Tag: Ciência

  • Seleção Petrobras de Jornalismo encerra inscrições no domingo

    Seleção Petrobras de Jornalismo encerra inscrições no domingo

    Terminam no próximo domingo (11) as inscrições para a Seleção Petrobras de Jornalismo. Segundo a empresa, a iniciativa oferece bolsas para jornalistas de todas as regiões do país produzirem reportagens sobre ciência e diversidade, nos formatos de áudio, vídeo e texto.

    Neste ano, serão selecionados 15 projetos de reportagem, e cada um dos escolhidos receberá R$ 20 mil. Podem se inscrever jornalistas profissionais que atuem em veículos de imprensa ou como freelancers (autônomos). A seleção de projetos contemplará todas as regiões, cabendo a cada uma três bolsas para as categorias áudio, vídeo e texto.

    “Pelo menos uma bolsa de cada região deverá ter como proponente uma pessoa de um dos seguintes grupos: mulheres; pessoas negras ou pardas; pessoas oriundas de povos indígenas; pessoas oriundas de comunidades tradicionais (inclusive de terreiros e quilombolas); pessoas do segmento LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência”, destaca a Petrobras.

    De acordo com a estatal, o propósito da seleção é incentivar a produção de conteúdos jornalísticos sobre a produção científica realizada por pessoas de grupos sub-representados da sociedade, bem como iniciativas científicas que tenham como objeto de pesquisa a diversidade e a inclusão.

    A Associação Brasileira de Imprensa e a Federação Nacional dos Jornalistas apoiam a Seleção Petrobras de Jornalismo.

    Serviço

    As inscrições são gratuitas e deverão ser feitas até as 23h59 do próximo domingo, com o carregamento de toda documentação necessária, por meio deste portal.

  • Há 100 anos, Albert Einstein chegava ao Brasil em visita científica

    Há 100 anos, Albert Einstein chegava ao Brasil em visita científica

    Há exatos 100 anos, o ícone da ciência Albert Einstein desembarcava no Rio de Janeiro para a sua primeira e única temporada no Brasil.

    “Chegada ao Rio ao pôr do sol, com clima esplêndido. Em primeiro plano, ilhas de granito de formato fantástico. A umidade produz um efeito misterioso”, escreveu ele em seu diário de viagem, naquele dia 4 de maio de 1925.

    Einstein já havia pisado em solo brasileiro no dia 21 de março, por algumas horas, durante a parada do navio que o levava a Buenos Aires, na Argentina. Mas a breve temporada brasileira foi reservada para o final da sua incursão de um mês e meio pela América do Sul, que incluiu também uma passagem por Montevideo, no Uruguai.

    O objetivo da viagem era divulgar e discutir a recém verificada Teoria da Relatividade com estudiosos sul-americanos, mas também fazer conexões com as comunidades judaicas e alemãs, em meio à escalada de poder do Partido Nazista. Uma evidência disso é que a viagem foi organizada e financiada por organizações judaicas, com o apoio de instituições científicas.

    Einstein passou sete dias no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, e, além de se encontrar com seus compatriotas, visitou instituições como a Fundação Oswaldo Cruz, o Museu Nacional e o Observatório Nacional, e fez duas grandes palestras públicas, uma na Academia Brasileira de Ciências e outra no Clube de Engenharia. A maior contribuição da visita para a ciência brasileira, na opinião do professor do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), Alfredo Tolmasquim, foi o incentivo para as chamadas “ciências puras”, que ainda engatinhavam no país.

    Rio de Janeiro (RJ), 30/04/2025 – Exemplar da revista Annalen der Physik assinado por Albert Einstein que encontra-se sob a guarda da Biblioteca de Manguinhos, na Fiocruz, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

    Exemplar da revista Annalen der Physik assinado por Albert Einstein que encontra-se sob a guarda da Biblioteca de Manguinhos, na Fiocruz, no Rio de Janeiro.Tomaz Silva/Agência Brasil

    “O Brasil teve uma influência positivista muito grande no Século 19, e essa corrente defendia que o importante é utilizar a ciência para a melhoria da sociedade, e não fazer pesquisas que eles consideravam como um proselitismo inútil. Então, o início do Século 20 é o período em que justamente começa a vir o movimento que eles chamavam de “ciência pura”, que eram as pesquisas em ciência básica. Pra gente ter uma ideia, nessa época, a única universidade que a gente tinha era uma junção das escolas de engenharia, medicina e direito”, explica o professor do Mast.

