Tag: Cerimônia de Transmissão de Cargo

  • Com meta de revolução no direito ao esporte para todos, Ana Moser assume o Ministério do Esporte

    Com meta de revolução no direito ao esporte para todos, Ana Moser assume o Ministério do Esporte

    A medalhista olímpica e ex-jogadora de vôlei Ana Moser assumiu, oficialmente, o comando do Ministério do Esporte. Em solenidade de transmissão de cargo, realizada em Brasília, a ministra enfatizou a necessidade de tornar a prática esportiva acessível para todos e de desenvolver o esporte amador. Ela brincou que a missão é mais difícil que a vivida com a Seleção Brasileira nas quadras contra Cuba.

    “Muito mais que honra, essa é uma missão que recebo em nome de uma causa, que é garantir o direito de todos ao esporte”, afirmou a ministra. “Este foi o pedido feito pelo presidente: fazer uma revolução no esporte, uma revolução do esporte na educação, na saúde, na assistência social, dentro dos municípios. Oferecer acesso ao esporte e à atividade física na vida de todos e todas, e também desenvolver o esporte amador”, completou.

    Para tornar a prática esportiva mais democrática e ampla, Ana Moser acredita que a pasta precisará focar na base da pirâmide. “É inverter a lógica que sempre colocou como prioridade o esporte de rendimento, o topo da pirâmide, de uma estrutura que deveria ser garantidora, na prática, do direito de todos ao esporte que está previsto na Constituição”, defendeu.

    A ex-atleta lembrou ainda os altos índices de sedentarismo no Brasil, agravados pela pandemia de Covid-19, e pediu a integração entre as pastas e os poderes públicos. “Sempre foi um grande desafio sensibilizar as lideranças para entenderem realmente o potencial do esporte e defenderem que ele aconteça na vida das pessoas. Precisamos desenvolver a cultura da prática motora, da prática esportiva, inserida nas famílias, nos bairros, nas cidades”, convocou.

    “Eu diria que um milagre aconteceu para quem defende o esporte como um direito de todos. Acho que não seria eu nessa cadeira se não fosse essa intenção”, definiu. “Nossa proposta é buscar estratégias, recursos e parcerias para implantar o acesso ao esporte e à atividade física em todo o país, para a maior parte da população que possamos atender”, acrescentou.

    A ministra destacou ainda que trabalhará com o Congresso Nacional no avanço da Lei Geral do Esporte e do Plano Nacional do Esporte. “Vamos dar um foco grande na conversa com o Legislativo e com os outros setores para que essas legislações avancem e possam dar a base para termos mais gente praticando esporte”, disse Ana Moser, que ainda aproveitou o evento para homenagear três ídolos brasileiros: Sócrates, Pelé e Isabel Salgado, também ex-jogadora de vôlei e que faleceu em novembro.

    Apoio

    O Ministério do Esporte volta à Esplanada dos Ministérios com o suporte de outros ex-atletas no comando da pasta. Marta Sobral, duas vezes medalhista olímpica com a seleção brasileira de basquete (prata em Atlanta 1996 e bronze em Sydney 2000), foi anunciada como nova secretária de Esporte de Alto Rendimento. Diogo Silva, um dos maiores nomes do taekwondo brasileiro e ouro nos Jogos Pan-Americanos Rio 2007, integra a nova equipe. A Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor ficará a cargo do professor José Luis Ferrarezi.

    “A volta do ministério com uma mulher é perfeita. Fico feliz e arrepiada porque a gente sabe a importância que a mulher tem. A Ana Moser tem projetos sociais e não é de hoje. Ela sabe as dificuldades que o atleta tem”, ressaltou Marta Sobral. “O esporte impacta no SUS, na economia, na segurança pública. Então, ele não pode estar isolado”, ponderou Diogo Silva.

    Participaram da solenidade os ex-ministros do Esporte Orlando Silva e Leandro Cruz. Também estiveram os atuais ministros da Educação, Camilo Santana, do Trabalho, Luiz Marinho, da Saúde, Nísia Trindade, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, da Mulher, Cida Gonçalves, da Igualdade Racial, Anielle Franco, e da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho.

    Engrenagens esportivas

    O evento também contou com a presença de diversos representantes de entidades esportivas, que comemoraram a recriação da pasta. “O Comitê Olímpico do Brasil está, como sempre esteve, parceiro do Governo Federal. Felicitamos a Ana Moser pela investidura nesse cargo, importantíssimo para o esporte brasileiro, e parabenizamos o presidente Lula pela escolha e por recriar o Ministério do Esporte, que era uma ausência sentida pelo movimento olímpico”, afirmou o presidente do COB, Paulo Wanderley Teixeira.

    “Trazer o esporte para o status de ministério de novo é importante. O esporte é muito mais do que medalha, o esporte é educação. E que bacana ver que a ministra tem essa agenda de fazer com que o esporte de participação e educacional seja de acesso a todos no Brasil”, comemorou o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na siga em inglês), Andrew Parsons.

