Com o objetivo de atualizar a regulamentação do setor de mel e derivados, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou nesta semana a Portaria nº 795 que aprova as normas higiênico-sanitárias e tecnológicas para os estabelecimentos que elaborem produtos de abelhas e seus derivados.
Entre as atualizações, a simplificação na concessão de registro aos estabelecimentos de produtos de abelhas foi abordada trazendo de forma detalhada as características mínimas das instalações e dos equipamentos. Também foram abordados na normativa os aspectos do beneficiamento do mel, pólen apícola, cera de abelhas, própolis, extrato de própolis, geléia real e mel de abelha sem ferrão que os estabelecimentos devem atender ao requerer o registro no SIF.
Foram incluídas ainda as particularidades da produção e etapas tecnológicas específicas para os produtos apícolas, englobando produtos de abelhas sem ferrão e compostos apícolas, rotulagem, transporte da matéria-prima e produtos, rastreabilidade, amostragem para análises e os critérios de inspeção e destinação.
A Portaria entra em vigor em 1º de junho de 2023 e os estabelecimentos já registrados no Mapa terão o prazo de 365 dias, contados a partir da data de publicação, para adequarem-se às condições que sofreram alterações na norma.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, visitou nesta quarta-feira (17) a Coordenação-Geral de Laboratórios Agropecuários, ligada à Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), para conhecer in loco o trabalho que está sendo realizado para o monitoramento das ações relacionadas à influenza aviária.
No setor, é feito o acompanhamento diário da quantidade de amostras que chegam para análise laboratorial, com o objetivo de monitorar um possível aumento da demanda. “Caso a demanda de amostras aumente muito, disparamos outros laboratórios para darem conta”, explica o diretor do Departamento de Serviços Técnicos, José Luiz Vargas.
Atualmente, a análise das amostras é feita pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo, em Campinas, que é a unidade de referência reconhecida pela Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), Mas, caso haja aumento da demanda, outros laboratórios estão prontos para atuar na análise das amostras.
“Esperamos não precisar utilizar essa capacidade toda, mas, se preciso for, o Ministério da Agricultura e Pecuária está preparado para analisar toda a demanda que for necessária”, diz Vargas.
Na última segunda-feira (15), o Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou a detecção dos primeiros casos do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em três aves silvestre no litoral do Espírito Santo. “A Coordenação- Geral de Laboratórios Agropecuários tem feito um exercício hercúleo de dar capacidade de análise das amostras recebidas durante o último ciclo de monitoramento, para dar tranquilidade ao sistema produtivo de que não temos a influenza aviária em granjas comerciais até o momento”, disse o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart.
O ministro Fávaro esteve também no Departamento de Saúde Animal, que coordena todas as ações relacionadas à influenza aviária, e agradeceu o esforço de todo o setor para evitar a entrada da doença nas granjas comerciais. “Estamos em alerta para continuar garantindo o sistema funcionando e Brasil livre da gripe aviária em granjas comerciais, o que vai garantir oportunidades de emprego, de aumento das exportações. Tudo isso está funcionando muito bem”, comentou o ministro.
