Tag: Cenário Agro

  • Novo foco de praga que atinge cultivo de cacau e cupuaçu é detectado no Amazonas

    Novo foco de praga que atinge cultivo de cacau e cupuaçu é detectado no Amazonas

    Um novo foco da praga Moniliophthora roreri, causadora da doença conhecida como Monilíase do Cacaueiro, foi detectado no município de Tabatinga, no estado do Amazonas, na região da tríplice fronteira entre o Brasil, Colômbia e Peru. Dessa vez, o caso foi detectado em comunidades rurais ribeirinhas.

    A suspeita de ocorrência da praga foi verificada durante ações de monitoramento realizadas por equipe de técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com o apoio da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), e confirmada por meio de análise laboratorial realizada pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia (LFDA/GO).

    A monilíase é uma doença devastadora que afeta plantas do gênero Theobroma, como o cacau (Theobroma cacao L.) e o cupuaçu (Theobroma grandiflorum), causando perdas na produção e uma elevação nos custos devido à necessidade de medidas adicionais de manejo e aplicação de fungicidas para o controle da praga.

    Na América do Sul, a praga já se encontra presente no Equador, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru. “Devido às suas características peculiares (fronteira com países onde a praga já ocorre e condições geoclimáticas favoráveis à sua dispersão, entre outras) a região da Tríplice Fronteira Norte já era considerada como área de risco de introdução de Moniliophthora roreri no Brasil e vinha sendo monitorada rotineiramente ao longo dos últimos anos”, relata a coordenadora-geral de Proteção de Plantas, Graciane de Castro.

    Agora, a partir da confirmação do foco, o Mapa adotará as medidas cabíveis de contingência aplicadas à situação, em conjunto com as demais instituições oficiais de Sanidade Vegetal e de pesquisa envolvidas, visando evitar a disseminação da praga para as áreas de cultivo de cacau e cupuaçu em outras regiões.

    “Os levantamentos fitossanitários de detecção (monitoramentos) permitem a identificação precoce de uma eventual ocorrência de pragas exóticas no país e, consequentemente, a adoção imediata de medidas de contenção e controle com o objetivo de evitar sua dispersão para as demais áreas sem ocorrência da praga”, explica Castro.

    Monilíase do Cacaueiro no Brasil

    O primeiro foco da praga no Brasil foi identificado em julho de 2021 em área residencial urbana no município de Cruzeiro do Sul, interior do Acre. Atualmente o estado encontra-se sob ações permanentes de controle, com vistas à sua erradicação.

    Em agosto de 2022, o Mapa prorrogou, por um ano, o prazo de vigência da emergência fitossanitária relativa ao risco iminente de introdução da praga quarentenária ausente Moniliophthora roreri nos Estados do Acre, Amazonas e Rondônia.

    Devido ao seu potencial de danos às culturas que atinge, é de fundamental importância a notificação imediata de quaisquer suspeitas de ocorrência da praga às autoridades fitossanitárias locais. O objetivo do Ministério da Agricultura é conseguir erradicar a praga na maior brevidade possível, enquanto ainda se encontra em uma área restrita do país.

    A doença atinge somente as plantas hospedeiras do fungo, sem riscos de danos à saúde humana.

  • Cultivo de cevada e aveia tem novo zoneamento agrícola de risco climático

    Cultivo de cevada e aveia tem novo zoneamento agrícola de risco climático

    Foram publicadas no Diário Oficial da União desta quinta-feira (17) as portarias, de 357 a 375, de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para o cultivo da cevada e da aveia em sistema de produção sequeiro e irrigado.

    O zoneamento tem o objetivo de reduzir os riscos relacionados aos problemas climáticos e permite ao produtor identificar a melhor época para plantar, levando em conta a região do país, a cultura e os diferentes tipos de solos.

    O modelo agrometeorológico considera elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, umidade relativa do ar, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos geográficos (altitude, latitude e longitude).

