Tag: Cerrado

  • Plantio Direto e sucessão de culturas selecionadas para mitigar emissões de óxido nitroso no Cerrado

    Plantio Direto e sucessão de culturas selecionadas para mitigar emissões de óxido nitroso no Cerrado

    Pesquisadores da Embrapa Cerrados (DF) e da Universidade de Brasília ( UnB ) avaliaram possíveis efeitos de diferentes manejos do solo, rotações e sequências de culturas, além de fatores climáticos e solos que propiciam emissões de óxido nitroso (N2O) de solos no bioma Cerrado e constataram que o Sistema Plantio Direto (SPD) apresentou, em relação ao planejamento convencional, menores emissões cumulativas desse que é um dos principais gases de efeito estufa (GEE), com longo tempo de permanência na atmosfera e contribuição significativa para o aquecimento global . Os resultados do estudo indicaram, ainda, que o manejo convencional com soja ou milho na safra principal, sem uma sucessão cultural, e a fertilização nitrogenada intensificando as emissões de N2O do solo no Cerrado.

    No Cerrado, poucos estudos de longo prazo abordam a influência do manejo de culturas e dos sistemas de rotação nas emissões de N2O do solo. “Os efeitos dos sistemas de uso da terra nas emissões desse gás são o resultado de múltiplas variações cujas interações precisam ser melhores descobertas”, justifica a pesquisadora Alexsandra de Oliveira , um dos autores do artigo Efeitos do manejo do solo, rotação e sequência de culturas em emissões de óxido nitroso do solo no Cerrado: Uma avaliação multifatorial , publicado no Journal of Environmental Management .

    Como foi feita a pesquisa

    O estudo foi realizado numa área da Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF), durante 25 meses, em um experimento de longa duração instalado em 1996. Foram avaliados três sistemas de uso da terra: planejamento direto com rotações e sequências bienais de sorgo após a soja nos dois primeiros anos e feijão-guandu após o milho nos dois anos seguintes (sistema de planejamento direto soja-sorgo/milho-feijão-guandu); plantio direto com rotações e sequências bienais de milho-feijão guandu nos dois primeiros anos e sorgo após a soja nos dois anos seguintes (sistema plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo); plantio convencional com grau de discos e rotação bienal soja-milho (plantio convencional soja/milho); além do Cerrado nativo sem uso agrícola. Os dados foram encontrados entre outubro de 2013 e outubro de 2015.

    Com o uso de câmaras estáticas fechadas instaladas nos tratamentos, os fluxos de gases do solo foram amostrados 230 vezes ao longo do período da avaliação dos sistemas, com intervalos definidos por eventos como aplicação de insumos, preparação do solo (sob manejo convencional), chuvas , dados de plantio, reumedecimento do solo após veranicos, dados de colheita, senescência (envelhecimento das plantas), pousio, entre outros fatores que podem influenciar os picos de N2O. A concentração de N2O das amostras foi determinada em laboratório por cromatografia gasosa.

    Resultados

    Os autores observaram que as emissões acumuladas de N2O foram influenciadas pelo tipo de manejo do solo e da cultura. Os fluxos cumulativos tanto no primeiro como no segundo ano foram maiores no preparo convencional, sendo que para todo o período analisado (2013-2015), as emissões acumuladas no plantio convencional de soja/milho foram de 4,87 kg por hectare (ha), seguidas pelo plantio direto (SPD), sendo 3,47 kg/ha em sistema de plantio direto soja-sorgo/milho-feijão-gundu e 2,29 kg/ha em plantio direto milho-feijão-guandu/ soja-sorgo; além de 0,26 kg/ha na área com vegetação natural do Cerrado. Na comparação anual, os valores no segundo ano foram maiores para todas as áreas avaliadas, exceto no Cerrado.

    Foram avaliadas, conforme cada tratamento, as emissões da primeira safra (soja ou milho) e da segunda safra (sorgo ou feijão-guandu). Para a cultura principal (primeira safra), a única diferença significativa foi observada no segundo ano (2014-2015), com as maiores emissões observadas no plantio convencional (2,29 kg/ha), seguidas pelos tratamentos com planejamento direto soja-sorgo /milho-feijão-guandu e milho-feijão-guandu/soja-sorgo e, por último, pelo Cerrado.

    Mas as diferenças foram marcantes na segunda safra em ambos os anos. Embora não tenha sido plantada uma segunda safra no plantio convencional – para esse sistema, foi analisado o mesmo período em que os demais sistemas são com culturas, com plantio convencional soja/milho tendo emissões estatisticamente semelhantes ao sistema de plantio direto soja-sorgo/milho -feijão-guandu, e ambas superiores ao sistema de plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo e ao Cerrado. No segundo ano, o plantio soja convencional/milho, o plantio direto soja-sorgo/milho-feijão-guandu e o plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo apresentaram emissões estatisticamente semelhantes entre si e superiores às do Cerrado.

    O período de pousio também foi monitorado, considerando o momento em que nenhuma cultura estava sendo cultivada em nenhum dos sistemas agrícolas. As emissões foram maiores no plantio convencional no primeiro e no segundo ano (1,40 kg/ha e 0,89 kg/ha, respectivamente) que nos sistemas de plantio direto, o que, segundo os pesquisadores, sugere que a sucessão de culturas no ano agrícola é uma prática importante para promover ganhos do ponto de vista ambiental, além de outros benefícios agrícolas.

    Quanto à produtividade de grãos (soja e milho) e às emissões de N2O em escala de produtividade (miligrama de gás emitido por kg de grão) para as safras 2013/2014 e 2014/2015, foi observado que os sistemas com cultura principal de milho (plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo no primeiro ano; planejamento direto soja-sorgo/milho-feijão-guandu e plantio convencional no segundo ano) produziram rendimentos mais elevados (ver tabela 2 ).

    Na estação de cultivo de 2014-2015, as emissões de N2O na escala de rendimento dos sistemas avaliados foram estatisticamente semelhantes e mais elevadas que na estação 2013-2014. No entanto, na safra 2014-2015, o plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo foi mais eficiente que o plantio convencional soja/milho, ou seja, emitiu menos N 2 O por kg de grãos.