Diante da detecção dos primeiros casos do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade – H5N1 em três aves silvestre no litoral do Espírito Santo, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informa que:
Na quarta-feira (10), o Serviço Veterinário Oficial (SVO) iniciou a investigação de suspeita de influenza aviária após notificação recebida pelo Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos de Cariacica (Ipram), no Espírito Santo
Foram resgatadas duas aves marinhas da espécie Thalasseus acuflavidus (nome popular Trinta-réis-de-bando), uma localizada no município de Marataízes e outra no bairro Jardim Camburi, em Vitória, ambas no litoral do Espírito Santo. Nesta segunda-feira, após o fim das investigações epidemiológicas, foi confirmada também a detecção da IAAP em uma terceira ave migratória da espécie Sula leucogaster (atobá-pardo) que já se encontrava no Ipram
Material para diagnóstico, amostras biológicas foram colhidas pelo SVO e enviadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), unidade de referência da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), que confirmou se tratar de Influenza Aviária de Alta Patogenicida (IAAP) de subtipo H5N1. Esses foram os primeiros casos de IAAP registrados no Brasil
Cabe destacar que a notificação da infecção pelo vírus da IAAP em aves silvestres não afeta a condição do Brasil como país livre de IAAP e os demais países membros da OMSA não devem impor proibições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros
A influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta, principalmente, aves silvestres e domésticas. Atualmente o mundo vivencia a maior pandemia de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) e a maioria dos casos está relacionada ao contato de aves silvestres migratórias com aves de subsistência, de produção ou aves silvestres locais
A depender da evolução das investigações e do cenário epidemiológico, novas medidas sanitárias poderão ser adotadas pelo Mapa e pelos órgãos estaduais de sanidade agropecuária para evitar a disseminação de IAAP e proteger a avicultura nacional
Ao mesmo tempo, as ações de comunicação sobre a doença e as principais medidas de prevenção serão intensificadas no sentido de conscientizar e sensibilizar a população em geral e os criadores de aves, em particular, com destaque para a imediata notificação de casos suspeitos da doença e o reforço das medidas de biosseguridade na produção avícola, incluindo orientações aos diferentes segmentos da sociedade, tanto no meio rural quanto urbano
Infecções humanas pelo vírus da Influenza Aviária podem ser adquiridas, principalmente, por meio do contato direto com aves infectadas (vivas ou mortas). Deste modo, lembramos a toda população que, ao avistar aves doentes, acione o serviço veterinário local ou realize a notificação por meio do e-Sisbravet. Não se deve tocar e nem recolher aves doentes. A doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves e nem de ovos.
O Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa já notificou a OMSA a respeito da detecção, bem como responderá aos questionamentos da sociedade, como usualmente o faz
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declara estado de alerta para aumentar a mobilização do setor privado e de todo o serviço veterinário oficial para incrementar a preparação nacional, aumentando a vigilância sobre a pandemia de IAAP
O Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou na semana passada uma ação de fiscalização nos produtos da merenda escolar destinados às escolas estaduais do Paraná. Na ação, foram inspecionados arroz, feijão e óleo de soja de diferentes marcas.
Na oportunidade foram coletadas amostras de quatro marcas de feijão e uma de óleo de soja para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA). Após a análise, constatou-se que uma das marcas de feijão apresentou irregularidades e teve sua comercialização suspensa.
A marca em questão apresentou uma classificação de fiscalização do tipo 3, enquanto na embalagem constava a classificação tipo 1. Devido a essa irregularidade, foram suspensos 29.900 kg de feijão, conforme explica a auditora fiscal federal agropecuária Samira El Tassa.
As amostras coletadas de feijão também passarão por análise de resíduos de agrotóxicos. Durante a ação não foram coletadas amostras de arroz para análises laboratoriais, pois a inspeção visual feita pela fiscalização constatou que o produto estava regular.
A inspeção de produtos de origem vegetal é essencial para garantir a qualidade dos alimentos consumidos diariamente pela população, principalmente no caso da merenda escolar, que é destinada a crianças e adolescentes em fase de desenvolvimento.
Nos primeiros quatro meses deste ano, as exportações brasileiras do agronegócio alcançaram recorde de US$ 50,6 bilhões, o que representa um crescimento de 4,3% na comparação com o mesmo período em 2022, quando as vendas foram de US$ 48,53 bilhões.
De acordo com a análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa) a expansão se deu em função do aumento da quantidade exportada (+2,3%), bem como do índice de preço dos produtos (+1,9%).
O aumento na quantidade exportada de milho (+6,05 milhões de toneladas) e soja em grãos (+1,05 milhão de toneladas) foi o que mais contribuiu para a expansão no índice de quantum.