    A produção de cevada (Hordeum vulgare L.) com finalidade cervejeira é influenciada pelo clima, pelas características genéticas da cultivar e pelas práticas de manejo de cultivos adotadas. As aveias (Avena spp.) são plantas de clima temperado, que podem ser cultivadas em diferentes condições climáticas e para diversos fins, como a produção de grãos para alimentação humana e animal, forragem e cobertura do solo, além de servir como adubação verde e como inibidora da infestação de invasoras (alelopatia).

    Os agricultores que seguem as recomendações do Zarc estão menos sujeitos aos riscos climáticos e ainda poderão ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural (PSR). Muitos agentes financeiros só liberam o crédito rural para cultivos em áreas zoneadas.  

    Acesso aos indicativos de Zarc

    Produtores rurais e outros agentes do agronegócio podem acessar por meio de tablets e smartphones, de forma mais prática, as informações oficiais do Zarc, facilitando a orientação quanto aos programas de política agrícola do governo federal. O aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital (Campinas/SP), está disponível nas lojas de aplicativos:  iOS Android 

    Os resultados do Zarc também podem ser consultados e baixados por meio da plataforma  “Painel de Indicação de Riscos” 

     

  • México abre mercado para a carne suína brasileira

    México abre mercado para a carne suína brasileira

    A Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SCRI-Mapa) comunicou nesta segunda-feira (14) a abertura do mercado do México para a carne suína brasileira. Fruto do trabalho conjunto do Mapa e do Ministerio das Relações Exteriores (MRE), essa abertura de mercado permitirá intensificar o comércio bilateral entre os dois países.

    Segundo a SCRI, com isso o Brasil poderá contribuir ainda mais para o combate à inflação e a garantia de seguraça alimentar no México. A carne suína do Brasil é reconhecida internacionalmente pela alta qualidade, inocuidade e competitividade.

    Com a abertura do mercado mexicano para a carne suína brasileira, o Brasil chegou a 48 novos mercados abertos para os produtos agropecuários em 2022. Desde 2019, o número de mercados abertos chegou a 234.

    Informações à Imprensa
    imprensa@agro.gov.br

  • COP27 lança iniciativa para ressaltar importância da água na sustentabilidade

    COP27 lança iniciativa para ressaltar importância da água na sustentabilidade

    O secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Cleber Soares, destacou nesta segunda-feira (14), durante a COP27, no Egito, que o Brasil está trabalhando para intensificar o uso de tecnologias sustentáveis e boas práticas de manejo do solo e da água, para contribuir com os objetivos de conservação e melhorar a renda dos produtores rurais.

    O secretário representou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, durante o lançamento da Iniciativa de Ação sobre Adaptação e Resiliência da Água (AWARe, na sigla em inglês) pela presidência da Conferência. A iniciativa tem como objetivo colocar a água no centro da ação de adaptação e resiliência, oferecendo soluções de adaptação transitórias para o planeta e as pessoas.

    Mesmo sendo um país privilegiado em termos de recursos naturais, o Brasil considera essencial a adoção de políticas de uso racional e eficiente desses recursos, especialmente da água. Segundo Soares, o Mapa trata o tema com prioridade, por meio de programas como o Plano ABC+ e a promoção de assistência técnica e crédito rural.

    “Por meio de assistência técnica, capacitação e crédito rural, estamos intensificando o uso de tecnologias sustentáveis ​​e boas práticas de manejo da água e do solo que não apenas contribuem para nossos objetivos de conservação, mas também melhoram a renda dos produtores rurais. Trabalhando em modelos de produção sustentáveis, como o Plano ABC+, estamos promovendo o desenvolvimento da bioeconomia, aumentando a produção agrícola, protegendo o solo e garantindo o ciclo natural da água”, disse o secretário.

    Ele também citou que o Mapa tem o objetivo de acelerar o crescimento de áreas de agricultura irrigada no Brasil, com o uso racional e sustentável da água. “A irrigação é uma ferramenta importante para promover ganhos de produtividade, aumentar a resiliência da produção às vulnerabilidades do clima e reduzir a volatilidade de preços ao longo do ano”.