    Também estiveram presentes o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, o presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE), Antônio Hora Filho, o presidente do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), Paulo Maciel, o diretor-geral do COB, Rogério Sampaio, treinadores, atletas e ex-atletas.

    Perfil

    Catarinense de Blumenau, Ana Moser tem 54 anos e é ex-atleta de voleibol. Foi capitã da seleção brasileira de vôlei e conquistou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta, nos EUA, em 1996. Integrou a equipe vice-campeã mundial em 1994 e conquistou o tricampeonato do Grand Prix. Em 2009, entrou para o Hall da Fama do voleibol.

    A ex-atleta é uma das criadoras do Instituto Esporte & Educação (IEE), entidade do Terceiro Setor fundada em março de 2001 e presidida por Ana Moser em 2021. A ONG desenvolve projetos de atendimento direto a crianças e adolescentes em atividades esportivas e socioeducativas, na formação de professores e estagiários, na sensibilização de políticas públicas e no desenvolvimento de metodologia de esporte educacional.

    Em 2005, em parceria com o Unicef e com o canal ESPN Brasil, criou a Caravana do Esporte, “movimento de ação e mobilização social pelo direito das crianças ao esporte, ao lazer, à educação e à cultura“.

    Ana Moser também atuou à frente da ONG Atletas Pelo Brasil, sendo uma das articuladoras da sociedade civil em prol da Lei Geral do Esporte e do Plano Nacional do Desporto. Na área pública, atuou como diretora do Centro Olímpico do Parque do Ibirapuera, vinculado à Secretaria de Esportes de São Paulo, e integrou o Conselho Nacional do Esporte.

  • “A reindustrialização é essencial para a retomada do desenvolvimento sustentável”, diz Alckmin

    “A reindustrialização é essencial para a retomada do desenvolvimento sustentável”, diz Alckmin

    O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, ressaltou que o novo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços terá como principal missão promover um amplo processo que fortaleça a cadeia industrial brasileira, além de ampliar as exportações do país.

    “A reindustrialização é essencial para que possa ser retomado o desenvolvimento sustentável. E que essa retomada ocorra sob o único prisma da legítima justiça: o da justiça social”, afirmou o ministro, durante a cerimônia de transmissão de cargo, no Palácio do Planalto. A solenidade contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de ministros, parlamentares, governadores, embaixadores, representantes de entidades setoriais e de entidades representativas de carreiras públicas federais estiveram presentes.

    Alckmin destacou que o Brasil deve elaborar com urgência uma política moderna de desenvolvimento industrial e citou a importância do decreto do presidente Lula que criou o Conselho Nacional do Desenvolvimento Industrial (CNDI), que promoverá o diálogo público-privado em matéria de política industrial.

    Alinhado às tendências globais, Alckmin anunciou que o novo MDIC contará com uma secretaria de economia verde, descarbonização e bioindústria, que trabalhará em parceria com o Ministério do Meio Ambiente. “Essa é uma agenda prioritária”, frisou.

    Ele também adiantou que o ministério incorpora a Câmara de Comércio Exterior à sua estrutura e que terá sob o seu guarda-chuva a ApexBrasil, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. “Trabalharemos com a Apex para o reposicionamento da imagem do Brasil no mundo”, avisou Geraldo Alckmin.

    Reversão da desindustrialização

    Durante seu discurso, Alckmin apresentou diversos números que demonstram a realidade atual do setor. “A indústria é essencial. São essenciais os empregos que gera, os tributos que recolhe, a riqueza que distribui. Para cada real produzido pelo setor industrial a economia ganha algo em torno de R$ 2,43. O impacto positivo é percebido por todos os setores da economia”, declarou.

    Ele destacou que é urgente que se promova a reversão da desindustrialização precoce ocorrida no Brasil e citou que apesar de representar apenas 11% do PIB brasileiro, a indústria de transformação aporta 69% de todo o investimento em pesquisa e desenvolvimento.

    “A indústria responde por 29,35% da arrecadação tributária, ou seja, quase três vezes o seu peso na economia. O Brasil não pode prescindir da indústria se tiver ambições de alavancar o crescimento econômico e se desenvolver socialmente. Ou o país retoma a agenda do desenvolvimento industrial ou não recuperará um caminho de crescimento sustentável, gerador de empregos e distribuidor de renda”, alertou.

    Segundo ele, entre 1980 e 2020, a indústria dos Estados Unidos mais do que dobrou de tamanho. A do mundo ficou três vezes maior. A da China cresceu 47 vezes. Enquanto isso, no Brasil o crescimento foi de apenas 20%.

    “Infelizmente, a indústria de transformação tem perdido participação no PIB do país, o que prejudica o crescimento econômico e nos impõe uma indesejada e cara estagnação. A indústria liderou o crescimento econômico brasileiro durante boa parte do século XX e até a década de 1980, quando sua participação foi cerca de 20% do PIB. O que se viu nos últimos anos foi o seu encolhimento, chegando a 11,3% do PIB em 2021”, afirmou o ministro.