    “A gente não pode dizer que uma visita de uma semana do Einstein foi capaz de mudar a realidade brasileira. Não foi. Já era algo que estava acontecendo, mas ele contribuiu para esse debate”, complementa Tolmasquim que, em 2011, lançou a obra Einstein: o viajante da relatividade na América do Sul, com a tradução dos diários escritos por Einstein durante a viagem, e a contextualização sobre o cenário científico do Brasil na época.

    Rio de Janeiro (RJ), 30/04/2025 – O pesquisador Alfredo Tiomno Tolmasquim, no Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), em São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

    O pesquisador Alfredo Tiomno Tolmasquim, no Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) Tomaz Silva/Agência Brasil

    Essa “lacuna” de pesquisadores avançados nas ciências básicas teve um resultado curioso: Einstein acabou mais interessado por assuntos alheios à física, como peças de história natural exibidas no Museu Nacional, e o trabalho do psiquiatra Juliano Moreira, que revolucionou o atendimento aos “alienados mentais” e combateu ferozmente a tese de que a mestiçagem poderia resultar em desequilíbrio mental, e outras teorias racistas. À convite de Moreira, Einstein visitou o então manicômio que o médico dirigia e conheceu as oficinas terapêuticas que ele implementou.

    O ilustre visitante também se entusiasmou com as iniciativas para popularizar a ciência no país, como a criação da Rádio Sociedade, em 1922, atual Rádio MEC, e chegou a fazer um discurso, transmitido ao vivo, em que disse que sua visita à emissora o levou “a admirar novamente os esplêndidos resultados conquistados pela ciência aliada à tecnologia, resultando na transmissão dos melhores frutos da civilização para aqueles que vivem em isolamento.”

    Dívida com o Brasil

    A viagem também serviu para que Einstein conhecesse pessoas essenciais para a sua trajetória. “Ele se tornou mundialmente famoso a partir de 1919, quando houve a comprovação de um aspecto da Teoria da Relatividade, que é o desvio da luz. A prova foi obtida aqui no Brasil, durante um eclipse observado em Sobral, no Ceará”, conta Tolmasquim.

    No dia 9 de maio, em visita ao Observatório Nacional, ele conheceu o diretor da instituição Henrique Morize, que liderou a expedição a Sobral seis anos antes, e também os astrônomos envolvidos com o trabalho e, diante deles, reconheceu:

    “O problema que a minha mente imaginou foi resolvido aqui no céu do Brasil”, disse Albert Einstein.

    O atual diretor do Observatório, Jailson Alcaniz, explica que, em 1912, o diretor do Observatório de Córdoba, Charles Perrine, já havia tentado testar a teoria da relatividade durante um outro eclipse, observado a partir de Minas Gerais. Mas uma chuva forte no dia impediu os experimentos. Então, ele contatou Morize, e os dois juntos passaram a organizar a expedição a Sobral, que ofereceria condições perfeitas, no próximo eclipse previsto para sete anos depois, em 1919.

    “Esse experimento em Sobral é muito importante para a história da física, da astronomia, porque foi a primeira evidência observacional de que a relatividade geral é a teoria correta da gravidade. E mais do que isso, ela mostrou que a teoria de Newton, que perdurava há séculos, era um caso particular da relatividade geral. Então, ele estabeleceu uma nova teoria que, até hoje, está na vida da gente. O GPS, por exemplo, toda vez que a gente utiliza, ele só indica o endereço certo, porque ele tem correções relativistas”, explica Jailson Alcaniz.

    O Museu de Astronomia inaugura a exposição Eclipse, que marca a comemoração do centenário da comprovação da teoria da relatividade geral de Albert Einstein, em São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro.

