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  • Mato Grosso tem baixa proporção de moradores próximos a pontos de ônibus e ciclovias, aponta IBGE

    Mato Grosso tem baixa proporção de moradores próximos a pontos de ônibus e ciclovias, aponta IBGE

    Dados do Censo 2022 do IBGE revelam que Mato Grosso possui uma das menores proporções de moradores residindo em trechos de vias com pontos de ônibus ou vans, atingindo apenas 3,1% da população. Este percentual coloca o estado à frente somente de Tocantins (1,6%) e Amapá (2,4%), empatado com Maranhão e Pará.

    A pesquisa de características urbanísticas do entorno dos domicílios também aponta para uma baixa presença de moradores em vias sinalizadas para bicicletas em Mato Grosso, com apenas 1,4% (41.742 pessoas). O estado ocupa a 16ª posição no ranking nacional para esta infraestrutura, liderado pelo Ceará (3,2%).

    Os municípios mato-grossenses com os maiores percentuais de moradores próximos a ciclovias são Vera (8,4%), Lucas do Rio Verde (6,7%) e Canarana (6,3%). Já Nova Olímpia (0,03%), Vila Rica (0,04%) e Nova Xavantina (0,05%) registram os menores índices. A falta de infraestrutura cicloviária e a imprudência são apontadas como fatores contribuintes para acidentes envolvendo ciclistas no estado.

    Por outro lado, o levantamento do IBGE mostra que Mato Grosso se destaca positivamente em outros aspectos da infraestrutura urbana. O estado figura como o 4º com a maior proporção de moradores em vias com rampa para cadeirantes (22,4%), ficando atrás apenas de Mato Grosso do Sul (41,1%), Paraná (37,3%) e Distrito Federal (30,4%).

    Além disso, Mato Grosso está entre os 10 estados com maior cobertura de iluminação pública, alcançando 98,2% dos moradores em vias iluminadas, empatado com Paraíba e Ceará. No entanto, em relação a vias pavimentadas, o estado apresenta uma das 10 menores proporções (83,1%), com São Paulo liderando o ranking (96%) e Pará na última posição (69,3%).

    Quanto à presença de arborização, 80,9% da população urbana de Mato Grosso reside próxima a áreas com árvores, enquanto 18,9% vive em locais sem arborização. Mato Grosso do Sul lidera este quesito (92,4%), e Sergipe tem a menor proporção (38,5%).

    A pesquisa do IBGE, aplicada em mais de 340 mil setores censitários em todo o Brasil, incluindo áreas urbanas e rurais urbanizadas, visa fornecer dados detalhados sobre a infraestrutura das cidades brasileiras para auxiliar no planejamento urbano e na identificação de necessidades.

  • Imagens de satélite vão guiar coleta de dados da aquicultura no Censo

    Imagens de satélite vão guiar coleta de dados da aquicultura no Censo

    O Censo Agropecuário é o retrato mais abrangente de quem vive nas áreas rurais do Brasil e se dedica à produção vegetal, animal e extrativista. Assim como no censo demográfico, que visita todo domicílio nas cidades brasileiras, a cada dez anos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) envia pessoas – os recenseadores – a cada estabelecimento agropecuário do Brasil. Com um questionário em mãos, eles colhem informações sobre os produtores rurais e sua produção. É uma das fontes de dados mais utilizadas nas pesquisas e soluções tecnológicas desenvolvidas pela Embrapa Territorial.

    Agora, um caminho inverso vai acontecer: um trabalho da Embrapa Territorial vai ser fonte de informação para o Censo Agropecuário. O mapeamento de viveiros escavados para produção aquícola servirá de guia para os recenseadores, que devem voltar a campo em breve, para entregar ao País uma pesquisa censitária atualizada em 2026/2027. “A expectativa é que muitos insumos satelitais sejam utilizados para otimizar o próximo censo. E uma das coisas que vai acontecer é essa integração entre os produtos que nós estamos gerando, como o mapeamento dos viveiros, aos dados que serão pré-disponibilizados para os recenseadores, para quando eles forem a campo”, conta Lucíola Alves Magalhães, chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial.