    As emissões acumuladas de N2O foram maiores na primeira safra (milho) no sistema de plantio direto soja-sorgo;milho-feijão-guandu entre 2014 e 2015 (254,88 mg N2O/kg grão). Nesse caso, a adubação nitrogenada e a mineralização de resíduos não só podem ter sido responsáveis ​​por aumentar a concentração de nitrogênio mineral, principalmente na estação chuvosa e em temperaturas mais altas no verão.

    Para a segunda safra, foram observadas diferenças entre 2013 e 2014 para o sorgo, que, assim como o milho, foi fertilizado com nitrogênio, enquanto entre 2014 e 2015 não foram observadas diferenças na segunda safra sob o sistema de plantio direto. Segundo os autores do estudo, a explicação pode estar na variabilidade de variações climáticas como chuvas e temperatura. Já o milho em plantio convencional, apesar do elevado rendimento de grãos, apresentou as maiores emissões de N2O, sendo, portanto, o sistema menos eficiente.

    Os pesquisadores acreditam que as diferenças nas emissões de N2O entre os anos podem ser atribuídas justamente à sequência de culturas utilizadas no período avaliado. O estudo do sorgo, por exemplo, apesar de estar sob SPD e de ter recebido uma única fertilização com nitrogênio, emitiu emissões semelhantes ao sistema convencional. Além disso, no primeiro ano (2013-2014), as emissões das segundas culturas sob SPD foram mais baixas no caso da cultura de cobertura não fertilizada (feijão-guandu) comparada com a fertilizada (sorgo). “Portanto, a escolha da segunda safra pode alterar completamente o padrão de emissões”, observa Alexsandra de Oliveira.

    Outro fator que justifica as variações anuais nas emissões de N2O é a sazonalidade das chuvas nas condições tropicais do Cerrado, onde o período de desenvolvimento das plantas é regulado pelo volume e regularidade das chuvas, que podem ser interrompidos por períodos de seca com diferentes durações. “Vários estudos descobriram que as variações das emissões de N2O são controladas pela umidade do solo. As chuvas estimulam a atividade microbiana no solo e podem induzir picos nos fluxos diários de N2O. Esse efeito pode ser prolongado ou potencializado se a disponibilidade de substratos de nitrogênio não for alta”, explica a pesquisadora.

    “Esses resultados demonstram que as emissões de N2O na região do Cerrado devem a interações que envolvem manejo do solo com ou sem o seu preparo, gerenciamento e sequência de culturas e variações de solo e clima”, afirma a pesquisadora Arminda de Carvalho , também da Embrapa Cerrados, acrescentando que as emissões cumulativas de N2O no período 2013-2015 mostraram uma clara distinção entre os usos do solo avaliados.

    Os autores do artigo lembram que, como já demonstrado por estudos anteriores sobre o bioma, o preparo convencional é o sistema de cultivo que mais promove aumento nas emissões de N2O e se diferencia das áreas sob florestas nativas. “Por outro lado, o acúmulo de diferentes frações da matéria orgânica no sistema de plantio direto é um fator-chave para a redução das emissões de N2O do solo no Cerrado”, ressalta o professor Cícero Figueiredo, da UnB.

    Oliveira acrescenta que o comportamento intermediário do sistema de planejamento direto (SPD) no estudo indica que o sistema é uma alternativa aos sistemas convencionais. “Porém, a sequência da cultura deve ser escolhida com cuidado, uma vez que foram observadas emissões diferentes entre os tipos de plantio direto”, recomenda.

    Além de Oliveira, Figueiredo e Carvalho, são autores do estudo Artur Muller ,  Juaci Malaquias , Marcos Carolino de Sá ,  João Paulo Soares e Marcos Vinícius dos Santos (bolsista), da Embrapa Cerrados, e Fabiana Piontekowski Ribeiro e Isis Lima dos Santos, da UnB.

    O papel do N2O nas mudanças no clima

    Observações de longo prazo apontam que, entre os períodos 2011–2020 e 1850–1900, a temperatura média global aumentou 1,09 °C, acompanhada pelo aumento dos gases de efeito de estufa (GEE). A tendência crescente da concentração de N2O observada desde 1980 é, em grande parte, impulsionada pela expansão e intensificação da agricultura global. Estudos apontam que cerca de 77% do N2O derivado da atividade humana é emitido por solos agrícolas. Entre as opções de manejo do solo que promovem a adaptação e a mitigação das mudanças climáticas, o Sistema Plantio Direto (SPD) tem sido amplamente ampliado como uma promessa de manejo de conservação do solo para reduzir os efeitos os efeitos ambientais como destruição e eliminação do solo, garantindo ao mesmo tempo a produtividade agrícola a longo prazo.

    No entanto, estudos recentes afirmam que os efeitos dos sistemas de plantio direto no rendimento das culturas e  nas emissões de GEE  variação de acordo com a idade, a sequência e a rotação da cultura do SPD. Os sistemas agrícolas de alto rendimento são frequentemente caracterizados por altas taxas de consumo de energia de combustíveis fósseis, uso excessivo de nutrientes, manipulação do solo e  poluição da água . SPD e o preparo convencional (PC) causam emissões de N2O de maneira diferente, devido a alterações na estrutura do solo, nas taxas de aplicação de nitrogênio e no acúmulo e estabilização  de matéria orgânica do solo . Todos esses fatores também são fortemente influenciados pela sequência da cultura. “Por isso, práticas agrícolas sólidas, que contribuem para tornar a ciclagem de nutrientes, principalmente de nitrogênio, mais eficiente, e para reduzir os GEE, especialmente o N2O, devem ser previstas em nível nacional e regional”, afirma Alexsandra de Oliveira, acrescentando que  a diversificação agrícola  favorece a ciclagem de nutrientes e o fornecimento de matéria orgânica, enquanto  a monocultura  pode contribuir para maiores emissões de N2O devido à intensa degradação do solo e ao uso excessivo de fontes de nitrogênio.