    Para o secretário, a iniciativa AWARe dará uma contribuição valiosa para catalisar os esforços globais em torno do uso sustentável e conservação da água. “Ao fortalecer a proteção e o uso racional de nossas águas, estamos abrindo caminho para um novo ciclo de desenvolvimento sustentável, com crescimento econômico, inclusão social e conservação ambiental”, concluiu.

    A missão da iniciativa está organizada em três objetivos principais: reduzir as perdas de água em todo o mundo e melhorar o abastecimento de água; propor e apoiar a implementação de políticas e métodos mutuamente acordados para ação cooperativa de adaptação relacionada à água e seus co-benefícios; e promover a cooperação e interligações entre água e ação climática para alcançar a Agenda 2030, em particular o Objetifo de Desenvolvimento Sustentável 6, que trata de acesso à água potável e sanemento.

  • Com produção sustentável de alimentos, Brasil contribui com a paz mundial, diz Nobel da Paz na COP27

    Com produção sustentável de alimentos, Brasil contribui com a paz mundial, diz Nobel da Paz na COP27

    O professor da Universidade de Ohio (EUA) Rattan Lal, referência mundial em ciência do solo e prêmio Nobel da Paz em 2007, destacou nesta segunda-feira (14), durante a COP27, no Egito, o papel do Brasil na produção sustentável de alimentos e na promoção da paz mundial. Ele participou do painel Segurança Alimentar e Paz, durante o Dia do Agro no pavilhão do Brasil.

    Rattan Lal disse que a produção de alimentos seguros para todos é o fator mais importante para promover a paz e a estabilidade no mundo. “Quando o estômago não está cheio, não pode haver paz. Não pode haver paz enquanto houver fome e má nutrição. Acho que o que o Brasil e a América do Sul estão fazendo em agricultura está promovendo a paz, e outros países devem fazer o mesmo”, disse o professor.

    Ele também destacou que o Brasil pode ser um modelo de liderança global sobre o uso do solo como um depósito de carbono para uma agricultura positiva. Segundo Rattan Lal, além dos produtos agrícolas como carne bovina, milho e arroz, o Brasil pode produzir carbono. “Isso significa aumentar a captura de carbono no solo, o que pode ser visto como commodity, e pode ser uma fonte de renda para o país”.

    O pesquisador apresentou seus estudos, que mostram a necessidade de todos os países produzirem mais alimentos, utilizando menos terras, menos água, menos fertilizantes e pesticidas, com menos emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. “Existe uma necessidade forte e urgente de desenvolver sistemas de produção inovadores que conciliem a necessidade de produção de alimentos com a necessidade de recuperar o meio ambiente”, destacou.

    Nesse sentido, a  diretora do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação do Mapa, Fabiana Villa Alves, apresentou o  Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC+), que desde 2010 promove técnicas sustentáveis na produção agropecuária brasileira. “O Brasil hoje é referência para a produção agropecuária de baixa emissão de carbono. Produzir e conservar é possível, e nós sabemos como fazer isso”, disse a diretora.

    Também participaram do debate o presidente da Comissão de Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço, e o secretário da Amazônia e Serviços Ambientais do MMA, Marcelo Freire. O Pavilhão Brasil na COP27 é uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério das Relações Exteriores (MRE), a Apex-Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Sebrae.

    Segurança alimentar e climática

    Nesta segunda-feira, o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação, Cleber Soares, também participou do painel Segurança Alimentar e Segurança Climática, durante a COP27. O secretário lembrou que há cerca de 40 anos o Brasil importava cerca de 80% dos alimentos que eram consumidos e hoje é exportador de alimentos, graças à ciência e tecnologia, mas principalmente por causa de um modelo de agricultura adaptativa.  “Se hoje nesta COP o mundo discute adaptação, o Brasil já faz agricultura adaptativa, e consequentemente sustentável, há pelo menos 40 anos”.