    O Museu de Astronomia fez exposição para comemorar o centenário da comprovação da teoria da relatividade geral de Albert Einstein em 2019 Foto de Arquivo/Tomaz Silva/Agência Brasil

    Mas a expedição não foi composta apenas por pesquisadores argentinos e brasileiros: outras duas delegações se juntaram, uma americana e uma inglesa, e cada uma delas aproveitaria o eclipse para obter dados distintos. Coube à inglesa verificar se a Teoria da Relatividade se aplicava à observação feita, o que acabou eclipsando a participação dos americanos.

    “O Perrine e o Morize foram fundamentais para essa expedição acontecer, tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista logístico. No artigo publicado pelos pesquisadores ingleses, eles fazem um agradecimento especial, mas tanto o Morize como o Perrine mereciam muito mais do que um agradecimento especial. Sem eles, esse experimento não teria saído em 1919”, defende o diretor do Observatório Nacional brasileiro.

    Jailson acredita que este é mais um exemplo de como a ciência eurocêntrica desmerece os feitos conquistados por pesquisadores de outras origens. Ele conta que até mesmo a contribuição inequívoca do céu brasileiro foi apagada em alguns escritos “A Inglaterra também enviou uma expedição para a Ilha de Príncipe, na África, e quem foi pra lá foi o Arthur Eddington, que era uma pessoa muito importante na época. Mas os dados colhidos lá não foram tão bons porque choveu. Mas, por muitos anos, até muito recentemente, algumas pessoas falavam que a Teoria da Relatividade tinha sido comprovada em Ilha de Príncipe, só porque era o Eddington que estava lá”.

    Eurocentrismo e racismo

    Apesar de reconhecer e agradecer os pesquisadores brasileiros pessoalmente, os relatos íntimos de Einstein revelam que ele também tinham uma visão eurocêntrica sobre o Brasil, e em diversas passagens demonstra pouco apreço pelos interlocutores e chega a “culpar” o clima tropical pelos costumes que considerava inferiores: “Esses camaradas são palestrantes excepcionais. Quando elogiam alguém, eles elogiam — a eloquência. Acredito que tal tolice e irrelevância tenham relação com o clima. Mas as pessoas não pensam assim.”

    Em uma das passagens mais controversas do diário, Einstein diz: “Aqui sou uma espécie de elefante branco para eles, e eles são macacos para mim”, mas Tolmasquim e outros autores que também traduziram o diário ressalvam que o termo “macacos”, no original alemão à época, trazia mais uma conotação de “tolice” do que o significado expressamente racista do seu uso atual.

    Em diversos momentos, Einstein se mostrou entusiasmado pela miscigenação brasileira. Escreveu, por exemplo: “A miscelânea de povos nas ruas é deliciosa: Portugueses, índios, negros e tudo no meio, de modo vegetal e instintivo, dominado pelo calor.” Por outro lado, usou o termo “índios” inúmeras vezes como símbolo de selvageria e inferioridade.

    Juliano Moreira

    Juliano Moreira foi um dos brasileiros que impressionou Einstein – Domínio público/ Acervo Arquivo Nacional

    Além disso, Einstein ficou tão impressionado com o trabalho do general Cândido Rondon, que chegou a escrever uma carta durante a viagem de retorno para recomendá-lo ao Prêmio Nobel da Paz. “Sua obra consiste na incorporação das tribos indígenas à humanidade civilizada sem o uso de armas ou qualquer tipo de coerção”, descreveu.

    Tolmasquin considera que a ideia de superioridade europeia é evidente, mas faz um aparte: “Ele estava muito cansado, porque já estava há mais de um mês viajando, e sentiu que não tinha interlocutores, porque tinham algumas pessoas que estavam estudando essa física mais recente no Brasil, mas não que estavam desenvolvendo pesquisa. Então ele sentiu que a viagem foi um pouco uma perda de tempo. Ele ficava muito incomodado também com esse costume brasileiro dos grandes discursos elogiosos. Era uma coisa enfadonha para ele”.

    A última frase que escreveu, antes de embarcar de volta para Europa no dia 12 de maio, não poderia ser mais clara:  “Longos discursos com muito entusiasmo e excessiva adulação, mas sinceros. Graças a Deus acabou. Finalmente livre, mas mais morto que vivo”.