  • Modelos matemáticos apontam como a produção agrícola no Cerrado sofrerá os impactos das mudanças no clima

    Modelos matemáticos apontam como a produção agrícola no Cerrado sofrerá os impactos das mudanças no clima

    Com o uso de modelos matemáticos calibrados para as condições do Cerrado, os pesquisadores procuraram simular as emissões do gás de efeito estufa (GEE) óxido nitroso (N 2 O) sob diferentes sistemas de manejo para um período de 50 anos e constataram que, com o aumentando a temperatura ao longo do tempo, essas emissões serão cada vez maiores, enquanto a produção de biomassa e o rendimento de grãos diminuirão. As simulações também apontaram que os sistemas agrícolas que utilizam plantas de cobertura como o Sistema Plantio Direto, apesar da redução de produtividade com o passar dos anos, são, em média, mais produtivos e com menor emissão de N 2 O em comparação aos sistemas eficientes .

    Os resultados estão descritos em artigo publicado no periódico Agriculture, Ecosystems & Environment , no qual o modelo de simulação solo-cultura STICS (sigla para Simulateur mulTIdisciplinaire pour les Cultures Standard ) apresentou resultados elevados para simular e prever o crescimento e a produtividade das culturas de grãos , bem como as emissões de N 2 O em sistemas de plantio convencional e planejamento direto em função das mudanças climáticas previstas para o Cerrado. O modelo também apresentou bom desempenho para a dinâmica da água e temperatura do solo.

    O estudo foi realizado em um experimento de longa duração implantado em 1995 na Embrapa Cerrados (DF) e, além de pesquisadores dessa unidade, contou com a participação de colegas da Embrapa Meio Ambiente (SP) e da Universidade de Brasília ( UnB ). Foram avaliados três sistemas de uso do solo: preparo convencional com grau de discos e rotação bianual de gramínea/leguminosa (milho/soja) (CT); plantio direto, com sucessão cultural leguminosa-gramínea (soja/sorgo) (NT1); e plantio direto, com sucessão gramínea-leguminosa (milho/feijão guandu) (NT2). Câmaras estáticas fechadas foram utilizadas para medir os fluxos de N 2 O para a modelagem na pesquisa.

    No período do estudo, foram coletados dados de atributos do solo, de crescimento, desenvolvimento e rendimento das variedades cultivadas, da umidade e temperatura do solo, conforme o manejo cultural. O modelo STICS foi calibrado a partir dos dados da cultura e fluxos de N 2 O medidos nos sistemas CT e NT1 e, em seguida, foi testado com os dados obtidos no sistema NT2 para avaliar os efeitos do manejo do solo em cada sistema, nas emissões de N 2 O e na produção de grãos e de biomassa.

    Parâmetros

    Após a validação, o modelo foi utilizado para prever o impacto dos cenários de alterações climáticas nas emissões de N 2 O e na produção agrícola, considerando as variações climáticas simuladas pelo modelo climático ETA-HADGEM: temperaturas máximas e mínimas diárias do ar, radiação solar incidência e pluviosidade (chuva) medidas pela estação meteorológica da Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF), nos três quadrimestres do ano – janeiro, fevereiro, março e abril (final da estação quente e chuvosa); maio, junho, julho e agosto (estação seca e mais fria) e setembro, outubro, novembro e dezembro (início da estação quente e chuvosa).

    O modelo ETA-HADGEM apontou tendências significativas para o aumento das temperaturas médias, máximas e mínimas anuais no período de 2021 a 2070 para o local avaliado. Os resultados do ajuste do modelo climático indicam, ainda, uma tendência de aumento de até 1,8º C na média de temperaturas mínimas diárias, e 2,2º C na média de temperaturas máximas diárias para o período analisado. O aumento mais significativo ocorre no terceiro quadrimestre do ano, que coincide com o início da estação quente e chuvosa (verão) e o início da semeadura e crescimento das culturas na região.

    Mais emissões, menos biomassa e rendimento de grãos ao longo do tempo

    De acordo com as simulações do STICS tanto na soja quanto no milho, a média das emissões acumuladas anualmente de N 2 O no período projetado de 50 anos é significativamente maior no tratamento com preparo convencional (CT) (1,7206 kg /ha e 2,3832 kg/ha respectivamente) do que nos tratamentos com plantio direto (NT) (0,6947 kg/ha e 0,7331 kg/ha). Em cada década prospectada, as emissões acumuladas de N 2 O em CT são cerca de 2,5 vezes maiores quando comparadas a NT. Independente dos sistemas de manejo, estima-se um aumento significativo das emissões de N 2 O nas três primeiras décadas, nos períodos (2021-2023, 2031-2040 e 2041-2050).

    “Em relação às emissões acumuladas de N 2 O estimadas pelo STICS, podemos verificar que, no caso da cultura de milho, as emissões sob o tratamento planejamento direto (milho + feijão guandu) foram em média 3,5 vezes menores do que sob o tratamento convencional (apenas safra de milho). No caso da soja, as emissões de N 2 O no sistema de plantio direto (soja + sorgo) foram 2,5 vezes menores em comparação ao tratamento convencional (apenas safra de soja), como mostramos no estudo”, diz o pesquisador Alfredo Luiz , da Embrapa Meio Ambiente.

    Quanto à produção média de biomassa simulada para o período, no tratamento NT2 (milho + feijão guandu) o milho apresenta produção 30,2% superior ao milho em CT. Esse padrão também foi apresentado em cada década do período, exceto na última, em que há uma diminuição significativa na produção de biomassa em comparação com a primeira década. No caso da soja, a produção média anual de biomassa foi bem maior (55,7%) no tratamento plantio direto (soja + sorgo) do que no preparo convencional (soja), comportamento observado nas simulações. Ao longo das décadas, ocorre uma diminuição significativa na produção de biomassa em todos os sistemas de manejo.

    Já os dados de produtividade de grãos simulados pelo modelo mostram que a produtividade média do milho é significativamente maior no NT (6,6 mil t/ha) do que no CT (5,87 mil t/ha). Além disso, em todos os sistemas de manejo avaliados há uma diminuição significativa na produtividade de grãos da primeira década do período, seguindo a mesma tendência observada para a biomassa. Já a produção média de grãos de soja simulada pelo STICS não apresentou diferença significativa entre os tratamentos, com valores médios de 1.599 t/ha para o CT e 1.574 t/ha para o NT. Assim como no milho, nossos dois sistemas ocorrem diminuídos na produtividade da primeira à última década do período desenvolvido.

