Tag: Censo 2022

  • Selva de pedra versus oásis verde: O contraste da arborização urbana em Mato Grosso, revela censo

    Selva de pedra versus oásis verde: O contraste da arborização urbana em Mato Grosso, revela censo

    Em um estado onde a natureza exuberante é marca registrada, o Censo 2022 do IBGE lança luz sobre a distribuição da arborização nos centros urbanos de Mato Grosso, com um olhar especial para a desafiadora realidade de Cuiabá, conhecida por suas altas temperaturas.

    Com uma população de 3,6 milhões de habitantes, Mato Grosso revela que 80,9% de seus moradores urbanos desfrutam da proximidade de árvores, enquanto 19,1% residem em áreas onde o verde é escasso. No entanto, ao focalizar a capital, Cuiabá, a situação se torna mais crítica. Nesta metrópole, que ano após ano enfrenta recordes de calor intenso, apenas 74,5% dos habitantes vivem em vias agraciadas com ao menos uma árvore, deixando um quarto da população (25,5%) em um cenário de concreto e asfalto desprovido de sombra natural.

    Os dados, parte de um levantamento detalhado sobre as características urbanísticas do entorno dos domicílios, exploram dez quesitos cruciais para a qualidade de vida urbana, desde a pavimentação das vias até a presença de rampas para cadeirantes e, claro, a arborização.

    No ranking das capitais brasileiras com maior proporção de vias arborizadas, Cuiabá ocupa a 8ª posição, um resultado que, apesar de não ser o pior, ainda sinaliza espaço para melhorias, especialmente em uma cidade onde o conforto térmico proporcionado pelas árvores é tão vital. Campo Grande (MS) lidera a lista com um verdejante 91,4%, seguida por Goiânia (89,6%) e Palmas (88,7%). Nas últimas colocações, com os menores percentuais de arborização em suas vias, encontram-se Rio Branco (39,9%), São Luís (34,3%) e Salvador (34,1%). Em nível estadual, Mato Grosso do Sul ostenta o primeiro lugar em arborização urbana (92,4%), enquanto Sergipe amarga a lanterna (38,5%).

    Em todo o Brasil, o levantamento aponta que 58,7 milhões de pessoas (33,7%) vivem em vias sem árvores, um contraste significativo com os 114,9 milhões (66,0%) que residem em áreas onde a natureza se faz presente nas ruas.

    Para Maikon Novaes, do IBGE, a arborização urbana transcende a estética, sendo um pilar fundamental para a qualidade de vida nas cidades. Seus benefícios ambientais, sociais e econômicos são vastos, com destaque para a amenização das temperaturas e a redução das ilhas de calor que tanto impactam o cotidiano urbano. A integração inteligente dos dados da pesquisa urbanística com políticas eficazes de arborização surge, assim, como um caminho promissor para a construção de cidades mais sustentáveis, agradáveis e, em última análise, com uma qualidade de vida superior para seus habitantes.

    O estudo do IBGE também revela outros aspectos da infraestrutura urbana em Mato Grosso. Uma parcela significativa da população, 83,1% (2,9 milhões de pessoas), reside em vias pavimentadas. Embora expressivo, esse percentual ainda se situa abaixo da média nacional de 88,5%. Em contrapartida, mais de 608,3 mil mato-grossenses ainda enfrentam a realidade de viver em ruas não pavimentadas.

    No quesito mobilidade urbana, Mato Grosso figura entre os estados com a menor proporção de moradores próximos a pontos de ônibus ou vans (apenas 3,1%), um dado que suscita reflexões sobre o acesso ao transporte público. Por outro lado, o estado se destaca positivamente em acessibilidade, ocupando a 4ª colocação nacional em número de moradores em vias com rampa para cadeirantes (22,4%).

    Ainda no âmbito da infraestrutura, a iluminação pública alcança uma ampla parcela da população urbana de Mato Grosso, com 98,2% dos moradores residindo em vias iluminadas, colocando o estado entre os dez melhores nesse quesito. No entanto, a pavimentação ainda representa um desafio, com Mato Grosso entre as dez menores proporções de vias asfaltadas.

    Finalmente, a pesquisa do IBGE aponta que Mato Grosso possui uma alta proporção de moradores em vias com capacidade para circulação de veículos pesados como caminhões e ônibus (97,9%), um reflexo de sua importância no cenário do agronegócio brasileiro. O município de Sinop, um importante polo cortado pela BR-163, lidera essa estatística no estado, com 99,1% de sua população urbana residindo em tais vias, sublinhando seu papel crucial no escoamento da produção.

  • Censo 2022 retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma década

    Censo 2022 retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma década

    O levantamento das características urbanísticas do entorno dos domicílios observou nove quesitos relacionados à infraestrutura urbana brasileira:

    •Em 2022, das 174,2 milhões de pessoas residentes em áreas com características urbanas no Brasil, 119,9 milhões (68,8%) moravam em vias sem rampa para cadeirantes. Em 2010, eram 146,3 milhões (95,2%).•Já 32,8 milhões (18,8%) viviam em vias com calçadas livres de obstáculos, quesito novo do Censo Demográfico 2022.•Segundo o Censo 2022, 146,4 milhões dos moradores (84,0%) viviam em vias com calçada, frente a 102,7 milhões (66,4%) em 2010. •Pontos de ônibus ou van foram identificados em vias onde moravam 15,3 milhões de pessoas (8,8%) e pista sinalizada para bicicletas, onde residem 3,3 milhões de pessoas (1,9%).•Em 2022, pela primeira vez, a estrutura viária para veículos foi retratada através do quesito de capacidade máxima de circulação da via: para 158,1 milhões de pessoas (90,8%), essa capacidade era de caminhões ou ônibus; 10,5 milhões (6,1%), carro ou van; 5,0 milhões (2,9%), motocicletas, bicicletas e pedestres.•O percentual de moradores em vias com iluminação pública no total do país atingiu 97,5% (169,7 milhões de moradores). Em 2010, esse percentual havia sido de 95,2% (146,2 milhões).•Cerca de 154,1 milhões de moradores (88,5%) vivem em vias pavimentadas.•A infraestrutura de drenagem representada pela presença do bueiro ou boca de lobo nas vias está presente para 53,7% dos moradores (93,6 milhões de habitantes). Em 2010, esse percentual era de 39,3% (60,3 milhões).•Em relação à arborização, 58,7 milhões de pessoas (33,7%) moram em vias sem arborização, enquanto 114,9 milhões (66,0%) vivem em vias com presença de árvores, sendo que 55,8 milhões (32,1%) estão em vias com 5 árvores ou mais.

    Dados do Censo 2022 mostram que, das 174,2 milhões de pessoas residentes em áreas com características urbanas no Brasil, 119,9 milhões (68,8%) moram vias sem rampa para cadeirantes. Em 2010, eram 146,3 milhões (95,2%) residindo em faces de quadra sem esse equipamento de acessibilidade.

    Entre os estados, Mato Grosso do Sul foi o que teve o maior percentual de pessoas residentes em vias com existência desta infraestrutura (41,1%), seguido do Paraná (37,3%) e Distrito Federal (30,4%). O menor percentual foi no Amazonas, com 5,6%, acompanhado de Pernambuco (6,2%) e Maranhão (6,4%).

    Maringá se destaca entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com 77,3% de seus moradores em vias com rampa para cadeirante, em contraposição à Itapevi (SP), que registra 1,3% de seus moradores nesta condição.

    As informações fazem parte do Censo Demográfico 2022: Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, divulgado hoje (17) pelo IBGE. O evento ocorrerá no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), localizado na Avenida Lourival Melo Mota, s/n, Campus Aristóteles Calazans Simões, no bairro Tabuleiro do Martins, Maceió (AL). A divulgação contará com transmissão pelo portal do IBGE e pelas redes sociais do Instituto.

