Tag: cinema

  • Paris abre as portas para a diversidade do Brasil no 27º Festival de Cinema Brasileiro

    Paris abre as portas para a diversidade do Brasil no 27º Festival de Cinema Brasileiro

    A capital francesa se transformou em mais uma grande tela de exibição do Brasil, nesta terça-feira (29//4), com a abertura oficial da 27ª edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris. O tradicional Cinema L’Arlequin, em Saint-Germain-des-Près, recebeu convidados e público para uma noite de celebração à diversidade, à cultura e à sustentabilidade, dando início a uma programação que exibe 35 filmes até o dia 6 de maio, dentro da Temporada Cultural Brasil-França 2025.

    A participação da Embratur como patrocinadora oficial do festival reflete a estratégia de usar o cinema como vitrine para promover o soft power brasileiro considerando o país como destino cultural, turístico e sustentável. Em 2025, Brasil e França comemoram 200 anos de relações diplomáticas, e o festival integra essa celebração com o objetivo de fazer o conteúdo brasileiro circular amplamente na sociedade francesa.

    Com o tema “Do Norte ao Sul, um só Brasil”, a mostra propõe ao público francês uma viagem poética pelas múltiplas realidades e territórios brasileiros. Os filmes, apresentados em sua versão original, retratam sentimentos de pertencimento, resistência e esperança que marcam as identidades nacionais.

    “A diversidade é um traço marcante que distingue a cultura brasileira, e o cinema tem a capacidade de projetá-la ao mundo. Usamos o audiovisual como estratégia de promoção cultural e turística, alinhada a uma ação de governo”, afirma Marcelo Freixo, presidente da Embratur. Segundo ele, a escolha de apoiar o festival reforça a abordagem da Embratur em mostrar o Brasil para além dos cartões-postais, destacando nossa cultura, nossos talentos e criatividade e a importante conexão com temas globais como diálogo com diferentes culturas, inclusão e sustentabilidade.

    Abertura

    A noite de abertura contou com a presença do ator Alan Rocha, protagonista do filme Vitória , que terá sessões especiais nesta terça. Um dos momentos mais esperados foi a homenagem à atriz Dira Paes, referência do cinema e da televisão brasileira, celebrada por sua trajetória de quatro décadas. A homenagem foi feita pela atriz francesa Marina Foïs, em mais uma demonstração da ponte cultural entre os dois países.

    Além das sessões de cinema, o festival promove debates, conferências e encontros entre artistas, estudantes e cinéfilos. Para Katia Adler, diretora e curadora do evento, a parceria com a Embratur amplia a presença do Brasil na França. “Ao valorizar nossa produção audiovisual, mostramos ao mundo a riqueza da nossa cultura, a diversidade do nosso povo e a criatividade que nos define. É através do cinema que convidamos o público internacional a viver o Brasil com emoção, curiosidade e encantamento”, ressalta.

    Programação

    A programação do 27º Festival do Cinema Brasileiro de Paris reserva ao público momentos marcantes já nos primeiros dias de exibição. Na terça-feira (29), o destaque ficou por conta de Vitória, filme estrelado por Fernanda Montenegro. Nesta quarta-feira (30), o premiado Ainda Estou Aqui, vencedor do Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional, será exibido ao lado dos documentários Alarme Silencioso, Seu Estilo, Seu Impacto e Cazuza, boas novas.

    No dia seguinte (1º), os cinéfilos poderão conferir uma seleção diversificada de títulos brasileiros, incluindo Manas, Ainda Estou Aqui, A Floresta das Esmeraldas, Mais Pesado é o Céu e Um Lobo entre os Cisnes. Na sexta-feira (2), é a vez de Salut, mes ami.e.s!, Aumenta que é rock’n roll, O auto da compadecida 2, A mulher que chora, 90 decibéis e Pedágio.

    Conforme programação ainda serão exibidos filmes como Os afro-sambas, o Brasil de Baden e Vinícius, A vilã das nove, Motel destino, Malu, Lavoura arcaica, Máquina do desejo, Kopenawa: sonhar a terra-floresta, Sobreviventes, A paixão segundo G.H., Anahy de las misiones, Oeste outra vez, Pasárgada, Ijó Dudu: memória da dança negra na Bahia, Órfãos do Eldorado e Homens com H.