O agronegócio representou quase metade das vendas externas totais do Brasil em 2023, com participação de 49%. No ano anterior o share do agronegócio na pauta exportadora brasileira foi de 47,7%. A exportações totais registraram crescimento de 1,6%, como resultado do crescimento do agronegócio, uma vez que os demais setores tiveram queda de 0,8% no período.
As exportações do complexo soja (grão, farelo e óleo), carne de frango e suína, milho, celulose e etanol foram recordes no quadrimestre.
Resultados de abril
As exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 14,7 bilhões em abril deste ano. Os principais recordes no mês foram para soja em grãos, carne de frango e carne suína.
A participação do agronegócio nas exportações totais brasileiras subiu para 53,9% em abril. Os demais produtos exportados pelo Brasil registraram exportações de US$ 12,61 bilhões (-10,7%).
Soja em grãos – A soja em grãos registrou exportações de 14,34 milhões de toneladas em abril (+25,0%). A safra 2022/2023 com previsão de produção de 154,81 milhões de toneladas (+23,3%), impacta favoravelmente este resultado.
De acordo com a análise da SCRI, trata-se de um dos maiores volumes já exportados pelo Brasil, somente ultrapassado por três vezes em toda a série histórica (abril de 2020, com 14,85 milhões de tonelada; abril de 2021, com 16,11 milhões de toneladas e maio de 2022, que teve 14,97 milhões).
Os preços médios de exportação, porém, caíram de US$ 589,03 por tonelada em abril/2022 para US$ 540,30 por tonelada em abril/2023 (-8,3%). A queda dos preços reflete as perspectivas de oferta da oleaginosa nesta safra, que apresenta o maior nível de produção mundial da história, com boas perspectivas para a produção nos Estados Unidos, China, Índia e recorde histórico no Brasil, mesmo com a forte quebra de safra na Argentina.
Com o expressivo volume exportado, o valor atingiu US$ 7,75 bilhões (+14,6%), novo recorde mensal das exportações de soja em grão. A China é a principal importadora do Brasil, adquirindo 70% do volume exportado da oleaginosa.
Carnes de frango e suína – Apesar da redução mensal das exportações de carne bovina em abril, com reflexos para todo o setor de proteína animal, as exportações brasileiras de carne bovina, suína e de frango devem ter ganhos importantes ao longo de 2023.
Segundo a SCRI, apesar da queda nas vendas externas de carne bovina, as exportações de carne de frango subiram de US$ 801,38 milhões em abril/2022 para US$ 826,63 milhões em abril/2023 (+3,2%), com incremento do quantum exportado em 4,7% e queda de 1,5% no preço médio de exportação. A China foi o país responsável pelo aumento das vendas externas de carne de frango, com alta de 62,7% no volume importado do Brasil.
Também houve incremento das vendas de carne suína, com embarques de US$ 249,40 milhões (+30,5%), com aumento da quantidade exportada (+16,4%) e do preço médio de exportação (+12,1%).
A China continua sendo a maior importadora da carne suína brasileira, com aquisições de US$ 86,15 milhões
As carnes de frango e suína produzidas no Brasil se beneficiam de limitações de oferta na Ásia por problemas sanitários locais (principalmente Peste Suína Africana e Influenza Aviária).
O governo federal destinou mais R$ 200 milhões para reforçar o Plano Safra 2022/2023, que ainda está em vigor. Segundo a portaria do Ministério do Planejamento e Orçamento publicada nesta quinta-feira (11), serão alocados R$ 89,1 milhões para operações de custeio agropecuário e R$ 110,8 milhões para investimentos.
Os recursos suplementares deverão permitir a equalização de cerca de R$ 8,4 bilhões para aplicação em programas de financiamento do Moderfrota, irrigação e demais investimentos e custeio.
Para o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, a complementação foi necessária para atender a demanda dos produtores por crédito. “Esses recursos serão suficientes até a chegada do novo Plano Safra, que estamos trabalhando para que não tenha essa deficiência”, explica.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou recentemente a linha de financiamento rural em dólar com taxa fixa desenvolvida em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A linha BNDES Crédito Rural na modalidade com referencial de custo em dólar chegará a um total de R$ 4 bilhões.
