenas escolhas conscientes. Afinal, seu cérebro pode ser seu maior aliado nessa jornada!