    O pesquisador Fernando Macena , da Embrapa Cerrados, relata que o modelo climático ETA-HADGEM antecipa uma tendência significativa e consistente de aumento de até 1,77°C na média de temperaturas mínimas diárias e 2,21°C na média de temperaturas máximas diárias “Com base nesse aumento da temperatura previsto para o período 2021-2070, podemos concluir, a partir dos dados gerados pelo modelo STICS, que há fortes evidências de que o rendimento de grãos e a biomassa aérea total das plantas diminuem, o que pode provocar uma diminuição impacto grave no setor agrícola da região. Os dados também mostram que há uma tendência crescente no aumento das emissões de N 2 O no período simulado”, analisa o pesquisador. A expectativa é de que isso ocorra para os dois sistemas de manejo do solo treinado. “Acreditamos que o aumento nas emissões ao longo dos anos está relacionado ao aumento da temperatura e à redução do ciclo das culturas, e que os efeitos são mais pronunciados nos sistemas de manejo do solo intencional”, completa.

    Sistemas mais resilientes às mudanças climáticas

    Diversos estudos enfatizam que o manejo do solo, as variações de culturas, a sazonalidade das chuvas, a umidade e a temperatura do solo, o teor de nitrogênio mineral, bem como as interações entre todos esses fatores são as principais variáveis ​​que definem as emissões de N 2 O. No Cerrado brasileiro, pesquisas mostram que a aplicação de fertilizantes nitrogenados geralmente aumenta as emissões de N 2 O devido ao aumento na concentração de nitrogênio mineral no solo, fornecidos para aplicações bioquímicas de produção e emissão de N 2 O para a atmosfera .

    “De modo geral, menores emissões de N 2 O, simuladas ou observadas, podem ser explicadas pela não perturbação do solo (plantio direto) e pela presença de plantas de cobertura, que oferecem maior estabilidade de agregados e predominância de frações mais derivadas da matéria orgânica”, aponta pesquisadora da Embrapa Arminda Carvalho .

    Além de menores emissões acumuladas de N 2 O com a utilização do Sistema Plantio Direto em comparação ao sistema convencional, os pesquisadores destacam que, em qualquer período observado, a produtividade das duas culturas de microrganismos testadas é igual ou superior nesse sistema de manejo do solo , que tem se marcado, assim, o mais recomendado para as condições do Cerrado. “Nossos resultados podem indicar maior resiliência do Sistema Plantio Direto frente às mudanças climáticas, no que diz respeito às emissões de N 2 O e à produção de biomassa e grãos nas condições da região. No planejamento direto, a cobertura vegetal e os resíduos culturais permanecem na superfície e podem melhorar a agregação do solo e estabilidade da matéria orgânica”, reforça Carvalho.

  • Apib pede inclusão de mais biomas brasileiros em regulação europeia

    Apib pede inclusão de mais biomas brasileiros em regulação europeia

    Uma missão liderada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e pela Rede Cerrado está na Europa desde o último domingo (10) para defender a inclusão dos ecossistemas não florestais na Regulação contra o Desmatamento da União Europeia (EUDR). A regulação busca impedir a importação de commodities que tenham relação com o desmatamento. Compõem ainda a comitiva representantes das organizações não governamentais (ONGs) Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN) e WWF-Brasil.

    O coordenador executivo da Apib e advogado da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), Dinamam Tuxá, liderança indígena do povo Tuxá, explica que, atualmente, a EUDR reconhece o desmatamento apenas como a conversão de florestas, o que exclui de seu escopo vastas extensões de paisagens naturais, como savanas e campos.

    “Eles têm foco em floresta, porque adotaram o conceito de floresta da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) que está mais centralizado na Amazônia brasileira, excluindo outros biomas brasileiros. E nós queremos que seja incluído o Cerrado neste momento em que a regulação está na primeira revisão”, disse à Agência Brasil.

    Dinamam Tuxá afirmou, entretanto, que em outros processos de revisão da EUDR, a ideia é que sejam incluídos todos os biomas brasileiros. De acordo com a Apib, a exclusão dos demais biomas representa uma contradição em relação aos objetivos da regulação, porque a maior parte do desmatamento associado à produção de ‘commodities’ destinadas ao mercado europeu ocorre em áreas não florestais, principalmente no Cerrado brasileiro.

    Acordo Verde

    A EUDR é parte do ‘European Green Deal’, o Acordo Verde Europeu ou Pacto Ecológico Europeu, um conjunto de políticas e estratégias articulado pela Comissão Europeia para conter a ameaça do aquecimento global, apresentado pela União Europeia em 2019. A estratégia visa tornar a Europa neutra em emissões de gases de efeito estufa até 2050.

    Sobre o uso sustentável do solo e das florestas, o acordo reforçou o compromisso assumido em 2019 para a intensificação das Ações da UE para a Proteção e Recuperação das Florestas no mundo.

    As prioridades do acordo são reduzir a pegada ecológica do uso da terra da UE e incentivar o consumo de produtos provenientes de cadeias de valor livres de desmatamento; trabalhar em parceria com os países produtores para reduzir as pressões sobre as florestas e promover, por parte da UE, uma cooperação de desenvolvimento sem danos de desmatamento; fortalecer a cooperação internacional para deter o desmatamento e a degradação florestal; redirecionar o financiamento para apoiar práticas mais sustentáveis de uso da terra; e apoiar a disponibilidade e a qualidade da informação sobre as florestas e as cadeias de valor de commodities.

    A EUDR foi acordada em dezembro de 2022 por legisladores de três instituições: a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia.

    Commodities

    A EUDR contempla sete commodities de risco florestal: bovinos, cacau, café, óleo de palma, soja, borracha e madeira e certos produtos derivados. Mas essas commodities, bem como os produtos delas derivados, só poderão ser colocados no mercado europeu se forem consideradas livres de desmatamento. É definido ainda que essas commodities tenham sido produzidas de acordo com as legislações pertinentes em vigor nos respectivos países produtores.

