Tag: comércio ilegal

  • Operação apreende eletrônicos falsificados em shoppings de Mato Grosso

    Operação apreende eletrônicos falsificados em shoppings de Mato Grosso

    Uma operação integrada da Polícia Federal, Polícia Civil de Mato Grosso e Receita Federal foi deflagrada na manhã desta terça-feira (29) em Cuiabá e Várzea Grande, com foco no combate à venda de eletrônicos falsificados e importados ilegalmente. A ofensiva mira uma rede de lojas atuante em shoppings da capital e região metropolitana de Mato Grosso.

    Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e realizado o sequestro de bens móveis e imóveis, por determinação da 5ª Vara Federal Criminal do estado. Participam da ação 65 policiais federais, 72 civis e 56 auditores e analistas da Receita Federal.

    A investigação teve início após fiscalizações da Receita, que detectou mercadorias estrangeiras sem comprovação de origem legal e produtos com sinais claros de falsificação. A apuração apontou que o esquema envolve três redes comerciais que utilizavam laranjas para esconder a real propriedade das empresas e o patrimônio acumulado com a atividade ilegal.

    Além dos crimes de descaminho, contrabando e lavagem de dinheiro, os envolvidos poderão responder por infrações contra a propriedade intelectual e relações de consumo, como comercialização de produtos impróprios para uso.

    A ação contou com o apoio da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), que dará prosseguimento às investigações ligadas aos crimes contra o consumidor e concorrência desleal.

  • Polícia Civil devolve celulares roubados e conscientiza sobre comércio ilegal em Mato Grosso

    Polícia Civil devolve celulares roubados e conscientiza sobre comércio ilegal em Mato Grosso

    A Polícia Civil de Mato Grosso realizou, nesta quinta-feira (19.12), a devolução de 80 celulares a vítimas de furto ou roubo em Cuiabá e Várzea Grande. A ação faz parte da segunda etapa da Operação Mobile, conduzida pelas Delegacias Especializadas de Roubos e Furtos.

    A operação, iniciada em novembro, consistiu em rastrear, recuperar e devolver celulares subtraídos na região metropolitana da Capital, além de responsabilizar criminalmente os envolvidos nos delitos.

    Objetivo pedagógico da Operação Mobile

    Segundo o delegado regional de Cuiabá, Daniel Valente, a operação busca recuperar celulares e coibir o comércio ilegal, além de conscientizar a população sobre a importância de adquirir aparelhos de origem comprovada. Ele destacou que a ação conta com o apoio da Secretaria de Segurança Pública para sua implementação na região metropolitana de Cuiabá.

    A delegada Elaine Fernandes, da Derf de Várzea Grande, frisou que muitos dos celulares recuperados eram o único meio de comunicação das vítimas, pessoas que os adquiriram com esforço financeiro.

    Resultados nacionais da operação

    Em âmbito nacional, mais de 2.583 aparelhos foram recuperados em ações semelhantes, realizadas com o apoio do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil (CONCPC) e do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A delegada-geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Brito, destacou a importância do registro de ocorrências para permitir investigações e futuras devoluções de bens subtraídos.

    Conscientização em Mato Grosso

    O delegado Daniel Machado apontou que a Operação Mobile também atua como uma medida para transformar a cultura de compra sem comprovação de origem. Ele alertou sobre os riscos de adquirir aparelhos de procedência criminosa, incluindo responsabilização criminal.

    As Polícias Civis de diferentes estados seguem promovendo ações similares, incentivando vítimas a formalizarem denúncias e colaborarem com as investigações.

    Fonte: Polícia Civil-MT

  • Preço baixo de cigarros favorece iniciação de adolescentes ao fumo

    Preço baixo de cigarros favorece iniciação de adolescentes ao fumo

    Pesquisa divulgada nesta segunda-feira (28) pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, reforça um fato observado por pesquisadores há alguns anos: o preço do cigarro fabricado no Brasil, bem como do cigarro contrabandeado, é baixo.

    “Desde 2017, não há reajuste, nem do imposto que incide sobre os produtos derivados do tabaco, nem sobre o preço mínimo estabelecido por lei. O preço está congelado desde o final de 2016”, afirma o médico e estudioso da Divisão de Pesquisa Populacional – Coordenação de Prevenção e Vigilância (Conprev) do Inca, André Szklo, autor do estudo inédito The cigarette market in Brazil: new evidence on illicit practices from the 2019 National Health Survey [O mercado de cigarros no Brasil: novas evidências sobre práticas ilícitas a partir da Pesquisa Nacional de Saúde 2019].

    O levantamento foi feito em parceria com a Universidade de Illinois, em Chicago, Estados Unidos, e publicado na Tobacco Control, uma das principais revistas sobre controle do tabaco no mundo.