    Os resultados podem ser acessados no portal do IBGE e em plataformas como o SIDRA , o Panorama do Censo e a Plataforma Geográfica Interativa (PGI) , sendo que nesses dois últimos poderão ser visualizados, também, por meio de mapas interativos.

    O levantamento das características urbanísticas do entorno dos domicílios observou dez quesitos relacionados à capacidade de circulação e pavimentação da via, existência de bueiro ou boca de lobo, iluminação pública, ponto de ônibus ou van, sinalização para bicicletas, calçada ou passeio, obstáculo na calçada, rampa para cadeirante e arborização.

    As informações também mostram que 32,8 milhões de pessoas residem em vias calçadas livres de obstáculos, equivalente a 18,8% do total da pesquisa, quesito novo no levantamento. Menores percentuais encontram-se no Maranhão (4,7%), no Piauí (4,9%) e no Acre (5,6%). Destaques positivos para Rio Grande do Sul, com 28,7%, Mato Grosso, com 27,4% e São Paulo, com 25,5%.

    Santos (SP) é o destaque entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com 64,5% dos moradores em vias com calçadas livres de obstáculos. Das capitais, a melhor situação é Porto Alegre (RS), com 46,6%. Bacabal (MA) tem o menor percentual, com 1,0%.

    Essas duas características urbanísticas foram verificadas pelos agentes do IBGE quando foi identificada a presença de calçada nas vias, realidade para 146,4 milhões dos moradores (84,0%) em 2022, frente a 102,0 milhões (66,4%) em 2010. Breves (PA), com 37%, e Camaragibe (PE), com 48,2%, são os municípios com mais de 100 mil habitantes com os menores percentuais neste quesito. Das Capitais, Salvador com 56,1% era o menor percentual.

    “Cabe ressaltar que, para o Censo de 2022, a existência de calçada foi verificada se houvesse ou não pavimentação, enquanto em 2010, a contabilização ocorreu se existisse caminho calçado ou pavimentado”, explica Jaison Cervi, Gerente de Pesquisas e Classificações Territoriais.

    UF Rampa para cadeirante Via sinalizada para bicicleta Calçada / Passeio Obstáculo na calçada – Não existe Mato Grosso do Sul 41,1 1,1 84,1 23,4 Paraná 37,3 1,9 88,1 26,8 Distrito Federal 30,4 4,1 92,9 20,9 Mato Grosso 22,4 1,4 82,7 27,4 Rio Grande do Sul 20,2 1,5 82 28,7 Santa Catarina 19,9 5,2 78,1 26,3 Sergipe 17,4 2,3 90,3 12 Goiás 16,9 0,9 92,6 21,1 Espírito Santo 16,6 2,5 79 16,7 Roraima 15,5 1,3 60,3 19,5 Brasil 15,2 1,9 84 18,8 Amapá 14,8 3,1 57,1 11,1 São Paulo 14,8 2,2 91,6 25,5 Minas Gerais 14,2 0,9 90,3 15,3 Rio Grande do Norte 14,1 0,9 86,7 10,8 Tocantins 13,3 0,6 84,7 11,8 Rondônia 12,7 1 68,8 11,9 Alagoas 12,0 0,9 85,6 11,7 Rio de Janeiro 12,0 2,5 79,4 19,2 Acre 10,2 2,9 72 5,6 Paraíba 9,2 1,5 85,3 10 Bahia 8,9 1,3 74,4 12,9 Piauí 8,4 1,5 83,1 4,9 Ceará 7,1 3,2 85 10,8 Pará 7,0 2,1 64,8 8,8 Maranhão 6,4 0,5 77,1 4,6 Pernambuco 6,2 1,8 71,2 8,5 Amazonas 5,6 0,5 73,8 7,5 Fonte: IBGE – Censo Demográfico

    Outro quesito novo pesquisado no levantamento foi a existência de via sinalizada para bicicletas, equipamento urbanístico presente em vias onde residem 3,3 milhões de pessoas (1,9%).

    Entre as unidades da federação, o índice mais elevado alcançou 5,2% em Santa Catarina seguido de estados de todas as regiões do país como Distrito Federal (4,1%), Ceará (3,2%), Amapá (3,1%) e Rio de Janeiro (2,5%), revelando uma diversidade de padrões no território. O menor percentual levantado pertence ao Maranhão e Amazonas, ambos com 0,5%.

    Balneário de Camboriú (SC) tinha o maior percentual neste quesito entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com 14,0%, seguido de Florianópolis e Joinville, também de Santa Cantarina, com 12,1% e 11,8%, respectivamente.

    “De forma geral, os percentuais de moradores residindo em vias com sinalização para bicicletas foram significativamente baixos, revelando que a infraestrutura das vias no país ainda é muito direcionada para veículos automotores”, analisa Cervi.

    Capacidade de circulação das vias e a existência de ponto de ônibus ou van foram pesquisados pela primeira vez

    De forma inédita, no Censo de 2022, a estrutura viária para veículos foi retratada através do quesito de capacidade máxima de circulação da via. Foram contabilizadas 158,1 milhões de pessoas (90,8%) que vivem em trechos de logradouros onde é possível o fluxo de caminhões ou ônibus. Em todos os estados há um predomínio desse tipo de via: 98,0% no Tocantins e 76,9% no Amapá foram os maiores e menores percentuais encontrados.

    Outros 10,5 milhões pessoas (6,1%) vivem em trechos com capacidade máxima para circulação de carro ou van. Pernambuco (11,9%), Rio de Janeiro (10,7%) e Bahia (10,0%) são os únicos estados que tem mais de 10% de seus moradores em trechos de vias com estas características.

    “Esta condição nestes grandes centros urbanos está associada a relevo acidentado, centros históricos e a presença de proporções maiores de moradores vivendo em favelas e comunidades urbanas. Por exemplo, Salvador é a capital com menor percentual de moradores em vias com capacidade de circulação por caminhão ou ônibus, com 63,4%, e maior percentual de moradores em vias com capacidade máxima de circulação por carros e vans, registrando 17,9%”, explica o pesquisador do IBGE.

    Por outro lado, Mato Grosso (1,7%), Tocantins (1,8%), Mato Grosso do Sul (1,8%) e Goiás (1,9%) são os estados que têm menos de 2% de seus moradores em vias com estas características.

    Além disso, 5,0 milhões de pessoas (2,9%) vivem em trechos de vias onde só era possível a circulação de motocicletas, bicicletas e pedestres. Apesar de pouco frequente, com percentual abaixo de 3% dos moradores em 18 estados, essa característica ganha destaque no Amapá (15,1%), em Pernambuco (8,4%) e no Amazonas (8,3%).

    Outro destaque foi Recife (PE), onde 69,9% de seus moradores vivem em vias onde é possível circular com caminhão ou ônibus e 16,1%, 4º maior percentual do Brasil para cidades com mais de 100 mil habitante, onde era possível circular somente a pé, de bicicleta ou de motocicleta.

    Foram ainda registradas 5.267 pessoas (0,003%) que moram em locais onde a circulação se dava apenas por meio de transporte aquaviário, quantidade residual ou inexistente em quase todos os estados. O maior percentual encontrado foi no Amazonas, com 0,1%.

    A pesquisa do entorno identificou pontos de ônibus ou van em vias onde moravam 15,3 milhões de pessoas (8,8%). Este item de infraestrutura urbana, indicativo da existência de transporte coletivo, tinha uma distribuição bastante desigual no território nacional. Nos estados das regiões Sul e Sudeste foram constatadas as maiores proporções de moradores em vias com estas características, todos com percentuais maiores que 10%, com destaque para o Rio Grande do Sul (14,5%), Santa Catarina (11,9%) e São Paulo (11,8%). Tocantins (1,6%) apresentou a menor proporção.

    Juiz de Fora (MG), com 48,6%, é o município com mais de 100 mil habitantes que apresenta o maior percentual neste quesito, seguido por Petrópolis (RJ), com 31,5%. Das capitais, Porto Alegre (RS) liderava com 25%.

