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  • Mato Grosso: epicentro do fogo

    Mato Grosso: epicentro do fogo

    Mato Grosso, que abriga três biomas diferentes – Amazônia, Cerrado e Pantanal -, tem sido o estado mais atingido pelos incêndios em 2024, com mais de 30 mil focos de queimada registrados. A situação é crítica, especialmente na região de fronteira com a Bolívia, onde dois grandes incêndios florestais foram detectados pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). Um deles, na região amazônica, possui cerca de 147 quilômetros de extensão, enquanto o outro, próximo ao Pantanal, ultrapassa os 308 quilômetros.

    Os incêndios florestais causam danos irreparáveis à biodiversidade, contribuem para o aumento das emissões de gases do efeito estufa e agravam as mudanças climáticas. Além disso, as queimadas afetam a qualidade do ar, a saúde da população e a economia local.

    A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, alertou para a gravidade da situação, descrevendo-a como uma “química altamente deletéria e inimaginável”. A ministra ressaltou a necessidade de ações urgentes para combater as mudanças climáticas e proteger o meio ambiente.

  • Número de focos de calor triplica em Mato Grosso

    Número de focos de calor triplica em Mato Grosso

    O estado de Mato Grosso enfrenta uma grave crise ambiental. De acordo com dados do Instituto Centro de Vida (ICV), o número de focos de calor registrados em 2024 já é quase o triplo do registrado no mesmo período do ano passado. Apenas no mês de agosto, foram contabilizados mais de 7.466 focos, um aumento alarmante em comparação aos 2.626 registrados em agosto de 2023.

    A Amazônia de Mato Grosso e o Cerrado são os biomas mais atingidos, com mais de 3 mil focos de calor cada. O Pantanal, que ainda se recupera dos devastadores incêndios de anos anteriores, também registra um aumento significativo no número de focos.

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    Na noite de quinta-feira (22), dois grandes incêndios atingiram a capital Cuiabá, com destaque para o Morro da Luz, onde as chamas ainda persistiam na manhã desta sexta-feira (23).

    Impactos ambientais e sociais em Mato Grosso

    parques de Minas Gerais
    Foto: CBM

    Esse aumento drástico nos incêndios florestais em Mato Grosso e outras partes do Brasil,trazem graves consequências para o meio ambiente e para a sociedade. A perda de biodiversidade, a emissão de gases do efeito estufa, a degradação do solo e a poluição do ar são apenas algumas das consequências desse problema. Além disso, os incêndios colocam em risco a saúde da população, principalmente de crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios.

    Causas e soluções

    As causas dos incêndios são diversas e complexas, incluindo fatores climáticos, como a seca prolongada, e atividades humanas, como queimadas agrícolas e desmatamento. Para combater esse problema, é necessário um esforço conjunto de governos, sociedade civil e setor privado, com ações como:

    • Fiscalização e combate às queimadas: Intensificar a fiscalização e o combate às queimadas ilegais, principalmente em áreas de preservação ambiental.
    • Prevenção de incêndios: Investir em ações de prevenção, como a criação de brigadas de incêndio e a realização de campanhas de conscientização.
    • Restauração de áreas degradadas: Promover a restauração de áreas degradadas por incêndios, contribuindo para a recuperação da vegetação nativa.
    • Investigação das causas: Investigar as causas dos incêndios para identificar os responsáveis e aplicar as sanções cabíveis.
  • Mato Grosso perde um quarto de sua vegetação nativa em quase 40 anos, aponta MapBiomas

    Mato Grosso perde um quarto de sua vegetação nativa em quase 40 anos, aponta MapBiomas

    O desmatamento em Mato Grosso avançou significativamente nos últimos 39 anos, segundo dados do MapBiomas. A área de vegetação nativa no estado reduziu de 87% para 60% entre 1985 e 2023, uma perda de 27%. Concomitantemente, a área de pastagem quase quadruplicou, passando de 6% para 24% no mesmo período.

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    Os dados foram apresentados durante o Seminário Anual do MapBiomas, que monitora a cobertura e o uso da terra no Brasil. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, esteve presente no evento.

    Em âmbito nacional, a perda de vegetação nativa também é alarmante. Desde a colonização, o Brasil perdeu 33% de sua cobertura vegetal original. A Amazônia, por exemplo, perdeu 55 milhões de hectares de áreas naturais nesse período.

    Outros estados brasileiros, como Rondônia, Maranhão e Tocantins, também registraram perdas significativas de vegetação nativa. Apenas o Rio de Janeiro apresentou um leve aumento.