    Embratur

    A Embratur também marca presença no festival com a exibição de produções audiovisuais que integram suas iniciativas de promoção cultural e turística. Um dos destaques é o mini documentário da série Turismo Transforma, que retrata a força do turismo religioso no Brasil. O filme apresenta a história do Círio de Nazaré, maior celebração religiosa do Pará, que remonta ao milagre ocorrido no século XVIII. Mais que expressão de fé, a festividade se consolidou como importante atrativo turístico, movimentando a economia local e fortalecendo a identidade cultural da região.

    Outro curta exibido será Huni Kui: o povo verdadeiro, fruto do edital de curtas da Embratur dentro da iniciativa Brasil com S. O filme propõe uma imersão nas aldeias da Terra Indígena do Rio Humaitá e, pela perspectiva dos próprios habitantes, revela a relação harmônica entre seres humanos, animais, plantas e espíritos. A produção destaca a sabedoria tradicional dos Huni Kui na retirada sustentável de recursos da floresta, fundamentais para sua medicina e rituais, reforçando o compromisso do Brasil com a valorização de sua diversidade cultural e ambiental.

    “O Brasil que aparece nas telas é o mesmo que celebramos na Galeria Visit Brasil: um país múltiplo, criativo e conectado com os grandes temas do nosso tempo”, conclui Marcelo Freixo.

  • CCBB do Rio recebe mostra com filmes de cineastas indígenas

    CCBB do Rio recebe mostra com filmes de cineastas indígenas

    O Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, apresenta a partir dessa quarta-feira (16) uma mostra de filmes produzidos por cineastas indígenas. Serão exibidas, até 12 de maio, 33 obras, sendo 12 longas e 21 médias e curtas-metragens.

    Com o nome “Cosmologias da Imagem: cinemas de realização indígena”, o evento apresenta filmes produzidos entre 2011 e 2024 por diferentes povos. Ele é organizado pela produtora Filmes de Quintal, coordenado pela antropóloga e documentarista Júnia Torres, que também assina a curadoria com a cineasta e artista visual Olinda Tupinambá. A produção executiva é de Tatiana Mitre, da Amarillo Produções.

    Segundo os organizadores, a mostra reflete sobre a identidade e a ancestralidade brasileiras, e procura valorizar cineastas originários de várias regiões e povos.

    “Acredito que o cinema indígena apresenta um olhar de descolonização à imagem dos indígenas. E, assim como é extremamente importante que os povos possam fazer seus próprios filmes, é importante pensar em distribuir essas produções, pois só assim teremos a possibilidade de fortalecer o cinema nacional feito pelos povos indígenas”, diz a curadora Olinda Tupinambá.

    A curadoria da mostra diz que buscou a diversidade de formas, propostas fílmicas e temáticas. Há documentários, filmes-rituais, filmes híbridos (que misturam documentação e encenação da vida cotidiana, da história e da cosmologia), vídeo-performances e clipes musicais.

    Entre os povos que contribuem para a mostra estão: Maxakali/Tikmũ’ũn (MG), Kuikuro (MT/Xingu) Yanomami (AM e RO), Mbya-Guarani (RS e SP), Guarani Nhandeva (MS), Tupinambá (SP e BA), Karapotó (AL), Awa Guajá/Tentehara/Guajajara (MA), Huni Kuin (AC), Xakriabá (MG), Mebêngôkre-Kayapó (PA), Baniwa (AM), Krahô (TO), Xavante (MT), Tupi (SP), Fulni-ô (PE) e Kaiabi (MT).

    Para a curadora Júnia Torres, “o foco da mostra está no poder transformador do audiovisual indígena, capaz de reconstruir nossa autoimagem como uma nação pluriétnica e de construir uma identidade contemporânea inclusiva, protagonizada por novos atores sociais e artísticos através da auto-representação”.

    Além das exibições, estão programadas atividades complementares como a mesa-redonda Retomada e transformação nos cinemas e nas artes indígenas, com as curadoras, Júnia Torres e Olinda Tupinambá, e o cineasta indígena Guarani Nhandewa Alberto Alvares.

     

  • Confira os filmes premiados no Oscar 2025

    Confira os filmes premiados no Oscar 2025

    A 97ª edição do Oscar entregou, em Los Angeles, 23 estatuetas àqueles que, segundo a academia de cinema norte-americana, apresentaram os melhores trabalhos em suas categorias. Para os brasileiros, foi uma edição histórica, com a premiação do filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, considerado o melhor filme internacional.