    “A existência deste transporte cumpre a necessidade de circulação de pessoas para a realização das atividades sociais, culturais, políticas e econômicas consideradas necessárias na sociedade. É importante destacar que, de forma geral, a presença de pontos de ônibus não acontece em todos os trechos de via”, destaca Filipe Borsani, analista da divulgação.

    Censo 2022 retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma décadaCenso 2022 retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma década

    Quase metade da população reside em vias sem bueiro ou boca de lobo

    A infraestrutura de drenagem representada pela presença do bueiro ou boca de lobo nas vias está presente para 53,7% dos moradores (93,6 milhões de habitantes). Em 2010, esse percentual era de 39,3% (60,3 milhões).

    “Bueiros ou bocas de lobo são componentes importantes da infraestrutura urbana, desempenhando funções como a drenagem de águas pluviais na medida que coletam a água da chuva das ruas e calçadas, evitando alagamentos e acúmulo de água que podem causar danos à infraestrutura e propriedades”, explica Borsani.

    O estado com o maior percentual de moradores em vias com bueiro ou boca de lobo é Santa Catarina (85,2%), seguida pelo Paraná (83,4%), ambos da Região Sul, além do Rio de Janeiro (76,7%). No outro extremo estão os estados do Piauí (11,6%), do Rio Grande do Norte (19,2%) e do Ceará (20,9%).

    “Em que pese o fato de que a diversidade climática e dos sítios urbanos interfiram na densidade da presença dos bueiros, chama a atenção a grande amplitude de variação regional: foi de 73,5 pontos percentuais a diferença entre Santa Catarina e o Piauí”, completa o analista do IBGE Maikon Novaes.

    Planaltina (GO) registra 6% de seus moradores em vias com bueiro ou boca de lobo, sendo o menor percentual para os municípios com mais de 100 mil habitantes.

    O percentual de moradores em vias com iluminação pública no total do país atingiu 97,5 (169,7 milhões). Em 2010, esse percentual havia sido de 95,2% (146,2 milhões).

    Foi o maior percentual entre os elementos urbanísticos pesquisados e não havia uma variação regional significativa neste quesito. Vinte e três estados tiveram uma proporção de moradores em vias com esta infraestrutura entre 98,9% e 95,7%. Os outros 4 estados flutuaram entre 88,4% e 93,5%.

    O município com mais de 100 mil habitantes com menor percentual é Macapá (AP), com 88,8% dos moradores em vias com iluminação pública.

    De acordo com o levantamento, 154,1 milhões de moradores (88,5%) vivem em vias pavimentadas, enquanto 19,5 milhões viviam em vias não pavimentadas. Apesar de também ter sido investigado em 2010, o critério para existência foi alterado de qualquer tipo de pavimentação, mesmo que em pequena parte da via, para pelo menos 50% do trecho, não sendo possível a comparabilidade.

    Havia uma diferenciação regional importante neste quesito, com sete estados com menos 80% de seus moradores de setores selecionados para a pesquisa em vias pavimentadas, incluindo o Pará (69,3%), Rondônia (70,4%), Amapá (71,9%) e Pernambuco (76,3%). Por outro lado, seis estados têm mais de 90% de seus moradores em vias pavimentas, com destaque para São Paulo (96,0%), Minas Gerais (95,3%), Distrito Federal (94,2%) e Goiás (94,0%).

    Araruama (SP), com 29%, de seus moradores em vias pavimentadas é o município com mais de 100 mil habitantes com menor proporção de moradores em vias pavimentadas.

    Maioria dos moradores vive em vias com presença pelo menos uma árvore

    Os dados da pesquisa mostram que, no Brasil, há 58,7 milhões de moradores (33,7%) vivendo em vias sem arborização, enquanto 114,9 milhões (66,0%) vivem em vias com presença de árvores.

    Em termos de densidades de arborização, 35,6 milhões das pessoas (20,4%) contabilizadas com presença de árvore residem em vias com até 2 árvores, 23,5 milhões (13,5%) em vias com 3 ou 4 árvores, enquanto 55,8 milhões (32,1%) localizam-se em vias com 5 árvores ou mais.

    São José (SC) é o município com mais de 100 mil habitantes menor percentual de moradores em vias com arborização (15,1%), enquanto Maringá, o maior (98,6%). Das capitais se destaca Campo Grande (MS), com 91,4%.

    “A arborização urbana é essencial para a qualidade de vida nas cidades. Ela contribui para o bem-estar dos habitantes, oferecendo diversos benefícios ambientais, sociais e econômicos. A redução da temperatura é uma consequência importante, diminuindo a incidência de ilhas de calor ao longo do tecido urbano. Ao integrar os resultados da pesquisa urbanística com práticas de arborização, os municípios podem criar ambientes urbanos mais sustentáveis e agradáveis, melhorando a qualidade de vida de seus habitantes”, frisa Novaes

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    População de cor ou raça amarela vive em trechos com melhor infraestrutura urbana

    Em desagregações por cor ou raça, destaca-se que a população que se considera amarela reside em vias com mais capacidade máxima de circulação – caminhão ou ônibus (95,6%), assim como registra melhor infraestrutura em quase todos os quesitos: via pavimentada (96,3%), bueiro ou boca de lobo (61,8%), iluminação pública (98,8%), pontos de ônibus (13,5%), via sinalizada para bicicleta (4,2%), presença de calçada ou passeio (94,6%), rampa para cadeirantes (29,6%), arborização (80,0%).

    A população branca foi identificada como a segunda com maior oferta de quase todos os elementos pesquisados: via com capacidade máxima de circulação (93,5%), via pavimentada (91,3%), bueiro ou boca de lobo (60,8%), iluminação pública (98,1%), ponto de ônibus (10,6%), via sinalizada para bicicleta (2,5%), presença de calçada ou passeio (88,2%), rampa para cadeirantes (19,2%) e arborização (70,6%).

    Por outro lado, a população que se declarou como preta apresenta percentuais mais baixos em quesitos como iluminação pública (96,8%), via sinalizada para bicicleta (1,4%), presença de calçada ou passeio (79,2%), rampa para cadeirantes (11,1%) e arborização (59,4%).

    Já a população declarada como parda apresentou percentuais baixos em existência de elementos como via pavimentada, (86,0%) bueiro ou boca de lobo (47,1%) e pontos de ônibus (7,1%).

    Censo 2022 retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma décadaCenso 2022 retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma década

    A população que se declara como indígena, residente em áreas com características urbanas, apresenta menor percentual de obstáculos na calçada (52,4%), porém, tem o maior percentual de residentes (6,4%) em vias com menor acessibilidade – capacidade máxima de circulação para motocicletas, bicicletas e pedestres.

    Além disso, essa população registra os percentuais mais baixos na presença de todos os quesitos levantados pela pesquisa tais como via pavimentada, (72,2%) bueiro ou boca de lobo (36,0%), iluminação pública (90,4%), pontos de ônibus (4,8%), via sinalizada para bicicleta (1,1%), presença de calçada ou passeio (63,7%), rampa para cadeirantes (9,8%), arborização (58,5%).

    Censo 2022 também investigou infraestrutura urbana no entorno de diferentes tipos de estabelecimentos, como de saúde e ensino

    Além de estarem no entorno das unidades domiciliares, os elementos urbanísticos também são importantes infraestruturas para promover a qualidade de acesso e circulação a estabelecimentos. O Censo Demográfico 2022 também investigou esses elementos para estabelecimentos de ensino, de saúde e de outras finalidades como comércio, por exemplo.

    Destaca-se que todos os estabelecimentos coletados registram alto percentual de iluminação pública: 98,7% (ensino), 99,4% (saúde) e 98,5% (outras finalidades). Por outro lado, todos têm percentuais mais baixos de presença de ponto de ônibus ou van: 16,6% (ensino), 17,7% (saúde) e 16,4% (outras finalidades).