    “Para o 12º Censo Agropecuário, o mapeamento da Embrapa servirá para planejamento da coleta de dados das unidades aquícolas, com a inclusão de unidades não identificadas em 2017 nas listas de unidades a serem investigadas pelos recenseadores”, diz Octávio Oliveira, coordenador de estatísticas agropecuárias do IBGE. Há expectativa de que a cooperação entre as instituições também resulte em melhoria nos dados sobre a aquicultura na Pesquisa Pecuária Municipal (PPM),

    As estatísticas da produção aquícola no Brasil são recentes. Os primeiros dados registrados no Censo Agropecuário datam de 2006. Em 2013, a atividade passou a integrar a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), realizada anualmente, e a contar, assim, com números anuais de volume e valor da produção. A atividade está entre as que mais crescem no País.

    A Embrapa Territorial já tem concluído o mapeamento dos viveiros escavados nos municípios que respondem por 75% da produção de cada estado, com imagens de 2018, e está agora atualizando e ampliando a cobertura dos dados, em parceria com o Ministério da Pesca e Aquicultura. A cooperação técnica com o IBGE também servirá para retroalimentar esse trabalho, com expectativa de incremento na acurácia das informações.

    CAR e áreas irrigadas

    A integração dos trabalhos das duas instituições será possível graças ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre elas em outubro de 2024. Nesta semana, em 10 de março, Oliveira e o técnico em sensoriamento remoto do IBGE Ian Nunes participaram de um workshop na sede da Embrapa Territorial, para discutir com a equipe do centro de pesquisa como seguir com o trabalho. “O workshop foi muito bom para as duas equipes conhecerem a fundo os trabalhos que estão sendo feitos com o uso do sensoriamento remoto e os potenciais de integração de bases de dados em apoio às estatísticas agropecuárias”, avaliou Lucíola.

    A colaboração entre as duas instituições também prevê estudos do uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR) em comparação com os estabelecimentos agropecuários levantados pelo censo agropecuário. “Os trabalhos com o CAR iniciados após o Censo Agropecuário 2017, envolvendo a Embrapa Territorial e IBGE, devem ser continuados e incluir os resultados do próximo censo. É importante compreender as relações e diferenças entre as duas unidades envolvidas, o imóvel rural e o estabelecimento agropecuário, nos estudos territoriais e ambientais, e na elaboração e avaliação de políticas públicas”, analisa Oliveira.

    Durante o workshop desta semana, a Embrapa Territorial apresentou aos técnicos do IBGE o trabalho que vem realizando para mapeamento da expansão de áreas irrigadas em territórios prioritários para a Política Nacional de Irrigação (Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional). A proposta é também integrar os resultados obtidos neste projeto aos trabalhos do IBGE.

  • Brasileiros adultos com ensino superior completo chegam a 18,4%

    Brasileiros adultos com ensino superior completo chegam a 18,4%

    Entre os brasileiros com mais de 25 anos, 18,4% concluíram o ensino superior. É o que mostra o Censo Demográfico de 2022, divulgado nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa mostrou avanços em relação aos censos anteriores.

    Em 2000, apenas 6,8% dos adultos (com 25 anos ou mais) tinham ensino superior. Em 2010, eram 11,3%. Apesar disso, quatro em cinco brasileiros ainda não têm curso de graduação.

    O pesquisador do IBGE Bruno Perez destaca que parte dessa população sem ensino superior é composta por pessoas mais velhas.

    “A gente sabe que tem uma população mais envelhecida para a qual o acesso à educação foi mais difícil na sua juventude. Então, essa população mais velha também pesa aqui quando a gente está olhando a proporção da população de 25 anos ou mais com nível superior completo. Tem esse peso no estoque de décadas de população”.

    O Censo 2022 mostra ainda que 32,3% das pessoas com 25 anos ou mais tinham ensino médio completo ou superior incompleto (acima das 16,3% de 2000), 14% tinham ensino fundamental completo ou médio incompleto (acima dos 12,8% de 2000).

    O número de pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto caiu de 63,2% em 2000 para 35,2% em 2022.

    Brasília (DF), 25/02/2025 - Arte para a Matéria Censo 2022 - Educação. Arte/Agência Brasil

    Arte/Agência Brasil

    Cor e raça

    Fazendo uma análise por cor e raça dos dados do Censo 2022, é possível perceber que os brancos ainda têm mais acesso ao ensino superior que os pretos e pardos.