    Programação

    A efeméride dos 100 anos da viagem de Einsten ao Brasil está sendo lembrada por algumas instituições. O Observatório Nacional faz evento na próxima sexta-feira (09), com diversas mesas de discussão em sua sede no Rio de Janeiro, a partir das 8h50. Ao longo da próxima semana, as visitas ao Museu da Vida, da Fiocruz, também terão esse enfoque e passarão pela Biblioteca de Obras Raras da instituição, onde está guardado o livro assinado por Einstein, durante sua visita.

    Rio de Janeiro (RJ), 30/04/2025 – Fachada do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), em São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

    Fachada do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), em São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro. Tomaz Silva/Agência Brasil
  • 3ª Mostra Municipal de Foguetes será no dia 7 de maio

    3ª Mostra Municipal de Foguetes será no dia 7 de maio

    No dia 7 de maio de 2025, o Estádio Municipal Passo das Emas será palco da tão aguardada 3ª Mostra Municipal de Foguetes de Lucas do Rio Verde. Uma explosão de criatividade, ciência e diversão. Após um empolgante processo iniciado nas salas de aula, os alunos estão prontos para lançar seus foguetes artesanais em uma competição cheia de emoção e aprendizado.

    Serão apresentados os mais diversos modelos, construídos com criatividade, trabalho em equipe e muita dedicação.

    Ao todo, 14 escolas participam da mostra, sendo 12 da rede municipal e duas da rede particular. Mais de 2.100 estudantes, divididos em mais de 700 equipes, com o apoio de mais de 100  professores, se uniram na construção de foguetes e bases de lançamento dentro das próprias escolas.

    O objetivo da iniciativa é tornar o aprendizado mais divertido e colaborativo, aproximando alunos, professores, coordenadores, pais e a comunidade em geral.

    A entrada é gratuita.

  • Projeto leva inovação e conhecimento a regiões isoladas de Mato Grosso

    Projeto leva inovação e conhecimento a regiões isoladas de Mato Grosso

    Em Mato Grosso –  O projeto Ribeirinho Cidadão, que começou nesta segunda-feira (7) e segue até 16 de abril, recebe pela terceira vez a participação do Circuito Itinerante MT Ciências, que agora conta com o Furgão da Ciência — uma unidade móvel compacta e equipada com kits didáticos, experimentos interativos e óculos de realidade virtual. A ação visa tornar o conhecimento científico mais acessível a populações de difícil alcance no estado.

    A iniciativa percorre os municípios de Porto Esperidião, Jauru, Reserva do Cabaçal e Salto do Céu, oferecendo oficinas práticas nas áreas de ciência, tecnologia e inovação. A proposta é despertar o interesse pelo conhecimento e promover inclusão científica, especialmente em regiões com pouco acesso à educação formal.

    Coordenado por instituições estaduais e federais, o Ribeirinho Cidadão oferece serviços básicos como justiça, saúde, cidadania e cultura. Em 2024, já foram realizados mais de 35 mil atendimentos.

  • Nova espécie de fungo causador da Paracoccidioidomicose é descoberta em Cuiabá

    Nova espécie de fungo causador da Paracoccidioidomicose é descoberta em Cuiabá

    Pesquisadores do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM-UFMT), em Cuiabá, identificaram uma nova espécie de fungo denominada Paracoccidioides lutzii, responsável por causar a Paracoccidioidomicose (PCM), uma infecção fúngica que afeta principalmente trabalhadores rurais, garimpeiros e pessoas com contato frequente com o solo.

    De acordo com os especialistas, o fungo se aloja no solo e pode ser inalado quando a terra é remexida, atingindo os pulmões e causando danos crônicos. A doença pode resultar em sequelas pulmonares graves, como fibrose pulmonar, além de provocar manifestações clínicas como úlceras na mucosa oral e nasal, inchaço dos gânglios cervicais, lesões na pele, em ossos e problemas oculares.

    Os estudos indicam que os homens são mais afetados pela PCM, em uma proporção de 14 para 1 em relação às mulheres. Segundo os pesquisadores, o hormônio estrogênico exerce um efeito protetor, reduzindo a incidência da doença entre mulheres antes da puberdade e após a menopausa.