    Estabelecimentos de saúde são os que apresentam o maior percentual de bueiros (62,6%), enquanto a presença de arborização é maior entre os estabelecimentos de ensino e saúde, 65,3% e 66,2%, respectivamente, contra 60,2% dos estabelecimentos de outras finalidades.

    Os de ensino também contém maior densidade de arborização (5 ou mais árvores) com 35,9%, seguido por saúde (35,4%), enquanto os estabelecimentos de outras finalidades, apenas 28,8%.

    Os resultados mostram presença de calçadas para a maioria dos estabelecimentos de saúde (96,3%). Porém, também o maior percentual de problemas nestas calçadas, pois 45,7% destes estabelecimentos têm obstáculos, contra 32,1% (ensino) e 28,2% (outras finalidades).

    Por fim, os resultados mostram que menos da metade (47,2%) dos estabelecimentos de saúde tem rampa para cadeirante, enquanto apenas 31,8% dos estabelecimentos de ensino e 25,0% de outras finalidades apresentam esse elemento presente nas calçadas.

    Mais sobre a pesquisa

    Durante o levantamento das características urbanísticas do entorno dos domicílios, foram pesquisados dez quesitos relacionados à capacidade de circulação e pavimentação da via, existência de bueiro ou boca de lobo, iluminação pública, ponto de ônibus ou van, sinalização para bicicletas, calçada ou passeio, obstáculo na calçada, rampa para cadeirante e arborização.

    Os dados estão disponíveis para recortes geográficos de Brasil, Grandes Regiões, Estados, Municípios e outros recortes geográficos compostos a partir de Municípios, como Concentrações Urbanas. As informações foram desagregadas também por sexo, cor ou raça e grupos de idade da população, além de características dos domicílios.

  • IBGE: número de crianças na creche triplica no Brasil em duas décadas

    IBGE: número de crianças na creche triplica no Brasil em duas décadas

    O percentual de crianças de até 3 anos que frequentam a educação infantil chegou a 33,9%, em 2022, segundo dados do Censo Demográfico daquele ano. A taxa é 3,6 vezes maior do que a observada no Censo 2000 (9,4%). Os dados preliminares são do questionário de amostra, aplicado em 10% do total de domicílios recenseados no país pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Em 2010, o percentual era de 23,5%. Apesar do avanço, o país ainda não atingiu as metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê atender a pelo menos metade das crianças de até 3 anos de idade em creches e escolas até 2025.

    Apenas 646 municípios brasileiros atingiram a meta. Em relação às regiões, Sudeste e Sul estão acima da média nacional, com 41,5% e 41%, respectivamente. Em seguida, abaixo da média nacional, aparecem Centro-Oeste (29%) e Nordeste (28,7%). Com uma taxa de apenas 16,6%, menos da metade da média do país, o Norte aparece em último lugar.

    Outro dado apresentado pelo Censo 2022 foi o percentual de crianças de 4 a 5 anos na escola, que também apresentou avanços, passando de 51,4% em 2000, para 80,1% em 2010 e para 86,7%, em 2022. Nessa faixa etária, a desigualdade regional é menor, com quatro regiões acima da média: Nordeste (89,7%), Sudeste (88,9%), Sul (86,7%) e Centro-Oeste (80,5%). O Norte, mais uma vez, aparece na última posição mas com uma taxa de 76,2%, bem próxima da média.

    A meta do PNE para essa faixa etária, de universalização do acesso à educação até 2016, tampouco foi atingida. “A gente está se aproximando dessa meta, mas ainda não atingimos 100%”, afirma a pesquisadora do IBGE Juliana Queiroz.

    As taxas de frequência de crianças acima de 6 anos e de adolescentes até 17 anos também cresceu de 2000 para 2022. As crianças de 6 a 14 anos na escola passaram de 93,1% em 2000 para 98,3% em 2022. Já os adolescentes de 15 a 17 anos matriculados passaram de 77,4% para 85,3%.

    Jovens e adultos

    A faixa etária que não teve avanço no percentual de matrículas foi a dos jovens de 18 a 24 anos. O percentual de estudantes nessa faixa etária em relação ao total da população caiu de 31,3% para 27,7%, no período. Segundo Juliana Queiroz, no entanto, esse dado precisa ser olhado com mais atenção, uma vez que a queda foi provocada pela queda do número desses jovens cursando a educação básica.

    “Nos anos 2000, entre os estudantes que frequentavam a escola aos 18 a 24 anos, a maior parte estava no ensino médio, 44,3%, seguido do ensino fundamental com 32,1%, e depois do ensino superior com 23,6%. Esse cenário se inverte agora em 2022, em que a maior parte está no ensino superior, 56,4%”, afirma Juliana.

    Os percentuais de jovens de 18 a 24 anos frequentando ensino médio e ensino fundamental/alfabetização são de 35,8% e 7,8%, respectivamente.

    Brasília (DF), 24/10/2024 - Professor do colégio Galois, Samuel Rbeiro Costa, em sala de aula com alunos na preparação nos últimos dias antes da prova do Enem 2024. Foto: José Cruz/Agência Brasil

    Professor Samuel Rbeiro Costa em sala de aula com alunos na preparação nos últimos dias antes da prova do Enem – Arquivo/José Cruz/Agência Brasil

    Atraso escolar

    Os dados do Censo Demográfico 2022 também mostram que o atraso escolar diminuiu entre os jovens de 15 a 17 anos. Se, em 2010, 38,9% dos adolescentes nessa faixa etária estavam cursando o ensino fundamental ou curso de alfabetização, em 2022, essa proporção recuou para 26,8%.

    Por outro lado, aqueles que frequentavam ensino médio ou superior (níveis de instrução considerados adequados para a idade), cresceu de 61,1% em 2010 para 73,2%. Juliana Queiroz destaca, no entanto, que ainda há “um quarto desses jovens que estão no ensino anterior ao adequado”.

    Indígenas

    De acordo com o Censo 2022, o acesso de indígenas à educação básica ainda fica muito aquém do restante da população. Se a média brasileira de crianças com até 3 anos frequentando creches ou escolas era de 33,9%, entre os indígenas o percentual era de apenas 13,5%.

    O mesmo vale para outras faixas etárias na educação básica. Entre crianças de 4 e 5 anos, a parcela de indígenas dessa faixa etária na escola é de apenas 66,3%, bem abaixo da média nacional de 86,7%.

    Na faixa de 6 a 14 anos, o percentual de indígenas é de 92,1% ante uma média nacional de 98,3%. Já na faixa de 15 a 17 anos, os indígenas na escola são 78,4%, ante uma média de 85,3% para o país.

  • Brasileiros adultos com ensino superior completo chegam a 18,4%

    Brasileiros adultos com ensino superior completo chegam a 18,4%

    Entre os brasileiros com mais de 25 anos, 18,4% concluíram o ensino superior. É o que mostra o Censo Demográfico de 2022, divulgado nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa mostrou avanços em relação aos censos anteriores.

    Em 2000, apenas 6,8% dos adultos (com 25 anos ou mais) tinham ensino superior. Em 2010, eram 11,3%. Apesar disso, quatro em cinco brasileiros ainda não têm curso de graduação.

    O pesquisador do IBGE Bruno Perez destaca que parte dessa população sem ensino superior é composta por pessoas mais velhas.

    “A gente sabe que tem uma população mais envelhecida para a qual o acesso à educação foi mais difícil na sua juventude. Então, essa população mais velha também pesa aqui quando a gente está olhando a proporção da população de 25 anos ou mais com nível superior completo. Tem esse peso no estoque de décadas de população”.

    O Censo 2022 mostra ainda que 32,3% das pessoas com 25 anos ou mais tinham ensino médio completo ou superior incompleto (acima das 16,3% de 2000), 14% tinham ensino fundamental completo ou médio incompleto (acima dos 12,8% de 2000).