    Completaram o ensino superior:

    • 25,8% dos brancos
    • 11,7% dos pretos
    • 12,3% pardos

    Vale destacar, no entanto, que o avanço do acesso da população negra ao ensino superior foi mais intenso que entre o dos brancos nas últimas duas décadas. O percentual da população branca com nível universitário completo cresceu 2,6 vezes no período (era 9,9% em 2000). Já a parcela de negros com ensino superior cresceu cerca de cinco vezes. O percentual de pretos com ensino superior completo era de 2,1% em 2000, enquanto o de pardos era 2,4%, segundo o IBGE.

    De acordo com o Censo 2022, 56,4% dos jovens de 18 a 24 anos estavam matriculados em algum curso de ensino superior no ano da pesquisa.

    Em média, os brasileiros com 11 anos ou mais de idade tinham 9,5 anos de estudo em 2022, sendo a população de cor amarela aquela com melhor desempenho (12 anos). Entre os brancos, a média era de 10,3 anos. Os pretos e pardos tinham, em média, 8,9 anos de estudo, enquanto entre os indígenas, o total era de 7,5 anos.

    UnB foi a primeira universidade federal a adotar sistema de cotas raciais UnB reserva vagas para negros desde o vestibular de 2004 Percentual de negros com diploma cresceu quase quatro vezes desde 2000, segundo IBGE

    UNB – Arquivo/Marcello Casal jr/Agência Brasil

    Carreiras

    A maior parte dos brasileiros com curso superior tinha em 2022 graduação nas áreas de negócios, administração e direito (8,5 milhões), saúde e bem-estar (4,1 milhões) e educação (3,6 milhões).

    Os cursos específicos com mais gente formada no Brasil eram gestão e administração (4,1 milhões), formação de professores sem área específica (3,1 milhões) e direito (2,5 milhões).

    Em relação a cor e raça, há grande disparidade em alguns cursos. Três em quatro formados em medicina (75,5%), economia (75,2%) e odontologia (74,4%) eram brancos. Os negros (pretos e pardos) com diploma nesses cursos eram 21,9%, 22,3% e 22,7%, respectivamente.

    Entre os cursos onde a participação de negros e brancos era mais equilibrada, apareciam serviço social (47,2% eram brancos e 52%, negros), religião e teologia (48,2% eram brancos e 50,8% negros) e formação de professores (52,8% eram brancos e 46,4%, negros).

    Em relação ao sexo, engenharia mecânica e metalurgia é a área com maior proporção de homens entre os formados (92,6%), enquanto a parcela de mulheres é maior nos cursos de formação de professores (92,8%) e serviço social (93%).

    Em alguns cursos, percebe-se o aumento da participação de mulheres em anos recentes. Em medicina, por exemplo, o percentual de mulheres no total da população com diploma na área era de 49,9%. Entre os médicos com até 29 anos, 60,2% eram mulheres.

    O mesmo percebe-se nos cursos de direito (51,1% de todos com diploma na área eram de mulheres, mas entre os formados em direito com até 29 anos, 62,1% eram mulheres) e gestão e administração (mulheres eram 52,3% do total de formados nesse curso e 59,2% do total de formados nessa área com até 29 anos).

  • Censo revela mais de 18 mil pessoas vivendo em domicílios coletivos em Mato Grosso

    Censo revela mais de 18 mil pessoas vivendo em domicílios coletivos em Mato Grosso

    Um novo olhar sobre a realidade habitacional em Mato Grosso foi apresentado pelo Censo Demográfico 2022. De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, mais de 18 mil pessoas no estado viviam em domicílios coletivos no ano passado. Essa categoria inclui diversos tipos de estabelecimentos, como penitenciárias, asilos, abrigos e alojamentos.

    O perfil da população que reside em domicílios coletivos em Mato Grosso apresenta características marcantes. A maior parte dos moradores (8.853 pessoas) está em penitenciárias ou centros de detenção, evidenciando a alta concentração de pessoas privadas de liberdade no estado.