    Segundo a Apib, mais de 80% do desmatamento ‘importado’ para a União Europeia estão concentrados em seis commodities, com destaque para soja e carne bovina, que são particularmente prejudiciais ao bioma Cerrado. No entanto, a atual legislação europeia só considera aptos de fiscalização produtos provenientes principalmente da Amazônia e da Mata Atlântica, deixando outros biomas vulneráveis à destruição.

    Dinamam Tuxá afirmou que a missão está enxergando oportunidade para que o mercado europeu se resguarde e não acabe de fomentar a destruição não só na Amazônia, mas em todos os ecossistemas brasileiros. “Por isso é que nós estamos pleiteando que essa lei seja mais ambiciosa e inclua outros biomas, tendo em vista que o nosso ordenamento jurídico interno tem fragilizado a proteção dos ecossistemas, com a nossa legislação ambiental, inclusive, afetando diretamente a vida dos povos indígenas”. A comitiva encerra atividades na União Europeia no próximo dia 22.

    Edição: Sabrina Craide

    — news —

  • Cerrado tem alta de 19% nos alertas de desmatamento em fevereiro

    Cerrado tem alta de 19% nos alertas de desmatamento em fevereiro

    Fonte de 40% da água doce do país, o Cerrado teve um aumento de 19% nos alertas de desmatamento no mês passado, na comparação com fevereiro de 2023. O bioma perdeu 3.798 km² de vegetação nativa, no acumulado de agosto de 2023 a fevereiro deste ano, de acordo com o monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

    No mesmo período, a Amazônia teve queda de 30% dos alertas em relação a fevereiro do ano passado.

    Para a organização WWF Brasil, um dos principais fatores que levam ao cenário no bioma é a quantidade de autorizações de desmatamento concedidas pelos governos estaduais e prefeituras, com base no Código Florestal.

    A legislação determina preservação de 80% da vegetação nativa nas propriedades privadas localizadas na Amazônia, no Cerrado, o percentual é de apenas 20%, apesar de o bioma ser um dos cantos mais biodiversos do planeta, concentrando 5% de todas as espécies.

    Avanço da agropecuária

    O bioma é palco do avanço do agronegócio, principal causa do desmatamento.

    Estudo desenvolvido pelo diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona, comprovou que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico do bioma.

    Constatou-se que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos e que, nos demais casos (44%), o fator que ocasiona alterações são as alterações climáticas. Pelos cálculos da pesquisa, o Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, se o ritmo da exploração agropecuária permanecer igual.

    Ana Crisostomo, especialista em Conservação e líder da estratégia de conversão zero do WWF-Brasil, observa que o próprio segmento tem sido afetado pelos desequilíbrios que ajuda a gerar, uma vez que a perda de vegetação já reduziu em média 12% da produtividade de grãos do país.

    “Só em 2023, os pedidos de recuperação judicial dos produtores rurais cresceram 535% em relação a 2022, por perdas nas plantações e aumento de custos. Manter a vegetação nativa e recuperar áreas desmatadas são ações prioritárias que o setor agro precisa implementar, se quiser manter a posição de liderança na balança comercial”, diz a porta-voz da entidade.

    Povos indígenas

    O dado relativo ao Cerrado preocupa também quando se pensa no modo de viver de povos originários. De acordo com relatório de 2022, do Instituto Socioambiental (ISA), o bioma é o terceiro com maior número de territórios indígenas demarcados, ficando atrás da Amazônia e da Mata Atlântica. Conforme o estudo, esses povos têm papel fundamental na recuperação de áreas degradadas.

    Matopiba

    No Cerrado, o quadrante que mais causa apreensão quanto aos índices de desmatamento é o Matopiba (acrônimo que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). No acumulado do ano, Maranhão e Tocantins apresentam os piores resultados.

    O Maranhão registrou 212 km² de vegetação sob alerta de desmatamento, no mês passado, patamar 316% superior ao de fevereiro de 2023. Entre agosto de 2023 e fevereiro de 2024 (ano Deter, sistema do Inpe), o estado viu a destruição ser duas vezes pior do que a do intervalo anterior.

    Quanto ao Tocantins, registrou 158 km² sob alerta de desmatamento, aumento de 136% em relação a fevereiro de 2023. No ano Deter, a destruição no estado foi três vezes maior do que no período anterior.

    Já a Amazônia, no acumulado do ano Deter, registrou 2.350 km² sob alerta de desmatamento, uma queda de 56% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ao todo, foram detectados 3.798 km² de vegetação nativa perdida no Cerrado entre agosto de 2023 e fevereiro de 2024, um crescimento de 63%.

    Edição: Carolina Pimentel

    — news —

  • Desmatamento no Cerrado cai 48% em janeiro, mostra instituto

    Desmatamento no Cerrado cai 48% em janeiro, mostra instituto

    Em janeiro, a área de desmatamento no Cerrado diminuiu 48%, na comparação com dezembro de 2023, chegando a 51 mil hectares. Entre os fatores que explicam a variação estão a efetividade de políticas públicas de combate à degradação do bioma e o volume de chuvas, que ajuda especialistas a visualizarem áreas abertas.

    De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), a proporção de desmatamento alcançada em janeiro deste ano foi a menor dos últimos 11 meses, mas ficou 10% acima da registrada em janeiro de 2023, quando o bioma perdeu 46 mil hectares de vegetação nativa. O SAD Cerrado fornece informações a partir de satélites da Agência Espacial Europeia e serve de ferramenta complementar ao Deter Cerrado, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

    Como em outros períodos de análise, a região do Matopiba (que inclui o Maranhão, Tocantins, Piauí e a Bahia) respondeu pela maioria da taxa de desmatamento do mês passado (64%). No total, 33 mil hectares do Matopiba foram derrubados.

    Tanto o Tocantins quanto o Piauí perderam 10 mil hectares. Contudo, o patamar atingido pelo Tocantins é um ponto fora da curva do padrão consolidado anteriormente, pois a alta no estado foi de 40% em relação a janeiro de 2023, ao contrário do Piauí, que manteve o mesmo nível.

    Fora da região do Matopiba, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul destacaram-se pelo crescimento da vegetação devastada. Juntos, os dois estados registraram 8 mil hectares desmatados, um aumento de 23% ante janeiro de 2023.