    André Szklo afirmou que, com isso, a cada ano, o preço vai perdendo o seu valor real e fica mais acessível para a população. Internamente, a indústria não realiza aumento nominal no preço do produto.

    “É uma estratégia que acaba casando: não tem o reajuste da política fiscal sobre os produtos derivados do tabaco e a indústria pressiona para o preço ficar baixo, para inibir o contrabando. E o que a gente já está observando é um reflexo natural na proporção de fumantes entre os jovens e adolescentes, especialmente meninas”, acentuou.

    Iniciação

    Assim, a população de adultos jovens e adolescentes, que não tem tantos recursos financeiros, é a que vai acabar se “beneficiando” de um preço do cigarro mais barato – o que favorece a iniciação precoce no fumo.

    “A gente já está observando isso, que está havendo um aumento na proporção de fumantes entre adolescentes e jovens”, disse Szklo. Para ele, a proporção de jovens adultos que fuma vinha recuando desde 1989, mas parou de cair – um reflexo direto do enfraquecimento da política de preços e impostos, a principal diretriz para prevenir a iniciação ao fumo.

    O pesquisador do Inca reiterou que nunca esteve tão baixa a relação entre o preço do cigarro legal e do cigarro ilegal, mas negou que a principal solução para coibir o contrabando seja reduzir o preço internamente. Mais de 25% das marcas ilegais que circulam no país são vendidas a um valor igual, ou levemente superior, ao preço mínimo estabelecido por lei para os cigarros legalizados, que está estagnado em R$ 5 o maço, desde 2016.

    O preço médio do cigarro adquirido por fumantes brasileiros alcança R$ 5,68. Nos estados que fazem fronteira com o Paraguai, o valor cai para R$ 4,96. “Essa diferença está tão reduzida que a gente tem quase uma junção do preço do produto legal com o produto ilegal. O estudo conclui que, em algumas regiões, isso é mais crítico e que o consumo do cigarro ilegal favorece também a iniciação no hábito de fumar”, salientou.

    O médico disse que, desde 2017, a participação do mercado ilegal vem caindo no mercado brasileiro porque o produto legal está praticamente sendo comercializado ao mesmo preço do cigarro ilegal.

    O reflexo disso está na saúde. “Quando você tem aumento na proporção de fumantes, isso vai gerar um custo para o país. Hoje em dia, o Brasil gasta R$ 125 bilhões – entre custos diretos e indiretos – com doenças relacionadas ao uso de produtos derivados de tabaco, e a arrecadação, por exemplo, da indústria de tabaco não cobre nem 10% disso”, destacou.

    Nova geração

    Ele argumentou que, quando se vê o preço do cigarro legal tão barato, percebe-se que isso vai levar a um prejuízo financeiro para o país a curto, médio e longo prazos.

    “A gente está tendo uma nova geração de fumantes que está substituindo uma parcela da população atual que, infelizmente, virá a falecer”, revelou.

    Estudos publicados no país indicam que dois em cada três usuários atuais de tabaco virão a morrer em decorrência do uso desses produtos. “Então, há uma necessidade de a indústria do tabaco repor essa população que, atualmente, gera lucro. É o que acontece quando a gente tem esse preço baixo”, assegurou.

    Solução

    O pesquisador defendeu, ainda, que a solução para todo esse cenário é voltar a aumentar o preço do cigarro fabricado no Brasil, retomar a política tributária aumentando as alíquotas dos impostos que incidem sobre os produtos derivados do tabaco, reajustar o preço mínimo estabelecido por lei e, em paralelo, implementar o Protocolo para Eliminar o Comércio Ilícito de Produtos de Tabaco, ratificado pelo Estado em 2018.

    “Existe uma medida prevista para o Brasil para combater o mercado ilegal. É uma medida do Estado que ratificou esse protocolo e precisa implementar. São duas medidas que têm de andar paralelamente”, disse o médico e pesquisador do Inca.

    Ele salientou também que a reforma tributária, que está sendo discutida no Congresso Nacional, é uma “oportunidade de ouro” para se fortalecer essa necessidade do imposto seletivo sobre os produtos do tabaco, de forma a assegurar que a arrecadação desse tributo seletivo possa ser revertida em ações de tratamento e de prevenção e em iniciativas de conscientização, visando inibir essa iniciação ao fumo e, também, possa estimular a cessação do hábito entre os fumantes atuais.

    O cigarro legal brasileiro é o segundo mais barato das Américas. Após a reforma tributária de 2012, o preço médio do produto legal era quase 150% mais alto em relação ao cigarro ilegal. Atualmente, essa diferença caiu pela metade.

