A entrega de compras online se tornou parte do dia a dia dos brasileiros. Com o aumento das compras pela internet, empresas como Shopee e Mercado Livre dependem cada vez mais de motoristas para levar os pacotes até os clientes.
Para muitos, essa é uma chance de fazer uma renda extra ou até mesmo garantir o sustento da família.
Mas afinal, quanto um entregador pode ganhar? Será que vale a pena? Vamos entender melhor como funciona essa atividade.
Quanto ganha um entregador da Shopee e do Mercado Livre
Quanto ganha um entregador da Shopee e do Mercado Livre– Foto: Canva
O rendimento dos entregadores de compras online varia bastante, dependendo da quantidade de entregas, do tamanho da rota e até do dia da semana.
Segundo o Mercado Livre, os ganhos podem chegar a R$ 240 por dia. Já a Shopee não divulga valores oficiais, mas uma tabela obtida na região de Londrina (PR) mostra que os pagamentos começam em R$ 198,60 para rotas curtas e podem passar dos R$ 376,00 para distâncias de até 500 km.
Tabela de valores para entregadores da Shopee (Londrina – PR)
Distância (Ida e volta)
Carro de Passeio
Carro Utilitário
0 – 25 km
R$ 198,60
R$ 234,07
26 – 50 km
R$ 199,01
R$ 235,04
51 – 75 km
R$ 213,06
R$ 242,73
76 – 100 km
R$ 215,69
R$ 241,57
101 – 150 km
R$ 236,40
R$ 264,77
151 – 200 km
R$ 253,97
R$ 306,65
201 – 250 km
R$ 289,11
R$ 335,92
251 – 300 km
R$ 304,53
R$ 353,70
301 – 350 km
R$ 322,83
R$ 384,57
351 – 400 km
R$ 337,71
R$ 400,94
401 – 450 km
R$ 352,58
R$ 437,40
451 – 500 km
R$ 367,46
R$ 437,40
Além disso, há incentivos extras para quem realiza mais entregas e para quem trabalha nos finais de semana, podendo somar até R$ 50 adicionais.
Trabalhando cerca de 6 horas por dia e seis dias por semana, um entregador disse que consegue faturar aproximadamente R$ 4 mil por mês. No fim do ano, quando a demanda cresce, ele dobra a jornada e os ganhos aumentam. Mas é importante lembrar que esse valor é bruto, ou seja, sem descontar custos com gasolina, manutenção do veículo, alimentação e seguro. Outro desafio é o rodízio de entregas – em alguns dias, pode não haver rotas disponíveis, o que significa que o entregador fica sem trabalho.
Como se cadastrar para trabalhar com entrega de compras online
Como se cadastrar para trabalhar com entrega de compras online – Foto: Canva
Para começar, o interessado pode se inscrever diretamente nos aplicativos das plataformas ou trabalhar por meio de transportadoras parceiras. Cada empresa tem suas exigências:
Para quem deseja atuar na Shopee, há diferentes categorias. Os motoristas de coleta e transferência levam os produtos até os centros de distribuição; já os entregadores fazem a entrega final ao cliente.
Os requisitos incluem:
Cadastro como Microempreendedor Individual (MEI) ou empresa de pequeno porte.
CNH válida.
Veículo com licenciamento atualizado (até 20 anos de uso para entregadores e 19 anos para motoristas de coleta e transferência).
Para entregadores de moto, é necessário ter um baú ou alforje com capacidade mínima de 80 litros.
Os requisitos para ser entregador no Mercado Livre são:
Veículo com até 15 anos de uso.
CNH válida.
Cadastro como MEI.
Para quem usa moto, um baú de pelo menos 80 litros.
Os pagamentos são feitos semanalmente, mas o entregador precisa emitir uma nota fiscal após concluir as entregas da semana.