    As terras indígenas, que abrigam 13% do território nacional, são as áreas mais preservadas do Brasil. No entanto, mesmo assim, elas sofreram perdas de vegetação nativa, embora em menor escala do que as áreas privadas. A pressão de invasores, que praticam desmatamento e garimpo ilegal, é uma ameaça constante a esses territórios.

    A perda de vegetação nativa tem consequências graves para o clima, aumentando o risco de eventos extremos como secas e inundações. Além disso, a redução da cobertura vegetal impacta a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos.

    Cerrado de Mato Grosso

    cerrado
    Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

    O Cerrado, já considerado o segundo bioma brasileiro mais alterado pela ação humana, enfrenta uma nova fase de pressão. Enquanto o garimpo histórico contaminou rios e causou erosão, a expansão da agricultura e da pecuária nos últimos anos se tornou a principal ameaça ao bioma.

    A monocultura intensiva de grãos e a pecuária extensiva, com o uso indiscriminado de agrotóxicos e fertilizantes, têm esgotado os recursos naturais do Cerrado e contaminado solos e águas. A erosão, intensificada por essas atividades, tem prejudicado a qualidade do solo e a produção agrícola a longo prazo.

    O garimpo, atividade histórica no Cerrado, deixou marcas profundas no bioma. A contaminação dos rios por mercúrio e o assoreamento dos cursos d’água são problemas crônicos em diversas regiões. A erosão causada pela atividade mineradora, em alguns casos, chegou a interromper a própria extração de ouro.

    A expansão da agricultura e da pecuária, impulsionada pela demanda por commodities como soja e carne, tem sido o principal motor do desmatamento no Cerrado. O uso de técnicas de cultivo intensivas, como o plantio em larga escala e a queimada, tem degradado os solos e reduzido a biodiversidade.

    Apenas 0,85% do Cerrado está oficialmente protegido em unidades de conservação. Os poucos remanescentes de vegetação nativa ainda intocada são cruciais para a manutenção da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos do bioma. A criação de novas áreas protegidas e a implementação de políticas públicas eficazes para a conservação do Cerrado são medidas urgentes para garantir a preservação desse ecossistema tão importante para o Brasil.

    A degradação do Cerrado tem consequências graves para o país como um todo. A perda de biodiversidade, a alteração do clima regional e a escassez de água são apenas algumas das consequências desse processo. Além disso, a degradação do Cerrado afeta a qualidade de vida das populações locais e compromete a segurança alimentar do país.

  • Incêndio no Cerrado de Mato Grosso: Produtores unem forças para combater chamas

    Incêndio no Cerrado de Mato Grosso: Produtores unem forças para combater chamas

    A região entre Tangará da Serra e Reserva do Cabaçal, em Mato Grosso, enfrenta um dos maiores desafios de sua história: um incêndio de grandes proporções que já dura cerca de um mês e devastou uma área equivalente a mais de 120 mil campos de futebol. Diante da gravidade da situação, produtores rurais, em parceria com as prefeituras e o governo do estado, uniram forças e contrataram um avião para auxiliar no combate às chamas.

    O fogo, que se intensificou na última semana, já destruiu cerca de 40 mil hectares de vegetação até a sexta-feira (16), mas as estimativas mais recentes apontam para um número ainda maior, chegando a 120 mil hectares de Cerrado (Mato Grosso) consumidos pelas chamas. A ação de combate, além do avião, inclui o uso de tratores para a criação de aceiros e a participação de equipes do Corpo de Bombeiros.

    A situação se agravou ainda mais com o surgimento de um redemoinho de fogo, registrado por moradores da região. O fenômeno, que ocorre quando o calor intenso do fogo gera uma coluna de ar quente que gira rapidamente, intensificou a propagação das chamas e dificultou ainda mais o trabalho das equipes de combate.

    Esforços conjuntos para conter o avanço do fogo em Mato Grosso

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    Diante da magnitude do incêndio, a união de esforços tem sido fundamental para tentar conter o avanço das chamas. A contratação de um avião para lançar água sobre as áreas em chamas representa um avanço significativo no combate ao fogo, mas a situação ainda é crítica.

    A dificuldade de acesso à região, com áreas de difícil acesso e vegetação densa, tem dificultado o trabalho das equipes de combate. Além disso, as condições climáticas, com temperaturas elevadas e baixa umidade do ar, contribuem para a propagação rápida do fogo.

    Impactos ambientais e sociais

    As consequências do incêndio são devastadoras para o meio ambiente e para a população local. A perda de biodiversidade, a emissão de gases do efeito estufa e a poluição do ar são apenas alguns dos impactos ambientais causados pelo fogo. Além disso, a fumaça produzida pelas queimadas afeta a qualidade do ar e pode causar problemas respiratórios à população.