“Trata-se de uma linha com condição muito favorável, que permite planejamento e segurança. É um dos instrumentos de que dispomos para fomentar uma agricultura cada vez mais inovadora, digital, de precisão, que reduza custos e riscos”, avalia o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante.
A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) lançou o Plano Plurianual do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (PPA-Suasa) para o período entre 2023 e 2027. O Plano estabelece os objetivos e metas da Defesa Agropecuária no âmbito federal e estadual.
A proposta foi elaborada em forma de projeto piloto, com a participação das Agências de Defesa Agropecuária dos estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Paraná e Roraima. O projeto piloto foi voluntário e não se sobrepõe nem substitui os Planos Plurianuais dos governos.
“O PPA Suasa é o primeiro planejamento integrado e articulado entre a União e os estados para as ações de defesa agropecuária. É um compromisso concreto de trabalharmos juntos e unidos pelo fortalecimento do agronegócio nacional”, ressaltou a diretora do Departamento de Suporte e Normas, Judi Nóbrega.
Com o lançamento do Plano, são esperados como principais benefícios uma maior integração e alinhamento intragovernamental, melhoria da gestão por resultados, aumento do reconhecimento da importância do Suasa, maior aderência do planejamento às realidades locais e melhoria na transparência das entregas.
O PPA Suasa é estruturado nas dimensões estratégica, tática e operacional, onde as agências estaduais irão trabalhar em dez áreas temáticas que compõe as atividades da defesa agropecuária – proteção da saúde animal e da sanidade vegetal, a idoneidade dos insumos e qualidade dos serviços agrícolas e pecuários, segurança, qualidade e identidade dos produtos de origem animal e vegetal destinados aos consumidores, gestão da defesa agropecuária e Suasa, suporte laboratorial agropecuário, vigilância agropecuária internacional e gestão corporativa.
“Convidamos a todos os estados para que se unam a nós participando do PPA Suasa 2023-2027, a fim de que possamos alinhar nossas forças para melhorar a governança da defesa agropecuária e manter o círculo virtuoso do agronegócio nacional em benefício de toda sociedade brasileira”, destacou o secretário-adjunto de Defesa Agropecuária, Márcio Rezende.
Participaram da cerimônia de assinatura de lançamento do PPA Suasa, representantes das agências de Defesa Agropecuária e superintendentes dos seis estados participantes e servidores da SDA.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) lançou nesta quarta-feira (3) o Sistema de Gestão de Atos Normativos Agropecuários – MapaLegis, que tem como objetivo promover um ambiente regulatório confiável que favoreça a produção agropecuária e a atração de investimentos.
Por meio da ferramenta, o processo de produção normativa é padronizado, mediante um fluxo composto por 12 etapas que se sucedem e se complementam. Dessa forma, além de permitir o aprimoramento da proposta ao longo da tramitação, o MapaLegis pretende conferir previsibilidade e segurança jurídica ao processo regulatório, elementos fundamentais para o controle social e o planejamento dos setores afetados pela medida.
O secretário adjunto de Defesa Agropecuária (SDA), Marcio Rezende, representou o Mapa no evento. Para ele, além de transparência, a iniciativa traz previsibilidade aos setores interessados. “A sistematização do processo regulatório é uma maneira de se ter transparência, que é o ponto principal porque a sociedade normalmente tenta acompanhar o que está acontecendo, e também a previsibilidade de negócios. Se tem uma norma andando, tudo que a empresa precisa é saber do que se trata, para poder se adaptar”, disse o secretário.
O Ministério da Agricultura e Pecuária é o primeiro órgão a dedicar uma área específica para a qualidade regulatória. o Mapalegis já incorpora as diretrizes internacionais e do governo federal sobre política regulatória, facilitando sua internalização e cumprimento. “É Importante destacar o papel que o Mapa tem perante o restante da esplanada”, disse o gestor responsável pelo Sistema, Carlos Fonseca.