A entrega de compras online pode abrir as portas para quem busca flexibilidade e uma fonte de renda extra, mas os custos com combustível, manutenção e alimentação devem ser levados em conta. E ainda tem a questão da concorrência entre motoristas, que é grande e, em alguns dias, pode faltar trabalho. Em compensação, para quem tem um veículo em boas condições e muita disposição para lidar com a rotina intensa, pode ser uma oportunidade interessante. Cada um deve avaliar os prós e contras e decidir se essa jornada faz sentido para sua realidade.
Você sabe quais são os golpes de Natal mais usados? Com a chegada da data, a expectativa por presentes e celebrações aumenta, mas também cresce o alerta para os golpes que se proliferam nessa época do ano.
A euforia das compras e a pressa para garantir os presentes podem fazer com que os consumidores baixem a guarda e se tornem alvos fáceis de criminosos.
Para te ajudar a aproveitar ao máximo essa época e evitar transtornos, preparamos um guia completo com os principais golpes e dicas de como se proteger.
O fim do ano é um período de grande movimentação financeira, e os criminosos sabem disso. Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), os golpes mais comuns durante a festa de Natal são:
Alerta de golpe
Golpes de phishing: Mensagens falsas por e-mail, SMS ou WhatsApp que induzem o usuário a clicar em links suspeitos e fornecer dados pessoais como senhas e números de cartão de crédito.
Falsas lojas online: Criação de sites falsos com ofertas irresistíveis para atrair consumidores e roubar seus dados.
Golpe da troca de cartão: O vendedor troca o cartão do cliente por outro durante a transação, permitindo realizar compras fraudulentas.
Golpe da maquininha quebrada: O visor da maquininha está danificado e o valor da compra é alterado sem que o cliente perceba.
Golpe do brinde: O criminoso oferece um brinde para a vítima, mas exige que ela pague uma taxa ou forneça dados pessoais.
Dicas para se proteger dos golpes de Natal
Como se proteger dos golpes mais usados nas compras de Natal
Desconfie de ofertas muito abaixo do preço de mercado.
Verifique a reputação da loja antes de realizar a compra.
Digite o endereço do site diretamente na barra de endereços do navegador.
Nunca clique em links suspeitos em e-mails ou mensagens.
Mantenha seus dispositivos atualizados com os últimos patches de segurança.
Utilize senhas fortes e diferentes para cada conta.
Ative a autenticação de dois fatores em suas contas online.
Preste atenção aos detalhes ao realizar compras online e presenciais.
Confirme sempre o valor da compra antes de digitar a senha.
Nunca compartilhe seus dados pessoais com desconhecidos.
Dicas adicionais
Utilize aplicativos de bancos para acompanhar suas transações.
Faça compras em sites seguros e conhecidos.
Utilize cartões de crédito com proteção contra fraudes.
Registre um boletim de ocorrência caso seja vítima de algum golpe.
Com um pouco de atenção e cuidado, é possível aproveitar as festas de fim de ano com tranquilidade e segurança. Ao seguir as dicas acima, você estará mais protegido contra os golpes mais comuns e poderá realizar suas compras com confiança.
Com a chegada do fim de ano, o movimento nas lojas aumenta significativamente em Mato Grosso. Para garantir que as compras sejam feitas de forma segura e econômica, o Procon-MT orienta consumidores a adotarem planejamento financeiro e cuidado redobrado durante o período.
A secretária adjunta do Procon-MT, Cristiane Vaz, destaca a importância de evitar compras por impulso e priorizar a pesquisa de preços. “Defina o que deseja comprar e quanto pode gastar. Compare preços utilizando panfletos, anúncios e sites na internet”, orienta.
Dicas para compras em lojas físicas
O Procon-MT reforça que mercadorias devem conter informações claras sobre preços e condições de pagamento. Confira algumas dicas:
Verifique informações sobre preços à vista e a prazo, incluindo juros.
Confirme condições especiais de pagamento, caso haja descontos.
Para produtos em promoção, exija especificações detalhadas na nota fiscal.