    A coordenadora da pesquisa, doutora Rosane Hahn, destaca que a Paracoccidioidomicose não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento adequado. Os casos diagnosticados recebem acompanhamento no HUJM.

    Para aprimorar o diagnóstico da doença, o Ministério da Saúde está financiando um projeto que busca desenvolver um antígeno, permitindo sua utilização em laboratórios de análises clínicas nos estados brasileiros (LACENs).

    A pesquisadora também lidera um projeto em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), que visa coletar amostras de sangue de agricultores familiares para a realização de sorologia, contribuindo para estudos epidemiológicos da doença.

  • Por que as baleias encalham e o que isso realmente significa? Mistério no mar

    Por que as baleias encalham e o que isso realmente significa? Mistério no mar

    Recentemente, um vídeo viral mostrando um grupo de baleias encalhadas gerou grande repercussão entre os internautas. Entre teorias e questionamentos, muitos se perguntaram: será que esses gigantes dos oceanos encalham propositalmente?

    Algumas pessoas até cogitaram se isso seria uma forma de “suicídio animal”, mas a ciência tem outra explicação para esse fenômeno. O biólogo Henrique Abrahão esclarece esse comportamento intrigante e revela as verdadeiras razões por trás desses eventos, que ocorrem no Mundo Animal.

    Baleias encalham de propósito? a ciência explica esse fenômeno misterioso

    Por que as baleias encalham?

    As baleias são criaturas altamente sociais e inteligentes, mas isso não as torna imunes a desafios da natureza. O encalhe desses mamíferos pode ocorrer por diversos fatores, incluindo desorientação, doenças, perseguição por predadores e até mesmo mudanças climáticas que afetam suas rotas migratórias.

    Algumas espécies, como as baleias-piloto, têm forte senso de grupo e podem seguir uma líder doente ou desorientada até águas rasas, resultando em encalhes coletivos.

    Além disso, interferências humanas, como sonares militares e poluição sonora nos oceanos, também podem desorientá-las, prejudicando sua comunicação e senso de direção.

    Assim, o fenômeno do encalhe está mais relacionado a desafios ambientais e biológicos do que a uma decisão consciente dos animais.

    Saiba mais sobre o comportamento das baleias 

    Baleias são conhecidas por sua incrível inteligência e vida social complexa. Elas se comunicam por meio de vocalizações elaboradas, navegam vastas distâncias usando o campo magnético da Terra e demonstram comportamentos de cooperação e empatia dentro de seus grupos.

    Algumas espécies, como as jubartes, realizam saltos acrobáticos, enquanto outras, como as orcas, caçam em estratégias coordenadas.

    Segundo a bióloga, a baleia-franca tem uma característica exclusiva da espécie que é a existência de um conjunto de calosidades no alto da cabeça, que servem para o reconhecimento individual, ao contrário das baleias jubarte, que têm na cauda um padrão de cor branco e preto
    Baleia Franca_comparacao Brasil e Georgia do Sul” é sobre a baleia-franca identificada no Brasil foi avistada na área de alimentação próximo à Antártica. Foto: © Divulgação da Petrobras

    No entanto, quando uma baleia encalha, seu próprio peso, sem o suporte da água, pode causar sérios danos aos órgãos internos, tornando o resgate um desafio.

    Felizmente, equipes especializadas ao redor do mundo se dedicam a monitorar e tentar devolver esses gigantes ao oceano sempre que possível.

    O encalhe de baleias continua sendo um fenômeno que intriga a ciência, mas uma coisa é certa: esses majestosos mamíferos marinhos não param de nos surpreender com seu comportamento e inteligência.

  • Cobra cascavel; guardiã da natureza e doadora de veneno poderoso

    Cobra cascavel; guardiã da natureza e doadora de veneno poderoso

    Um vídeo que circula nas redes sociais tem deixado internautas boquiabertos ao mostrar uma cascavel de tamanho impressionante deslizando livremente em meio à vegetação.

    Com seu guizo característico vibrando incessantemente, a serpente reafirma sua presença e seu papel essencial no ecossistema.

