Tag: China

  • Presidentes do Brasil e da China assinam 37 acordos bilaterais

    Presidentes do Brasil e da China assinam 37 acordos bilaterais

    Em meio à visita de Estado do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil, nesta quarta-feira (20), os governos dos dois países assinaram 37 novos acordos bilaterais. O líder chinês foi recebido com honras militares pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja da Silva, no Palácio da Alvorada, residência oficial. Eles se reuniram a portas fechadas com a participação de diversos ministros de cada lado.

    Ao final da reunião, ambos deram declaração à imprensa, sem espaço para perguntas, e seguiram para um almoço no local. Segundo a Presidência da República, os atos assinados abrangem as áreas de agricultura, comércio, investimentos, infraestrutura, indústria, energia, mineração, finanças, ciência e tecnologia, comunicações, desenvolvimentos sustentável, turismo, esportes, saúde, educação e cultura.

    “Apesar de distantes na geografia, há meio século China e Brasil cultivam uma amizade estratégica, baseada em interesses compartilhados e visões de mundo próximas. A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Em 2023, o comércio bilateral atingiu recorde histórico de US$ 157 bilhões. O superávit com a China é responsável por mais da metade do saldo comercial global brasileiro”, destacou Lula em seu discurso na cerimônia de assinatura de acordos.

    20.11.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Cerimônia oficial de chegada do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, por ocasião de sua Visita de Estado ao Brasil, no Palácio do Planalto - DF. Foto: Ricardo Stuckert/PR
    Brasília – Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia oficial de chegada do presidente da China, Xi Jinping, no Palácio da Alvorada – Foto Ricardo Stuckert/PR

    “O país também figura como uma das principais origens de investimentos no Brasil. Empresas chinesas vêm participando de licitações de projetos de infraestrutura e têm sido parceiras em empreendimentos como a construção de usinas hidrelétricas e ferrovias. Isso representa emprego, renda e sustentabilidade para o Brasil. Indústrias brasileiras também estão ampliando sua presença na China, como a WEG, a Suzano e a Randon. Ao mesmo tempo, o agronegócio continua a garantir a segurança alimentar chinesa. O Brasil é, desde 2017, o maior fornecedor de alimentos para a China”, acrescentou o presidente.

    A agenda de Xi Jinping em Brasília ocorre na sequência da participação dele na Cúpula de Líderes do G20, realizada no Rio de Janeiro e que foi encerrada na última terça-feira (19).

    “Vamos aprofundar a cooperação em áreas prioritárias como economia, comércio, finanças, ciência e tecnologia, infraestrutura e proteção ambiental. E reforçar a cooperação em áreas emergentes como transição energética, economia digital, inteligência artificial e mineração verde”, afirmou o presidente chinês, também em declaração à imprensa.

    No fim da tarde, um jantar será servido ao chinês no Palácio Itamaraty, sede da diplomacia brasileira. Xi Jinping deve deixar o Brasil na manhã desta quinta-feira (21). A visita, segundo o governo brasileiro, é uma sequência da visita que Lula fez à China em abril de 2023 e também ocorre em celebração aos 50 anos das relações diplomáticas entre os dois países.

  • Queda nas compras chinesas de soja em outubro reflete menor oferta e tendência de mercado

    Queda nas compras chinesas de soja em outubro reflete menor oferta e tendência de mercado

    Em outubro de 2024, a China reduziu significativamente as importações de soja do Brasil e dos Estados Unidos. Dados mostram que as exportações brasileiras para o gigante asiático somaram 3,52 milhões de toneladas , representando uma queda de 28,14% em relação ao mesmo período de 2023. Essa redução reflete a menor disponibilidade de soja no Brasil , atribuída à quebra de safra nos principais estados produtores.

    Nos EUA, o cenário também foi de retração, com a China adquirindo 2,42 milhões de toneladas , uma queda de 5,37% no comparativo anual.

    Apesar do retorno mensal, o acumulado do ano (janeiro de outubro de 2024) revela uma alta de 3,50% nas compras chinesas de soja brasileira em relação ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, o consumo da oleaginosa norte-americana pela China caiu 10,38% no mesmo intervalo, refletindo mudanças nas dinâmicas de mercado e na competitividade entre os dois países.

    Tendências para 2025

    Para o próximo ano, os analistas esperam que a China amplie suas compras de soja brasileira, caso o governo norte-americano implemente promessas de campanha do ex-presidente Donald Trump, semelhantes às políticas protecionistas adotadas entre 2018 e 2019. Se for aprovada, essa mudança poderá favorecendo ainda mais o Brasil, consolidando sua posição como principal fornecedor de soja para o mercado chinês.