Cuidados com compras online
Compras pela internet requerem atenção redobrada. O Procon-MT alerta para ofertas que parecem boas demais para ser verdade, sugerindo:
Evitar sites sem informações como telefone, endereço e CNPJ.
Pesquisar avaliações sobre lojas e produtos antes de fechar negócios.
Guardar comprovantes e informações sobre frete e prazo de entrega.
Outras orientações importantes
Além das recomendações gerais, o Procon-MT dá dicas específicas para quem opta por vale-presente, compra brinquedos ou precisa utilizar garantias:
Solicitar que condições de vale-presente sejam detalhadas na nota fiscal.
Comprar brinquedos com o selo do Inmetro e verificar faixa etária.
Guardar nota fiscal e observar prazos de garantia para trocas e devoluções.
Como não cair nos golpes da Black Friday em Mato Grosso? Para começar, a Black Friday é uma das datas mais aguardadas pelos consumidores, marcada por grandes ofertas e descontos que movimentam o comércio em todo o Brasil.
Neste ano, o evento ocorrerá na sexta-feira, 29 de novembro, mas as promoções já começaram a ser divulgadas desde o início do mês. Embora seja uma excelente oportunidade para economizar, é também um período de maior exposição a golpes e práticas comerciais enganosas.
Para evitar que a Black Friday se transforme em uma “Black Fraude”, o Procon-MT, vinculado à Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Setasc), traz orientações essenciais para garantir compras seguras e conscientes.
Segundo a secretária adjunta do Procon-MT, Cristiane Vaz, o planejamento é a principal ferramenta para aproveitar as promoções com segurança. Realizar uma pesquisa prévia de preços, verificar a idoneidade das lojas e desconfiar de ofertas muito abaixo do valor de mercado são algumas das dicas para evitar problemas.
Além disso, os consumidores devem estar atentos às condições de pagamento, às políticas de troca e devolução, e à autenticidade dos sites de compras. Neste guia, você encontrará informações detalhadas para proteger seus direitos e evitar prejuízos durante a Black Friday.
Não caia nos golpes da Black Friday
Descontos tentadores e o desejo de adquirir produtos e aproveitar as promoções podem deixar os consumidores mais suscetíveis a golpes
Planejar suas compras é o primeiro passo para aproveitar a Black Friday com segurança. Defina previamente o que você deseja adquirir e acompanhe o histórico de preços dos produtos de interesse.
Essa prática ajuda a identificar se os descontos anunciados são reais ou apenas uma estratégia de aumento de preços antes da data.
A secretária adjunta do Procon-MT, Cristiane Vaz, recomenda guardar panfletos, prints de telas ou fotografar os valores promocionais dos produtos.
“Toda oferta anunciada deve ser cumprida pelo fornecedor. Caso contrário, o consumidor pode registrar uma reclamação no Procon”, destaca. Além disso, evite compras por impulso e desconfie de promoções com preços muito baixos.
Dicas para evitar golpes em compras online
Pequenos descuidos podem levar a prejuízos financeiros significativos.
Para garantir a segurança das compras online, opte por realizar transações diretamente nos sites oficiais das marcas, digitando o endereço na barra do navegador. Links enviados por e-mail, mensagens ou redes sociais podem direcionar para páginas falsas. Antes de finalizar a compra, confira se o site informa o CNPJ, endereço físico e canais de atendimento.
Verifique também o valor do frete e o prazo de entrega, pois esses fatores podem encarecer significativamente a compra. Outra dica importante é consultar o CNPJ da empresa no site da Receita Federal ou no Consumidor.gov.br para verificar a reputação do fornecedor e o índice de resolução de reclamações.
Se optar por realizar pagamentos via PIX ou boleto, certifique-se de que os dados do destinatário e o valor estão corretos antes de concluir a transação.