    O número de pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto caiu de 63,2% em 2000 para 35,2% em 2022.

    Brasília (DF), 25/02/2025 - Arte para a Matéria Censo 2022 - Educação. Arte/Agência Brasil

    Arte/Agência Brasil

    Cor e raça

    Fazendo uma análise por cor e raça dos dados do Censo 2022, é possível perceber que os brancos ainda têm mais acesso ao ensino superior que os pretos e pardos.

    Completaram o ensino superior:

    • 25,8% dos brancos
    • 11,7% dos pretos
    • 12,3% pardos

    Vale destacar, no entanto, que o avanço do acesso da população negra ao ensino superior foi mais intenso que entre o dos brancos nas últimas duas décadas. O percentual da população branca com nível universitário completo cresceu 2,6 vezes no período (era 9,9% em 2000). Já a parcela de negros com ensino superior cresceu cerca de cinco vezes. O percentual de pretos com ensino superior completo era de 2,1% em 2000, enquanto o de pardos era 2,4%, segundo o IBGE.

    De acordo com o Censo 2022, 56,4% dos jovens de 18 a 24 anos estavam matriculados em algum curso de ensino superior no ano da pesquisa.

    Em média, os brasileiros com 11 anos ou mais de idade tinham 9,5 anos de estudo em 2022, sendo a população de cor amarela aquela com melhor desempenho (12 anos). Entre os brancos, a média era de 10,3 anos. Os pretos e pardos tinham, em média, 8,9 anos de estudo, enquanto entre os indígenas, o total era de 7,5 anos.

    UnB foi a primeira universidade federal a adotar sistema de cotas raciais UnB reserva vagas para negros desde o vestibular de 2004 Percentual de negros com diploma cresceu quase quatro vezes desde 2000, segundo IBGE

    UNB – Arquivo/Marcello Casal jr/Agência Brasil

    Carreiras

    A maior parte dos brasileiros com curso superior tinha em 2022 graduação nas áreas de negócios, administração e direito (8,5 milhões), saúde e bem-estar (4,1 milhões) e educação (3,6 milhões).

    Os cursos específicos com mais gente formada no Brasil eram gestão e administração (4,1 milhões), formação de professores sem área específica (3,1 milhões) e direito (2,5 milhões).

    Em relação a cor e raça, há grande disparidade em alguns cursos. Três em quatro formados em medicina (75,5%), economia (75,2%) e odontologia (74,4%) eram brancos. Os negros (pretos e pardos) com diploma nesses cursos eram 21,9%, 22,3% e 22,7%, respectivamente.

    Entre os cursos onde a participação de negros e brancos era mais equilibrada, apareciam serviço social (47,2% eram brancos e 52%, negros), religião e teologia (48,2% eram brancos e 50,8% negros) e formação de professores (52,8% eram brancos e 46,4%, negros).

    Em relação ao sexo, engenharia mecânica e metalurgia é a área com maior proporção de homens entre os formados (92,6%), enquanto a parcela de mulheres é maior nos cursos de formação de professores (92,8%) e serviço social (93%).

    Em alguns cursos, percebe-se o aumento da participação de mulheres em anos recentes. Em medicina, por exemplo, o percentual de mulheres no total da população com diploma na área era de 49,9%. Entre os médicos com até 29 anos, 60,2% eram mulheres.

    O mesmo percebe-se nos cursos de direito (51,1% de todos com diploma na área eram de mulheres, mas entre os formados em direito com até 29 anos, 62,1% eram mulheres) e gestão e administração (mulheres eram 52,3% do total de formados nesse curso e 59,2% do total de formados nessa área com até 29 anos).

  • Censo 2022 revela aumento de favelas em Mato Grosso e aponta desafios

    Censo 2022 revela aumento de favelas em Mato Grosso e aponta desafios

    Um novo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trouxe à tona a realidade das favelas em Mato Grosso.

    Segundo os dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (8), o estado possui 58 favelas, concentradas principalmente em Cuiabá e região metropolitana.

    As favelas em Mato Grosso, assim como em outras partes do país, são caracterizadas pela falta de infraestrutura básica, como saneamento básico, energia elétrica e ruas pavimentadas. Além disso, os moradores dessas comunidades enfrentam desafios como a falta de oportunidades e a violência.

    Distribuição das favelas por cidade de Mato Grosso:

    • Cuiabá: Concentra a maior parte das favelas do estado, totalizando 47.
    • Várzea Grande: Possui 6 favelas.
    • Rondonópolis: Abriga 3 favelas.
    • Sinop e Cáceres: Cada uma possui 1 favela.

    O IBGE substituiu o termo “Aglomerados Subnormais” por “Favelas e comunidades urbanas” para melhor representar a realidade dessas localidades. A nova denominação reflete as características dessas áreas, como a falta de infraestrutura e a precariedade das condições de vida.

    O Censo 2022 também revelou o perfil dos moradores das favelas em Mato Grosso. A população das favelas é mais jovem do que a média nacional, com idade média de 30 anos.

    Em relação à cor ou raça, a maioria dos moradores se autodeclaram pardos (56,8%), seguidos por pretos (16,1%) e brancos (26,6%).

    Desafios e perspectivas

    Os dados do Censo 2022 evidenciam a necessidade de políticas públicas mais eficazes para enfrentar os desafios das favelas em Mato Grosso.

    É fundamental investir em infraestrutura, saneamento básico, educação e geração de emprego e renda para melhorar a qualidade de vida dos moradores dessas comunidades.

  • Censo revela quais são as 20 maiores favelas do país; veja a lista

    Censo revela quais são as 20 maiores favelas do país; veja a lista

    Com mais de 72 mil moradores, a comunidade da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, é a maior favela do país. A constatação faz parte de um suplemento do Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    O levantamento demográfico identificou no país 16.390.815 habitantes em 12.348 favelas, distribuídas por 656 municípios.

    Os pesquisadores do IBGE consideram favelas e comunidades urbanas localidades com características como insegurança jurídica da posse, ausência ou oferta precária ou incompleta de serviços públicos, padrões urbanísticos fora da ordem vigente e ocupação de áreas com restrição ou de risco ambiental.

    Se a Rocinha fosse uma cidade, os 72.021 moradores a colocariam como a 459ª maior do Brasil. Em 2022, o país tinha 5.570 municípios, ou seja, a Rocinha tinha mais habitantes que 5.112 cidades.

    As 20 maiores favelas brasileiras agrupam 858,6 mil moradores, representando 5,2% do total da população residente em comunidades pelo país. Dessas mais populosas, oito estavam na região Norte; sete, no Sudeste; quatro no Nordeste; e uma no Centro-Oeste.

    Veja a lista das 20 maiores em quantidade de moradores:

    1) Rocinha – Rio de Janeiro (RJ), 72 021
    2) Sol Nascente – Brasília (DF), 70 908
    3) Paraisópolis – São Paulo (SP), 58 527
    4) Cidade de Deus/Alfredo Nascimento – Manaus (AM), 55 821
    5) Rio das Pedras – Rio de Janeiro (RJ), 55 653
    6) Heliópolis – São Paulo (SP), 55 583
    7) Comunidade São Lucas – Manaus (AM), 53 674
    8) Coroadinho – São Luís (MA), 51 050
    9) Baixadas da Estrada Nova Jurunas – Belém (PA), 43 105
    10) Beiru / Tancredo Neves – Salvador (BA), 38 871
    11) Pernambués – Salvador (BA), 35 110
    12) Zumbi dos Palmares/Nova Luz – Manaus (AM), 34 706
    13) Santa Etelvina – Manaus (AM), 33 031
    14) Baixadas da Condor – Belém (PA), 31 321
    15) Colônia Terra Nova – Manaus (AM), 30 142
    16) Jacarezinho – Rio de Janeiro (RJ), 29 766
    17) Vila São Pedro – São Bernardo do Campo (SP), 28 466
    18) Cidade Olímpica – São Luís (MA), 27 326
    19) Chafik / Macuco – Mauá (SP), 26 835
    20) Grande Vitória – Manaus (AM), 26 733

    O G10 Bank, instituição financeira criada em Paraisópolis, favela da zona sul paulistana, vai abrir agências físicas em quatro estados. Foto: Espaço do Povo Paraisópolis
    Paraisópolis, favela localizada na zona sul paulistana. Foto: Espaço do Povo Paraisópolis

    Domicílios

    O Censo também traz o ranking das 20 maiores favelas em número de domicílios particulares permanentes ocupados. Elas representam 5,3% do total de 295.009 domicílios nas comunidades espalhadas pelo país.