    O poder da cascavel; a importância da serpente mais famosa da américa

    Cascavel; predadora implacável e aliada do meio ambiente

    Apesar da fama de perigosa, a cascavel (gênero Crotalus) é uma peça-chave no equilíbrio ambiental. Como predadora natural, ela ajuda a controlar populações de roedores, evitando infestações e contribuindo para a manutenção da cadeia alimentar.

    Sem as serpentes, o crescimento desenfreado de certos animais poderia gerar desequilíbrios, afetando plantações e até a transmissão de doenças.

    Além disso, a cascavel também serve de alimento para predadores como gaviões, corujas e mamíferos carnívoros, sendo uma peça fundamental na teia da vida. Seu guizo, formado por anéis de queratina que se chocam entre si, não é apenas um alerta para predadores e humanos desavisados, mas também um mecanismo de defesa eficiente.

    Cobra-cascavel - Fotos do Canva
    As surpresas da vida: sorte ou providência divina? – Fotos do Canva

    O poder da peçonha da cascavel

    A peçonha da cascavel é um verdadeiro arsenal biológico. Seu veneno contém toxinas neurotóxicas e hemotóxicas que paralisam a presa e iniciam o processo de digestão antes mesmo da alimentação.

    Essa substância tem despertado grande interesse científico, sendo estudada para o desenvolvimento de medicamentos que ajudam no tratamento de doenças como hipertensão e distúrbios neurológicos.

    Duelo épico no sertão: cascavel versos muçurama – quem leva a melhor?

    Embora seja uma serpente peçonhenta, a cascavel não ataca sem motivo. Seu comportamento defensivo inclui o famoso chocalho, um aviso sonoro que dá ao invasor a chance de recuar. O respeito ao espaço desses animais é essencial para a convivência harmoniosa entre humanos e a vida selvagem.

    Portanto, ao invés de temê-la cegamente, é importante reconhecer sua relevância na natureza e respeitar seu habitat. A cascavel pode ser assustadora para muitos, mas sem ela, os ecossistemas perderiam um de seus mais eficientes reguladores naturais.

  • Por que o ano dura 365 dias? Entenda a Ciência por Trás do Calendário

    Por que o ano dura 365 dias? Entenda a Ciência por Trás do Calendário

    O ano de 2025 começou à meia-noite de 1º de janeiro, mas você já se perguntou o que determina a duração de um ano? A resposta está no calendário gregoriano, sistema utilizado mundialmente desde 1582. Este calendário é classificado como solar, pois é baseado no movimento da Terra ao redor do Sol, e sua duração exata é de 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos.

    O calendário surgiu da necessidade humana de organizar atividades diárias e contabilizar períodos longos de tempo, como séculos e milênios. Mas como ele foi criado? E por que o ano tem essa duração específica? Vamos explorar a evolução dos calendários e entender as variações naturais do planeta que influenciam esse sistema.

    A Definição do Tempo: Luz Natural e Noite

    A astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional, explica que o conceito de tempo vai além de apenas contar as horas. “Quando se pensa em tempo, temos que considerar o ciclo do dia e da noite, e como o sol se comporta dependendo da estação do ano. Nos climas mais frios, como no inverno, o sol nasce mais tarde e se põe mais cedo, enquanto no verão o sol aparece mais cedo e se põe mais tarde.” A distância do equador influencia diretamente essa variação, e nas regiões polares, o fenômeno pode ser ainda mais extremo.

    Do Calendário Juliano ao Calendário Gregoriano

    Antes do calendário gregoriano, o mundo utilizava o calendário juliano, introduzido por Júlio César em 45 a.C. Esse sistema, embora com anos bissextos a cada quatro anos, apresentava uma falha. Ele não corrigia totalmente a defasagem das datas em relação às estações do ano. Em 1582, Pope Gregory XIII fez a reforma que originou o calendário atual. A principal mudança foi a introdução de uma nova regra para os anos bissextos: os séculos inteiros seriam bissextos somente se fossem divisíveis por 400. Isso explica por que o ano 2000 foi bissexto, mas 1900 e 2100 não serão.