    Com o uso de tecnologias descarbonizantes, o Brasil foi dominando a correção de solo com o uso de tecnologias descarbonizantes, como fixação biológica de nitrogênio e adaptação de cultivos, possibilitando o aumento e a diversificação de suas culturas. “Progressivamente, saímos de um modelo de monocultura para sistemas integrados e hoje no Brasil nós temos algo em torno de pelo menos 17 milhões de hectares de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta”, destacou Soares.

    A diretora de Clima Natureza e Energia do Reino Unido no Brasil, Bruna Cerqueira, disse que o Brasil tem um papel fundamental para a difusão de tecnologias de baixa emissão de carbono. “O Brasil é um líder em técnicas de baixa emissão de carbono e isso precisa ser expandido, Precisamos ganhar escala com essas tecnologias e o Brasil pode ser um parceiro chave em cooperação global com países de agricultura tropical. Isso é uma necessidade de todo o mundo, e se não trabalharmos juntos todos vamos sofrer com as consequências”. Ela garantiu que o Reino Unido está comprometido em trabalhar com o Brasil para apoiar sistemas nacionais. O país já apoia a implementação do plano ABC por meio do Programa Rural Sustentável que, durante a COP 27 lançou o PRS Amazônia.

    Também participaram do painel o consultor de política do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Jeremy Adamson, a CEO da Fundação Macdoch, da Austrália, Michelle Gortan, o assessor técnico e jurídico da Comissão de Meio Ambiente CNA, Rodrigo Justus, e o diretor de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira.

    Pecuária Sustentável

    No painel Pecuária sustentável, a diretora do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação do Mapa, Fabiana Villa Alves, destacou a importância da comunicação e de parcerias para disseminar as iniciativas sustentáveis no setor. “A pecuária sustentável é inclusiva, traz todos para dentro do jogo, mostrando que somos sim possíveis de fornecer essa segurança alimentar que está sendo tão discutida aqui na COP, transformando as palavras mágicas mitigação e adaptação em algo realmente factível,  que já estamos fazendo há algum tempo no Brasil”, disse Fabiana.

    Também participaram o presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Caio Penido, a diretora de Sustentabilidade da Friboi, Liège Correia, e o presidente da LIga do Araguaia, Braz Peres.

     

    Os painéis realizados hoje também trataram de temas como o Programa de Regularização Ambiental Produtiva (PRAVALER), com a participação do diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Pedro Neto, e a diretora de Regularização Ambiental, Jaíne Cubas. Outro assunto abordado foi as políticas públicas para promoção da adaptação e mitigação nos trópicos, com a participação dos representantes do Mapa Alexandre Barcelos, diretor do departamento de desenvolvimento de cadeias produtivas; Eleneide Doff Sotta, coordenadora de mudanças do clima; e Sidney Medeiros, da Coordenação de Mudanças Climáticas do Mapa.

  • Governo brasileiro e Banco Mundial anunciam ação de proteção ao Cerrado e aumento da agropecuária de baixa emissão de carbono

    Governo brasileiro e Banco Mundial anunciam ação de proteção ao Cerrado e aumento da agropecuária de baixa emissão de carbono

    O sexto dia da 27ª Conferência Climática das Nações Unidas (COP27), que ocorre no Egito, foi de grande importância para o Cerrado, bioma brasileiro que predomina no Centro-Oeste, mas que se espalha também pelas regiões Norte, Nordeste e Sudeste. O Governo Federal, por meio dos ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Banco Mundial e o Global Environment Facility (GEF) anunciaram neste sábado (12) o Projeto Vertentes, cujos objetivos são combater a desertificação, promover o manejo sustentável das cadeias da soja e da pecuária de corte, recuperar áreas degradadas, diminuir a emissão de gases de efeito estufa e proteger a biodiversidade.