O MapaLegis deriva da experiência anterior com o Sistema de Monitoramento de Atos Normativos (SISMAN), piloto implantado na Secretaria de Defesa Agropecuária em 2019. “O Mapa tem sido reconhecido como ator de referência para os demais ministérios. Todo esse respaldo institucional que primeiro foi dado dentro da SDA tem sido fundamental para um trabalho de base que está sendo feito, de mudança de cultura que nenhum outro órgão na Esplanada tem”, completou Fonseca.
A iniciativa já se encontra operacional em ambiente de homologação e estará plenamente disponível para uso a partir do dia 3 de julho, quando será adotado simultaneamente pelo Mapa, pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
A participação social de interessados no processo de construção de normas é de extrema importância. Assim, além de apoiar a aplicação de boas práticas regulatórias pelos servidores na produção de atos normativos, o sistema também permite o acompanhamento da tramitação das propostas por todos, com total transparência.
Capacitação
Durante duas semanas, servidores do ministério receberam capacitações presenciais relativas ao MapaLegis. Primeiro foi apresentado o fluxo estabelecido no sistema, com o detalhamento de cada uma das 12 etapas. Na sequência, uma oficina de uso orientado da ferramenta, com computadores individuais.
Já no programa avançado, os servidores indicados pelos órgãos são capacitados em funcionalidades criadas para facilitar customizações no sistema, o que reduzirá substantivamente os custos e prazos das alterações. Além das oficinas presenciais, está prevista a disponibilização de um curso virtual na plataforma da Escola Nacional de Gestão Agropecuária (Enagro).
12 etapas
O primeiro passo é a Proposição, quando se manifesta a intenção de regulamentar um determinado tema, a partir de demanda interna ou externa relacionada a um problema regulatório. Depois, vem a Análise de Impacto Regulatório, que busca avaliar, a partir da definição de um problema regulatório, os possíveis impactos das alternativas de ação disponíveis para o alcance dos objetivos pretendidos.
A Elaboração é a 3ª etapa, com a efetiva preparação da minuta de ato normativo. A 4ª etapa, Anuência Prévia, são autorizações preliminares dos dirigentes para a tramitação da proposta.
Na 5ª etapa vem a Consulta Interna, que é a submissão da minuta de ato normativo a críticas e sugestões dos servidores do próprio Mapa, para aprimorar a proposta do ponto de vista institucional. Já a 6ª é a Consulta Pública, momento de informação e inserção da sociedade e parceiros internacionais no processo de produção normativa, conferindo transparência e propiciando controle social.
Em seguida vem a Audiência Pública (7ª), uma sessão presencial onde quaisquer interessados têm oportunidade de manifestação sobre a proposta. A Avaliação do Comitê Permanente de Análise e Revisão de Atos Normativos – CPAR/SDA sobre o cumprimento das boas práticas regulatórias no processo de produção normativa é a 8ª etapa.
Na Análise Jurídica, 9ª etapa, é realizado um exame da Conjur sobre atos normativos a serem editados pelo Mapa, exercendo o controle interno da legalidade administrativa e verificando a compatibilidade das propostas com o ordenamento jurídico. A Assinatura (10ª) aprova juridicamente a versão final da proposta de ato normativo, que segue para a deliberação da autoridade competente para a sua assinatura.
A penúltima etapa é a Publicação (11ª): Divulgação dos atos normativos já firmados pela autoridade competente, tanto em nível nacional quanto internacional. E por último, a Avaliação de Resultado Regulatório (12ª), com o Monitoramento do desempenho do ato normativo em vigor, considerando o atingimento dos objetivos originalmente pretendidos, bem como os impactos observados sobre o mercado e a sociedade.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse na noite desta quinta-feira em São Paulo que não há outro caminho para desenvolver a pecuária brasileira sem a adoção da rastreabilidade, ou seja, o acompanhamento de todo o percurso de uma matéria-prima, desde a sua origem até o uso no produto final. Ele participou, ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin, de dois eventos na capital paulista: o Encontro Marfrig Verde Mais e 31ª Edição do Prêmio Revista Ferroviária, que homenageou o ex-ministro Blairo Maggi.