    As perdas econômicas para os produtores da região também são significativas, com a destruição de pastagens e lavouras. A fauna local também sofre com o incêndio, com a perda de habitat e a morte de animais.

  • Fazendeiros são denunciados por crimes ambientais e causam prejuízo de R$ 27 milhões ao Cerrado de Mato Grosso

    Fazendeiros são denunciados por crimes ambientais e causam prejuízo de R$ 27 milhões ao Cerrado de Mato Grosso

    Proprietários de duas fazendas localizadas em Poconé, a 102 km de Cuiabá, foram denunciados pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) por crimes ambientais. A ação, resultante de uma operação conjunta entre o MP e a Polícia Militar Ambiental, revelou danos significativos ao Cerrado, com prejuízos estimados em R$ 27 milhões.

    As denúncias, assinadas pelo promotor de Justiça Adalberto Ferreira de Souza Júnior e pelo coordenador do Gaediq, Gerson Barbosa, foram recebidas pela Justiça nesta quarta-feira (14). As investigações iniciaram após um mapeamento remoto que identificou degradações em nascentes nas propriedades.

    Durante a operação, realizada entre os dias 9 e 11 de julho, foram apreendidos maquinários utilizados para a extração ilegal de minérios, além de ouro. Além disso, foram constatados desmatamento de 6,1 hectares de vegetação nativa, impedimento da regeneração natural da floresta e desvio de cursos d’água.

    “Os recursos hídricos são essenciais para a vida e para o desenvolvimento dos biomas, especialmente o Pantanal, que já sofre com a estiagem. Interferir de forma ilegal em cursos d’água é um crime grave”, afirmou o promotor Adalberto Ferreira.

  • Alertas de desmatamento na Amazônia caem 46% em um ano

    Alertas de desmatamento na Amazônia caem 46% em um ano

    Os alertas de desmatamento registrados pelo governo federal na Amazônia caíram 45,7% no período de agosto de 2023 a julho de 2024. O número de 4.314,76 quilômetros quadrados (km²) desmatados, o menor da série histórica iniciada em 2016, foi registrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), e ocorre após um período em que já havia sido detectada queda de 7,4% – de agosto de 2022 a julho de 2023.

    Os monitoramentos do Deter indicam a tendência da taxa anual de desmatamento, medida sempre de agosto a julho por outro sistema do Inpe, o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes).

    Já os dados de desmatamento no Cerrado revelam aumento de 9% de desmatamento no bioma, o que também é um recorde desde o início dos alertas sob essa metodologia, em 2017. Foram aproximadamente 7.015 km² desmatados entre agosto do ano passado e julho deste ano, ante 6.341 km² apontados nos 12 meses anteriores. Segundo o governo, porém, nos últimos quatro meses já foi observada uma tendência de queda nas supressões de vegetação nativa nesse ambiente.

    Os números foram divulgados nesta quarta-feira (7), durante entrevista coletiva à imprensa concedida pelos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e da Ciência, Tecnologia e Inovação. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou o fato de todos os eixos do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) estarem em pleno funcionamento, não somente as atividades de “monitoramento e controle ambiental”.

    “Parte igualmente importante é o ‘ordenamento territorial e fundiário’. O desmatamento cai também ao fazermos a correta destinação das áreas que ainda não foram destinadas, sejam unidades de conservação, terras indígenas, demais áreas que ainda não foram destinadas, até mesmo privadas. O objetivo é que possamos chegar ao desmatamento zero. E esse eixo de ordenamento é fundamental”, observou.

    Brasília, (DF), 07.08.2024 - As ministras Marina Silva (Ministério do Meio Ambiente) e Luciana Santos (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) durante divulgação dos dados de alertas de desmatamento do sistema Deter, do Inpe, na Amazônia e no Cerrado de agosto de 2023 a julho de 2024. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
    Divulgação de dados de alertas de desmatamento do sistema Deter, por Valter Campanato/Agência Brasil

    Amazônia

    A região amazônica registrou redução florestal absoluta de 3,6 mil km² no intervalo anual. Especificamente no mês de julho de 2024, houve um crescimento de 33% nos alertas de desmatamento em relação a 2023. Segundo João Paulo Capobianco, secretário-executivo do MMA, o mês de julho costuma ser maior em termos de desmatamento. Além disso, os alertas do mês passado ocorrem após o ano de 2023, em que houve uma grande redução no desmatamento.

    “No final de 2023, já tínhamos um dado extremamente positivo que nos animou muito e mostrava que conseguimos modificar o cenário de evolução do desmatamento, que foi confirmado agora. O dado novo não só é menor como é muito menor do que o próprio índice de redução no ano passado. Então realmente mostra que nós entramos em uma outra rota”, analisa.

