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  • Windows 11 rodando com apenas 184 MB de RAM: Uma façanha em desempenho ou um limite extremo?

    Windows 11 rodando com apenas 184 MB de RAM: Uma façanha em desempenho ou um limite extremo?

    Um desenvolvedor conhecido como NTDEV alcançou um feito notável, demonstrando a execução do Windows 11 em um sistema com meros 184 MB de memória RAM. A façanha, compartilhada na plataforma X (anteriormente Twitter), desafia as expectativas e até mesmo as capacidades de sistemas mais antigos, como o Windows XP.

    A proeza foi viabilizada pelo Tiny11, uma versão customizada do sistema operacional da Microsoft, desenvolvida pelo próprio NTDEV. O Tiny11 tem como objetivo principal reduzir drasticamente os requisitos de armazenamento do sistema. Em janeiro do ano passado, o desenvolvedor já havia apresentado uma imagem do Windows 11 ocupando menos de 100 MB.

    A estratégia por trás do Tiny11 envolve a remoção de aplicativos pré-instalados, como OneDrive e Câmera, além de componentes considerados dispensáveis. Essa abordagem resulta em uma redução drástica no tamanho da instalação, de mais de 20 GB na versão padrão do Windows 11 para apenas 8 GB no Tiny11. Consequentemente, o consumo de RAM também é significativamente menor, permitindo a execução em hardwares com recursos limitados de memória.

    É incrível o que você pode fazer mesmo com um sistema tão “fechado” como o Windows. De alguma forma, consegui fazer o Windows 11 (por meio do tiny11 e todas essas coisas, é claro) rodar em apenas 184 MB de RAM, o que, mesmo estando no Modo de Segurança, ainda acho absolutamente insano e possivelmente um recorde.

    Apesar do aparente recorde, a execução do Windows 11 com tão pouca RAM apresenta limitações severas. A própria captura de tela divulgada por NTDEV mostra que a execução do sistema, somada à abertura de uma simples página no Bloco de Notas, consome quase a totalidade da memória disponível (183 MB). Isso inviabiliza tarefas básicas como navegar na internet.

    NTDEV esclarece que o feito foi possível graças à execução em Modo de Segurança, com extensivas otimizações de inicialização e o uso do recurso de paginação de memória, que auxilia o sistema a contornar as limitações físicas de RAM.

    A versão mais recente do Tiny11 suporta até mesmo a instalação de atualizações oficiais da Microsoft para o Windows 11. No entanto, a Microsoft não oferece suporte oficial a essa versão modificada do sistema.

    É importante ressaltar que a remoção de componentes profundamente integrados ao sistema operacional pode acarretar em mau funcionamento de alguns recursos. A remoção do navegador Edge, por exemplo, pode afetar o funcionamento de widgets que dependem de seus módulos.

    A façanha de NTDEV com o Tiny11, embora extrema, lança luz sobre o potencial de otimização do Windows. Se a Microsoft direcionasse esforços significativos para aprimorar a eficiência do sistema, com foco em modularidade, remoção de bloatware e otimização do kernel, o Windows poderia se aproximar consideravelmente da eficiência energética e de recursos que caracteriza o Linux.

    Uma oportunidade para o Windows, mas será que a Microsoft vai abraçar?

    Windows 11 rodando com apenas 184 MB de RAM: Uma façanha em desempenho ou um limite extremo?
    Imagem decorativa

    A arquitetura do Linux, conhecida por sua leveza e capacidade de rodar em hardware modesto, demonstra que um sistema operacional não precisa ser pesado para ser funcional. Uma abordagem similar por parte da Microsoft poderia resultar em um Windows mais ágil, com menor consumo de recursos e melhor desempenho em uma gama maior de dispositivos, inclusive aqueles com hardware mais limitado, representando uma concorrência mais direta com o Linux nesse quesito.

    Em resumo, a façanha de NTDEV demonstra a capacidade de otimização do Windows 11, mas também evidencia as limitações de executar um sistema operacional moderno em hardware com recursos extremamente limitados.

  • Pedidos de patente de programa de computador crescem 19,8% em um ano

    Pedidos de patente de programa de computador crescem 19,8% em um ano

    O número de pedidos de registro da propriedade industrial de programas de computador cresceu 19,8% nos últimos 12 meses. De março de 2023 a fevereiro de 2024 foram 4.395 solicitações. Esses registros funcionam como se fossem uma espécie de patentes, o que reforça o direito dos criadores dos programas.

    Os dados fazem parte do boletim mensal do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), divulgado nesta sexta-feira (8), no Rio de Janeiro. No acumulado dos dois primeiros meses de 2024, a expansão de pedidos calculada pelo órgão – ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – é ainda maior: 35,1% na comparação com o primeiro bimestre de 2023. Foram 628 depósitos.