“Eu posso garantir que a imensa, mas a imensa maioria dos nossos pecuaristas aplicam boas práticas na condução das suas propriedades. Mas por falta da rastreabilidade, aqueles poucos que cometem crimes ambientais, que não respeitam a legislação, que fazem desmatamento ilegal, que fazem queimadas ilegais, que invadem terras públicas, contaminam todo o sistema e prejudicam todos aqueles que utilizam boas práticas”, afirmou.
Segundo ele, a rastreabilidade vai permitir separar o joio do trigo e valorizar quem produz de forma adequada. Incentivos no Plano Safra e abertura de novos mercados foram algumas das vantagens anunciadas por Fávaro. O ministro disse ainda que a adoção desse controle de produção deve ser gradativo e que o governo está determinado a dar o primeiro passo em parceria com a iniciativa privada.
No dia 18 de abril, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou à Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina a proposta de um sistema voluntário e com prazo mínimo de oito anos para adaptação dos produtores rurais. Nessa proposta, o controle a gestão e o controle da distribuição da numeração oficial e o banco de dados ficariam a cargo da CNA e não estariam disponíveis de forma pública.
Os integrantes da Câmara Setorial do Mapa têm até o dia 15 de maio para sugerir melhorias e ajustes, que serão validados na reunião ordinária da Câmara Setorial no dia 30 de maio. Em seguida, a proposta será protocolada no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Geraldo Alckmin destacou que o governo tem compromisso com desmatamento ilegal zero. “O desmatamento na Amazônia não é feito por agricultor nem pecuarista. É grilagem de terra por falta de fiscalização, de titulação. Todas as providências estão sendo tomadas no sentido de coibir e de combater”, afirmou.
Segundo ele, as mudanças climáticas dependem de três florestas tropicais: Brasil (floresta Amazônica), Indonésia e República do Congo. “É nosso dever preservar as nossas florestas e, ao mesmo tempo, buscarmos alternativas econômicas para a região lá localizada. Temos uma legislação espetacular, que é o Código Florestal, que precisa ser cumprido. Mas é uma legislação extremamente avançada”, afirmou. Ainda de acordo com Alckmin, o Brasil quer ser o grande protagonista do combate às mudanças climáticas.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou nesta quarta-feira (26) as Portarias que atualizam o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da soja nos estados da Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí, Pará, Rondônia, Tocantins, Acre e no Distrito Federal. As portarias dos demais estados deverão ser publicadas nos próximos dias.
O Zarc é uma ferramenta de análise do risco que auxilia a tomada de decisão no campo, considerando a probabilidade de ocorrência de adversidades climáticas baseada numa série histórica de dados climáticos, além de características da cultura e do solo.
No caso da soja, foram definidas as áreas e os períodos de semeadura, simulando probabilidades de perdas de rendimento inferiores a 20%, 30% e 40%, devido à ocorrência de eventos meteorológicos adversos, principalmente seca durante a fase reprodutiva da planta. “Porém, é importante ressaltar que o Zarc não estabelece os períodos e os locais de semeadura com maior probabilidade de obtenção dos maiores rendimentos”, explica o pesquisador José Renato Bouças Farias, da Embrapa Soja.
Novos parâmetros e fatores de risco foram considerados, associando questões hídricas e térmicas, inclusive, a probabilidade de ocorrência de geadas. Foram introduzidas ainda nova abordagem dos riscos associados à água disponível no solo, o que permitirá, em breve, vincular também conceitos de manejo do solo e dos sistemas produtivos. Segundo o pesquisador, as Portarias do Zarc-Soja para a safra 2023/24 são as primeiras a contemplar essa nova metodologia.
Os estudos para o desenvolvimento da nova versão do Zarc para a soja foram iniciados em 2021 e validados em reuniões regionais e estaduais, em 2022, realizadas junto aos principais atores da cadeia produtiva da soja.