    Os dados denotam que a diminuição no desmatamento ocorreu em toda a região, inclusive nos quatro estados considerados mais críticos nas infrações ambientais: Pará, Mato Grosso, Amazonas e Rondônia; e em todas as categorias fundiárias.

    Para Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, os dados são uma sinalização de que as políticas públicas de enfrentamento às irregularidades ambientais estão dando certo. “A gente segue aprimorando nosso trabalho de monitoramento, produzindo informações com esse objetivo de cumprir as metas e os acordos internacionais aos quais o Brasil é signatário, e com a convicção que nos move de que o enfrentamento ao aquecimento global é pra hoje e é urgente. Precisamos fazer valer, de maneira sistemática e determinada, medidas que vão ao encontro de atender a coibir o desmatamento”, afirmou.

    Brasília, (DF), 07.08.2024 - A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos durante divulgação dos dados de alertas de desmatamento do sistema Deter, do Inpe, na Amazônia e no Cerrado de agosto de 2023 a julho de 2024. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

    Brasília, (DF), 07.08.2024 – Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos durante divulgação dos dados de alertas de desmatamento do sistema Dete- Valter Campanato/Agência Brasil

    Os representantes do governo destacaram ainda que o resultado na região ocorre após o lançamento, em junho de 2023, do novo Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm).

    Cerrado

    Os dados de desmatamento no Cerrado vêm registrando altas seguidas nos alertas do Deter desde o período 2019/2020. Segundo o Observatório do Clima, os registros maiores nesse bioma sugerem que a destruição ambiental com fins de produção agropecuária como carne e soja pode estar se deslocando da floresta para a savana. Segundo nota divulgada pela entidade, nessa região há “menos controle do governo federal porque as terras são quase todas privadas, o limite legal de desmatamento é maior”, além de serem concedidas licenças para corte de vegetação com menos parcimônia pelas unidades da Federação.

    Segundo o secretário-executivo do MMA, no entanto, as curvas do acumulado mensal dos anos anteriores mostram que havia uma projeção de desmatamento mais acentuada, que não se confirmou graças aos esforços que vêm sendo empregados, dentre eles o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Bioma Cerrado (PPCerrado). “Acreditamos que esse dado sinaliza que vamos entrar num ciclo de redução consistente no desmatamento nos próximos anos”, previu Capobianco.

    Edição: Aline Leal

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  • Botânico descobre nova espécie de orquídea em área do Cerrado em Mato Grosso

    Botânico descobre nova espécie de orquídea em área do Cerrado em Mato Grosso

    Em mais uma expedição em busca de tesouros da natureza, o botânico Sidney Marçal fez uma descoberta que encanta os amantes das plantas. Durante uma expedição ao Cerrado de Mato Grosso, em Brasnorte, Marçal se deparou com uma orquídea nunca antes descrita pela ciência. A nova espécie, batizada de Coryanthes microsmophora, foi encontrada em uma área já bastante desmatada para a agricultura.

    A orquídea, com suas folhas estreitas e flores com manchas violetas, foi avistada em agosto de 2022, crescendo em uma árvore isolada. Infelizmente, a árvore foi derrubada, mas a planta foi resgatada por Marçal e levada para seu jardim na Bahia, onde floresceu novamente em fevereiro de 2024.

    A descoberta dessa nova espécie é um lembrete da rica biodiversidade do Cerrado, um bioma que, apesar de enfrentar grandes ameaças, ainda guarda muitas surpresas. A Coryanthes microsmophora é mais uma prova de que a natureza continua a nos surpreender, mesmo em áreas já bastante impactadas pela ação humana.

    A descrição da nova espécie, publicada na revista científica Richardiana, é um marco importante para a botânica brasileira. Essa descoberta contribui para o conhecimento da biodiversidade local e destaca a importância de proteger os ecossistemas naturais, mesmo aqueles que já foram bastante alterados.

  • Experimentos em Goiás comprovam que ILPF melhorou a qualidade do solo do Cerrado

    Experimentos em Goiás comprovam que ILPF melhorou a qualidade do solo do Cerrado

    Um estudo realizado pela Embrapa e o Instituto Federal Goiano ( I FGoiano ) avaliou o impacto dos sistemas de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta ( ILPF ) recém-implantados sobre a qualidade do solo do Cerrado Goiano. O trabalho evidenciou melhorias, em comparação com a pastagem não cultivada, por meio de indicadores de disponibilidade de água e de aeração (processo de renovação do ar entre o solo e a atmosfera). No segundo caso, o aumento da macroporosidade do solo chegou a ser 50% superior ao do pasto-referência. Esses dois elementos são importantes, pois estão ligados à sustentabilidade para o crescimento vegetal e para a vida microbiana sob a terra.