    Novamente, a Rocinha lidera o ranking com mais que o triplo de domicílios da 20ª colocada (Colônia Terra Nova, Manaus). Apenas as paulistas Vila São Pedro, Chafik/Macuco e Jardim Oratório não estão localizadas em capitais.

    Veja a lista das 20 maiores em quantidade de domicílios:

    1) Rocinha – Rio de Janeiro (RJ), 30 371
    2) Rio das Pedras – Rio de Janeiro (RJ), 23 846
    3) Sol Nascente – Brasília (DF), 21 889
    4) Paraisópolis – São Paulo (SP), 21 442
    5) Heliópolis – São Paulo (SP), 20 205
    6) Coroadinho – São Luís (MA), 16 741
    7) Cidade de Deus/Alfredo Nascimento – Manaus (AM), 15 872
    8) Beiru / Tancredo Neves – Salvador (BA), 15 618
    9) Comunidade São Lucas – Manaus (AM), 15 469
    10) Pernambués – Salvador (BA), 14 649
    11) Baixadas da Estrada Nova Jurunas – Belém (PA), 13 077
    12) Jacarezinho – Rio de Janeiro (RJ), 10 936
    13) Vila São Pedro – São Bernado do Campo (SP), 10 273
    14) Zumbi dos Palmares/Nova Luz – Manaus (AM), 9 720
    15) Baixadas da Condor – Belém (PA), 9 638
    16) Santa Etelvina – Manaus (AM), 9 301
    17) Jardim Oratório – Mauá (SP), 9 189
    18) Chafik / Macuco – Mauá (SP), 9 158
    19) Cidade Olímpica – São Luís (MA), 8 923
    20) Colônia Terra Nova – Manaus (AM), 8 692

    Extensão

    O IBGE apontou também as favelas com maiores extensões territoriais. Nesse ranqueamento, o Censo ressalta que “não existia uma relação direta entre as áreas territoriais das favelas e comunidades urbanas e o número de residentes e de domicílios nesses territórios”.

    Ou seja, ter mais área não significa necessariamente ter mais casas, assim como ter mais casas não é certeza de ter mais moradores. A Rocinha, por exemplo, apesar de ter o maior número de domicílios e de moradores, sequer consta na lista das 20 maiores favelas em extensão territorial.

    Veja a lista das 20 maiores em área (quilômetro quadrado):

    1) 26 de Setembro – Brasília (DF), 10,5
    2) Sol Nascente – Brasília (DF), 9,2
    3) Morro da Cruz I e II – Brasília (DF), 5,9
    4) Invasão Água Limpa – Itabirito (MG), 5,7
    5) Valéria – Salvador (BA), 5,5
    6) Coroadinho – São Luís (MA), 5,4
    7) Santa Etelvina – Manaus (AM), 4,8
    8) Parque Estrela – Magé (RJ), 4,6
    9) João de Barro – Boa Vista (RR), 4,6
    10) Jardim Progresso – Natal (RN), 4,5
    11) Cidade de Deus/Alfredo Nascimento – Manaus (AM), 4,3
    12) Baía do Sol – Belém (PA), 4,2
    13) Residencial Tiradentes – São Luís (MA), 4,2
    14) Gapara – São Luís (MA), 4,1
    15) Vila Nestor – São Luís (MA), 4,1
    16) Nacional – Porto Velho (RO), 4,1
    17) Santa Rita – Feira de Santana (BA), 4,0
    18) Barra Alegre – Ipatinga (MG), 3,9
    19) Comunidade São Lucas – Manaus (AM), 3,8
    20) Água Boa – Belém (PA), 3,8

  • População de favela é mais negra e jovem que restante do país

    População de favela é mais negra e jovem que restante do país

    Nas favelas brasileiras, a proporção de pessoas pretas e pardas é maior do que no Brasil. Por outro lado, a presença de brancos é menor que a proporção na população geral. Essas constatações fazem parte de um suplemento do Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    O levantamento, que também aponta um perfil mais jovem nas comunidades, identificou quase 16,4 milhões de moradores em 12,3 mil favelas, distribuídas por 656 municípios.

    Os pesquisadores do IBGE consideram favelas e comunidades urbanas localidades com características como insegurança jurídica da posse, ausência ou oferta precária ou incompleta de serviços públicos, padrões urbanísticos fora da ordem vigente e ocupação de áreas com restrição ou de risco ambiental.

    As pessoas pardas representam 45,3% do total da população brasileira. Os pretos são 10,2%. Juntos, somam 55,5%. Quando se olha apenas para as favelas, os pretos são 16,1%; e os pardos, 56,8%. Somados alcançam 72,9%.

    Por outro lado, os brancos, que são 43,5% da população brasileira, respondem por 26,6% dos moradores de favelas.

    Segundo o IBGE, os amarelos (asiáticos) são 0,4% da população geral e 0,1% das favelas. Os indígenas representam 0,8%, tanto na população geral, quanto nas favelas.

    O IBGE explica que o somatório dos grupos pardos, pretos, brancos, amarelos e indígenas supera 100% no censo, pois foi facultado a moradores de áreas indígenas se identificarem como indígenas, mesmo que sejam de outras cores. Por exemplo, uma pessoa parda que mora em um território demarcado pôde se considerar indígena.

    Vistos de outro prisma, os dados mostram mais aspectos da desigualdade racial no país. De todas as pessoas que se declararam brancas, 4,9% moravam em favelas. Entre os pretos, essa marca chegou a 12,8%, ou seja, de cada 100 pessoas pretas, praticamente 13 moravam em comunidades. No universo dos pardos, a relação era de 10 a cada 100 (10,1%).

    Entre os indígenas, a proporção foi de 8%, tendo alcançado a maior marca no Amazonas (17,9%). O segundo maior percentual é entre os indígenas no Rio de Janeiro (12,7%).

    Jovens da Rocinha participam do 1º Mutirão de Plantio De Olho no Lixo

    Jovens da Rocinha durante atividade cultural – Divulgação/Secretaria de Estado do Ambiente

    Mais novos

    O censo revelou que a população das favelas é mais jovem que a brasileira. O IBGE apresenta o índice de envelhecimento, que faz uma relação entre idosos de 60 anos ou mais e um grupo de 100 crianças de até 14 anos. Quanto maior o índice, mais envelhecida é a população.

    No Brasil, o índice para a população total foi 80 em 2022. Ou seja, havia 80 idosos para cada 100 crianças. Especificamente dentro das favelas, o marcador foi de 45 idosos para cada 100 crianças, indicando uma população proporcionalmente muito menos envelhecida.

    A idade mediana da população residente no Brasil, em 2022, era 35 anos, ou seja, metade da população possuía mais de 35; e a outra metade, menos de 35. Analisando apenas o universo de moradores de favelas, a idade mediana cai para 30 anos.

    “Um indicador de que esses territórios são formados, proporcionalmente, por população mais jovem que a totalidade da população residente no país”, escreve o IBGE.

    Sexo

    O censo indicou também que 48,3% dos moradores das favelas são homens; e 51,7%, mulheres. “Esses valores não apresentaram diferença expressiva em relação ao percentual de pessoas do sexo masculino e feminino na população geral, 48,5% e 51,5%, respectivamente”, assinala o instituto.