Novo sistema de classificação da água disponível do solo
Flávio Tardin/Embrapa
A principal atualização nessa versão do Zarc Soja é o novo sistema de classificação de solos que deixa de utilizar o tradicional sistema de solos “Tipo 1”, “Tipo 2” e “Tipo 3” e passa a adotar uma nova metodologia que define seis classes de água disponível (AD1, AD2, AD3, AD4, AD5, AD6). Nesse sistema, a classe de AD do solo é determinada com base na sua composição textural completa, ou seja, com os teores de areia, silte e argila. No sistema antigo, os tipos do solo eram estabelecidos, basicamente, pelo teor de argila.
A água disponível (AD) do solo deve ser estimada para cada área de produção, a partir da sua composição textural determinada por análise de solo padrão. A estimativa é feita através do uso de uma equação (função de pedotransferência), devidamente ajustada para os distintos solos brasileiros, resultado de pesquisas recentes da Embrapa sobre o assunto (Boletim de Pesquisa 272 – Embrapa Solos(1), Comunicado Técnico 135 – Embrapa Agricultura Digital(2)). O Zarc Soja – 06ADs apresenta maior precisão nas estimativas de risco de déficit hídrico e uma melhor representação da realidade nos diferentes solos brasileiros em comparação aos três tipos utilizados anteriormente.
Todos as novas atualizações de Zarc geradas a partir de 2022 já utilizam o sistema 06ADs. Porém, a maioria dos Zoneamentos já publicados, continuarão com os resultados em “3 solos”, até serem gradualmente substituídos pelas novas versões atualizadas para o sistema 06ADs. A soja é a primeira cultura que passa a vigorar com esse novo formato.
Disponibilidade hídrica e produtividade da soja
De acordo com Farias, a soja é uma cultura com ampla adaptabilidade ao clima e aos solos brasileiros, nos dois lados da linha do equador. Dos elementos climáticos que mais influenciam o desenvolvimento e a produtividade da soja, a disponibilidade hídrica é a que mais afeta o rendimento de grãos. Com relação às necessidades de água para o cultivo da soja, Farias afirma que o ideal seria em torno de 450 a 800 mm de água disponível ao longo de toda a estação de crescimento da cultura, variável em função do ciclo da cultivar, do desenvolvimento das plantas e das condições climáticas da região.
Para a soja apresentar um bom desempenho, o pesquisador afirma que a cultura necessita de volumes adequados de água e boa distribuição durante as fases mais críticas. “Tão ou mais importante até que o volume total de água é a distribuição das chuvas ao longo do ciclo. As fases mais sensíveis ao déficit hídrico ocorrem durante o período de semeadura-germinação-emergência e, principalmente, da floração ao enchimento de grãos, quando a seca afeta consideravelmente o rendimento das lavouras”, destaca Farias.
A chuva é a principal fonte de água para a maior parte da produção brasileira de soja, tanto que a área irrigada com soja ainda é insignificante. “É importante destacar que as práticas agrícolas que favorecem a melhor estruturação do solo e o aprofundamento do sistema radicular contribuem para incrementar a disponibilidade de água no solo, principalmente, em momentos de precipitação insuficiente”, ressalta o pesquisador.
Desde 2022 o aplicativo Zarc Plantio Certo permite testar o novo sistema de classificação em 06ADs em alguns Estados. A partir de abril de 2023, a opção para teste foi disponibilizada para todos os estados.
Para testar, após abrir o aplicativo, basta selecionar o município de interesse e, na seleção de culturas, escolher a opção para testes “TESTE para 6 Ads” no final da lista. Depois disso, é possível acionar o botão “Solo”, informar os teores de areia, silte e argila. Ao informar os teores, o aplicativo informa qual a classe de AD correspondente.
Após a publicação do Zarc Soja 6ADs, os mesmos testes poderão ser feitos diretamente ao selecionar “Soja” na lista de culturas, para os estados com Zarc Soja.