    Além da premiação conquistada por Salles, outras 22 foram entregues, estimulando cinéfilos de todo o planeta a visitarem salas de cinema ou serviços de streaming para conferir se a academia realmente acertou nas escolhas.

    Confira a lista de premiados nas 23 categorias:

    Ator coadjuvante – Kieran Culkin, em A verdadeira dor

    Animação – Flow

    Curta-metragem animado – In The Shadow of Cypress

    Figurino – Wicked

    Roteiro original – Anora

    Roteiro adaptado – Conclave

    Maquiagem e penteado – A substância

    Edição – Anora

    Atriz coadjuvante – Zoe Saldaña, por Emília Pérez

    Design de produção – Wicked

    Canção original – El Mal, de Emilia Pérez

    Documentário de curta-metragem – A única mulher na orquestra

    Documentário   – No other land

    Som – Duna: Parte 2

    Efeitos visuais: Duna: Parte 2

    Curta-metragem em live-action – I´m not a robot

    Fotografia – O Brutalista

    Filme internacional – Ainda estou aqui

    Trilha sonora  – O Brutalista

    Ator –Adrien Brody, em O Brutalista

    Direção – Sean Baker, de Anora

    Atriz – Mikey Madison, em Anora

    Filme – Anora

    Esta é a lista completa dos vencedores do Oscar 2025

  • Urso de Prata ao filme ‘O Último Azul’ em Berlim premia momento do cinema brasileiro

    Urso de Prata ao filme ‘O Último Azul’ em Berlim premia momento do cinema brasileiro

    O Brasil tem ganhado espaço em grandes festivais, evidenciando a riqueza e a originalidade das narrativas e provocando grandes reflexões a partir de seu audiovisual. Em meio a esse cenário, a produção O Último Azul, de Gabriel Mascaro – já reconhecido por obras como Boi Neon e Divino Amor – foi premiado com o Urso de Prata, considerado a segunda mais importante premiação da 75ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim.

    Além desta conquista, o longa-metragem recebeu o Prêmio do Júri Ecumênico e o reconhecimento dos leitores do jornal Berliner Morgenpost, consolidando seu status como uma obra que transita com maestria entre uma estética inovadora e temas universais.

    A ministra da Cultura, Margareth Menezes, ressaltou a importância desse reconhecimento. “Esta conquista é uma prova de que o cinema nacional possui uma identidade forte e inovadora, capaz de dialogar com públicos de todos os cantos do mundo. É inspirador ver nossas histórias ganhando visibilidade e abrindo portas para novas narrativas,” disse.

    A premiação para O Último Azul, depois do Globo de Ouro de Fernando Torres em janeiro, pela interpretação de Eunice Paiva em Ainda Estamos Aqui, acentua o grande momento do cinema brasileiro. Daqui a uma semana (2/3), o filme de Walter Salles o filme que durante várias semanas liderou as bilheterias no Brasil e nos Estados Unidos estará na disputa dos Oscar de melhor filme, melhor filme de língua estrangeira e, novamente, melhor atriz.

    O longa dirigido por Gabriel Mascaro é uma coprodução entre Brasil, México, Chile e Holanda. O elenco conta com nomes como Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, Miriam Socarrás, Adanilo, Rosa Malagueta, Clarissa Pinheiro e Dimas Mendonça.

    Já o Urso de Ouro, prêmio principal do 75º Festival de Berlim, foi para o drama norueguês Dreams (Sex Love), do diretor Dag Johan Haugerud. A trama fala sobre o despertar sexual de uma jovem mulher. O filme, estrelado por Ella Overbye é a última parte da trilogia de Haugerud explorando intimidades emocionais e físicas.

    Filme O Último Azul

    A trama se desenrola em uma versão quase distópica da Amazônia, onde o governo impõe medidas drásticas, como o deslocamento de idosos para colônias específicas, sob o pretexto de oferecer uma “vida melhor”. Em meio a esse cenário, Tereza, interpretada por Denise Weinberg, embarca em uma jornada singular para realizar seu último desejo, simbolizando a força do espírito humano e a capacidade de resistir às adversidades mesmo em meio a um ambiente hostil.

    Ao receber o prêmio, Gabriel Mascaro agradeceu a todos que tornaram O Último Azul possível, destacando a colaboração de uma equipe dedicada e a importância das parcerias criativas que levaram à realização do filme.