    Ao todo, serão mais de R$ 130 milhões (25 milhões de dólares) financiados pelo Programa de Impacto de Sistemas Alimentares, Uso da Terra e Restauração (FOLUR, na sigla em inglês). O Projeto Vertentes alcançará mais de 47 milhões de hectares do Cerrado nos estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

    O secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Fernando Zelner, falou da importância da disponibilização de recursos financeiros. “Esse projeto é fantástico porque ele não só nos dá a chance de implementar a agricultura de baixo carbono com também mostra para os parceiros internacionais que quando a gente recebe apoio financeiro, a gente multiplica isso em termos de investimento privado e resultados. Para o Brasil, hoje foi um grande resultado”, comemorou.

    Já o secretário-adjunto de Clima e Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, Osvaldo Antônio Pinheiro Silva, destacou a importância da ação conjunta entre as diferentes partes e afirmou que o anúncio feito neste sábado é fundamental para consolidar a agenda. “O projeto tem muito a contribuir na parte de combate à desertificação e na restauração de áreas degradadas. Acredito que esse movimento é importante e que o projeto abriu um espaço muito relevante, sobretudo com aquilo que é capaz de acelerar o processo, que é ter recursos disponíveis”, disse o representante do MMA.

    “A gente tem tecnologia e a gente tem ativo ambiental, o que demonstra nosso grande potencial de alcançar uma agricultura de baixo carbono associada a projetos que trazem adaptação e mitigação de maneira conjunta”, explicou o coordenador de sustentabilidade da CNA, Nelson Filho, que continuou: “vamos integrar melhores tecnologias e ações para que o produtor rural possa garantir ao produto brasileiro, em todas as suas cadeias, uma adicionalidade muito importante, que, além da qualidade, é a sustentabilidade.”

    Matthew Reddy, representante do GEF, afirmou que não é possível falar da importância da cadeia global de alimentos e de agricultura sustentável sem colocar grande ênfase no Brasil. “O Projeto Vertentes traz confiança para os investidores. Esperamos que ele seja expandido”, pontuou. Já Ioannis Vasileiou, do Banco Mundial, classificou a iniciativa como inovadora e ambiciosa.

  • COP27: Brasil está pronto para ajudar países na adaptação para sistemas alimentares sustentáveis, destaca secretário do Mapa

    COP27: Brasil está pronto para ajudar países na adaptação para sistemas alimentares sustentáveis, destaca secretário do Mapa

    Foi lançada neste sábado (12), no Egito, a iniciativa Food and Agriculture for Sustainable Transformation (FAST), liderada pela presidência da 27ª Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP27) em parceria com a FAO e países signatários, como o Brasil.

    A ação tem como objetivo impulsionar os esforços globais de adaptação dos sistemas alimentares, diante da crescente demanda global por alimentos, com o uso eficiente dos recursos naturais. O evento reuniu ministros, secretários e autoridades de diversos países que participam da COP27, em Sharm-el-Sheik (Egito).

    Representando o ministro Marcos Montes (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e como chefe da delegação do Mapa na COP27, o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação, Cleber Soares, destacou que a sustentabilidade tem sido a base da agricultura brasileira nos últimos 50 anos. Com investimentos em pesquisa e inovação, o país deixou de ser um importador de alimentos para se tornar um dos maiores produtores de alimentos do mundo, contribuindo com a segurança alimentar de 1 bilhão de pessoas no planeta.

    Ele ressaltou que, mesmo com a expansão da produção, a agropecuária ocupa apenas 30% do território brasileiro, enquanto mais de 60% da vegetação nativa permanece preservada.

    “Hoje, a agricultura brasileira conjuga produtividade e conservação, e é um exemplo de como a produção de alimentos pode andar de mãos dadas com geração de renda, inclusão social e gestão ambiental. Além disso, o Brasil é um dos únicos países do mundo capaz de aumentar sua produção agrícola sem incorporar novas terras às atividades produtivas, simplesmente restaurando seus mais de 70 milhões de hectares de pastagens degradadas”, disse o secretário durante painel de lançamento da iniciativa FAST.