    Ainda de acordo com a pesquisa, cerca de 40% dos cigarros consumidos no território nacional ainda pertencem a marcas que entram no Brasil de forma ilegal. Desde 2016, observa-se queda na proporção de consumo desses produtos nos estados, mas o percentual ainda é elevado.

    Os dados da pesquisa serão detalhados durante evento virtual promovido pelo Inca nessa terça-feira (29), quando se comemora o Dia Nacional de Combate ao Fumo, com transmissão da TV Inca, no YouTube. Para participar, os interessados devem acessar o link.

    Edição: Kleber Sampaio

  • Bolívia: comércio ilegal de plasma para tratar covid-19 acende alerta

    Bolívia: comércio ilegal de plasma para tratar covid-19 acende alerta

     

    A Bolívia autorizou o uso de plasma sanguíneo para o tratamento de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, causador da covid-19. A iniciativa está validada no Guia para a Gestão da Covid-19, elaborado pelo Ministério da Saúde. Apesar de a compra e a venda de sangue serem proibidas no país, nas redes sociais, algumas pessoas estão pedindo recompensas em dinheiro e outros benefícios pela doação.ebc

    O Ministério da Saúde destaca que a venda de plasma sanguíneo é ilegal e está definida no Artigo 216 do Código Penal como crime contra a saúde pública. A punição varia de um a 10 anos de prisão.

    O plasma sanguíneo é a porção líquida do sangue, que permanece após a remoção dos glóbulos vermelhos, plaquetas e outros componentes celulares do fluido.

    Na Bolívia, após a aprovação da doação de plasma para o tratamento da covid-19, o governo nacional lançou a campanha “Sua Decisão Dá a Vida”, com o objetivo de incentivar as pessoas que venceram a covid-19 a doar plasma.

    No entanto, as autoridades bolivianas têm recebido muitas denúncias de pessoas que anunciam nas redes sociais a doação de plasma em troca de dinheiro, pagamento de contas e dívidas, e até de carros e casas.

    De acordo com o Guia do Ministério da Saúde, o plasma ou a imunoglobulina hiperimune consegue reduzir os sintomas e a mortalidade da covid-19, embora o anticorpo seja mais eficaz quando administrado precocemente.

    “Os riscos da administração passiva de plasma convalescente (…) não podem ser deduzidos de outros estudos sem que se façam ensaios clínicos controlados de alta qualidade de evidência. Com pesquisas de evidências de menor qualidade, é possível inferir que é seguro, bem tolerado e associado à melhora no curso clínico”, diz o guia médico.

    No entanto, um artigo científico citado pelo jornal boliviano La Prensa, escrito pelo embaixador boliviano da Ciência e Tecnologia, Mohammed Mostajo, e pelo imunologista molecular da Universidade da Califórnia (Estados Unidos), Leonardo Ferreira, alerta sobre os riscos da transfusão de plasma. Os especialistas afirmam que as evidências da terapia contra o novo coronavírus são mínimas e que os riscos são maiores em países em desenvolvimento como a Bolívia.

    “Em cenários de escassos recursos de testes de patógenos transmitidos pelo sangue, poucas regulamentações em vigor, desinformação generalizada e estigma da doença, a terapia com plasma convalescente não regulamentada pode muito bem se tornar uma receita para uma nova epidemia de HIV”, afirmam Mostajo e Ferreira no artigo científico.

    O diretor do Programa Nacional de Sangue do Ministério da Saúde, Ignacio Alurralde, informa quais são as características necessárias para que as pessoas possam doar o plasma sanguíneo. Os doadores devem ser pacientes recuperados que não apresentem sintomas de covid-19 há, pelo menos, 14 dias, além de testar negativo para o vírus. É criado um histórico de saúde dos doadores, com medição da pressão arterial, peso e altura, para descartar problemas respiratórios, circulatórios e gastroenterológicos.

    Grávidas ou mulheres que tiveram mais de duas gestações e pessoas que fizeram transfusões de sangue anteriormente não podem doar. Estima-se que apenas 30% das pessoas recuperadas possam doar, uma vez que pessoas com comorbidades, idosos e menores de idade também não fazer doações.

    Projeto de lei

    A deputada Shirley Franco, do partido Unidade Democrática, elaborou um projeo de lei que propõe a doação de plasma para tratar pessoas com covid-19. A parlamentar explica que a doação não é obrigatória e que os doadores podem obter benefícios.

    A ideia é estimular a população a doar. “Eles foram curados da covid-19 e também querem doar plasma. Como incentivo para essa doação, podem acessar descontos de até três meses em suas contas de serviços básicos, ou seja, água, eletricidade e telecomunicações”, diz a deputada.