    “Estou muito feliz por estar aqui e honrado em receber esse prêmio. Muitos filmes que me inspiraram como cineasta estrearam aqui. Quero expressar minha mais profunda gratidão ao júri por confiar este prêmio ao meu filme. Ele existe graças à dedicação de muitas pessoas que trabalharam duro para transformar este sonho em realidade. O Último Azul fala sobre o direito de sonhar e a crença de que nunca é tarde para encontrar um novo significado na vida”, ressaltou.

    Participação brasileira no Festival de Berlim

    Outra produção brasileira também foi destaque durante o Festival de Berlim. O documentário Hora do Recreio, dirigido, escrito e produzido por Lucia Murat, recebeu a Menção Especial do Júri Jovem na Mostra Generation 14+ da 75ª Berlinale, além de ter sido agraciado com outros prêmios.

    “Esse prêmio é especial porque vem da juventude! Dedico essa conquista a todos os jovens que lutam por um mundo melhor e pela paz, pois precisamos muito”, declarou Lucia ao receber o reconhecimento.

    Hora do Recreio é uma produção viabilizada com o apoio do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).

    Outras produções brasileiras também foram selecionadas para o 75ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim. Confira quais foram:

    • A Natureza das Coisas Invisíveis, de Rafaela Camelo [Mostra Competitiva Generation Kplus]

    • Ato Noturno, de Márcio Reolon e Filipe Matzembacher [Panorama]

    • A Melhor Mãe do Mundo, de Anna Muylaert [Berlinale Special (não competitiva)]

    • Cartas do Absurdo, de Gabraz Sanna [Forum Expanded]

    • Zizi (ou oração da jaca fabulosa), de Felipe M. Bragança [Forum Expanded]

    • De Menor, de Caru Alves de Souza [Mostra Competitiva Generation 14 Plus Special Screening]

    • Arame Farpado, de Gustavo de Carvalho [Mostra Competitiva Generation 14 Plus]

    • Anba dlo, de Luiza Calagian [Berlinale Shorts]

    • Atardecer en América, de Matías Rojas Valencia [Mostra Competitiva Generation 14 Plus]

    • Iracema, uma transa amazônica, de Jorge Bodanzky e Orlando Senna [Forum Special]

    • Muito Romântico, de Melissa Dullius e Gustavo Jahn [Forum Expanded Anniversary]

    O curta-metragem Arame Farpado foi produzido integralmente com recursos da Lei Paulo Gustavo (LPG) no município de Paraguaçu Paulista (SP). No município, a LPG investiu R$ 298.607,00 só no setor audiovisual, com 84,63% dos recursos já executados.

  • Ainda Estou Aqui vence prêmio Goya de melhor filme ibero-americano

    Ainda Estou Aqui vence prêmio Goya de melhor filme ibero-americano

    O filme brasileiro Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, venceu, neste sábado (8), o prêmio Goya 2025, na categoria de melhor filme ibero-americano. A premiação é considerada a principal do cinema espanhol.

    Esta é a primeira vez que uma produção brasileira é indicada e vence a categoria. Nesta 39ª edição do prêmio, a produção brasileira concorria com outros quatro filmes: El jockey, da Argentina; Agarrame fuerte, do Uruguai; No lugar da outra, do Chile; e Memorias de un cuerpo que arde, da Costa Rica.

    Em carta lida no momento do recebimento do troféu Goya, o diretor Walter Salles agradeceu a distância o prêmio à academia de cinema espanhol e ressaltou que esta é a primeira vez que um filme brasileiro foi indicado a uma categoria do Goya.

    “Ainda Estou Aqui é um filme sobre a memória de uma família, durante a longa noite da ditadura militar no Brasil, que está entrelaçada com a memória do meu país. Gostaria de dedicar esse prêmio ao cinema brasileiro, a Eunice Paiva e toda a sua família, a Fernanda Montenegro e a Fernanda Torres”, disse em carta o diretor Walter Salles.

    Prêmio e indicações

    Em janeiro, a atriz Fernanda Torres já havia sido premiada com o Globo de Ouro, em Los Angeles, de melhor atriz na categoria Drama pela atuação em Ainda Estou aqui. Esta foi a primeira vez que a premiação foi entregue a uma brasileira.

    O filme Ainda Estou Aqui também foi indicado a três categorias do Oscar 2025: a de Melhor Filme; Melhor Filme Estrangeiro; e a atriz Fernanda Torres foi indicada à categoria de Melhor Atriz. A cerimônia do Oscar 2025 está agendada para 2 de março, também em Los Angeles.