    O cenário reflete não apenas questões de oferta e demanda, mas também as implicações geopolíticas e comerciais que moldam o comércio global de commodities agrícolas.

  • “Mato Grosso realiza trabalho modelo de internacionalização na China”, afirma cônsul-geral adjunto do Itamaraty no país

    “Mato Grosso realiza trabalho modelo de internacionalização na China”, afirma cônsul-geral adjunto do Itamaraty no país

    Mato Grosso faz um trabalho que é um modelo quando se trata de promoção e internacionalização na China. O Estado está há vários anos com consistência expandido a rede de contatos, trazendo missões, e agora, participando da CIEE (China Internacional Import Expo)”, afirmou o cônsul-geral adjunto do Brasil no país e Chefe do Setor de Ciência, Tecnologia e Inovação em sua visita ao estande do Governo de Mato Grosso, no evento, que é realizado em Xangai.

    José Roberto ainda ressaltou a estratégia de exposição dos produtos mato-grossenses no pavilhão e da apresentação da agência de fomento Investe MT. 

    “Esse pavilhão está fantástico com essa amostragem de produtos feita pela equipe do Governo e da agência de investimento que, inclusive, vai chamar atenção por aqui .É um prazer que possamos trabalhar juntos”, contou.

    O Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Desenvolvimento de Mato Grosso (Sedec), promove suas potencialidades na 7ª edição da China International Import Expo (CIIE). Com início no dia 05 de novembro, a participação da comitiva mato-grossense tem sido marcada por estreitamento de laços internacionais.

    Durante a inauguração do estande do Governo, foi assinado um Memorando de Intenção (MOU) com os chineses. Em outra ação,  a empresa chinesa Sinomach, o secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, o presidente da Cooperativa dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Cooprosoja), Fernando Cadore, e o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Beber, assinaram um acordo para operações de máquinas agrícolas da gigante asiática em Mato Grosso.

    Além disso, representantes da associação de empresários de Angola estiveram reunidos com o secretário de Estado, em uma troca de experiências e prospecção de negócios. Ficou acordado que uma comitiva de Mato Grosso deve ir ao país em 2025, bem como, uma comitiva angolana virá ao Estado no mesmo ano.

    “Este é um momento ímpar para Mato Grosso, em que conseguimos mostrar ao mundo o potencial do nosso Estado e estreitar relações com países que têm muito a oferecer para nosso desenvolvimento. O diálogo com representantes da China e de Angola é uma oportunidade única para ampliar nossos horizontes comerciais e atrair novos investimentos que gerarão mais empregos e renda para a população”, disse o secretário César Miranda.

    A participação na CIIE é um reflexo do compromisso do Governo de Mato Grosso em impulsionar a inovação, a ciência e a tecnologia, promovendo um ambiente favorável à criação de novos negócios e à atração de investidores internacionais. A feira vai até o dia 8 de novembro.

  • Imac promove degustação da carne bovina mato-grossense em evento na China

    Imac promove degustação da carne bovina mato-grossense em evento na China

    Representantes do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) participam da 7ª edição da China International Import Expo (CIIE), realizada em Xangai até o dia 10 de novembro. O evento tem relevante destaque no cenário econômico mundial e é uma forma de reafirmar o compromisso dos chineses com a abertura e liberação comercial.

    Além dos representantes do Imac e do governo do estado, também estão neste grupo lideranças do setor produtivo de Mato Grosso. Com um estande montado na CIIE, o objetivo é estabelecer relações comerciais no mercado asiático e investir na abertura de novas parcerias e negócios. Durante a realização da feira, quem visitar o estande de Mato Grosso poderá provar o corte MT Steak, corte bovino que representa a carne mato-grossense e se destaca pela suculência, sabor e maciez.

    “Mais uma vez, a nossa carne é destaque em uma das maiores feiras do mundo. E o mais importante é que o MT Steak é um corte bovino de animais criados em Mato Grosso e que reúne como principais atributos: qualidade, sanidade, sustentabilidade e transparência nos processos. O MT Steak é o corte que representa a cadeia de produção de carne bovina mato-grossense,” destacou o presidente do Imac, Caio Penido.