    De acordo com Cleber Soares, o Brasil está disposto a contribuir para agilizar a transformação sustentável dos processos produtivos de outros países por meio do compartilhamento de tecnologias desenvolvidas e aprimoradas nas últimas décadas.

    “O Brasil está pronto para compartilhar sua experiência com países com circunstâncias naturais semelhantes, a fim de acelerar a transição para sistemas alimentares sustentáveis. Por meio da capacitação, os agricultores de todo o mundo podem aprender a adotar as melhores práticas que não apenas reduzem as emissões e preservam a biodiversidade, mas também geram mais renda. Significa que, uma vez que os agricultores aderem à agricultura sustentável, não há incentivo para regredir ao uso predatório de recursos naturais”.

    Segurança Alimentar

    Na plenária sobre Segurança Alimentar e Mudanças Climáticas, o secretário Cleber Soares ressaltou que a agropecuária brasileira é parte da solução deste desafio, ao conseguir ampliar a produtividade de alimentos nos próximos anos sem a necessidade de ocupar novas áreas, sendo um fornecedor confiável de alimentos seguros e nutritivos.

    “Por meio da ciência e da inovação, o Brasil tem utilizado a tecnologia para ampliar a produção, aumentando a produtividade. Como resultado, podemos alcançar até três colheitas por ano na mesma área. Utilizando menos de 30% do nosso território para agricultura e pecuária, comprovamos que a agricultura pode ser fonte de crescimento econômico, inclusão social e preservação ambiental. Hoje, um em cada cinco pratos do mundo contém alimentos produzidos no Brasil. Estamos conscientes de nossa responsabilidade como fornecedor confiável de alimentos seguros e nutritivos diante da crescente demanda global.”

    Bioinsumos

    Em painel sobre Agricultura Resiliente às Mudanças Climáticas, o coordenador-Geral de Mecanização, Novas Tecnologias e Recursos Genéticos do Mapa, Alessandro Cruvinel, apresentou o mercado de bionsumos no Brasil. Segundo ele, 30% dos bioinsumos utilizados no país são fabricados dentro das próprias propriedades rurais, o que contribui para a redução de custos do produtor e da dependência a insumos químicos e importados. 

    O mercado brasileiro tem crescido a uma média de 8,2% ao ano. E a estimativa é que, até 2025, 20% dos insumos químicos utilizados na agricultura passarão a ser substituídos pelos bioinsumos. O coordenador destacou a importância da participação dos estados e municípios, por meio de políticas locais, para o avanço do uso desses insumos no país.

    Alessandro Cruvinel destacou ainda que os bioisumos são importantes ferramentas para “baratear o preço dos alimentos e, assim, contribuem para a segurança alimentar global”.

    Os bioinsumos são em sua maioria de origem biológica e natural e o seu uso nas lavouras brasileiras ajudam a reduzir a dependência do uso de defensivos e fertilizantes químicos e a sobrecarga ao meio ambiente. Já foram registrados mais de 560 produtos biológicos no país, sendo mais da metade somente nos últimos 3 anos o que demonstra uma forte tendência de aumento do uso nas lavouras.

    Lançado em 2020, o Programa Nacional de Bioinsumos do Mapa tem a finalidade de ampliar e fortalecer a utilização desses produtos que podem ser também processos ou tecnologias de origem animal, vegetal ou microbiana.

  • Mapa determina o recolhimento de óleo composto vendido como azeite de oliva

    Mapa determina o recolhimento de óleo composto vendido como azeite de oliva

    Uma ação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizada nesta semana flagrou a venda de óleo composto como azeite de oliva. O óleo composto é a mistura de óleo de soja com outros óleos vegetais, que deve ser claramente informada no rótulo para que o consumidor não seja enganado na hora da compra.