    Homens representam a maioria da população em domicílios coletivos, com exceção dos asilos, onde as mulheres são maioria. Essa diferença se explica pela maior expectativa de vida das mulheres e pela concentração da população idosa feminina em instituições de longa permanência.

    Desafios e desigualdades

    O Censo 2022 também revelou dados sobre a escolaridade da população em domicílios coletivos. A taxa de analfabetismo entre os moradores de penitenciárias, por exemplo, foi de 6,6%, ligeiramente inferior à média nacional. No entanto, a concentração de jovens adultos nessa faixa etária, entre 20 e 39 anos, chama a atenção para a necessidade de políticas públicas que promovam a educação e a ressocialização dessas pessoas.

    O que significa viver em um domicílio coletivo?

    Viver em um domicílio coletivo implica em uma série de desafios e particularidades. A falta de autonomia, a convivência com um grande número de pessoas e as regras institucionais são algumas das características desse tipo de moradia. Além disso, a população que vive em domicílios coletivos enfrenta desafios específicos, como a dificuldade de acesso ao mercado de trabalho e a falta de oportunidades.

  • IBGE divulga estimativa populacional de Lucas do Rio Verde: 92.256 moradores

    IBGE divulga estimativa populacional de Lucas do Rio Verde: 92.256 moradores

    O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga hoje (29) as estimativas das populações residentes nos 5.570 municípios brasileiros. Na data de referência de 1º de julho de 2024, o Brasil tinha uma população estimada em 212,6 milhões de habitantes.

    O estudo é um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios, além de referência para indicadores sociais, econômicos e demográficos.

    Segundo o instituto, Lucas do Rio Verde possui população estimada em 92.256 habitantes. Em 2022, o município o IBGE realizou o Censo Demográfico que indicou Lucas do Rio Verde com 83.798 habitantes. O novo número demonstra um crescimento expressivo nos últimos dois anos.

    Enquanto isso, outras cidades do médio norte de Mato Grosso também apresentaram atualizações em suas estimativas populacionais. Sinop, a maior delas atingiu 216.029 habitantes, Sorriso chegou a 120.985, e Nova Mutum alcançou 61.223 habitantes.

    No panorama estadual, Cuiabá permanece como a cidade mais populosa com 682.932 habitantes, seguida por Várzea Grande com 314.627 e Rondonópolis com 259.167, mostrando o crescimento contínuo e a urbanização acelerada na região.

  • Brasil registra 212,6 milhões de habitantes em julho de 2024, diz IBGE

    Brasil registra 212,6 milhões de habitantes em julho de 2024, diz IBGE

    A população estimada do Brasil chegou a 212,6 milhões de habitantes, na data de referência de 1º de julho de 2024. O dado, divulgado nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), faz parte do estudo Estimativas da População 2024, um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios, além de referência para indicadores sociais, econômicos e demográficos.

    Dos 15 municípios com mais de 1 milhão de pessoas, 13 são capitais. “Ao todo, 42,7 milhões de habitantes estão nessas cidades, representando 20,1% do total do país”, informou o IBGE.

    Com 11,9 milhões de habitantes, São Paulo permanece como a cidade mais populosa do país. Na sequência vêm o Rio de Janeiro, com 6,7 milhões, Brasília, com 3 milhões, Fortaleza com 2,6 milhões e Salvador, com 2, 6 milhões de habitantes.

    Os únicos municípios não capitais que aparecem na lista são Guarulhos (1,3 milhão) e Campinas (1,2 milhão), os dois em São Paulo. “Eles também são os municípios mais populosos entre os 26 municípios com mais de 500 mil habitantes que não são capitais. São Gonçalo (RJ) é o terceiro, com 961 mil”, informou o IBGE.

    O censo mostra que 26 municípios têm menos de 1.500 habitantes. O menos populoso é Serra da Saudade (MG), com 854 habitantes. Anhanguera (GO) com 921 e Borá (SP), com 928, também são municípios que têm menos de 1 mil habitantes.

    Nos estados com mais habitantes, 21,6% da população está em São Paulo, com 46 milhões, seguido de Minas Gerais, com 10% (21,3 milhões) e Rio de Janeiro, com 8,1% (17,2 milhões). As cinco unidades da federação com menos de 1% da população do país são Rondônia (0,8%), Tocantins (0,7%), Acre (0,4%), Amapá (0,4%) e Roraima (0,3%).