    Filme

    O drama brasileiro Ainda Estou Aqui é baseado no livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, que conta a história de sua mãe, a advogada e ativista pelos direitos humanos Eunice Paiva, durante a ditadura militar no Brasil. O papel de Eunice Paiva, falecida em 2018, foi interpretado por Fernanda Torres.

    O enredo aborda a luta pela democracia, a resistência à opressão, a força da mulher, a busca por desaparecidos políticos e a importância da memória, a partir do desaparecimento, em 1971, do ex-deputado federal Rubens Paiva (com atuação de Selton Mello), marido de Eunice Paiva. O político brasileiro, que teve seus direitos políticos cassados em 1964, com o golpe militar, foi torturado e assassinado, no Rio de Janeiro. Seu corpo nunca foi encontrado.

    Em 1996, foi emitido o atestado de óbito de Rubens Paiva. Em 2025, a certidão de óbito foi corrigida para constar que sua morte foi causada por agentes do Estado durante a ditadura militar.

  • Mostra de Tiradentes lista demandas do setor audiovisual para 2025

    Mostra de Tiradentes lista demandas do setor audiovisual para 2025

    Um grupo de 89 representantes dos variados segmentos do setor audiovisual, reunidos na Mostra de Cinema de Tiradentes, aprovou uma carta com demandas consideradas prioritárias para o ano de 2025 e também para 2026. O documento, que será endereçado ao Ministério da Cultura (MinC) e a outras estruturas do governo, trata dos desafios envolvendo questões como produção, distribuição, exibição, formação e preservação.

    A Mostra de Tiradentes, considerada um dos principais festivais de cinema do país, encerrou sua 28ª edição neste fim de semana. Organizada pela Universo Produção, a programação contou com 140 filmes, além de apresentações artísticas, debates e oficinas. A carta foi aprovada na última quarta-feira (29). O texto foi elaborado ao longo das atividades do Fórum de Tiradentes. Trata-se um encontro incluído na programação da mostra pelo terceiro ano seguido.

    O Fórum de Tiradentes tem se tornado também um espaço de interlocução entre setor e o MinC. Isso porque representantes da pasta participam dos debates e há inclusive mesas onde foram apresentadas iniciativas em curso. Dessa forma, as reivindicações incluídas na carta que será endereçada ao MinC incluem diversos temas que já vêm sendo foco de discussões.

    Um deles é a regulação das plataformas digitais de streaming que exploram serviços de vídeo sob demanda (VOD, na sigla em inglês). Na semana passada, representantes da Secretaria do Audiovisual (SAV) do MinC apontaram em diferentes momentos que esta será uma pauta prioritária para este ano.

    “É urgente que a gente resolva nesse ano a regulação do VOD”, disse a secretária nacional do audiovisual, Joelma Gonzaga. Uma das principais questões, segundo ela, é garantir a proteção do conteúdo nacional. Em outras palavras, significa que plataformas como Netflix, Amazon Prime Video, Disney + e HBO Max teriam que cumprir um percentual mínimo de produções nacionais nos seus catálogos disponibilizados para o público brasileiro. Além disso, a regulação do VOD envolve também discussões em temas como tributação, direito patrimonial, proeminência da produção independente, entre outras.

    Atualmente, tramitam no Congresso Nacional dois projetos de lei sobre o tema. Na carta, os representantes do setor cobram uma articulação interministerial para avançar na pauta e aprovar uma regulação que favoreça a indústria audiovisual brasileira independente.

    Pontos positivos

    Ao todo, o documento traz 22 tópicos de reivindicação. Na carta, os signatários também avaliam que, sob a atual gestão do MinC, o setor vem superando um processo de desmonte que estava em curso até 2022. Listam diversos pontos positivos dos últimos dois anos como as articulações para execução da Lei Paulo Gustavo e da Política Nacional Aldir Blanc. Ainda assim, apontam que persistem diversas preocupações.

    Outra demanda citada é a regulamentação da Lei Federal 13.006/2024. Aprovada no ano passado, ela estabeleceu a exibição de filmes de produção nacional como componente curricular complementar: as escolas precisarão exibir mensalmente para os alunos no mínimo duas horas. É um debate que envolve também o Ministério da Educação (MEC).

    O MinC tem sinalizado que essa discussão está ocorrendo paralelamente ao desenvolvimento de uma plataforma de streaming público, com disponibilização gratuita de um conjunto de produções audiovisuais. A expetativa é lançá-la ainda este ano. O objetivo é ampliar o acesso e a difusão do cinema nacional e contribuir para a formação de público de forma geral. Mas a proposta é que ela seja também uma ferramenta a ser explorada pelas escolas.