    Calendário Lunar: A Influência da Lua

    Alguns calendários são baseados no movimento da Lua ao redor da Terra, conhecidos como calendários lunares. No calendário lunar, os meses são definidos pelas fases da Lua, com cada ciclo lunar durando em média 29,53 dias. Por essa razão, ajustes são feitos para garantir que os meses tenham um número inteiro de dias. O ano lunar pode ter 12 ou 13 meses, dependendo da cultura.

    Diversidade de Calendários no Mundo

    Embora o calendário gregoriano seja o mais amplamente utilizado, outros calendários ainda são comuns em várias partes do mundo. Entre eles estão o calendário judaico, islâmico, indiano, chinês e até o juliano, ainda adotado por algumas igrejas ortodoxas.

    Como explica Josina Nascimento, “esses calendários são baseados em diferentes ciclos astronômicos. O islâmico é lunar, o juliano é solar e o judaico, o chinês e o indiano são lunissolares, utilizando tanto a Lua quanto o Sol para determinar suas datas.” Além disso, esses calendários têm inícios e contagens de anos distintas, adaptando-se às culturas e tradições de cada povo.

    O Fascínio dos Calendários

    A criação e adaptação dos calendários ao longo dos séculos são um exemplo fascinante de como a humanidade tenta compreender e organizar o tempo, de acordo com os ciclos naturais da Terra e do universo. Cada sistema de calendário tem seu papel e importância, refletindo a diversidade cultural e os conhecimentos astronômicos adquiridos ao longo da história.

    Se você tem interesse por essa história, continue explorando mais sobre a evolução dos calendários e como eles afetam nosso cotidiano e a forma como vivemos.

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  • Sonda da NASA realiza voo recorde e estudo inédito sobre o Sol

    Sonda da NASA realiza voo recorde e estudo inédito sobre o Sol

    A sonda Parker Solar Probe, da NASA, alcançou uma marca histórica ao sobrevoar o Sol a uma distância de apenas 6,1 milhões de quilômetros, o mais próximo já registrado. Segundo a NASA, após a aproximação recorde, a sonda enviou um sinal confirmando que está em condições normais e funcionando conforme planejado.

    Durante essa fase crítica, a sonda operou de forma autônoma, pois estava fora do alcance de comunicação com o centro de controle na Terra.

    Missão Parker Solar: Revelando os Segredos do Sol

    Lançada em 12 de agosto de 2018, a missão Parker Solar tem como principal objetivo estudar tempestades solares e coletar dados sobre as emissões de plasma coronal. Esses dados são cruciais para melhorar a previsão de tempestades solares, fenômenos que podem impactar redes elétricas e sistemas de comunicação na Terra.

    Descobertas Astronômicas: Impacto em Grande Escala

    Além do marco da Parker Solar, astrônomos britânicos anunciaram a detecção de uma das ondas de choque mais intensas já observadas no universo. Essa onda foi gerada pela colisão de uma galáxia, conhecida como NGC 7318b, com outras quatro no agrupamento chamado Quinteto de Stephan, localizado a 290 milhões de anos-luz da Terra.

    O choque, resultante de uma velocidade de 3,2 milhões de quilômetros por hora, criou uma frente de impacto comparável ao estrondo de um jato supersônico. Este evento cósmico destaca a escala colossal das interações galácticas e reforça a importância de estudos espaciais para compreender o universo.

    Relacionamos: Elon Musk prevê que a Terra será inabitável em 500 milhões de anos e destaca Marte como alternativa

  • Mais da metade dos estudantes não tem noções básicas de matemática

    Mais da metade dos estudantes não tem noções básicas de matemática

    Mais da metade dos estudantes brasileiros do ensino fundamental não domina conhecimentos básicos de matemática. De acordo com os resultados do Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Timss), divulgado nesta quarta-feira (4), esses estudantes estão abaixo do nível considerado baixo. Em ciências, mais de um a cada três estudantes não obtiveram pontuação suficiente para chegar ao nível mais baixo de proficiência. Na outra ponta, apenas 1% dos estudantes alcançaram o nível máximo de conhecimento nessas áreas.

    Isso significa, por exemplo, que a maior parte dos estudantes do Brasil do 4º ano do ensino fundamental não foi capaz de resolver questões de soma de números em matemática ou mesmo, em ciências, identificar que plantas precisam de luz para sobreviver.