    Na análise da população das regiões metropolitanas e regiões integradas de Desenvolvimento e Aglomerações Urbanas, o estudo mostrou que há 30 municípios com mais de 1 milhão de habitantes, concentrando mais de 100 milhões de pessoas. Mais uma vez a liderança é de São Paulo com 21,5 milhões. Na sequência ficaram Rio de Janeiro (12,9 milhões), Belo Horizonte (6 milhões), Distrito Federal e Entorno (GO/MG – 4,7 milhões), Fortaleza (4,2 milhões) e Porto Alegre (4,1 milhões).

    A distribuição da população brasileira e dos municípios, conforme as classes de tamanho da população apontou que 65,7 milhões de pessoas, ou 30,9% do total, estão em 48 municípios com população maior que 500 mil habitantes, ou 0,9% dos municípios brasileiros. Cerca de 58 milhões (27,3%), estão nos 339 municípios com população entre 100 mil e 500 mil habitantes. O número representa 6,1% do total de municípios.

    Para o gerente de Projeções e Estimativas Populacionais do IBGE, Marcio Minamiguchi, esse fenômeno reflete o processo de distribuição da população no território. “Embora atualmente os maiores centros urbanos já não apresentem o grande crescimento do passado, eles ainda possuem o peso demográfico que vem de um processo de concentração de algumas décadas. E ao longo dos anos, vários municípios acabaram superando a marca dos 500 mil habitantes”, explicou.

    Já os municípios menos populosos, com até 5 mil habitantes, equivalem a 23,1% (1.288) das 5.570 cidades e concentram somente 2% da população (4,3 milhões).

    Estudo

    De acordo com o IBGE, o estudo Estimativas da População foi calculado com base nas Projeções da População do Brasil e Unidades da Federação, Revisão 2024, e nos totais populacionais dos municípios enumerados pelos censos demográficos 2010 e 2022.

    Segundo Minamiguchi, houve um ajuste nas populações que passaram pelos dois últimos censos realizados pelo IBGE, e a cada ano as alterações de limites geográficos que ocorram entre os municípios são incorporadas nas estimativas municipais de população.

    “As populações recenseadas nos municípios nos dois últimos censos foram ajustadas e serviram de base para o estabelecimento da tendência de crescimento da população para as Estimativas da População até a data de referência, em 1º de julho de 2024”, explicou.

    Edição: Fernando Fraga

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  • Pequenas propriedades representam 70% das propriedades produtoras de soja no Brasil

    Pequenas propriedades representam 70% das propriedades produtoras de soja no Brasil

    Pesquisa realizada pela Embrapa com base em dados do último Censo Agropecuário Brasileiro (2017) constatou que mais de 73% dos estabelecimentos agrícolas produtores de soja no Brasil possuem menos de 50 hectares e podem ser caracterizados como pequenas propriedades de acordo com a legislação local. “Portanto, os pequenos agricultores familiares têm grande parte de sua renda proveniente do cultivo da soja”, explica Alexandre Nepomuceno, responsável pela Embrapa Soja. “Os dados mostram que o cultivo da soja é democrático, dado o tamanho das propriedades onde o grão é semeado. Portanto, desmistifica a visão de que a soja só é cultivada por grandes proprietários”, afirma Nepomuceno.

    O documento Características principais dos estabelecimentos agropecuários produtores de soja no Brasil segundo estratos de área colhida , de autoria do pesquisador da Embrapa Soja André Steffens Moraes, está sendo lançado no Setor de Soja Encontro de Pesquisa , promovido pela Embrapa Soja, de 26 a 27 de junho em Londrina, Paraná, Brasil.

    Moraes revela que dos 236 mil estabelecimentos agrícolas produtores de soja brasileiros, 83% (196 mil estabelecimentos) estão localizados no Sul do Brasil. Nessa região, no Rio Grande do Sul, 81% dessas propriedades têm menos de 50 hectares (77 mil propriedades); no Paraná, 79% dos estabelecimentos produtores de soja são pequenos produtores (cerca de 65 mil propriedades); e em Santa Catarina 87% dos estabelecimentos possuem menos de 50 hectares (cerca de 15 mil propriedades). As regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil respondem por aproximadamente 4% do total de pequenas propriedades produtoras de soja (cerca de 6 mil estabelecimentos cada), e o Norte e Nordeste, com menos de 1% cada.