Direitos do consumidor e política de trocas
O Código de Defesa do Consumidor (CDC) garante que compras realizadas fora do estabelecimento comercial – como pela internet, telefone ou catálogos – podem ser devolvidas em até sete dias, independentemente do motivo. Em lojas físicas, as trocas seguem a política de cada estabelecimento, exceto em casos de defeito, que têm garantia obrigatória pelo CDC.
Para produtos duráveis, como eletrodomésticos e eletrônicos, o prazo para reclamação é de até 90 dias. Já para produtos não duráveis, como alimentos, o prazo é de 30 dias. Sempre exija a nota fiscal e guarde o documento, pois ele será necessário caso seja preciso acionar a garantia ou registrar uma reclamação.
Ao comprar produtos em promoção ou de mostruário, solicite que as condições da mercadoria e as regras de troca sejam especificadas na nota fiscal. “O fato de o produto estar em promoção ou ser de mostruário não isenta o lojista de corrigir eventuais problemas”, ressalta Cristiane Vaz.
A definição do imposto sobre as mercadorias importadas por lojas on-line deve sair até o fim do ano, disse nesta quarta-feira (4) o presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Jorge Gonçalves. Ele se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para cobrar o fim da isenção federal a sites estrangeiros.
Segundo Gonçalves, a equipe econômica está esperando o aumento da adesão ao Remessa Conforme para que a base de dados cresça, e o Fisco possa decidir o tamanho da alíquota federal. Em vigor desde agosto, o programa oferece isenção federal a compras de sites estrangeiros em troca do envio de informações à Receita Federal antes de a mercadoria entrar no Brasil.
Para as empresas que não aderirem ao programa, continua a taxação de 60% de Imposto de Importação caso a compra seja pega na fiscalização para valores de até US$ 50. Existe ainda a cobrança de 17% de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo estadual, tanto para as encomendas do Remessa Conforme como para as compras fora do programa.
Em junho, Haddad havia indicado que a eventual criação de um imposto federal para as compras do Remessa Conforme ficaria para “uma segunda etapa”, sem especificar a data.
Segundo o presidente do IDV, um sinal do empenho do ministro em resolver a questão foi o fato de ter atendido ao pedido da entidade para a reunião desta quarta. “O ministro está trabalhando para ajustar essa questão do imposto de importação, que realmente leva a uma desigualdade competitiva muito forte. As empresas no Brasil não querem usar as mesmas práticas de trazer produtos de fora. Querem fabricar e gerar empregos aqui”, disse.
Base de dados
Gonçalves disse entender a justificativa do governo de esperar a base de dados das páginas estrangeiras aumentar. “Do ponto de vista da governança, o Remessa Conforme é muito bom. As empresas estão entrando, e, ao entrarem, a Receita está tendo os dados de todas as importações e vai poder olhar as questões principais de sonegação, de fraude”, declarou.
Em audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados na manhã desta quarta, o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, disse que as compras internacionais declaradas pularam para 46% do total em setembro, contra 20% em agosto, primeiro mês do Remessa Conforme. Antes do programa, o percentual de encomendas declaradas estava entre 2% e 3% do total.
Estudo atualizado
Na reunião desta quarta, o IDV apresentou a Haddad uma atualização do estudo divulgado em julho. Na ocasião, o relatório estimava o impacto da isenção federal sobre as compras de sites estrangeiros sobre o varejo brasileiro.
Segundo a entidade, a estimativa de carga tributária para os dez setores do varejo foi revista para cima, de pouco mais de 70% para 109,9%. O número considera a cobrança de imposto de dez setores do varejo, desde a produção industrial e o armazenamento, à distribuição e à comercialização das mercadorias. “Mostramos ao ministro essa realidade que estamos enfrentando, frente a uma carga de 17% [de ICMS] para os sites estrangeiros”, disse Gonçalves.
Duas das maiores varejistas online pediram à Receita Federal a adesão ao programa Remessa Conforme, que oferece isenção federal a compras do exterior de até US$ 50 em troca de tratamento alfandegário mais rápido. Os pedidos das lojas Amazon e Shopee serão analisadosantes de a certificação ser publicada no Diário Oficial da União.