    Foto: Márcia Carvalho

    Essa pesquisa foi realizada em duas fazendas-escola do IFGoiano, um no município de Morrinhos e outro em Iporá, considerando como representativas da região do sudoeste goiano, onde se produz cerca de 9% da safra de grãos brasileira. Os sistemas de ILPF pertenceram a dois anos de implantação, ou seja, foram em seu início, e compreenderam árvores de eucalipto e nativas (como baru e angico) com o cultivo, nas entre fileiras, de soja, milho e braquiária. As vacas leiteiras foram colocadas para pastejo na área da forrageira enquanto cercas elétricas protegiam o crescimento das árvores. Para efeito de comparação, levou-se em conta áreas de referência sob pastagens não cultivadas há mais de 30 anos.

    Os pesquisadores fizeram uma coleta de amostras de solo nas áreas dos experimentos em sete camadas diferentes de perfil do solo, em uma profundidade de até um metro. A coleta de amostras de solo até um metro em áreas com o componente arbóreo é importante, devido ao alcance das raízes das árvores nos sistemas de produção. As amostras passadas por procedimentos laboratoriais, incluindo análises de indicadores relacionados à porosidade e propriedades físico-hídricas do solo.

    Solos com maior retenção de água e aeração

    Foto: Márcia Carvalho

    Os resultados obtidos foram que, em Morrinhos e Iporá, a ILPF aumentou a umidade retida pelo solo, entre 0,1 milímetro e 0,7 milímetro por centímetro de solo, em comparação à área de pastagem não cultivada que era de referência. Essa quantidade de água, aparentemente pouca, pode ser crucial para a sobrevivência das plantas durante longos períodos de seca e altas temperaturas. Em Iporá, onde baru e eucalipto foram cultivados no sistema de ILPF, o solo apresentou também maior capacidade de aeração em comparação com a área de referência. O experimento ocorreu a camada mais superficial do solo (até 30 centímetros de profundidade), onde essas diferenças foram mais significativas. 

    A pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão (GO) Márcia Carvalho foi uma das coordenadoras desse trabalho. Ela explica o contexto em que foram obtidos esses resultados e a diferença dos efeitos do sistema de ILPF medidos em cada um dos experimentos.

    “No caso de Morrinhos, o solo da fazenda é classificado como Latossolo argiloso. Nas condições em que o sistema de ILPF foi prolongado, foram medidos maiores valores de CAD (capacidade de água disponível no solo) do que na pasta de referência. Isso pode ser atribuído ao maior volume de microporos responsáveis ​​pela retenção e armazenamento de água no solo. Latossolos naturalmente são ricos em agregados e microporos, mas o sistema de ILPF contribuiu para o aumento desses sítios de armazenamento de água em relação à pastagem não cultivada”, diz Carvalho.

    Em Iporá, ela observou que “o experimento ocorreu em um Cambissolo, com destaque para o indicador CAS (capacidade de aeração do solo), que mede o número de poros responsáveis ​​pela troca de oxigênio e dióxido de carbono entre a atmosfera e o solo. O CAS é diretamente proporcional à macroporosidade, que aumentou 50% no sistema de ILPF em relação ao solo do pasto-referência. Maior CAS significa maior capacidade de atendimento à demanda respiratória de raízes e microrganismos, o que é importante nesses solos que, apesar de arenosos, podem ter drenagem impedida, devido ao nível alto do lençol freático e formação de pedra canga, material sólido formado por minerais ”, complementa.

    A dinâmica da vida de raízes e microrganismos no solo está ligada a uma série de processos envolvendo a saúde do solo: a fertilidade, a aquisição de nutrientes pelas plantas e a sustentabilidade agrícola, além do papel ecológico como a ciclagem de nutrientes e a renovação de matéria orgânica , relacionados à captura de carbono e nitrogênio da atmosfera.

    A pesquisadora destacou que os experimentos periódicos, de avaliação do impacto de curto prazo de sistemas ILPF nas características físico-hídricas de solos típicos da região Centro-Oeste do Brasil, são uma forma de acompanhar as diferenças na evolução da qualidade do solo, desde a fase inicial de implantação da integração entre cultivos, forrageiras e espécies arbóreas. Por isso, ela considera importante a continuidade de monitoramento ao longo do tempo. 

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    Foto: Márcia Carvalho

    A biodiversidade contribui para mitigar os efeitos das mudanças climáticas

    O conhecimento em torno da ILPF pressupõe que sistemas de integração permitem modelos sustentáveis ​​de produção de grãos, forrageiras, carne e leite, ao mesmo tempo em que aumenta a renda no campo. A ILPF possibilita a recuperação de solos degradados e a preservação de recursos naturais, como a água. Reduza ainda a pressão para abertura de novas áreas no meio rural.