    Por se tratar de um evento com foco especial em ações produtivas e inovadoras, trazendo ao público produtos de ponta, tecnologias e serviços, o CIIE se conecta perfeitamente com a proposta pretendida pelos representantes mato-grossenses. Mais do que experimentar a carne mato-grossense, os participantes podem ter mais informações sobre o potencial produtivo do estado. No estande de Mato Grosso, além da degustação de carne bovina, são feitas apresentações diárias do programa Invista em Mato Grosso com o tema: “O lugar que preserva e produz mais alimentos do mundo”. Também está previsto o lançamento do catálogo de exportadores.

    O secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso e presidente do Conselho Deliberativo do Imac, César Miranda, que lidera a delegação mato-grossense, destaca que a China tem sido um dos principais parceiros comerciais do Estado. “Temos trabalhado a internacionalização de Mato Grosso na totalidade. A China é um dos nossos principais importadores, temos uma forte relação comercial com este país. Entendemos que as possibilidades são enormes para o Estado e, por isso, participamos mais uma vez da CIIE”, afirmou.

    Carne de Mato Grosso e destaque na China 1 1024x576 1

    CIIE – cada edição da CIIE traz resultados expressivos. Segundo o Ministério do Comércio da China, as seis edições anteriores exibiram mais de 350 mil produtos e geraram US$ 420 bilhões em transações pretendidas. Neste ano de 2024, a CIIE conta com a participação de centenas de empresas, além de líderes setoriais.

  • Delegação da Aprosoja MT conhece infraestrutura do Porto de Rizhao em Missão na China

    Delegação da Aprosoja MT conhece infraestrutura do Porto de Rizhao em Missão na China

    Nos dias 3 e 4 de novembro, a delegação da Aprosoja Mato Grosso, liderada pelo presidente Lucas Costa Beber, esteve na província de Shandong, China, em uma missão estratégica para fortalecer parcerias no setor agrícola. A agenda incluiu reuniões com o Grupo Rainbow, um líder global em proteção de culturas, mas foi a visita técnica ao Porto de Rizhao que se destacou como um ponto crucial da viagem. Assim como uma reunião dos líderes do setor agrícola chinês e o governo de Quingdao.

    Localizado na costa leste da China, o Porto de Rizhao é o maior centro de importação de soja do país. Durante a visita, a delegação pôde explorar a infraestrutura avançada do porto, que inclui um cais especializado, mais de 80 silos e dois armazéns, garantindo o armazenamento seguro e eficiente da soja. A eficiência do porto é evidenciada pelas duas linhas automáticas de carregamento ferroviário, que otimizam a distribuição para atender a demanda das grandes empresas do setor.

    Representantes da Aprosoja MT participaram de reuniões com a Cargill e a Bungue, onde aprenderam sobre a estrutura das fábricas, os prazos de importação e a qualidade da soja que chega à China. “Essa experiência proporcionou um grande aprendizado para a gente entender como o porto opera e sua importância estratégica nas cadeias de suprimento globais”, disse o vice-presidente sul da Aprosoja MT, Fernando Ferri.

    Ainda na segunda-feira (04.11), a delegação teve a oportunidade de discutir com o Governo de Quingdao, na província de Shandong sobre a produção da soja, apresentando os projetos de sustentabilidade da Aprosoja MT e os dados de produção do Brasil. Os representantes do governo presentes ainda falaram sobre a produção do gergelim na China e destacaram futuras parcerias em projetos entre os dois países.

    Outro encontro importante foi com o governo de Rizhao, em que a delegação da entidade deixou um convite para que que os chineses visitem o estado de Mato Grosso. “Esperamos recebê-los em breve para conhecer a produção de soja na nosso estado e estabelecermos cada vez mais a nossas parcerias”, ressaltou Lucas Costa Beber.

    No último domingo (03.11), a delegação também se reuniu com o Grupo Rainbow em Weifang, onde Luke Chang, representante da empresa, ressaltou a presença da marca no Brasil e a meta de se tornar o maior fornecedor no país.

    Com a visita ao Porto de Rizhao, a Aprosoja MT reafirma seu compromisso em fortalecer as relações com a China, explorando oportunidades que beneficiem os produtores brasileiros e solidificando a posição do Brasil como um parceiro estratégico no agronegócio global.

  • Apple perde espaço e Huawei avança a passos largos no mercado chinês

    Apple perde espaço e Huawei avança a passos largos no mercado chinês

    A gigante da tecnologia Apple, apesar do lançamento da aguardada linha iPhone 16, viu suas vendas caírem 0,3% no terceiro trimestre na China, segundo dados da IDC. Essa leve queda, embora possa parecer pequena, representa um revés significativo para a empresa americana, que enfrenta uma concorrência cada vez mais acirrada no maior mercado de smartphones do mundo.