    As regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil concentram aproximadamente 98% do total de propriedades produtoras de soja. Antes das enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimava a safra 2023/2024 de soja no Rio Grande do Sul e no Paraná em 22 milhões de toneladas e 18 milhões de toneladas, respectivamente. Os dois estados do Sul juntos (segundo e terceiro maiores produtores) normalmente produzem cerca de 30% da soja produzida no Brasil “A maioria dos brasileiros não sabe que grande parte da produção nacional de soja vem de pequenas propriedades rurais, localizadas principalmente no Sul, ”, observa Moraes.

    O levantamento elaborado por Moraes revela ainda que o uso intensivo de alta tecnologia em grandes propriedades de soja também está presente em pequenos estabelecimentos produtores de soja. “As variáveis ​​tecnológicas adotadas nas fazendas de soja no Brasil incluem o uso de insumos de alta qualidade como sementes transgênicas, fertilizantes e corretivos, bem como o uso de maquinário e armazéns de grãos, entre outros”, relata Moraes.

    Segundo o pesquisador, vários fatores podem moldar a distribuição do tamanho dos estabelecimentos rurais de uma região: fatores históricos e culturais, disponibilidade e acesso a crédito e financiamento, clima e condições climáticas, acesso a tecnologia e maquinários agrícolas, topografia e solo qualidade, entre outros. “Uma análise do tamanho dos estabelecimentos rurais pode ter implicações no desenvolvimento de políticas públicas, na alocação de recursos e nos programas de ajuda destinados às pequenas propriedades, e contribuir para identificar potenciais intervenções ou estratégias que possam ajudar esses agricultores a enfrentar desafios na produção”.

    Soja

    Segundo dados da Conab, na safra 2022/2023 o Brasil produziu mais de 150 milhões de toneladas de soja, o que mantém o país na liderança na produção mundial do grão, seguido pelos Estados Unidos e Argentina. Atualmente a soja é cultivada em 20 estados e no Distrito Federal, sendo que os principais estados produtores são: Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás. “O cultivo da soja é responsável direto por cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) e por cerca de 25% do PIB do agronegócio, além de gerar mais de 2,2 milhões de empregos”, afirma Nepomuceno.

  • Guajajara: aumento da população indígena se deve a diferentes fatores

    Guajajara: aumento da população indígena se deve a diferentes fatores

    A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, disse nesta segunda-feira (7) que o crescimento da população indígena de 88,82% em 12 anos, de  896.917 em 2010, para 1.693.535 em 2022, se deve a diferentes fatores. A ministra participou do lançamento oficial do Censo 2022 Indígenas: Primeiros resultados em Belém, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    “O item do pertencimento favoreceu que povos indígenas que estão em contexto urbano também pudessem se apresentar como indígena. Há também estimativas das lideranças indígenas de aumento considerável nas aldeias de crianças e jovens. Então, são vários fatores que precisam ser considerados para além das condições suficientes para que as equipes do IBGE pudessem chegar nas aldeias mais distantes”, disse Sonia Guajajara.

    Dos 1.693.535 de pessoas que se autodeclararam indígenas, 689,2 mil moravam em terras indígenas, segundo o Censo.

    Para a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que também participou do lançamento do Censo 2002 Indígenas, muitos dos indígenas eram invisíveis em censos anteriores porque o Estado não chegava até eles. “Como fazer política pública eficiente se você não sabe onde eles estão, o que pensam, o que estão precisando? Isso foi alcançado graças a parcerias de cinco ministérios”, afirmou.

    Edição: Maria Claudia

  • Em Heliópolis, Simone Tebet convoca população a responder ao censo

    Em Heliópolis, Simone Tebet convoca população a responder ao censo

    “Abrir a porta de suas casas para o IBGE é abrir as portas para uma vida melhor”. É o que disse hoje (25) a ministra do Planejamento e Orçamento (MPO), Simone Tebet, em lançamento da Favela no Mapa, ação lançada em parceria entre o ministério, a Central Única das Favelas (Cufa), o DataFavela e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que levará os recenseadores a completarem o Censo Demográfico nas favelas brasileiras.