Assim que as novas certificações forem oficializadas, o volume de remessas enviadas ao país com isenção de Imposto de Importação aumentará para 78,5%. Atualmente, a proporção está em 67%.
Para a adesão ao programa ser oficializada, as empresas precisam adequar os sites às exigências do Remessa Conforme. As empresas passarão a inserir nas páginas as informações da compra no exterior antes da chegada da encomenda ao Brasil.
Os dados são enviados aos Correios ou às transportadoras autorizadas, que registram a declaração aduaneira relativa a esse tipo de importação. Isso impede que a mercadoria fique retida em unidades dos Correios, aguardando a liberação da Receita Federal.
Apesar da isenção federal, as mercadorias de até US$ 50 pagam 17% de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo arrecadado pelos estados. Como o pagamento do imposto também é realizado de forma antecipada, as encomendas podem ser liberadas antes mesmo da chegada ao território nacional.
Nos próximos meses, o Ministério da Fazenda pretende anunciar a recomposição parcial do Imposto de Importação. No entanto, a nova alíquota ficará abaixo dos 60% para as empresas que não fazem parte do Remessa Conforme e cujas encomendas são pegas pela fiscalização da Receita Federal.
Inspeção
Após a chegada ao país, as mercadorias continuam a passar por inspeção não invasiva (como raio-x) para a confirmação de dados e a avaliação de mercadorias proibidas ou entorpecentes. Ao fim desse processo, as remessas liberadas podem seguir para entrega ao destinatário, com eventuais problemas nas informações ou nos pagamentos sendo corrigidos pontualmente.
O Remessa Conforme permite que a Receita Federal tenha à disposição, de forma antecipada, as informações necessárias para a aplicação do gerenciamento de risco das remessas internacionais, tendo mais tempo para definir as mercadorias escolhidas para fiscalização. As remessas são entregues mais rapidamente, com queda dos custos das atividades de deslocamento e armazenamento, o que traz ganhos aos operadores logísticos.
Mais da metade dos usuários da internet no Brasil (62%) só acessa a rede pelo aparelho celular. Em números absolutos, são 92 milhões de pessoas que utilizam um tipo de acesso considerado bastante limitado por especialistas. Os dados foram revelados pela pesquisa sobre o uso de tecnologias da informação e comunicação nos domicílios brasileiros – TIC Domicílios 2022, lançada nesta terça-feira (16) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
A nova edição da pesquisa revela que o uso da internet apenas pelo telefone celular predomina entre as mulheres (64%), entre pretos (63%) e pardos (67%), e entre aqueles pertencentes às classes D e E (84%). Ao todo, o país atingiu a marca de 149 milhões de usuários de internet, dos quais 142 milhões acessam a rede todos os dias ou quase todos os dias. Outros 7 milhões têm frequências menores de uso e há uma estimativa de 36 milhões de pessoas que não têm acesso à internet.
A TIC Domicílios é uma pesquisa presencial por amostragem feita com 20.688 indivíduos com 10 anos ou mais e em 23.292 domicílios de todo o país. O período de coleta foi de junho a outubro de 2022. A pesquisa é realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).
Brasília (DF) – Estatísticas de Usuários de Internet (2015-2022), divulgados pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil-CGI.br. Arte: CGI.br
Fonte/CGI.br
Pela primeira vez, o levantamento investigou as habilidades digitais dos usuários de internet, independentemente do dispositivo utilizado para acesso à rede. Até então, a pesquisa só avaliava as habilidades de quem usava o computador.
Um dos dados mais reveladores do levantamento é que apenas 37% das pessoas que acessam a rede apenas pelo celular checam as informações recebidas. Esse número sobre para 51% na média geral e para 74% entre os usuários que se conectam por mais de um dispositivo, como celular e computador.