    Com 15,6% de participação, a Apple mantém a segunda posição, mas a Huawei está causando dores em seus calcanhares com 15,3%, em um empate técnico que demonstra a força da recuperação da empresa chinesa após enfrentar sanções dos Estados Unidos. A Huawei, inclusive, registrou um crescimento explosivo de 42% no período, impulsionada pelas linhas Mate 60 e Pura 70.

    Na liderança, a vivo segue firme com 18,6% de participação e um crescimento de 21,5%, demonstrando a força dos smartphones intermediários no mercado chinês. Completam o pódio a Xiaomi, com 14,8% e crescimento de 12,8%, e a Honor, com 14,6% e uma queda de 22,5%.

    A sombra das proibições

    Logo da apple em frente à bandeira da china
    Arte por CenarioMT

    A IDC aponta que a proibição imposta pelo governo chinês ao uso de iPhones por funcionários públicos tem pressionado a Apple a oferecer promoções e incentivos para atrair consumidores. A expectativa é que com a intensificação das promoções e o lançamento do Apple Vision Pro, a demanda pela série iPhone 16 cresça nos próximos meses.

    Mercado aquecido

    Funcionários da Foxconn trabalhando para a Apple
    Imagem ilustrativa

    Apesar da disputa acirrada entre as grandes marcas, o mercado chinês de smartphones como um todo mostrou sinais de recuperação, com um crescimento de 3,2% em relação ao trimestre anterior, atingindo 68,78 milhões de unidades vendidas.

    Huawei será vitoriosa ou apenas uma promessa?

    Iphone no asfalto
    Imagem ilustrativa

    A disputa entre Apple e Huawei promete se intensificar nos próximos meses, com a Apple buscando recuperar o terreno perdido e a Huawei mirando a liderança do mercado. A entrada de novos players e a evolução tecnológica também devem movimentar o setor, oferecendo aos consumidores cada vez mais opções e inovações.

  • Mato Grosso leva força da indústria para a maior feira de importação do mundo

    Mato Grosso leva força da indústria para a maior feira de importação do mundo

    Uma delegação formada por empresários e representantes da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) embarca para a China com o objetivo de fortalecer as relações comerciais e buscar novas oportunidades de negócios.

    O grupo participará da primeira fase da Canton Fair, a maior feira de importação do mundo, que acontecerá entre os dias 15 e 19 de outubro.

    Com foco em setores estratégicos como automação industrial, máquinas, peças mecânicas, veículos e construção civil, a comitiva mato-grossense espera encontrar soluções inovadoras e estabelecer parcerias com fornecedores chineses. A China, conhecida como a “fábrica do mundo”, é um importante parceiro comercial de Mato Grosso, fornecendo insumos essenciais para diversos setores da economia local.

    Números de Mato Grosso que impressionam

    A importância da relação comercial entre Mato Grosso e a China fica evidente nos dados: cerca de 20% das importações das indústrias mato-grossenses têm origem chinesa, totalizando US$ 291,6 milhões e 700 mil toneladas em 2023. Por outro lado, as exportações de Mato Grosso para a China também são significativas, alcançando US$ 7,9 bilhões e consolidando o estado como o terceiro maior fornecedor brasileiro para o mercado chinês.

  • Especialistas debatem efeitos de Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e China

    Especialistas debatem efeitos de Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e China

    Especialistas debateram, nesta quarta (11), os impactos de um possível Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e a China e as oportunidades de investimentos para o agro brasileiro e outros setores da economia com a negociação.

    Os temas foram destaque do evento “Reflexões sobre um eventual Acordo de Livre Comércio Mercosul-China”, realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.

    Na oportunidade, foi apresentado o estudo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), patrocinado pela CNA, que traz uma análise sobre investimentos, cadeia de valor e competitividade dos dois mercados sob a perspectiva dos efeitos de uma potencial negociação comercial. Clique aqui para acessar o estudo.

    A diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori, conduziu a moderação do painel em que o documento foi divulgado e ressaltou que a iniciativa foi importante para trazer pragmatismo e reflexão técnica.

    “Esse possível acordo é um tema sensível para o nosso país e precisamos entender como a China, que é o nosso principal parceiro, tem se portado diante do mundo e dentro de outras negociações”, disse.