    Na carta, os representantes do setor cobram não apenas a efetivação do streaming público como também o fortalecimento do papel da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Regida pela Lei Federal 11.652/2008, a empresa foi criada para organizar o campo público da comunicação no país e responde pela TV Brasil, pela Agência Brasil, pela Rádio Nacional e por outros veículos. “Ampliar a participação da EBC em coproduções e licenciamentos de produção independente de todas as regiões do Brasil, e estimular o relacionamento com distribuidoras independentes”, defendem os signatários da carta.

    O documento elenca ainda como demandas o fortalecimento das estruturas do setor voltada para a participação social e a aprovação da medida provisória que prorroga até 2029 os incentivos fiscais da Lei do Audiovisual. Constam também como reivindicações o não contingenciamento dos recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, o estímulo à regionalização da produção e o reconhecimento em lei dos direitos autorais de profissionais criadores do audiovisual brasileiro.

    *O repórter viajou a convite dos organizadores da Mostra de Cinema de Tiradentes.

  • Decreto presidencial estabelece Cota de Tela para filmes nacionais em 2025

    Decreto presidencial estabelece Cota de Tela para filmes nacionais em 2025

    Foi publicado no Diário Oficial da União desta sexta-feira (20/12), o Decreto nº 12.323/2024 , que trata da obrigatoriedade de exibição de obras cinematográficas brasileiras em 2025. A medida é assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra da Cultura, Margareth Menezes.

    A previsão da chamada “Cota de Tela” tem previsão na legislação nacional desde 2001. A Lei nº 14.814/2024 restabeleceu o mecanismo para as salas de cinema até 2033, mantendo a necessidade de edição de Decreto Presidencial para regulamentação.

    “Nós conseguimos a regulamentação da Cota de Tela, que estava vencida. Isso significa que teremos mais cinema brasileiro nas telas de cinema e na televisão. É uma regulamentação importante, que tinha dois anos que estava vencida”, lembrou a ministra Margareth Menezes durante o Bom Dia, Ministra desta quinta-feira (19/12).

    A regulamentação estabelece três principais mecanismos:

    • Cota-base: obrigação de exibição de filmes brasileiros proporcionalmente ao número total de sessões de cada complexo

    • Diversidade de títulos: número mínimo de títulos brasileiros a serem exibidos de acordo com o tamanho do complexo exibidor

    • Cota suplementar: ampliação da cota-base quando o número de sessões programadas com um mesmo título, independentemente da nacionalidade, extrapola o percentual estabelecido no decreto.

    A Agência Nacional do Cinema (Ancine) regula as atividades de fomento e de proteção à indústria audiovisual brasileira e pode dispor sobre o tratamento dado aos filmes nacionais de longa-metragem premiados em festivais de reconhecida relevância e sobre a permanência dos títulos brasileiros em exibição nas sessões de maior procura. A finalidade é promover a competição equilibrada, a autossustentabilidade da indústria e o aumento da produção, da distribuição e da exibição das obras brasileiras.

    A Ancine elaborou, ainda, uma Análise de Resultado Regulatório (ARR) apontando que a aferição dos resultados até outubro/2024 indicou nível satisfatório de cumprimento das regras. Contudo, conforme a autarquia, alguns pontos necessitam de aperfeiçoamentos, como o ajuste na regra da cota suplementar para complexos entre 3 e 5 salas, assim como o aumento dos montantes de títulos distintos de obras brasileiras exibidos.

    Assim, o decreto prevê que as empresas ficam obrigadas a exibir, no ano de 2025, obras cinematográficas brasileiras de longa-metragem no âmbito de sua programação, observados o percentual mínimo de sessões e a diversidade de títulos fixados em tabelas atualizadas que estão no documento publicado no Diário Oficial desta sexta.

    — news —

  • Começa hoje o mais longevo festival de cinema do Brasil

    Começa hoje o mais longevo festival de cinema do Brasil

    Os aficionados pela sétima arte têm, na 57ª edição Festival Brasília do Cinema Brasileiro, oportunidade para dar vazão a esta paixão, acompanhando as dezenas de filmes que vão compor a mostra, repleta também de debates, conferências, masterclasses, apresentações musicais e encontros, além, é claro, das premiações.