    A fiscalização em um ponto de venda da capital paulista e em duas fábricas localizadas em Porto Feliz (SP) e Cajamar (SP) constatou a comercialização de óleo composto sem identificação do produto e com expressões nos rótulos que visavam iludir o consumidor: “blend de azeite de oliva extra virgem”, “blend de azeite de oliva e óleos vegetais” ou “elaborado com azeite de oliva extra virgem”, seguido por imagens de azeitonas e folhas de oliva.

    De acordo com a equipe que participou da ação, foi considerada inequívoca a tentativa de induzir o consumidor a erro na hora da compra. Também foi constatado que as garrafas eram comercializadas nas gôndolas junto aos azeites de oliva, o que contribuía para aumentar a chance de erro e confusão.

    A fiscalização procedeu com a suspensão da comercialização dos produtos no mercado do bairro Tatuapé, na capital, e se dirigiu à fábrica em Porto Feliz, onde 96 mil rótulos e 8.640 garrafas foram apreendidos. Os auditores fiscais do Mapa determinaram à fábrica o imediato recolhimento dos produtos no mercado a fim de evitar mais danos aos consumidores.

    Na fábrica de Cajamar foram encontrados rótulos com potencial para confundir os consumidores na hora da compra. Conversas do vendedor com os consumidores registradas nos canais de venda demonstravam que o produto era apresentado como uma mistura de azeites de oliva.

    A fiscalização constatou que o produto era comercializado em vários canais de e-commerce e procedeu imediatamente à apreensão de 70 mil rótulos que estavam em estoque e determinou que a empresa tomasse providências para retirar os produtos dos canais de venda pela internet. Simultaneamente, outra equipe suspendeu cautelarmente a comercialização de 1.000 frascos de azeite de oliva por suspeita de fraude. Após a conclusão dos laudos laboratoriais, o Mapa vai divulgar as marcas de azeite irregulares.

  • Mapa coordena missão comercial brasileira na Arábia Saudita

    Mapa coordena missão comercial brasileira na Arábia Saudita

    Desde o início da semana, uma delegação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e empresários de vários setores do agronegócio brasileiro estão na Arábia Saudita em uma missão comercial, com o objetivo de promover networking, possibilidades de negócios e novas oportunidades para o setor, ampliando a participação brasileira nesse importante mercado árabe.

    A Missão Comercial Brasil- Arábia Saudita, que é a maior missão do agronegócio brasileiro já realizada no país, está sendo coordenada pelo Departamento de Promoção Comercial e Investimentos (DPR) da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, em parceria com a adidância agrícola e a embaixada do Brasil em Riade. O grupo conta com mais de 30 representantes de 17 empresas dos setores de açaí, xarope de frutas, carne bovina e de aves, peixes amazônicos, arroz, café verde, soja e pulses. O papel do Mapa na missão é promover encontros entre os empresários brasileiros e interessados sauditas.

    “A missão objetiva maior participação dos produtos brasileiros no mercado saudita  e diversificação na pauta exportadora que, atualmente é concentrada nas principais commodities produzidas no Brasil”, avalia o adido agrícola em Riade, Adriano Perrelli Pestana de Castro.

    O Brasil é o principal fornecedor de produtos do agronegócio para o Reino da Arábia Saudita. Em 2021, o Brasil teve participação em 9% dos produtos agropecuários importados pelo mercado saudita, seguido pela Índia com 8%, Estados Unidos 7%, Emirados Árabes Unidos com 6 % e Argentina com 5%. O Brasil lidera as exportações de carne de frango, açúcar, soja, carne bovina e mantém papel de destaque na exportação de milho, trigo e bovinos vivos, com grande possibilidade de diversificação na pauta exportadora.

    Nesta quinta-feira (10) foi realizada reunião com a Federação de Câmaras do Comércio Saudita (FSC), onde os empresários brasileiros apresentaram seus produtos e oportunidades de negócios. Também já foram realizadas na capital, Riade, visitas às feiras ExpoHalal e Biofach Saudi Arabia, além de reuniões com importantes grupos varejistas como Lulu Hypermarkets, Al Othaim Markets e Alemunajem. No dia 13 (domingo) estão previstas reuniões com a rede varejista Panda Hypermarket e BinDawood Market no município de Jeddah.