    O economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Renato Baumann, afirmou que o ponto de partida para o estudo foi o reconhecimento de uma situação que o Mercosul vivencia hoje no cenário internacional, que é a não participação de grandes acordos que envolvem importantes mercados e produtos contemplados, destacando a estratégia de outros mercados no engajamento em tratados comerciais.

    “O problema é que se essas grandes iniciativas forem bem-sucedidas, podem afetar negativamente o dinamismo das exportações brasileiras e do Mercosul de um modo geral. Então cabe ao bloco pensar em uma estratégia de participação mais intensa no cenário internacional e um candidato natural é a China, que tem um peso importante na provisão de recursos para investimentos e empréstimos”.

    Para Renato, se houver uma movimentação para o estabelecimento de um mandato negociador, é necessário entender os possíveis impactos para os setores da economia brasileira. “Existe um grande interesse por parte do agro e nem precisaria fazer um estudo para chegar a essa conclusão, mas há uma resistência de outros setores. Temos que pensar em uma estratégia negociadora que possa minimizar eventuais impactos negativos”.

    O também economista do Ipea, Fernando Ribeiro, apresentou os principais pontos do estudo e destacou que o objetivo foi identificar quais os ganhos ou perdas que poderia trazer para os países, seja em termos das principais variáveis macroeconômicas, seja sobre os níveis de produção, emprego, exportações e importações setoriais.

    “Fizemos uma simulação considerando o horizonte de dez anos para desgravação do acordo e três tipos de choques: tarifas de importação (redução a zero ao longo de dez anos); barreiras não-tarifárias técnicas (redução diferenciada para cada setor) e barreiras não-tarifárias não técnicas (redução de 90% do equivalente ad valorem , feita de maneira gradual e uniforme ao longo de 10 anos)”.

    O especialista concluiu que o acordo traria ganhos ao PIB, investimento, bem-estar e em outras variáveis macroeconômicas; perdas de produção e emprego em alguns setores da indústria de transformação, especialmente em setores intensivos em trabalho, em escala e em tecnologia e que o agro seria o grande ganhador da possível negociação.

    Durante o evento, foi discutido o comércio e os investimentos nas relações sino-brasileiras no contexto de um acordo. O painel contou com a moderação da diretora executiva do CEBC, Cláudia Trevisan, que mencionou a importância do ganho de competitividade para o Brasil com um Acordo de Livre Comércio entre Mercosul-China, diante do acesso a bens de capitais e insumos mais baratos.

    Em sua fala, o coordenador da Divisão de Acesso a Mercados da ApexBrasil, Gustavo Ribeiro, informou que a agência não formula políticas públicas, mas subsidia o governo com informações de oportunidades e executa ações de promoção comercial quando uma negociação é concluída. “Acordos ampliam a capacidade exportadora brasileira e tem tudo a ver com a atuação da Apex”.

    Para Gustavo, o Brasil já segue padrões e normas exigidos no comércio internacional, mas precisa cada vez mais trabalhar outros elementos relativos a convergências regulatórias, mecanismos de diálogo em temas sanitários que facilitem o acesso a novos mercados. “Para avançar um acordo entre Mercosul-China é importante entender a complexidade da relação sino-brasileira e os riscos e oportunidades”.

    Em seguida, o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, André Dobashi, disse que quando se fala em comércio, é importante entender que o papel do produtor rural vai além da produção de alimentos, incorporando responsabilidade pela segurança alimentar, entendendo os padrões sustentáveis e ressaltando, sobretudo, as oportunidades com relação à matriz energética brasileira.

    De acordo com André, “é importante entender como a produção de combustíveis limpos, como o etanol, podem auxiliar o mercado chinês a superar seus desafios rumo à transição energética”.

    Por fim, o professor de Economia da Universidade de Brasília, Jorge Arbache, frisou que investimentos garantem maior projeção internacional do que a exportação, do ponto de vista econômico. “O Brasil precisa de investimento que venha acompanhado de tecnologia, boa governança e que leve o país a integrar a economia global com um padrão mais sofisticado”.

    Segundo Jorge Arbache, a China tem capacidade de financiamento externo que pode ser útil para o Brasil, principalmente nas áreas de infraestrutura, telecomunicação, energia e economia digital. “O país asiático precisa de um aliado como o Brasil para vencer diversas barreiras, então temos que explorar esses espaços que estão disponíveis e elaborar uma agenda de interesse comum”, disse.