    Esta é a primeira vez que o Brasil participa do estudo. O país aderiu ao Timss em 2022, e a primeira aplicação foi realizada em agosto e setembro de 2023. Participaram ao todo 72 países.

    O estudo avalia o desempenho de estudantes em ciências e matemática no 4º e no 8º ano do ensino fundamental e é aplicado mundialmente a cada quatro anos. Os dados permitem comparações entre países e ao longo do tempo. As provas são eletrônicas, e os participantes do 4º ano tiveram duas sessões de 36 minutos para resolver as questões, e os do 8º ano, duas sessões de 45 minutos.

    Pontuações

    As pontuações são divididas em quatro níveis: baixo (a partir de 400 pontos), intermediário (475), alto (550) e avançado (625). No 4º ano, o Brasil obteve uma média de 400 pontos em matemática e 425 pontos em ciências. A média internacional foi, respetivamente, 503 e 494 pontos.

    Já no 8º ano, o Brasil obteve 378 em matemática e 420 pontos em ciências. A média internacional foi 478 pontos em ambas as avaliações.

    Brasília (DF), 04/12/2024 - Mais da metade dos estudantes não tem conhecimentos básicos de matemática. Foto: INEP/Divulgação
    Questão aplicada a alunos no Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências – Inep/Divulgação

    As pontuações colocam o Brasil no nível baixo ou mesmo abaixo do baixo. Para se ter ideia, no 4º ano, pelos critérios do exame, os alunos demonstram, por exemplo, uma compreensão básica de matemática. Conseguem adicionar e subtrair números inteiros com até três dígitos, multiplicar e dividir números inteiros de um dígito e resolver problemas com palavras simples.

    Em ciências, no mesmo nível, os estudantes mostram, por exemplo, ter conhecimento sobre alguns fatos científicos. Eles demonstram um conhecimento básico sobre plantas, animais e o meio ambiente. Mostram ainda algum conhecimento sobre as caraterísticas da Terra, suas mudanças ao longo do tempo e seu clima.

    Abaixo do baixo

    No Brasil, grande parte dos alunos não chegou sequer ao nível baixo. Os resultados mostram que 51% dos estudantes brasileiros ficaram abaixo do nível baixo em matemática no 4º ano. No 8º ano, essa porcentagem é ainda maior, 62% abaixo do baixo em matemática. Na média internacional, 9% dos estudantes ficaram nesse nível no 4º ano e 19% no 8º ano.

    Em ciências, 39% dos estudantes brasileiros não alcançaram o nível baixo no 4º ano e 42% ficaram abaixo do baixo no 8º ano. Na média internacional, essa porcentagem foi de 10% no 4º ano e 20%, no 8º.

    Na outra ponta, tanto em matemática quanto em ciências e tanto no 4º quanto no 8º ano, apenas 1% dos estudantes brasileiros atingiram o nível máximo de proficiência.

    Brasília (DF), 04/12/2024 - Mais da metade dos estudantes não tem conhecimentos básicos de matemática. Foto: INEP/Divulgação
    Questão aplicada a alunos no Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências – Inep/Divulgação

    Comparações

    Em relação aos demais países participantes, o Brasil ficou mais próximo à base dos rankings. Entre os estudantes do 4º ano, com 58 países participantes, o Brasil ficou em 51º em ciências e em 55º em matemática. No 8º ano, com 42 países participantes, o Brasil ficou em 33º em ciências e em 41º em matemática.

    O país ficou atrás de países como o Chile, Espanha, Portugal, Canadá, Coreia e Finlândia. Ficou à frente do Marrocos, em todos os rankings.

    O Timss é organizado pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional (IEA) e avalia o desempenho de estudantes em ciências e matemática no 4º e no 8º ano desde 1995.

    No Brasil participaram 44.900 mil estudantes, sendo 22.130 matriculados no 4º do ensino fundamental de 796 escolas públicas e privadas e 22.770 do 8º ano de 849 instituições de ensino. Responderam também aos questionários 904 professores de matemática e 916 de ciências.