    O mais longevo festival de cinema do país começa neste sábado (30) e vai até o dia 7 de dezembro. Haverá, em meio à programação, sessões especiais, com filmes voltados ao público infantil e, também, obras cinematográficas antigas, algumas delas, restauradas.

    As amostras serão no Plano Piloto e, também, no Gama, em Planaltina e em Taguatinga, até o dia 7 de dezembro.

    Programação, locais de exibição e outras informações sobre a 57ª edição estão disponíveis no site do festival ou nas redes sociais do evento.

    O ingresso para a cerimônia de abertura é gratuito, bastando ao interessado retirá-lo presencialmente na bilheteria do Cine Brasília a partir das 14h deste sábado. Cada pessoa pode retirar no máximo dois ingressos. A cerimônia está prevista para começar às 20h.

    “Conforme a tradição do Festival de Brasília de manter a sua programação amplamente acessível, praticamente todas as sessões da 57ª edição serão gratuitas”, informam os organizadores.

    As sessões também serão gratuitas em Planaltina, Gama e Taguatinga.

    No Cine Brasília só será necessário comprar ingressos para a Mostra Competitiva Nacional – até 4 por pessoa -, que custarão R$ 10 a meia e R$ 20 a inteira.

    “A compra e retirada de ingressos deve ser feita de forma presencial, na bilheteria do Cine Brasília, no dia da sessão pretendida, a partir das 14h. Todas as outras exibições têm entrada gratuita, por ordem de chegada e sem retirada de ingressos”, explicam os organizadores.

    Abertura

    Durante a abertura do festival serão feitas reverências à grande homenageada desta edição, a atriz Zezé Motta, de 80 anos de idade. Ela receberá o primeiro Troféu Candango do 57º Festival de Brasília em celebração ao conjunto de sua obra, composta por 55 filmes e mais de 50 produções para TV, além de 14 álbuns lançados.

    Na edição de 1975 do festival, a atriz recebeu o Candango de Melhor Atriz pela atuação no filme Xica da Silva, de Cacá Diegues, motivo pelo qual o filme integra a programação da atual edição.

    Será também homenageado o documentarista Delvair Montagner, que receberá, da Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo, um prêmio em reconhecimento ao seu trabalho. Já o prêmio Leila Diniz será concedido à produtora Sara Silveira, pela “extensa trajetória na produção que marcou o cinema brasileiro para sempre”.

    Será também homenageado o professor, curador, autor e organizador de publicações João Luiz Vieira, que receberá a Medalha Paulo Emílio Salles Gomes por sua dedicação à pesquisa, preservação e pensamento do cinema nacional.

    Debates

    É também tradição do Festival de Brasília debates sobre filmes assistidos. A ideia é a de provocar reflexões para os paradigmas da sociedade contemporânea. Esses debates, gratuitos e abertos ao público, serão, em geral, nas próprias salas de exibição, exceto a do filme de abertura e da Mostra Competitiva Nacional, que serão no Hotel Grand Mercure, no Eixo Monumental.

    Os debates da mostra competitiva serão transmitidos no canal do festival no YouTube . Serão, ao todo, 27 debates, todos conduzidos por mediadores.

    Nesta edição ocorrerá também a 4ª Conferência Audiovisual, um espaço para debates e proposições com o tema Soberania do Audiovisual Brasileiro em 2024.

    O ambiente de mercado será abordado também nas masterclasses do festival, a serem ministradas gratuitamente pelas cineastas Rita von Hunty e Petra Costa, no Cine Brasília, nos dias 1º e 3 de dezembro, respectivamente. Será um espaço destinado a “aprendizado, trocas e debates essenciais para que o público afie o pensamento crítico e mergulhe nas narrativas e estéticas do nosso audiovisual”. A entrada é por ordem de chegada, respeitando a lotação da sala.

    Segundo os organizadores, os números do 57º Festival de Brasília demonstram o bom momento do cinema brasileiro. Com 264 projetos inscritos, 102 deles foram selecionados para participar de 179 reuniões exclusivas com os 19 players convidados.

  • Cine Focus será realizado neste final de semana Lucas do Rio Verde

    Cine Focus será realizado neste final de semana Lucas do Rio Verde

    Já pensou um filminho ao ar livre, com pipoca e muita diversão, tudo de maneira gratuita? Essa é a proposta do “Cine Focus”. O projeto, que tem apoio da Secretaria de Cultura e Turismo de Lucas do Rio Verde, e terá exibições no próximo final de semana.