  • Presidente do Sistema Fiemt recebe Embaixador da Bélgica e delegação da China para ampliar acordos comerciais e parcerias

    Presidente do Sistema Fiemt recebe Embaixador da Bélgica e delegação da China para ampliar acordos comerciais e parcerias

    O presidente do Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso (Sistema Fiemt), Silvio Rangel, recebeu nessa quinta-feira (05.09) o embaixador da Bélgica no Brasil, Peter Claes, em uma visita para estabelecer acordos comerciais e formar parcerias de olho no crescimento da indústria mato-grossense e belga. Participou também da reunião o primeiro-secretário da Embaixada belga, Geert Van Dessel.

    O presidente do Sistema Fiemt destacou a economia de Mato Grosso, que vive um momento de verticalização e pleno crescimento e a necessidade de agregar valor à produção estadual. “Estamos à disposição da Bélgica para ser um ponto focal nas futuras relações empresariais. Também coloco o Observatório da Indústria para ajudar no que for preciso na atração de investimentos e parcerias”, pontuou.

    O Embaixador convidou o Sistema Fiemt para participar de uma Missão Empresarial Belga que será realizada no final de novembro em São Paulo e Rio de Janeiro. Na ocasião, uma delegação belga formada por empresários e representantes do Governo da Bélgica virão ao Brasil para conhecer as potencialidades econômicas. “Entendemos que o Brasil é muito mais que esses dois estados e que Mato Grosso tem muito a oferecer, principalmente na questão do bioenergia”, disse.

    Em Mato Grosso, também irão visitar a empresa belga PB Leiner Brasil Indústria e Comércio de Gelatinas no município de Acorizal. A indústria é uma das líderes mundiais do mercado de gelatinas e hidrolisados e comercializa a matéria-prima para empresas das áreas farmacêutica, alimentícia, de saúde e nutrição, fotografia, entre outras.

    Acompanhando a delegação, participou da reunião a assessora da Unidade de Assuntos Internacionais da Casa Civil do Governo do Estado, Bruna Aquino. Também estava presente o gerente de Relacionamento e Desenvolvimento Industrial, Lucas Barros; o coordenador de Internacionalização, Antonio Lorenzzi; e a gerente do Observatório da Indústria, Vanessa Gasch.

    Exportações e importações

    Os produtos mais exportados do Brasil para a Bélgica são: café, suco de laranja, ferro ou aço. Para importação, os produtos mais importados nacionalmente foram vacinas, outras gasolinas, paládio em forma bruta. Em Mato Grosso, o produto mais comprado pela Bélgica foi madeira beneficiada e o produto importado foram nitrogenados. Os dados são de 2023.

    Delegação China

    O presidente da Fiemt também recebeu receberemos a delegação da empresa Chinesa Guangdong Hengqin Company Limited para uma visita institucional para compreender a atuação do Sistema Fiemt no estado e discutir possíveis conexões comerciais.

  • CNA promove evento para debater acordo de livre comércio Mercosul-China

    CNA promove evento para debater acordo de livre comércio Mercosul-China

    A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizará no dia 11 de setembro o evento “Reflexões sobre um eventual Acordo de Livre Comércio Mercosul-China”. O objetivo é discutir a relação entre o Mercosul e a China, além de analisar os possíveis impactos de um acordo de livre comércio para o Brasil.

    Durante o evento, será apresentado um estudo elaborado pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), patrocinado pela CNA, que aborda investimentos, cadeia de valor e competitividade entre os dois mercados, além dos efeitos de uma possível negociação comercial.

    A abertura do encontro contará com a presença do presidente da CNA, João Martins, e do presidente do CEBC, embaixador Luiz Augusto de Castro Neves. O evento terá dois painéis de discussão. No primeiro, os economistas do Ipea, Renato Baumann e Fernando Pinheiro, apresentarão o estudo, debatendo o tema com o assessor de Relações Internacionais, Pedro Rodrigues.

    O segundo painel focará nas relações comerciais e nos investimentos sino-brasileiros, no contexto de um acordo. A diretora executiva do CEBC, Claudia Trevisan, a diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori, e o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, André Dobashi, participarão da discussão.

    Segundo o assessor Pedro Rodrigues, o evento é uma oportunidade para discutir os ganhos e desafios potenciais de um acordo comercial com a China, considerando os tratados já existentes e as complementaridades econômicas entre os países.

    Interessados podem se inscrever no site da CNA: cnabrasil.org.br/mercosulchina.