    Outro indicador importante para traçar as características demográficas de determinada população é a razão de sexo. Quando esse número é igual a 100, indica o mesmo número de pessoas dos dois sexos. Caso a razão de sexo seja menor que 100, a população analisada possui mais mulheres que homens.

    No Brasil, a razão de sexo da população total era de 94,3 homens para casa 100 mulheres, em 2022. Nas favelas, baixava para 93,4 homens para cada 100 mulheres.

  • Brasil teve 1,3 milhão de óbitos de agosto de 2021 a julho de 2022

    Brasil teve 1,3 milhão de óbitos de agosto de 2021 a julho de 2022

    No período entre agosto de 2021 e julho de 2022, os entrevistados no Censo Demográfico 2022 informaram a existência de 1.326.138 óbitos no Brasil. Desse total, 722.225, ou 54,5%, eram do sexo masculino e 603.913, ou 45,5%, do feminino.

    Os dados fazem parte da pesquisa Censo Demográfico 2022: composição domiciliar e óbitos informados, divulgada nesta sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além da resposta dos entrevistados, as principais fontes para a obtenção de informações de óbitos são o Registro Civil do próprio IBGE e o Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.

    O número de mortes captado pelo Censo 2022 foi menor que o indicado pelo SIM. O IBGE esclareceu que é comum isso ocorrer em uma pesquisa domiciliar e pode ser relacionado a erros de memória dos entrevistados ou à dificuldade de um Censo verificar os óbitos ocorridos em domicílios unipessoais, aqueles que têm apenas uma pessoa. Além disso, as mortes podem ter sido informadas mais de uma vez, nos casos de óbitos em domicílios posteriormente desmembrados.

    Izabel Marri, do IBGE, explicou que, por isso, o instituto considera também as informações dos registros civis, que são mais completos do que os óbitos apontados no Censo, aos quais chamou de subdeclarados.

    “Principalmente naqueles onde existe apenas uma pessoa, que são os domicílios unipessoais, quando a pessoa morre a gente perde a informação desse óbito, obviamente, porque não haverá domicílio ali para o Censo entrevistar. Então, principalmente por conta dessa característica, os óbitos do censo são subdeclarados, mesmo assim a informação pode ser utilizada usando métodos demográficos ou que permitam que o pesquisador possa contornar a situação para que possa usar as demais informações dos óbitos”, completou.

    Idade

    O volume de óbitos por sexo, segundo os grupos de idade das pessoas, mostrou que desde o nascimento até a faixa etária de 75/79 anos, a morte de homens supera a de mulheres. Essa proporção começa a mudar na faixa de 80/84 até mais de 100 anos.

    De acordo com a pesquisa, na comparação com as mulheres, o maior número de mortes entre os homens ocorre na população na faixa de 15 a 34 anos. Nesses casos, as principais causas são externas ou violentas, como homicídios, suicídios e acidentes de trânsito, entre outras.

    Para a pesquisadora Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, sempre é interessante desagregar os óbitos por sexo e idade, porque eles têm características distintas, quando esses dois quesitos são analisados. Um dos exemplos é a mortalidade infantil, que registra recuo conforme evoluem os processos de desenvolvimento dos locais onde os óbitos ocorrem.

    “Os óbitos na faixa de 0 a 1 ano de idade são os que se usa para captar a mortalidade infantil. Esse grupo de idade concentra mais óbitos que os demais de crianças ou mesmo de adolescentes, se pegar até 10,14, ou até mesmo 15 anos. Esses óbitos estarão mais concentrados ainda nos primeiros meses de vida, no mês dois, mês zero em que nasceu e morreu e essa é uma tendência que se tem quando, com certo desenvolvimento, começa a eliminar os óbitos infantis por causas evitáveis como questões de saneamento, de água contaminada”, comentou na apresentação da pesquisa.

    A gerente chamou a atenção para o fato de que, em diferentes faixas etárias, é possível notar mais óbitos masculinos até a idade de 75 a 79 anos. “Nascem mais homens do que mulheres, por volta de 4% ou 5%, mas eles morrem mais ao longo da vida. Quando se chega às idades mais avançadas, por volta de 80 anos, existem mais mulheres sobreviventes do que homens. Aí a gente vê naturalmente, quanto mais a gente avança nas idades, maiores serão os óbitos. Então, aqui já se começa a perceber maior volume de óbitos femininos em relação aos masculinos”, informou.

    Segundo a pesquisa, o grupo etário com a maior razão de sexo dos óbitos, – que são os dos homens divididos pelos das mulheres – é o de 20 a 24 anos, com 371 mortes masculinas para cada 100 femininas, ou uma sobremortalidade [termo usado para representar aumento da taxa de mortalidade de um grupo de pessoas] masculina 3,7 vezes maior que a feminina. “Fica bem mais nítida a diferença dos sexos, sendo maior os óbitos entre os homens”, acrescentou a gerente.

    Estados

    A pesquisa apontou ainda que no Tocantins foram 150 óbitos masculinos para 100 óbitos femininos, ou uma sobremortalidade masculina de 1,5 vez. Essa é a maior proporção no país. Em seguida ficaram Rondônia (1,48), Roraima (1,47), Mato Grosso (1,42), Amapá (1,41), Amazonas (1,37) e Pará (1,36), todos maiores que a média nacional (1,2). Já as menores sobre mortalidades masculinas foram no Rio de Janeiro (1,05 vezes), em Pernambuco (1,12) e no Rio Grande do Sul (1,14).

    Apenas no grupo de 20 a 39 anos de idade, a maior sobremortalidade masculina foi verificada em Sergipe (3,49), seguido do Ceará (3,35), de Rondônia (3,31), da Bahia (3,29) e do Tocantins (3,28). Já as menores foram em Roraima (1,85), São Paulo (2,16) e no Rio de Janeiro (2,21).

    Conforme Izabel Marri, entre as principais variáveis analisadas na pesquisa de óbitos do Censo estão sexo e idade, além de mês e ano em que ocorreram. A pergunta feita aos entrevistados sobre óbitos costuma se limitar aos últimos 12 meses anteriores à data de referência do Censo, que nessa pesquisa vai de agosto de 2021 a julho de 2022. Ela lembrou que fica cada vez mais difícil obter a informação caso as mortes tenham ocorrido em período mais distante ou no caso dos que ocorrem em domicílios unipessoais.

    “A pessoa que está respondendo pode não saber que naquele domicílio não ocorreu um óbito, então tem um erro de memória de quando ele ocorreu e até erros dos óbitos quando eles vêm de domicílios unipessoais. Quanto mais a gente volta no tempo, mais vai ter erro de memória. Estamos falando de três anos e meio atrás. Tem óbitos do passado que não vamos recuperar”, disse.

    No entanto, por causa da pandemia de covid-19, como nesse período e no anterior os óbitos estavam aumentados desde o começo de 2020 até meados de 2022, possivelmente de formas diferentes entre estados e municípios em decorrência da doença, foi preciso estender o período de referência para a pergunta sobre ocorrência de óbitos no domicílio. Na pesquisa, os dados dos óbitos foram divididos nos períodos 1 (08/2021 até 0/2022), 2 (08/2020 até 07/2021) e 3 (08/2019 até 07/2020).

    “Expandir esse tempo para trás, a fim de coletar essa informação para que ela não ficasse só nos últimos 12 meses antes do Censo, seriam meses que estariam afetados pela covid.. Isso poderia trazer diferenças não características dos óbitos no Brasil, porque a pandemia veio e bagunçou o total de óbitos. Não só aumentou, como pode ter estados e municípios com mais ou menos óbitos”

    “De forma que os pesquisadores pudessem ver se havia uma diferença grande na desagregação de óbitos antes da pandemia, que seria o período 3, ou na pandemia que seriam os períodos 2 e 1. Então, é mais uma oportunidade de a gente ver o que ocorre com essa distribuição dos óbitos por idade e pelo país, para que se possa considerar essas condições dos homicídios também”, completou.