“De maneira geral, em todas as habilidades digitais investigadas pela pesquisa TIC Domicílios foram verificados melhores resultados entre usuários de internet que acessam a rede por múltiplos dispositivos do que entre aqueles que acessam exclusivamente pelo telefone celular”, avalia o coordenador da pesquisa Fabio Storino, analista de informações do Cetic.br e NIC.br, em resposta à Agência Brasil.
Situação similar foi observada quando os entrevistados foram indagados se adotaram medidas de segurança, como senhas fortes ou verificação em duas etapas, para proteger dispositivos e contas. Neste caso, apenas 33% dos que acessam a rede exclusivamente pelo celular adotaram essas medidas, enquanto entre os usuários que acessam por múltiplos dispositivos a proporção subiu para 69%.
Desinformação
Segundo Storino, esse cenário traz implicações importantes para o desenvolvimento do país, tanto no que diz respeito à nova transformação digital em curso quanto em aspectos de aprofundamento da desinformação.
“No caso específico da verificação de informações online por telefone celular, há limitações ligadas tanto ao dispositivo em si quanto ao plano de dados associado a ele: segundo a TIC Domicílios, 64% dos indivíduos que possuem um telefone celular possuem um plano pré-pago. Para muitos desses usuários, o consumo da notícia que chega pelo aplicativo de mensagem limita-se às informações que lá aparecem (título, subtítulo, foto) e não há dados móveis suficientes para se abrir a matéria completa. Isso certamente tem impactos para esses usuários e para a sociedade como um todo, como vimos observando nos últimos anos”, acrescenta.
O telefone celular foi um dispositivo fundamental para o aumento do acesso à internet no Brasil e no mundo, explica o coordenador da pesquisa. Atualmente, o celular é utilizado por 99% dos usuários de internet no país.
“Até 2014, o computador era o dispositivo mais usado para acessar a internet, por 80% dos usuários. De lá para cá, muitos dos novos usuários acessavam exclusivamente pelo telefone celular. Hoje, o computador é o dispositivo de acesso de 38% dos usuários, perdendo terreno até para a televisão, citada por 55% dos usuários”, observa.
O consumo de notícias por quem acessa a internet apenas pelo celular costuma limitar-se ao título e foto, por falta de dados móveis para acessar a informação completa – Tânia Rêgo/Agência Brasil
A divulgação da TIC Domicílios 2022, um levantamento anual do CGI.br, ocorre em meio a negociações para votação do Projeto de Lei (PL) 2630, conhecido como PL das Fake News, que foi retirado da pauta da Câmara dos Deputados há duas semanas após dificuldades na costura de acordos políticos pela sua aprovação, além de forte oposição das grandes empresas de tecnologia, as Big Techs.
O texto institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, com normas e mecanismos de transparência para provedores de redes sociais, ferramentas de busca e de mensagens instantâneas, bem como as diretrizes para seu uso.
Conectividade
A presença de internet nos domicílios brasileiros ficou estável entre 2021 e 2022, alcançando 60 milhões de lares, o que corresponde a 80% do total de domicílios no país. Segundo a pesquisa, foi verificada uma situação de estabilidade na presença de conexão nas residências das áreas urbanas (82%) e rurais (68%) e em todos os estratos sociais analisados: classe A (100% dos domicílios conectados), B (97%), C (87%) e D e E (60%).
Cabo ou fibra óptica segue como o principal tipo de conexão no Brasil, presente em 38 milhões dos domicílios, com predominância na Região Sul, onde 72% dos lares adotam essa tecnologia. Já a região Norte tem a maior proporção de domicílios cuja principal conexão é pela rede móvel 3G ou 4G (27%).
Para 28% dos domicílios que não têm acesso à internet, o motivo é o preço do serviço – Marcelo Camargo/Agência Brasil
Entre os domicílios conectados, 16% compartilham a conexão com o domicílio vizinho. Essa situação é mais comum nas áreas rurais (27%), no Norte (21%) e no Nordeste (22%) do Brasil e nas classes C (16%) e D e E (25%).