    Além da ILPF, existem outros tipos de sistemas de integração que são importantes para uma produção mais sustentável. De acordo com Carvalho, os sistemas agroflorestais também são um tipo de produção agrícola, em que a introdução de árvores contribui para regular a temperatura local e manter a umidade e a água no solo, “fatores essenciais para o enfrentamento do longo período de seca e ondas de calor cada vez mais frequentes no Cerrado”, afirma.

    A pesquisadora cita também os chamados sistemas agroecológicos e participativos como opções de produção sustentável, pois possibilitam simultaneamente construir e resgatar conhecimentos e tecnologias para adaptação em nível local de comunidades e, portanto, as parcerias e a ação coletiva são uma marca da diversidade nesses sistemas de produção . Nesse caso, “custos e ganhos econômicos e ecológicos andam lado a lado, no sentido de que há sempre uma compensação a ser feita”, acrescenta.

    Ela explica ainda que os sistemas agroecológicos de produção estão alinhados aos objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas ( ONU ) e à  Agenda 2030 , por meio da busca por formas de produção e consumo mais sustentáveis, combate à fome e enfrentamento às mudanças climáticas . Em relação a esta última, Carvalho menciona que a biodiversidade, a perenidade e a estabilidade de produção nos sistemas agroecológicos ao longo do tempo são estratégias-chave para o enfrentamento de incertezas geradas pelos extremos climáticos, além de contribuirem para aumentar a segurança alimentar.

    Com respeito ao âmbito das mudanças climáticas, ela pondera que “são respostas naturais e biofísicas do planeta Terra às atividades humanas. O desmatamento para o cultivo, a queima de combustíveis fósseis para transporte, mecanização e produção de insumos ou bens de consumo industrializados são importantes fontes de emissão de gases de efeito estufa (GEE). O aquecimento global é inovador e irreversível numa escalada de tempo secular, mas podemos nos adaptar aos efeitos da mudança climática em níveis regionais e locais. Precisamos implementar estratégias baseadas no conhecimento e tecnologias da pesquisa e experiência agronômica, especialmente em países tropicais como o Brasil, onde a agricultura pode ser uma aliada na produção de alimentos e também de qualidade de vida”, conclui a pesquisadora.

  • Pesquisa indica momento e quantidade de água ideal para a estabilidade do trigo no Cerrado

    Pesquisa indica momento e quantidade de água ideal para a estabilidade do trigo no Cerrado

    O momento de iniciar a supervisão e a quantidade correta da água aplicada são fundamentais para o melhor uso dos recursos hídricos. Para estabelecer esses parâmetros para a cultura do trigo no Cerrado, pesquisadores da Embrapa definiram o momento ideal para iniciar a supervisão de forma a utilizar a menor lâmina possível de água mantendo a produtividade máxima do trabalho.

    Uma pesquisa levou em consideração a água disponível para uma planta armazenada no solo na profundidade de 40 centímetros. Nesse espaço, fiquem equipamentos cerca de 80% das raízes. As análises mostraram que quando as plantas usam 40% da capacidade de água disponível no solo (CAD) é o momento ideal para começar a segurança. “Buscamos o máximo potencial produtivo do trigo e a maior eficiência no uso da água e esse ponto ocorreu com o esgotamento de 40% da CAD”, explica  Jorge Antonini , pesquisador da  Embrapa Cerrados  (DF) e um dos responsáveis ​​pelo estudo.

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    O estudo utilizou a  BRS 394 , cultivar de trigo da Embrapa que se destaca por seu alto potencial produtivo, curto ciclo de produção e excelente qualidade para a indústria de panificação. “Esses dados para cultivares de alto desempenho são inéditos. Com as novas parâmetros, os produtores rurais podem produzir a mesma quantidade de grãos gastando menos água, o que pode tornar o cultivo do trigo na região mais sustentável e o negócio, mais rentável”, afirma  Alexsandra de Oliveira , também pesquisadora da Embrapa.

    A pesquisa atualizou referências sobre a necessidade de independência de cultivares antigas de trigo, não mais recomendadas para a região. Enquanto os materiais utilizados na década de 1990 obtiveram produtividade média de 4,5 toneladas por hectare (t/ha), a BRS 394 tem produtividade média de 7 t/ha. Para as variedades de alto desempenho, o trabalho mostrou que elas desativaram maior frequência de diretiva, como informa Antonini: “A cultivar BRS 394 mostrou que podemos deixar esgotar somente 40% da CAD. Se usarmos mais do que isso, a planta entra em estresse e seu rendimento diminui”.