    A equipe à frente do SAD Cerrado indicou ainda outra localidade com cenário crítico: o município de Cotegipe (BA). A cidade, que não aparecia antes entre os maiores desmatadores do bioma, em 2023, liderou a lista de janeiro deste ano, com cerca de 2 mil hectares perdidos, um aumento de 224% em relação a dezembro de 2023. Uma das peculiaridades ressaltadas pelas pesquisadoras do Ipam foi o fato de que 99% dos alertas detectados no município foram registrados em áreas com cadastro ambiental rural privado. Outro aspecto frisado pela equipe, válido para todo o bioma, é a importância de que haja o mesmo empenho, por parte do governo federal em preservar o Cerrado e a Amazônia.

    No relatório atualizado, fica demonstrada também a relação entre a situação fundiária e as taxas de desmatamento. Os vazios fundiários – áreas sem posse ou mecanismos de governança definidos – foram a segunda categoria mais desmatada, correspondendo a 11% dos alertas. A categoria que ocupou o primeiro lugar foi a de áreas privadas, com mais de 74% derrubados, cerca de 38 mil hectares.

    No período, o desmatamento em unidades de Conservação atingiu 5 mil hectares (9%). Entre as áreas protegidas, as mais afetadas foram as localizadas no Matopiba, como o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba e a Área de Proteção Ambiental Serra da Ibiapaba, localizada nos estados do Piauí e Ceará, respectivamente.

    Edição: Graça Adjuto

    — news —

  • Fotógrafo registra momento único de sucuri-verde nadando em rio brasileiro

    Fotógrafo registra momento único de sucuri-verde nadando em rio brasileiro

    Uma sucuri-verde gigante foi flagrada nadando em um rio brasileiro em um vídeo impressionante que viralizou nas redes sociais. Veja mais conteúdos sobre cobras sucuris em Mundo Animal.

    O registro foi feito pelo fotógrafo Eli Martinez, especialista em fauna selvagem, no rio Formosa, em Bonito, Mato Grosso do Sul.

    Sucuri gigante desliza em canaleta de concreto e vira sucesso nas redes sociais

    Vídeo impressionante mostra sucuri-verde deslizando pelas águas cristalinas do rio Formoso

    Ver essa foto no Instagram

    Uma publicação compartilhada por Eli Martinez (@sdmdiving)

    Encontro inesperado: fotógrafo registra sucuri-verde gigante em rio brasileiro

    O vídeo mostra a cobra deslizando pelas águas cristalinas do rio com sua enorme massa muscular. A sucuri-verde é uma das maiores cobras do mundo, podendo ultrapassar os sete metros de comprimento e pesar mais de 200 quilos.

    Sucuri tenta pegar iscas de pescador aposentado e vira amiga

    Em seu Instagram, Martinez contou que o registro foi feito durante a temporada passada de busca por sucuris para filmagem. “Meu clipe favorito da temporada passada em busca de sucuris para nadar. E antes que alguns de vocês comentem, sim, eu tinha equipamento de mergulho porque estávamos em águas mais profundas – a cobra moveu-se para águas rasas e nós a seguimos”, escreveu o fotógrafo.

    O vídeo rapidamente viralizou nas redes sociais e impressionou internautas de todo o mundo. “Que cena incrível!”, comentou um usuário. “Essa cobra é enorme!”, disse outro.

    As cachoeiras são uma fonte de alimento para as sucuris. Elas atraem uma variedade de animais, como peixes, aves e mamíferos, que são presas das sucuris.

    A sucuri-verde é uma espécie não venenosa e que não oferece risco ao ser humano. Ela é um animal importante para o equilíbrio do ecossistema, pois ajuda a controlar a população de roedores.

    Sucuri gigante é flagrada em cachoeira de Mato Grosso

    Bonito é um destino turístico conhecido por sua beleza natural e pela rica fauna selvagem. A cidade é um dos melhores lugares do Brasil para observar sucuris-verdes em seu habitat natural.

  • Engenheiro agrônomo se depara com jiboia brava em estrada rural de Colíder

    Engenheiro agrônomo se depara com jiboia brava em estrada rural de Colíder

    O engenheiro agrônomo Luís Antônio Pavone se deparou com uma cobra jiboia em uma estrada rural no interior do município de Colíder, em Mato Grosso. Veja mais conteúdos em Mundo Animal.

    A cobra estava brava e avançou por diversas vezes no pneu da picape de Luís. Ele tentava avançar com o carro, mas era impedido pela jiboia.

    PRF retira jiboia de rodovia para evitar atropelamento

    Jiboia irritada não deixa motorista passar na estrada

    Ver essa foto no Instagram

    Uma publicação compartilhada por Luiz Antonio Pavoni (@luizpavoni_mt)

    O engenheiro agrônomo Luís Antônio Pavone agiu com cautela e respeito ao animal, evitando que ele se machucasse.

    Saiba mais sobre a cobra jiboia

    A cobra jiboia, cientificamente conhecida como Boa constrictor, é uma serpente não venenosa que pertence à família Boidae.

    Jiboia e lobete flagrados em um duelo selvagem e emocionante

    Encontrada em diversas regiões das Américas, desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina, a jiboia é conhecida por sua adaptabilidade a diferentes ambientes, incluindo florestas tropicais, savanas e zonas semiáridas.

    Aqui estão algumas características e comportamentos notáveis sobre a cobra jiboia:

    Coloração e Padrões: As jiboias exibem uma grande variedade de padrões e colorações, o que contribui para sua habilidade de se camuflar em diferentes ambientes. Elas podem apresentar tons de marrom, verde, amarelo e até mesmo padrões mais exóticos, dependendo da sua localização geográfica.

    Constritora: Como o nome sugere, a jiboia é uma serpente constritora. Isso significa que ela não possui veneno, mas usa seu corpo musculoso para envolver suas presas e sufocá-las. Esse método é eficaz para capturar mamíferos, aves e outros animais de pequeno a médio porte.

    Jiboia no painel de carro deixa mulher abismada

    Hábitos Noturnos: As jiboias são frequentemente ativas durante a noite, o que as torna serpentes noturnas. Durante o dia, podem ser encontradas descansando em tocas, buracos de árvores ou em áreas sombreadas.