“Por muitos anos, o foco das políticas de inclusão digital estava na universalização do acesso, na cobertura do serviço no território, em aspectos da concorrência do provimento de serviços de internet. Hoje, temos 80% dos domicílios com acesso à internet e 81% da população com 10 anos ou mais usuária de internet. Mas, mesmo para os que já venceram a barreira do acesso, aspectos da qualidade desse acesso afetam a apropriação dos benefícios advindos do uso da rede. Em 2022, a União Internacional de Telecomunicações (UIT) anunciou metas de conectividade digital para 2030 com foco em uma conectividade universal e significativa”, analisa Fabio Storino.
Já no caso dos domicílios sem acesso à rede, que somam 36 milhões de pessoas, o preço do serviço foi apontado pelos entrevistados como principal motivo (28%) para a não conexão, seguido pela falta de habilidade (26%) e falta de interesse (16%).
Compras e atividades online
A nova edição da TIC Domicílios divulgou também os resultados sobre comércio eletrônico e atividades mais realizadas por usuários online. O questionário sobre compras na internet havia sido aplicado pela última vez na pesquisa de 2018.
O estudo mostrou, por exemplo, que 67 milhões de usuários de internet compraram produtos e serviços pela internet em 2022. A atividade se manteve em alta, mesmo após o fim das medidas de distanciamento social impostas pela pandemia de covid-19.
“Com a crise sanitária provocada pelo novo coronavírus e o consequente isolamento social, houve um incremento da proporção de pessoas que compram online, proporção essa que se manteve em 2022. Observou-se também uma ampliação dos tipos de produtos comprados pela internet, revelando uma mudança no perfil do comércio eletrônico do país nos últimos anos”, afirma Storino.
Compra de roupas, calçados e materiais esportivos foi citada por 64% dos usuários de internet em 2022. Na sequência, aparecem produtos para a casa e eletrodomésticos (54%) e comidas e produtos alimentícios (44%).
Em relação aos serviços realizados online, os que mais cresceram de 2018 para 2022 foram: pedir táxi ou motoristas em aplicativos (de 32% para 40%); pagar por filmes ou séries na internet (de 28% para 38%); e fazer pedidos de refeições em sites ou aplicativos (de 12% para 33%).
A forma de pagamento mais usada nas compras no ambiente digital em 2022 foi o cartão de crédito (73%). Já o Pix, serviço de pagamentos digitais lançado no final de 2020, ficou em segundo lugar (66%): o método foi usado por 44 milhões de brasileiros nas compras online, incluindo 23 milhões da classe C e 5 milhões das classes D e E.
O cartão de crédito é a principal forma de pagamento de compras online – Marcello Casal jr/Agência Brasil
O levantamento mostra ainda que mais da metade (51%) dos entrevistados fez consultas, pagamentos ou outras transações financeiras na internet em 2022. Em relação às atividades multimídia, assistir a vídeos, programas, filmes ou séries online foi a mais prevalente, alcançando 80% dos usuários.
Pela segunda vez em menos de 24 horas, o Ministério da Fazenda desmentiu notícias sobre um suposto fim de isenção de US$ 50 para compras do exterior pela internet. Em nota emitida no fim da tarde desta quarta-feira (12), em Brasília, a pasta informou que a medida não está em estudo e que pretende apenas aumentar a fiscalização sobre lojas online que fracionam as compras e atuam de forma irregular.
O ministério informou que a isenção para envio de encomendas de até US$ 50 entre pessoas físicas, sem fins comerciais, continuará valendo. A Receita Federal, destacou o ministério, pretende combater empresas que usam brechas na fiscalização para enviar compras como se fossem pessoas físicas e escapar da tributação.
“Esse benefício [a isenção sobre encomendas de até US$ 50] se aplica somente para envio de pessoa física para pessoa física. Se, com base nele, empresas estiverem fracionando as compras, e se fazendo passar por pessoas físicas, estão agindo ilegalmente”, destacou a nota.