    Apesar de precisar de um maior número de aplicações de versatilidade, a quantidade de água total usada durante o ciclo de produção não difere significativamente em relação às variedades antigas, apesar de as novas variedades terem um potencial produtivo muito maior. “Mas é importante que o produtor faça esse manejo, para que não haja perda no rendimento”, ressalta.

    Oliveira destaca a importância de dados atualizados para o manejo da supervisão no Cerrado. “A primeira coisa que vem à mente quando falamos em determinar os parâmetros de manejo da supervisão na cultura do trigo é a otimização de recursos. Quando quantificamos, podemos economizar insumos, que, nesse caso, é a água”, declara a pesquisadora. “Uma vez que o trigo de inverno no Cerrado é totalmente dependente da independência, o produtor vai saber o quanto pode deixar esgotar a água do solo sem deficiências de sua produção.”

    Entenda a CAD

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    Foto:  Cícero Silva

    De forma simplificada, o pesquisador da Embrapa  Artur Muller  explica que o solo possui três camadas. A mais superficial, pela qualidade da água escoa por gravidade para camadas mais profundas, é denominada capacidade de campo. A segunda, na qual o solo retém a água que a planta consegue absorver, é um CAD. Na terceira camada, chamada de ponto de murcha permanente, a água fica retida tão fortemente ao solo que a planta não consegue acessá-la.

    “Cada solo tem uma capacidade de água disponível. Para manter a segurança do produtor precisa fazer uma análise físico-hídrica de sua área para calcular o CAD até a profundidade de molhamento desejada. Com essa informação, é possível acompanhar o esgotamento de 40% dessa água e estabelecer o momento de fiscalização para um CAD de seu solo. Toda vez que usar 40% desse reservatório, o produtor volta a irrigar”, esclarece.

    Para determinar o momento de iniciar a segurança em sua propriedade, o produtor pode utilizar qualquer planilha de manejo da fiscalização com as novas parâmetros indicadas pela pesquisa, de acordo com a fase de desenvolvimento do trabalho. No caso da área experimental da Embrapa Cerrados, o CAD tem 55 milímetros (mm) de profundidade e o ponto de transparência é quando ela atinge 22 milímetros.

    O experimento no Cerrado

    O experimento foi instalado na Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF), e teve duração de dois anos. Os pesquisadores testaram quatro situações em que as plantas utilizaram 20%, 40%, 60% e 80% da capacidade de água disponível no solo (CAD) antes de serem irrigadas. “Observamos a produtividade nos quatro tratamentos e chegamos à conclusão de que com até 40% de esgotamento da CAD a produtividade máxima do cultivo foi mantida. A partir de 40%, a produtividade começou a cair. Portanto, esse é o momento de iniciar a segurança”, informa Antonini.

    Com o esgotamento de 80% da CAD, ou seja, de quase toda a água disponível do solo, foi constatada perda de produtividade de cerca de 18% (Tabela 1). No entanto, o peso e a qualidade dos grãos, bem como o número de espigas por área, não sofreram alterações significativas nas diversas situações.

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    Para as avaliações, foram considerados o balanço de água do solo, com base na umidade do solo medida ao longo do ciclo da cultura, a evapotranspiração das plantas, estimada a partir de um modelo de balanço hídrico, e a água que entrou no sistema, pela chuva ou pela transparência. Na área implantada na Embrapa Cerrados, foi utilizado um sistema de condução convencional com quatro aspersores de impacto por parcela (6 metros x 6 metros).

    Na parcela onde houve uso de 20% da CAD, foram permitidas 36 irrigações, com lâmina média de água de 13,8 mm. O índice de eficiência do uso de água foi de 10,83. Já com uso de 40% da CAD, foram feitas 19 irrigações, com lâmina média de água de 24 mm e eficiência de uso da água de 11,76. O tratamento com uso de 60% da CAD recebeu 14 irrigações com lâmina média de água de 31,9 mm e índice de eficiência de precisão de 11,17. Já com uso de 80% da CAD, foram possíveis 9 irrigações, com lâmina de água de 36,8 mm e índice de eficiência de eficiência de 13,33 (Tabela 2).

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    Apesar do último tratamento, com esgotamento de 80% do CAD, apresentando o melhor índice de eficiência de eficiência (13,33), a produtividade foi 18% menor que nos outros tratamentos. “Se houvesse uma deficiência de água e o produtor tivesse que pagar um valor alto por esse recurso, teríamos que fazer um estudo econômico para calcular qual é a produtividade que valeria a pena se obter considerando o preço da água. No futuro, se tivermos essa situação, temos a possibilidade de produzir menos com menor quantidade de água”, esclarece Antonini.