    Assim como cresceram os pedidos, aumentaram também as concessões emitidas pelo INPI, ou seja, a certificação da propriedade industrial. Em janeiro e fevereiro, foram 643, expansão de 35,4% na comparação com o mesmo período de 2023. Em 12 meses, a alta é mais expressiva – 59,1% – atingindo o recorde de 5.842 concessões.

    Proteção industrial

    A concessão de propriedade industrial para programas de computador é válida por 50 anos. Além de jurisdição no Brasil, os registros valem para 181 países signatários da Convenção de Berna, na Suíça, que trata de direitos autorais.

    O conceito de programa de computador engloba, entre outras, criações como aplicativos de celular, jogos eletrônicos e funcionalidades de eletrodomésticos, por exemplo, como um programa de lavagem de uma máquina de lavar.

    A maior parte dos registros é feita por instituições nacionais, com destaque para universidades federais. A Petrobras é outra grande depositante de pedidos. Em 2024, pessoas físicas responderam por 30% dos pedidos.

    Diferentemente de invenções que precisam ser patenteadas, os programas de computador, por serem protegidos pela legislação de direito autoral, não precisam, necessariamente, de registro no INPI. Mas o chefe substituto da divisão responsável pelo registro de software do INPI, Joelson Gomes Pequeno, explica que há vantagens em formalizar as propriedades no órgão. Software é um programa que permite realizar tarefas específicas em um computador

    “Serve como facilitador da identificação do proprietário do software”, disse à Agência Brasil. Ele faz analogia com uma união estável. “Quando ela não é registrada e a pessoa necessita comprovar [a posteriori], é bem mais difícil, é bem mais burocrático. É a mesma coisa com registro de computador”, garante.

    Facilidade

    Na avaliação do INPI e da indústria de softwares, o número de pedidos e concessão de programas de computador cresceu consideravelmente a partir de 2018 por causa de uma mudança do INPI, que passou a receber os requerimentos por meio de arquivos enviados pela internet. Antes disso, era necessária a entrega de documentação impressa. Entre 2018 e 2023, o total de pedidos saltou de 2.511 para 4.232, alta de 68%.

    Nesse período, a média anual de concessão de registros é de 3,9 mil. O recorde de 5.842 nos últimos 12 meses se explica porque o órgão fez uma força-tarefa para analisar pedidos que estavam sem decisão desde a época em que as entregas eram feitas por vias impressas.

    “Hoje, com cliques de computador, você faz tudo, preenche até a guia das custas que vão ser pagas, você faz o envio do programa na plataforma online. O processo está bastante simplificado e muito rápido. Em menos de dez dias recebemos um certificado de registro”, afirma Manoel dos Santos, diretor jurídico da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes).

    A mudança implementada pelo INPI em 2018 fez com que o prazo médio para concessão de registros caísse de até quatro meses para sete dias corridos. Além de menos tempo, os desenvolvedores gastam menos recursos. Custos que beiravam cerca de R$ 400 há seis anos caíram para R$ 185.

    Para o instituto, outra ação que contribuiu para o aumento do número de registros foi a divulgação do serviço. “Junto com essa mudança de paradigma do papel para o eletrônico, a gente vem focando muito na disseminação desse registro, dando palestras e usando as redes sociais do INPI para fazer disseminação”, ressalta Joelson.

    A associação das empresas de software elenca mais motivos que justificam a maior procura por pedidos de registros. Um deles é o crescimento da indústria de programas de computador em si, que tem apresentado evoluções anuais acima de 10%.

    “A cada cinco anos dobra o número de programas comercializados no país. O mercado cresce e novos programas são lançados. Então, a proporção do crescimento [de pedidos de registro] de programas é proporcional ao crescimento do mercado”, avalia o diretor jurídico da Abes.

    Legislação

    Manoel dos Santos aponta também o efeito de legislações que, para dele, acabam incentivando desenvolvedores a buscar registros no INPI. Ele cita a Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei nº 14.133) e o Decreto nº 11.890.

    A Lei 14.133 determina que, nas situações em que apenas um fornecedor é apto a oferecer um produto ou serviço, é permitida a inexigibilidade (não exigência) de licitação por parte do poder público. Já o Decreto 11.890 dá preferência para fornecedores nacionais frente a estrangeiros, quando há similaridade nas condições de ofertas de um produto ou serviço.

    “Se você conseguir provar que o software foi totalmente desenvolvido no Brasil, se o seu preço for até 10% maior que o do software de origem externa, o ente público é obrigado a contratar esse software”, detalha Santos.

    “Isso tem estimulado as empresas a obter o registro no INPI para comprovar que o software foi desenvolvido no país. São empresas tentando obter vantagem competitiva”, finaliza.

    Edição: Kleber Sampaio

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