Ainda segundo o governo, não haverá nenhuma mudança para quem atualmente compra e vende legalmente pela internet, que paga Imposto de Importação de 60%. A medida provisória a ser editada em breve, informou o texto, antecipará a prestação de declarações pelas empresas quando as mercadorias ainda não tiverem chegado ao país.
“O que o Ministério da Fazenda pretende fazer é reforçar a fiscalização. A partir da medida provisória, o exportador vai ter que prestar declaração antecipada com dados do exportador e de quem compra, além do produto”, esclareceu o comunicado.
Segundo a nota oficial, as mudanças beneficiarão o consumidor que receberá as compras online mais rápido, com mais segurança e qualidade. “Os produtos terão o processo de liberação agilizado a partir das informações prestadas pelo vendedor legal, enquanto ainda estiverem em trânsito para o país”, informou o ministério.
De acordo com o governo, também se beneficiarão [com a decisão] empresas brasileiras à medida em que o combate à sonegação e ao contrabando será estimulado. “Beneficiam-se também as empresas brasileiras, sobretudo as pequenas empresas, que são as que mais empregam e pagam corretamente os seus tributos”, concluiu.
Confusão
Na terça-feira (11) à noite, a Receita Federal tinha soltado uma outra nota em que negava a intenção de acabar com a isenção de Imposto de Importação para encomendas de baixo valor entre pessoas físicas. O texto, no entanto, causou confusão porque falava em eliminar “a distinção de tratamento nas remessas por pessoas jurídicas e físicas” nas operações abaixo de US$ 50.
“Nunca existiu isenção de US$ 50 para compras online do exterior. Portanto, não faz sentido afirmar que se pretende acabar com o que não existe. Nada muda para o comprador e para o vendedor online que atua na legalidade”, rebateu a nova nota oficial.
Isenções
Atualmente, o Imposto de Importação não é cobrado em duas situações. A primeira é a isenção estabelecida por lei para livros, revistas (e demais publicações periódicas) e remédios. No caso dos medicamentos, compras por pessoas físicas de até US$ 10 mil são isentas, com o produto liberado somente se cumprir os padrões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Também não pagam imposto encomendas de até US$ 50. No entanto, o benefício só é concedido se a remessa ocorrer entre duas pessoas físicas, sem fins comerciais.
As reclamações relacionadas a compras online registradas no Procon-SP no ano de 2021 cresceram 536% em comparação a 2019 – último ano antes do início da pandemia de covid-19. Foram 498.877 queixas em 2021 contra 301.672 em 2020, e 78.419 em 2019. Os dados, divulgados hoje (11), são do Procon-SP.
De acordo com a fundação, o crescimento das reclamações decorreu da pandemia de covid-19 e à mudança nos hábitos de compra. “Essa elevação, que tem nos preocupado, ocorreu em razão da pandemia, um contexto em que os estabelecimentos comerciais tiveram que ser fechados do dia para noite e não estavam preparados para fazer um atendimento de modo virtual”, disse o diretor executivo do Procon-SP, Guilherme Farid.
As principais queixas dos consumidores são referentes a atrasos ou não entregas dos produtos; seguido de cobranças indevidas. O Procon-SP destacou ainda relatos de vendas feitas por sites falsos ou perfis de redes sociais falsos.
“Como medida de proteção ao consumidor e a fim de garantir que ele tenha onde reclamar caso tenha um problema, o Procon-SP criou o selo Empresa Verificada. A ferramenta certifica que a empresa é cadastrada no Sistema Procon-SP Digital, plataforma em que é possível fazer reclamações, denúncias e tirar dúvidas”, ressaltou a fundação, em comunicado.
A recomendação do Procon-SP é que a compra seja feita de empresas que estão cadastradas no sistema, ou seja, aquelas que disponibilizaram os seus dados ao órgão de defesa e assinaram o cadastro com o certificado digital.