    A iniciativa está sendo realizada em vários pontos do município, sendo promovido pelo ator e produtor cultural, Luiz Valotta. Ele foi selecionado por meio do edital Paulo Gustavo, que visa promover o acesso à cultura cinematográfica, conscientizar a população sobre temáticas relevantes e transformar espaços urbanos em locais de encontro cultural.

    As próximas sessões serão:

    Sexta-feira – 23 de agosto, às 18h – Praça do Téssele Junior
    Sábado – 24 de agosto, às 17h30 – Lago Harry Muller
    Sábado – 14 de setembro, às 17h30 – Praça do Jaime Seiti Fujii
    Domingo – 15 de setembro, às 17h30 – Praça dos Buritis
    Sexta-feira – 20 de setembro, às 17h30 – Praça do Veneza
    Sábado – 21 de setembro, às 17h30 – Praça do Vida Nova

    Na ocasião, será exibido ao público o curta-metragem “Dezesseis – Dores Reais de Um Universo Invisível”, que foi gravado em Lucas do Rio Verde e contou com a participação de atores locais e nacionais.

    Sobre o curta-metragem

    O filme Dezesseis conta a história de Clara, uma adolescente que perdeu sua mãe cedo e cresceu envolvida em vários conflitos pessoais, além de sofrer bullying por ser introvertida e não encontrar um lugar de escuta em sua família.

    A solidão é agravada com a morte precoce de sua única e melhor amiga, Cristina. Em meio a tudo isso, Clara conhece uma nova aluna de sua sala, mas essa amizade enfrentará dificuldades para existir.

    O projeto audiovisual trará uma realidade enfrentada por muitos adolescentes, dando voz a milhares de “Claras” que enfrentam grandes conflitos e estão em silêncio.

  • Os 4 Signos que vão ter uma sexta-feira de cinema no trabalho

    Os 4 Signos que vão ter uma sexta-feira de cinema no trabalho

    Preparem a pipoca e a poltrona, porque a sexta-feira promete ser um verdadeiro filme para alguns signos! Os astros estão alinhados para proporcionar momentos de suspense, comédia e até um pouco de drama no ambiente de trabalho.

    1. Gêmeos: A Comédia Romântica do Escritório

    Mulher no trabalho, reviravolta em seu emprego
    Os 4 Signos que vão ter uma sexta-feira de cinema no trabalho

    Os geminianos vão viver uma sexta-feira digna de uma comédia romântica. Um novo colega pode entrar em cena e causar um verdadeiro furacão no coração e na mente dos gêmeos. Prepare-se para flertes, conversas inteligentes e aquela sensação de borboletas no estômago. Mas cuidado para não se perder em tantas opções!

    2. Leão: O Filme de Ação do Executivo

    Os leoninos vão ter uma sexta-feira digna de um filme de ação. Um projeto importante pode exigir toda a sua força e determinação. Prepare-se para enfrentar desafios e obstáculos, mas lembre-se: você é o herói da sua própria história! E no final, a recompensa será ainda maior.

    3. Escorpião: O Thriller Psicológico da Reunião

    Os escorpianos vão viver uma sexta-feira digna de um thriller psicológico. Uma reunião importante pode trazer à tona sentimentos e questões que você estava tentando esconder. Prepare-se para enfrentar seus medos e descobrir novas facetas de si mesmo. Mas lembre-se: você é mais forte do que imagina!

    4. Peixes: A Fantasia da Criação

    Os piscianos vão viver uma sexta-feira digna de um filme de fantasia. A criatividade estará em alta e você pode ter ideias brilhantes que vão transformar o seu trabalho. Prepare-se para voar alto e deixar a imaginação te levar para lugares incríveis. Mas cuidado para não se perder em sonhos e esquecer da realidade!

    Dicas para os protagonistas desta sexta-feira:

    • Gêmeos: Aproveite a energia do momento, mas não se esqueça de manter os pés no chão.
    • Leão: Mostre todo o seu potencial, mas não se esqueça de valorizar o trabalho em equipe.
    • Escorpião: Enfrente seus medos com coragem e honestidade.
    • Peixes: Deixe a criatividade fluir, mas não perca de vista os prazos e as responsabilidades.

    Lembre-se: A astrologia é como um mapa, e você é quem escreve a sua própria história. Use as previsões como um guia para navegar pelos desafios e oportunidades da vida.

    E aí, qual filme você vai estrelar nesta sexta-feira?