    Reprodução: A reprodução das jiboias é ovovivípara, o que significa que os ovos se desenvolvem dentro do corpo da fêmea e ela dá à luz filhotes vivos. As ninhadas podem variar em tamanho, geralmente consistindo de 10 a 60 filhotes.

    Importância Ecológica: As jiboias desempenham um papel crucial nos ecossistemas em que vivem. Ao controlar as populações de roedores e outras presas, ajudam a equilibrar as cadeias alimentares e contribuem para a saúde dos ambientes em que habitam.

    As jiboias são predadoras oportunistas, alimentando-se de uma variedade de animais, incluindo roedores, lagartos, aves e mamíferos.
    As jiboias são predadoras oportunistas, alimentando-se de uma variedade de animais, incluindo roedores, lagartos, aves e mamíferos.

    Mitologia e Cultura: Ao longo da história, as jiboias foram frequentemente associadas à mitologia e rituais culturais em diversas comunidades. Em algumas culturas indígenas, por exemplo, são consideradas símbolos de sabedoria e cura.

    Popularidade em Cativeiro: Devido à sua aparência atraente e comportamento relativamente dócil, as jiboias são populares entre os entusiastas de répteis e frequentemente mantidas em cativeiro como animais de estimação. Contudo, é essencial que os proprietários tenham conhecimento adequado sobre os cuidados necessários para garantir o bem-estar dessas serpentes.

    A cobra jiboia, com sua impressionante adaptabilidade e papel na ecologia, continua a ser uma figura intrigante no reino animal, inspirando respeito e fascínio em igual medida.

  • PRF retira jiboia de rodovia para evitar atropelamento

    PRF retira jiboia de rodovia para evitar atropelamento

    Uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) retirou uma jiboia da rodovia, em Catalão (GO), para evitar que ela fosse atropelada. Veja mais em Mundo Animal.

    Segundo os agentes, a equipe seguia pela BR-050, sentido Campo Alegre para Catalão, na tarde desta quarta-feira (25), quando viram a cobra atravessando a rodovia.

    Jiboia e lobete flagrados em um duelo selvagem e emocionante

    Jiboia é resgatada por policial rodoviário

    Ver essa foto no Instagram

    Uma publicação compartilhada por PRF em Goiás (@prf_go)

    O policial, que é habilitado para o manejo de animais silvestres, decidiu tirar a cobra da via com as próprias mãos. O animal foi colocado em uma área de mata próxima, evitando que fosse atropelado.

    A ação do policial foi elogiada por motoristas e usuários que passavam pela rodovia. O agente demonstrou cuidado e respeito pelo animal, evitando que ele se machucasse.

    Incrível! filhote de jiboia mostra que sabe se defender

    A jiboia - Boidae - é uma família de serpentes não peçonhentas encontradas nas Américas, na África, na Europa, na Ásia e em algumas Ilhas do Oceano Pacífico.

    A jiboia é uma cobra não venenosa, que pode atingir até 4 metros de comprimento. Ela é comum na região do cerrado e é considerada um animal importante para o equilíbrio do ecossistema.

  • BNDES e Petrobras investem na conservação do Cerrado e do Pantanal

    BNDES e Petrobras investem na conservação do Cerrado e do Pantanal

    O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Petrobras vão investir R$ 42 milhões no apoio a projetos de restauração ecológica em áreas de, no mínimo, 200 hectares, sem precisar que sejam contínuas, para conservação dos biomas Cerrado e Pantanal, nos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. O prazo de execução dos projetos é de até quatro anos.

    De acordo com a Petrobras, as áreas podem estar localizadas em qualquer parte de dez corredores de biodiversidade dos dois biomas, em regiões como Bacia do rio Jauru, Chapada dos Guimarães, Emas-Taquari, Figueirão-Rio Negro-Jaraguari, Miranda-Bodoquena, Veadeiros-Pouso Alto-Kalungas, Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE DF) -Paranaíba-Abaeté, Serra da Canastra, Sertão Veredas-Peruaçu e Serra do Espinhaço.

    Ao todo serão beneficiados até nove projetos a serem implementados em corredores de biodiversidade, que unem fragmentos florestais remanescentes de vegetação nativa. O objetivo é contribuir para o deslocamento de animais e a dispersão de espécies vegetais pela propagação de sementes. Também está prevista a originação de créditos de carbono, ampliando os benefícios dos projetos”, informou o BNDES.

    A aplicação dos recursos está prevista no novo edital da iniciativa Floresta Viva, lançado, no sábado (9), durante a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. “A iniciativa Floresta Viva prevê a originação de créditos de carbono, ampliando os benefícios do projeto”, completou a Petrobras.

    A seleção pública está restrita a projetos que devem ser propostos por instituições sem fins lucrativos, como associações civis, fundações privadas ou cooperativas. O envio das propostas deve ser feito até meados de março de 2024. Quem quiser pode consultar o edital no Portal de Chamadas do FUNBIO no link: Floresta Viva – Corredores de Biodiversidade.

    Para o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, com a participação no Floresta Viva, a empresa reforça o compromisso com a transição energética justa e o desenvolvimento de iniciativas socioambientais que contribuem para a conservação do meio ambiente e a redução de emissões de gases do efeito estufa.

    “Recentemente selecionamos por meio do Floresta Viva 8 projetos que vão ter investimento de mais de R$ 47 milhões para ações de recuperação em manguezais. Agora, ampliamos nossa atuação para dois dos biomas mais ameaçados no Brasil, o Cerrado e o Pantanal, contribuindo para transformar nosso investimento em retorno socioambiental para o País, com benefícios para a segurança hídrica, a biodiversidade e o clima”, informou na nota da Petrobras.

    O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o banco está apostando na restauração ecológica dos biomas brasileiros, por entender que é uma das formas mais eficientes e econômicas do Brasil responder à crise climática extrema, além de provocar impacto socioeconômico e resultar na conservação da biodiversidade.

    “O Floresta Viva é um caso de sucesso, que já inspirou outras ações, como o recém lançado Arco de Restauração da Amazônia, uma iniciativa construída pelo BNDES, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), que destinará R$ 1 bilhão para a reconstrução da floresta”, disse, em nota do BNDES.