  • Mapa divulga startups vencedoras do desafio de soluções para a cadeia produtiva de grãos

    Mapa divulga startups vencedoras do desafio de soluções para a cadeia produtiva de grãos

    As três startups vencedoras do Smart Farm Mapa Conecta foram anunciadas na última quarta-feira (9), durante um dos maiores eventos do país com foco em inovação para o Agro, o AgroBIT Brasil, em Londrina (PR). Em parceria com Sebrae, AgroValley, Sociedade Rural do Paraná, Go Agritech, Cocriagro e FB Group e apoio da Cotidiano Aceleradora, essa chamada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) buscou soluções para gargalos levantados junto a representantes do setor de grãos.

    Além da oportunidade de apresentar os negócios para investidores e empresas do setor, as três vencedoras receberam uma premiação em dinheiro oferecida pela GDM Genética do Brasil, distribuídos da seguinte forma: R$ 6 mil (1º lugar), R$ 2 mil (2º lugar) e R$ 1 mil (3º lugar).

    Entre as mais de 40 inscritas, foram classificadas 10 startups para a semi-final. Essas apresentaram as tecnologias e soluções para investidores no dia 8 de novembro. Foram elas: Acronex, Agrointeli, Eureciclo, iCrop, Ignitia, iRancho, MyEasyFarm, NCB Sistemas, Tarvos e Tau Flow.

    Veja as empresas vencedoras:

    1º lugar: NCB Sistemas – traz uma plataforma tecnológica com um sistema de pulverização de insumos biológicos full compliance, que inclui um software web (bioHUB) que planeja o controle das áreas desejadas, um aplicativo de missão (bioMAPS) que controla toda a operação do hardware (bioBOT) com precisão, que libera o controle biológico. Todo o processo fica registrado na nuvem, permitindo a rastreabilidade integral do processo de forma simples e eficiente.

    2º lugar: MyEasyFarm – A startup apresentou uma solução de planejamento e rastreabilidade, formada por dois produtos, ambos ligados à agricultura digital: o MyEasyFarm, que junta os dados do produtor, gera recomendações agronômicas, e avalia tais recomendações, além de gerar mapas de satélites, e o MyEasyCarbon, que mede o armazenamento e emissão de carbono de cada operação agrícola, e ajuda o produtor a tomar decisões que possam diminuir essas emissões.

    3º lugar: iCrop  – Traz uma solução para a racionalização da irrigação. É um aplicativo de realidade virtual aumentada que traz dados para o produtor sob uma ótica única, auxiliando na tomada de decisões. É realizada a inspeção do equipamento de irrigação, gerando uma ficha de diagnóstico. O sistema entende a realidade do produtor e possibilita a utilização do mínimo possível de água e energia para obter a maior produtividade. O diferencial é que não precisa de sensores de solo, somente uma estação meteorológica para gerar um algoritmo de previsão.

    Inovação aberta

    O Smart Farm Mapa Conecta é uma das estratégias do Programa Agro Hub Brasil, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que visa aproximar agritechs a aceleradoras e investidores, gerando um ambiente propício para networking, transferência de tecnologia e divulgação de novos produtos e serviços que possam atender às demandas e superar limitações do setor agropecuário. São desafios que aproximam potenciais oportunidades de captação de recursos públicos e privados para o desenvolvimento de negócios de base tecnológica voltados para o Agro.

    A iniciativa já foi realizada para as áreas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, Agricultura Digital, Proteína Animal e Citricultura, e é fundamental para incentivar a cultura tecnológica no setor agropecuário, primordial para o país, seguindo a tendência mundial de desenvolvimento sustentável e Inovação Aberta.

    Informações à Imprensa
    imprensa@agro.gov.br