    “A palavra do dia é parceria para demonstrar a importância que tem as pessoas abrirem a porta de suas casas para o IBGE”, destacou a ministra, no evento em Heliópolis, zona sul da capital paulista. Tebet argumenta que os dados do censo permitem que o Estado saiba as peculiaridades de cada local e decida onde investir de forma correta o dinheiro público.

    Segundo os dados do IBGE, em todo o Brasil o índice de ausência de resposta aos recenseadores é de 6%.Enquanto isso, no estado de São Paulo essa taxa é de 11,5%. Nos aglomerados, como favelas, comunidades, grotas (ASGN), a ausência de resposta chega a 8,1% no Brasil e a 16,3% em São Paulo.

    Em todo o país há 11.403 AGSN e boa parte dos moradores já foi recenseada dentro do prazo regulamentar do Censo 2022, que começou em agosto do ano passado e foi concluído em 28 de fevereiro deste ano. A operação Favela no Mapa representa um esforço concentrado do IBGE nas maiores comunidades das 26 capitais e do Distrito Federal para percorrer as áreas que ficaram sem coleta.

    Parceria

    A parceria com a Cufa e o Data Favela ajudará a abrir portas para o censo nessa missão. Nesses locais, além de ausência e recusa, há outros problemas como omissão de domicílios (de fundos ou na laje) e dificuldades de acesso e circulação. Segundo o fundador do Data Favela, Renato Meirelles, muitos moradores de favelas não respondem ao censo por terem medo de perder seus benefícios sociais ao responder os dados. Entretanto, ele esclarece que essas informações são sigilosas.

    Meirelles destaca a importância de que todos os brasileiros entendam que estamos vivendo a era de políticas públicas baseadas em evidências, o que significa que os dados do censo são fundamentais para garantir que as políticas públicas cheguem onde mais precisam. “E onde mais precisam chegar é na favela. Não dá para a favela ficar subrepresentada no censo. Nossa meta é muito clara. Essa parceria mostra na prática e simbolicamente que o censo é um desafio de toda a sociedade brasileira”.

    A presidente da Cufa Nacional, Kalyne Lima, afirmou que a ação pode ampliar o alcance do IBGE em territórios mais vulneráveis, como as comunidades. “Nosso papel está sendo o de promover uma mobilização, ajudar os recenseadores a chegar nessas residências, convencer as pessoas a passarem seus dados sem medo e sem acreditar nos boatos negativos. Responder ao IBGE é entrar no mapa da política pública que precisa assistir justamente este território”.

    De acordo com o presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo, 150 recenseadores trabalham na ação deste sábado para chegar aos cerca de 15% dos domicílios que faltam para serem entrevistados em todo o país. “Se cada um fizer 14 entrevistas em cada dia desse fim de semana, fechamos o censo amanhã. É um trabalho possível de ser feito, mas só conseguimos porque temos o apoio da Cufa, do Data Favela e da população”, disse.

    A recenseadora Leleane Luperine da Silveira ressaltou a importância de participar do projeto atendendo a maioria das pessoas, mas também lembrou que grande parte dos moradores não atendem os funcionários do IBGE. “As pessoas dizem que não têm tempo, que não querem responder e que não há motivo para participar da pesquisa. Faltava fazer um trabalho de formiguinha para explicar para as pessoas que a pesquisa é para ajudar a comunidade”.

    Edição: Aline Leal

  • Censo: falta de endereço em favelas dificulta registro de domicílios

    Censo: falta de endereço em favelas dificulta registro de domicílios

    O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está revisitando todos os lugares que ainda apresentam índices altos de entrevistas não realizadas, por ausência dos moradores ou por recusa, para o Censo Demográfico 2022. Segundo o IBGE, nas áreas de favelas e comunidades urbanas, além de ausência e recusa, há outros desafios: muitas vezes não existe endereço, o que dificulta o percurso dos recenseadores e o registro dos domicílios.