    Segundo a pesquisadora, essas informações do Censo 2022 são relevantes para avaliar os indicadores de saúde da população no Brasil.

    “As medidas de mortalidade são muito importantes como indicadores de saúde de uma população, como esperança de vida, mortalidade infantil e em outras idades, que indicam como vai a saúde de uma população. Ela serve para orientar políticas de enfrentamento da mortalidade em diferentes grupos de idade”, acrescentou.

    A gerente disse ainda que atualmente no Brasil os registros de óbitos, tanto os que estão incluídos da Pesquisa de Registro Civil do IBGE, como os que são do Sistema de Informação de Mortalidades do Ministério da Saúde, têm informações muito próximas e são as principais fontes de obtenção de óbitos do país, quando se pretende tabular indicadores que trabalham com um total da população. Izabel Marri destacou que o Censo Demográfico traz uma fonte alternativa sobre óbitos da população, com ganho de informações adicionais sobre o domicílio em que ocorreu o óbito, como condições de habitação, nível de educação das pessoas do domicílio, raça/cor.

    “Essa é a grande vantagem do Censo Demográfico. É uma fonte alternativa que pode ajudar o pesquisador a entender os óbitos dos registros e traz uma gama de informações dos homicídios”, completou em entrevista na apresentação da pesquisa.

  • Censo: Brasil tem 160 mil vivendo em asilos e 14 mil em orfanatos

    Censo: Brasil tem 160 mil vivendo em asilos e 14 mil em orfanatos

    Em 2022, o Brasil tinha 160.784 pessoas vivendo em asilos ou instituição de longa permanência para idosos, segundo os dados do último Censo, divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso representa 0,5% da população com mais de 60 anos no país (32,1 milhões).

    A maior proporção de pessoas vivendo em asilos se encontra no Sudeste (57,5%), região que concentra 46,6% da população idosa nacional. O Sul responde por 24,8% das pessoas em asilos e tem 16,4% dos idosos do país.

    “É de se esperar que você tenha mais moradores de asilo em regiões que são mais envelhecidas, que são justamente o Sul e o Sudeste”, explica o pesquisador do IBGE, Bruno Perez.

    Em um recorte de gênero, os dados divulgados hoje mostram que as mulheres são a maior parte dos moradores de asilos, respondendo por 59,8% do total.

    “Isso está relacionado ao fato de que as mulheres são maioria na população com um todo e são maioria, de forma mais expressiva, quando a gente olha para a população idosa. No Brasil, a expectativa de vida dos homens é significantemente menor do que das mulheres”, avalia Perez.

    O levantamento constatou também que havia 14.374 pessoas vivendo em orfanatos e instituições similares em 2022, ou seja, 0,03% da população brasileira com até 19 anos (54,5 milhões).

    Outro dado é o número de pessoas vivendo em clínicas psiquiátricas ou comunidades terapêuticas (24.287). Essa população é majoritariamente masculina e com idades entre 30 e 59 anos.

    Penitenciárias

    Segundo o IBGE, a população vivendo em penitenciárias, centros de detenção e estabelecimentos similares chegou a 479.191 no último levantamento. De acordo com o instituto, foram considerados moradores de prisões os detentos que já estavam há mais de um ano na cadeia ou que tinham condenação superior a 12 meses.

    Isso representa 0,24% do total da população brasileira calculada pelo Censo 2022 (203,1 milhões). De acordo com o levantamento, 96% da população carcerária era formada por homens. A maioria dessas pessoas (75,4%) tinha entre 20 e 29 anos (40,7%) e entre 30 e 39 anos (34,7%).

    Em relação à população total do país, a faixa etária de 20 a 39 anos representa apenas 15,1% de todos que vivem em penitenciárias, sendo que as faixas de 20 a 29 anos e de 30 a 39 anos têm, mais ou menos, o mesmo número de pessoas.

    Das 479 mil pessoas que viviam encarceradas, 52% estavam na Região Sudeste, 16,5% no Nordeste, 14,7% no Sul, 10% no Centro-Oeste e 6,8% no Norte do país.

    Tanto o Sudeste quanto o Centro-Oeste tinham parcelas das populações carcerárias que superavam suas proporções no total da população brasileira, já que o Sudeste concentra 41,8% dos habitantes do país e o Centro-Oeste, 8%.

    Adolescentes

    O IBGE também constatou que havia 7.514 pessoas vivendo em unidades de internação de menores, ou seja, unidades socioeducativas voltadas para adolescentes em conflito com a lei. Desse total, 96,2% eram homens.

    Outros dados divulgados pela pesquisa, nesta sexta-feira, foram os totais de moradores de hotéis ou pensões (46.269), de alojamentos (30.090), de abrigos, casas de passagem ou república assistencial para outros grupos vulneráveis (24.110) e de abrigos, albergues ou casas de passagem para população em situação de rua (11.295).

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  • Brasil tinha 3,5 milhões de imóveis em construção e reforma em 2022

    Brasil tinha 3,5 milhões de imóveis em construção e reforma em 2022

    O Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou cerca de 3,5 milhões de imóveis em construção ou em reforma no país naquele ano.

    Os dados são do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE), divulgado nesta sexta-feira (14).

    Em 2010, os imóveis nessa situação somavam 2,5 milhões, segundo o Censo. Isso representava em torno de 3,2% dos 78,1 milhões de endereços do país na época.

    Na comparação de 2022 com 2010, houve um crescimento de 40% nos imóveis em construção ou reforma e de 37% no número de endereços do país, o que inclui residências e estabelecimentos de uso comercial.

    O CNEFE é um banco de dados sobre todos os endereços no país, que servem para guiar o IBGE no planejamento e execução de pesquisas.

    O cadastro é construído com base nas informações dos censos demográficos e atualizado rotineiramente pelo IBGE. Para o planejamento do Censo de 2022, por exemplo, o instituto recebeu informações sobre 89,3 milhões de endereços que deveriam visitados pelos pesquisadores.

    No momento da realização do Censo 2022, no entanto, foi verificado que muitos desses endereços foram modificados. Cerca de 16,5 milhões deles foram excluídos da base do CNEFE e outros 34 milhões foram incluídos.

    As informações do CNEFE podem ser usadas também por gestores públicos e pela população em geral, para seleção de amostras, estudos acadêmicos diversos e apoio aos órgãos de defesa civil em situações de emergência.

    Um exemplo de uso dos dados é a própria informação sobre construções e reformas, que permite visualizar situações com o rumo da expansão de uma cidade ou de modernização de determinados bairros. “No município de São Paulo, em 2022, foram identificadas 7.157 edificações residenciais em construção, que dariam origem a múltiplos novos domicílios”, conta o pesquisador do IBGE Gustavo Cayres.

    Também é possível fazer a mesma análise comparando-se dados dos endereços de 2022 com 2010. “Um exemplo é a possibilidade de identificação de áreas de verticalização [ou seja, substituição de casas por prédios] utilizando o tipo de edificação”, explica Cayres.

    Vendo-se um mapa com os endereços de Barra dos Coqueiros (SE) em 2022 e comparando-o com os dados do censo anterior, percebe-se o surgimento de vários condomínios de apartamento. Em 2010, havia apenas 86 domicílios registrados como apartamentos. Em 2022, já eram 3.568, ou seja, um crescimento de mais de 40 vezes.

    É possível visualizar também quantos endereços existem em determinado Código de Endereçamento Postal (CEP), os tipos de estabelecimentos não residenciais existentes em determinada área (escolas, igrejas, unidades de saúde, agropecuários ou estabelecimentos de outras finalidades), a categorização de estabelecimentos por nome (como Igreja Batista ou Casa de Umbanda), entre outros.

    Edição: Juliana Andrade

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