    O Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) está responsável pela gestão operacional e a condução do edital. A instituição é uma organização da sociedade civil de interesse público (oscip), criada com o objetivo de estimular ações estratégicas relacionadas à conservação e o uso sustentável da diversidade biológica no Brasil.

    Na avaliação da secretária-geral do FUNBIO, Rosa Lemos de Sá, o trabalho do Floresta Viva na restauração ecológica em corredores de biodiversidade para conservação dos biomas Cerrado e Pantanal é fundamental para que o Brasil possa garantir a proteção da sua biodiversidade e, dessa forma, contribua para o equilíbrio climático.

    “É parte da missão do FUNBIO trabalhar em rede para que os benefícios socioambientais da restauração ecológica impactem local, nacional e globalmente toda a população”, afirmou.

    Cerrado e Pantanal

    Segundo a Petrobras, um dos biomas com a maior biodiversidade do planeta, o Cerrado abriga 5% de todas as espécies no mundo e 30% das espécies do país, muitas delas endêmicas, que só existem nesse ambiente. Além disso, é também um dos biomas mais ameaçados pelo desmatamento. Cerca de 30% de toda a área desmatada no Brasil em 2022 foi em regiões de Cerrado.

    “Reconhecido como o ‘berço das águas’, por abrigar as cabeceiras de alguns dos maiores rios brasileiros, o Cerrado tem uma relação próxima com o Pantanal, pois é onde nasce o Rio Paraguai, que abastece a planície inundada pantaneira. Assim como o Cerrado, o Pantanal também apresenta uma rica biodiversidade, com mais de 4.700 espécies catalogadas, e encontra-se ameaçado sobretudo pelo desmatamento e pelas queimadas”, completou a companhia.

    Floresta Viva

    A Floresta Viva é uma iniciativa desenvolvida pelo BNDES, que conta com 20 apoiadores, entre empresas privadas e governos.

    Edição: Maria Claudia
    — news —

  • Desmatamento na Mata Atlântica cai 59% no acumulado do ano até agosto

    Desmatamento na Mata Atlântica cai 59% no acumulado do ano até agosto

    O desmatamento na Mata Atlântica caiu 59% de janeiro a agosto deste ano em comparação com o mesmo período de 2022, informa o novo boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento, parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica, a Arcplan e o MapBiomas.

    Consolidados na plataforma MapBiomas Alerta, os dados mostram que a área desmatada entre janeiro e agosto foi de 9.216 hectares, ante 22.240 hectares registrados no mesmo período do ano passado.

    Segundo a SOS Mata Atlântica, o levantamento reforça a tendência de redução significativa no desflorestamento do bioma já observada desde o início do ano. Boletim anterior, divulgado em julho, mostrou que a redução era de 42% até o mês de maio, quando a área desmatada estava em 7.088 hectares, ante 12.166 hectares registrados no mesmo período do ano anterior.

    “Nos últimos anos do governo Bolsonaro, o desmatamento aumentou. Agora a gente tem uma reversão de tendência, porque o desmatamento no bioma estava em alta e agora, com esses dados parciais, está em baixa, com 59%. Há uma redução significativa, um número surpreendente, muito bom”, diz o diretor executivo da Fundação SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto.

    Ele ressalta que estados que costumam ser líderes do desmatamento, como Paraná e Santa Catarina, tiveram queda expressiva, em torno de 60%. Elementos que ajudam a explicar os dados são o aumento da fiscalização e de embargos e o fato de produtores ficarem sem acesso a crédito por terem desmatado.

    “Isso realmente é uma mudança resultado de um fortalecimento da política ambiental, da fiscalização, de acabar aquela expectativa de impunidade. A gente tinha praticamente um convite ao desmatamento no governo passado”, disse.

    Os dados compilados incluem os limites do bioma estabelecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), excluindo desmatamentos ocorridos nos fragmentos de Mata Atlântica localizados nos territórios de Cerrado e Caatinga. Os chamados encraves nesses dois biomas correspondem a cerca de 5% do total de Mata Atlântica do país. Na contramão da queda no desmatamento dentro dos limites estipulados pelo IBGE, os encraves florestais são regiões que apresentaram alta.

    Guedes Pinto destaca que os encraves também são protegidos pela Lei da Mata Atlântica. A disparidade na definição dos limites do bioma ocorre porque o IBGE considera apenas os limites geográficos contínuos, enquanto a lei tem como objetivo preservar toda a vegetação característica do bioma e ecossistemas associados, incluindo os encraves.

    Entre janeiro e maio de 2023, as derrubadas nos encraves do Cerrado e da Caatinga aumentaram, respectivamente, 13% e 123%. Para Guedes Pinto, esse cenário demanda uma ação contundente do poder público.

    Quando se somam todas as áreas desmatadas da Mata Atlântica – tanto nos limites do IBGE, entre janeiro e agosto, quanto nos encraves, de janeiro a maio – a queda do desmatamento foi de apenas 26%. A porcentagem foi puxada para baixo justamente pela alta no desmatamento dos entraves. “A gente fica preocupado nessa região de transição da Mata Atlântica com o Cerrado e a Catinga. Ali a gente ainda tem um problema. A gente sabe que o desmatamento no Cerrado está em alta”, acrescenta Guedes Pinto.

    Apesar da mudança de tendência deste ano, ele diz que qualquer desmatamento na Mata Atlântica é muito ruim e que a expectativa é chegar ao zero no bioma. Para combater o desmatamento nos encraves, onde há um avanço, Guedes Pinto avalia que o principal mecanismo é a aplicação da Lei da Mata Atlântica nessas regiões com bastante rigor pelos órgãos ambientais locais.

    Segundo ele, existe ainda uma disputa jurídica sobre a abrangência da lei nas áreas de encraves. “[A Lei da Mata Atlântica] é muito clara. Existe um mapa com esses encraves, e fica muito claro que todas as formações florestais dentro desse mapa são protegidas pela Lei da Mata Atlântica. Não tem dúvida em relação a isso.”

    “Tem uma disputa dos produtores, de donos de terra, mas a gente tem um problema também com órgãos ambientais estaduais e municipais que não aplicam a Lei da Mata Atlântica adequadamente”, conclui o diretor executivo da Fundação SOS Mata Atlântica.

    Edição: Nádia Franco
    — news —