    “Nas áreas mais densas, a coleta também pode ser dificultada, pois há maiores chances de omissão de domicílios (de fundos ou na laje) por parte do recenseador. Há ainda problemas de acesso e circulação em algumas comunidades por causa de desconhecimento do recenseador e receio do morador em receber [o recenseador]”, informou o instituto.

    “Para que todos os domicílios sejam visitados, o IBGE está fazendo ampla divulgação da coleta em favelas e comunidades urbanas, para que os próprios moradores recebam e auxiliem o recenseador, indicando as melhores rotas e o local de moradias”, acrescentou o órgão.

    Este mês, o IBGE fechou parceria com o Instituto Pereira Passos (IPP), órgão de pesquisa da prefeitura do Rio, para reduzir o percentual de domicílios que não responderam ao Censo nos aglomerados subnormais da cidade, que está em torno de 9%.

    A parceria envolve a contratação de ex-agentes de Territórios Sociais, programa da prefeitura com o ONU-Habitat – Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, em que são realizadas pesquisas domiciliares em grandes favelas do Rio, como Rocinha e Maré.

    “Ter informações qualificadas das favelas da cidade é de suma importância para o desenvolvimento de políticas públicas efetivas, baseado em dados e evidências. Por isso o Censo é tão importante. O IPP já tem uma parceria de longa data com o IBGE e apoiá-lo nessa corrida final é dever da casa”, afirmou, em nota, o presidente do Instituto Pereira Passos, Carlos Krikhtine.

    “Com nossa experiência com o Programa Territórios Sociais, formamos recenseadores comunitários muito especializados no território carioca. Além disso, podemos apoiar o IBGE com uma rede de conhecimentos locais institucionais muito potentes”, acrescentou.

    Os novos recenseadores trabalharam em fases anteriores do Territórios Sociais e têm experiência com pesquisas domiciliares nas localidades prioritárias. Na semana passada, eles foram treinados pelo IBGE para um conhecimento mais profundo sobre o questionário utilizado no Censo.

    “Territórios é um programa que visa encontrar as famílias mais vulneráveis e, por isso, precisa estar diariamente nessas comunidades. Temos uma excelente articulação nesses territórios, os nossos agentes de campo são moradores e conhecem muita gente. Além de disponibilizar uma lista de pessoas experientes para trabalhar, estamos oferecendo todo suporte ao IBGE, deslocando nossos coordenadores de campo para acompanhar as equipes com o objetivo de alcançar as famílias que ainda não responderam ao Censo”, informou, em nota, a coordenadora técnica de Projetos Especiais do IPP, Andrea Pulici.

    Desde quinta-feira (16), eles estão indo a campo na última fase da operação censitária, a etapa de apuração, que abrange os trabalhos de análise dos dados coletados. Assim, eles irão buscar por moradores que estavam ausentes no momento da visita ou que se recusaram a responder o questionário.

    Data Favela

    A pesquisa Data Favela 2023, divulgada sexta-feira (17), mostrou que se as favelas brasileiras formassem um estado, seria o terceiro maior do Brasil em população. Segundo o estudo, o número de favelas dobrou na última década, totalizando 13.151 mapeadas pelo país. São estimados 5,8 milhões de domicílios em favelas com 17,9 milhões de moradores.

    A pesquisa quantitativa foi realizada entre 6 e 13 de março de 2023 e entrevistou 2.434 moradores de favela distribuídos em todas as regiões do país.

    “A favela já é um território claramente invisibilizado e ficar fora do Censo seria aumentar esse cenário, além de não possibilitar que políticas públicas que atuam na redução da pobreza e promoção de oportunidades cheguem nesse território. É exatamente por isso que nós enxergamos que o Data Favela e o IBGE podem trabalhar em parceria para o correto mapeamento das favelas brasileiras pelo Censo”, disse o fundador do Data Favela, Renato Meirelles.

    Ele atribui o problema do IBGE em recensear nas favelas à dificuldade de conhecer um território que muitas vezes não tem CEP, rua e saneamento básico. “São locais que estavam fora do mapa. O estigma de medo em relação às favelas também é uma das razões, além da falta da presença do Estado nas favelas”, completou Meirelles.

    Edição: Graça Adjuto