    Exportações

    Alckmin também discorreu sobre o papel do país nas exportações. “Nossa missão será resgatar o papel que o Brasil merece ocupar no comércio exterior. Estamos seguros de que uma maior integração do comércio exterior brasileiro ao mundo é essencial para o fortalecimento da indústria e dos serviços em nosso país”, afirmou, novamente citando números para contextualizar a realidade brasileira.

    “Para a China, por exemplo, que é o principal destino das nossas exportações, três itens, soja, minério de ferro e petróleo, respondem por 75% do total exportado pelo Brasil. O Brasil é um grande competidor no comércio internacional de bens agrícolas. E Isso é muito importante. Já para as manufaturas, a participação brasileira nas vendas globais é de apenas 0,5%, sendo o 22° maior exportador desses produtos”, afirmou. Ele lembrou na sequência que o comércio mundial de manufaturas é quase sete vezes superior em valor ao comércio dos bens agrícolas.

    O novo ministro disse que o MDIC trabalhará alinhado com a Apex Brasil, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (IBDI), a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) naquilo que chamou de “grande e inovador programa de reindustrialização, de expansão do comércio e de fortalecimento dos serviços no Brasil”.

    Currículo Geraldo Alckmin

    O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin foi governador de São Paulo por quatro vezes. É um dos fundadores do PSDB, mas deixou o partido no final de dezembro de 2021, após mais de três décadas, para se filiar ao PSB e compor a chapa de Lula à Presidência da República.

    Formado em medicina, Alckmin tem 70 anos e ingressou na política há 50 anos. Ao longo dessas décadas, assumiu vários cargos eletivos: foi vereador, prefeito de Pindamonhangaba (SP) – sua cidade natal – deputado estadual, deputado federal, vice-governador e governador de São Paulo, sendo a pessoa que mais tempo ficou neste último cargo. Nos anos de 2009 a 2010 foi Secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo.

  • À frente do Ministério das Mulheres, Cida Gonçalves defende o fortalecimento do Ligue 180

    À frente do Ministério das Mulheres, Cida Gonçalves defende o fortalecimento do Ligue 180

    Em cerimônia de transmissão de cargo nesta terça-feira (03/01), a nova ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou que fará uma gestão para todas e que o ministério vai “trabalhar arduamente na reconstrução de um país com a cara e o jeito das mulheres.”

    Cida Gonçalves também afirmou que as ações do Ministério das Mulheres serão baseadas na transversalidade entre as Pastas e destacou o fortalecimento e a recuperação do Ligue 180, serviço de utilidade pública para o enfrentamento da violência contra a mulher.

    Em discurso, a ministra ainda explicou como será a atuação do Ministério. A Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência terá como objetivo principal a retomada de projetos como a Casa da Mulher Brasileira e o Programa Mulher, Viver sem Violência. A Secretaria Nacional de Autonomia e Cuidados será responsável por inserir mulheres no mercado de trabalho, criar políticas para combater o assédio moral e a equiparação de salários entre gêneros. Em outra frente, a Secretaria de Articulação Institucional e Participação Política vai trabalhar para ampliar a capacidade das ações do governo em políticas públicas para as mulheres.

    A ministra ainda lembrou que o Dia Internacional da Mulher “será um desafio e deverá ser o marco deste governo” e convidou ministros e ministras para elaborar ações transversais que poderão ser anunciadas no dia 08 de março.

    Sobre Cida Gonçalves

    Aparecida Gonçalves, conhecida como Cida Gonçalves, é especialista em gênero e em enfrentamento à violência contra mulheres e ativista de defesa dos direitos das mulheres há mais de 40 anos.

    Natural de Clementina, interior de São Paulo, Cida Gonçalves construiu sua trajetória política em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde foi coordenadora do movimento popular de mulheres nas décadas de 80 e 90. Como representante desse grupo, coordenou o processo de articulação e fundação da Central dos Movimentos Populares no Brasil.

    No início dos anos 2000, foi assessora da Coordenadoria à Mulher da Secretaria de Assistência Social, Cidadania e Trabalho do Estado em uma das gestões do governador Zeca, do PT.

    Nos governos petistas de Lula e Dilma Rousseff, entre 2003 e 2016, foi Secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, atuando na construção da Lei Maria da Penha e da Lei do Feminicídio.

    Foi uma das protagonistas da elaboração do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e do Programa Mulher Viver sem Violência, que tem como carro-chefe a Casa da Mulher Brasileira. Trabalhou também como consultora em políticas públicas de gênero e violência contra mulheres. Cida Gonçalves compôs a equipe de transição do novo governo Lula que fez a análise e o diagnóstico com relação às políticas direcionadas às mulheres.