    Necessidade de água de acordo com a fase de trabalho

    O estudo também apontou a necessidade de água de acordo com a fase de desenvolvimento da planta. No experimento, o desenvolvimento da cultura foi acompanhado no campo, com registro da duração de cada fase, em dias, contados a partir dos dados da semana (Tabela 3). “Nos estádios iniciais da labora [estabelecimento e perfilhamento], o consumo de água é menor. À medida que o ciclo da cultura avança, aumenta a necessidade de água, com ápice na fase de interferência. A partir daí, a quantidade de água pode ser reduzida”, observa Muller.

    Segundo o cientista, essa variação ocorre de acordo com a quantidade de folhas. Quanto maior a área foliar, mais a planta perde água para a atmosfera. Por isso, a confiança é uma fase mais exigente e rigorosa, quando a planta tem o máximo de folhas. Depois, as folhas e os grãos começam a secar.

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    Entenda o que é Kc

    O coeficiente da cultura (Kc) é um índice que permite estimar a evapotranspiração do trabalho. Numericamente, é o resultado da divisão da evapotranspiração da cultura pela evapotranspiração de referência, que é medida em uma área cultivada com gramínea junto à estação meteorológica.

    Após uma pesquisa obter esse coeficiente para cada período do ciclo da cultura, os irrigantes fornecem estimativa com mais soluções o consumo diário de água pelo trigo, multiplicando o Kc pela evapotranspiração de referência. “O coeficiente da cultura é uma métrica que permite estimar o consumo de água durante o crescimento e o desenvolvimento da cultura, evitando adicionar mais água do que o necessário no sistema”, esclarece Oliveira.

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    No experimento da Embrapa Cerrados, a supervisão foi feita sempre quando se atingia o nível de esgotamento determinado. “Como ocorre um consumo maior de água pelas plantas em determinado período, como no florescimento, por exemplo, mais rapidamente se chega ao limite de esgotamento. Então, a frequência de supervisão aumenta”, informa Muller.

    Com dados gerados especificamente para a região do Cerrado, o produtor pode estabelecer um manejo de precisão com oferta adequada de água, em quantidade e frequência, de acordo com a fase de desenvolvimento da planta. Esse manejo resulta em maior eficiência da diversidade sem afetar o rendimento da cultura.

    No Cerrado, devido ao regime de chuvas da região, só é possível cultivar o trigo no inverno com segurança. A expansão desses trabalhos depende de um manejo adequado da água, principalmente dos custos que essa operação representa para os sistemas produtivos.

    Cerca de 90% do trigo brasileiro é cultivado na Região Sul, em sistema de sequeiro. No entanto, a cultura vem crescendo no Centro-Oeste do Brasil com a produção de um grão de alta qualidade para a panificação industrial.

    “Com os cálculos atualizados para a inspeção das atividades no Cerrado, a pesquisa indica que é possível levar o trigo para áreas de cultivo não tradicionais com um uso racional da água, fator importante no contexto das mudanças climáticas e do aumento da demanda por alimentos no mundo ”, reforça Oliveira.

  • Desmatamento no Cerrado tem redução de 12,9% neste ano

    Desmatamento no Cerrado tem redução de 12,9% neste ano

    O desmatamento no Cerrado teve uma queda de 12,9% entre janeiro e maio deste ano, conforme dados do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter). A informação foi apresentada nesta quarta-feira (5) pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante evento pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto.

    Segundo a ministra, ainda é cedo para avaliar se essa será uma tendência de queda no desmatamento para o bioma. Em 2023, as derrubadas aumentaram 43,6%. “Ainda é o começo, ainda não dá para dizer que isso é uma tendência de queda”, explicou a ministra em entrevista para o programa A Voz do Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

    Marina disse que o governo federal já está implementando um plano de prevenção e controle de desmatamento para o Cerrado e está dialogando com os governos dos estados que mais desmatam, além de reuniões com alguns setores do agronegócio. “Mostramos que a destruição do Cerrado, junto com mudança do clima, não é um bom negócio para a produção agrícola brasileira.”

    A ministra também destacou a importância estratégica do Cerrado para o equilíbrio hídrico. “Com o desmatamento do Cerrado, já tivemos uma diminuição na vazão dos principais rios, além de uma baixa do lençol freático. Regiões que eram apenas semiáridas estão passando por um processo de desertificação”, alertou.

    Na Amazônia, a queda foi de 40% no desmatamento entre janeiro e maio de 2024 e de 49,8% em 2023. “Já podemos dizer que na Amazônia temos uma queda consistente”, destacou Marina.

    Edição: Juliana Andrade

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