Tag: câncer de mama

  • Cerca de 77 mil mulheres aguardam mamografia pelo SUS

    Cerca de 77 mil mulheres aguardam mamografia pelo SUS

    Em junho deste ano, 77.243 brasileiras aguardavam por uma mamografia no Sistema Único de Saúde (SUS). Santa Catarina é o estado com mais mulheres na fila de espera, cerca de 17 mil.  Em seguida, aparecem São Paulo (15 mil) e Rio de Janeiro (12,5 mil). Juntos, os três estados somam 56% do total de pacientes à espera do principal exame para detecção do câncer de mama. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31) pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).

    Segundo a entidade, em alguns locais do país, o tempo de espera por uma mamografia na rede pública pode chegar a 80 dias. O exame, quando realizado em tempo hábil, permite a detecção precoce de alterações mamárias, aumentando as chances de tratamento bem-sucedido e reduzindo a necessidade de intervenções invasivas e onerosas. “Os números revelam parte da sobrecarga no SUS e devem ser levados em conta, especialmente pelos recém-eleitos nas eleições municipais, na formulação e manutenção de políticas de saúde pública”, avaliou o CBR.

    Subnotificação

    Em nota, a entidade alerta que a fila de espera por mamografias no SUS pode ser ainda mais longa do que o indicado oficialmente. “Isso porque o SISREG [Sistema de Regulação] do Ministério da Saúde, plataforma que deveria registrar em uma fila única as demandas por cirurgias eletivas no país, depende de dados fornecidos voluntariamente pelas secretarias de saúde estaduais e municipais.”

    “Um exemplo dessa discrepância pode ser observado no Distrito Federal, onde o sistema nacional informa uma fila de espera de 306 pacientes aguardando pelo exame. No entanto, dados divulgados pela imprensa local, baseados no Mapa Social do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPTDF), apontam que o número real de mulheres à espera de uma mamografia é dez vezes maior, alcançando 3,6 mil.”

    Brasília (DF), 30/10/2024 – Tabela mostra espera por mamografia nos estados do Brasil. Foto: SISREG/Ministério da Saúde
    Tabela mostra espera por mamografia nos estados do Brasi – SISREG/Ministério da Saúde

    Para o CBR, a disparidade entre regiões e o tempo médio de espera também figuram como preocupações no contexto da realização de mamografias no Brasil. A entidade aponta “necessidade urgente de intervenções eficazes e de políticas públicas capazes de reduzir as filas e garantir acesso equitativo ao diagnóstico”.

    Relatório recente publicado pelo Instituo Nacional de Câncer (INCA) sobre o controle do câncer de mama no Brasil aponta que longos períodos entre a solicitação do médico e a emissão do laudo podem dificultar a adesão da população ao rastreamento da doença. Em 2023, 48,8% das mamografias de rastreamento tiveram laudos liberados em até 30 dias após a solicitação do exame. Cerca de 36% dos laudos, entretanto, foram liberados com mais de 60 dias.

  • Barra do Garças realiza ações de conscientização e prevenção do câncer de mama e sífilis

    Barra do Garças realiza ações de conscientização e prevenção do câncer de mama e sífilis

    A Prefeitura de Barra do Garças, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, realizará, neste mês, ações de conscientização, prevenção e combate a algumas doenças. As atividades serão promovidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) ao longo do mês, além do dia D em cada uma delas, com uma vasta programação.

    A campanha intitulada “Outubro Rosa e Outubro Verde”, tem o objetivo de promover e conscientizar sobre a importância da prevenção do câncer de mama e do câncer de colo uterino, e também de conscientização e combate à sífilis e à sífilis congênita.

    “A informação correta e o diagnóstico precoce são fundamentais para a saúde da população, e também para a realização de um tratamento de sucesso”, pontuou o coordenador de Atenção Primária à Saúde, Marcos Vitor Carrijo.

    Cada unidade de saúde realizará o seu dia “D”, onde serão ofertadas rodas de conversa com educação em saúde, abordando temas relativos à promoção e conscientização sobre a prevenção dessas doenças, além da distribuição de materiais informativos e um delicioso café da manhã ou lanche da tarde.

  • MT Saúde isenta coparticipação em mamografias durante o Outubro Rosa em Mato Grosso

    MT Saúde isenta coparticipação em mamografias durante o Outubro Rosa em Mato Grosso

    O Mato Grosso Saúde (MT Saúde) anunciou que, em apoio à campanha Outubro Rosa, irá isentar a coparticipação de beneficiários para a realização de mamografias durante todo o mês de outubro. O exame, essencial para a detecção precoce do câncer de mama, é recomendado para pessoas a partir de 30 anos de idade. A iniciativa visa incentivar a prevenção e facilitar o acesso ao diagnóstico.

    Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama deve representar 55,4% dos casos de câncer em Mato Grosso até 2025, reforçando a importância da prevenção. Para realizar o exame, é necessário apresentar um pedido médico.

    A presidente do MT Saúde, Misma Thalita dos Anjos, destacou o compromisso do instituto com a saúde dos servidores do estado e ressaltou a importância da campanha. “Estamos empenhados em incentivar a prevenção e cuidar do bem-estar dos nossos beneficiários. O MT Saúde possui uma grande quantidade de mulheres acima dos 30 anos, público prioritário na prevenção do câncer de mama”, afirmou.

    O plano de saúde atende servidores ativos, inativos, pensionistas e comissionados dos poderes Executivo, Judiciário, Legislativo, além de membros do Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado. Os benefícios também são estendidos a dependentes e agregados dos titulares, conforme a legislação vigente. Entre os 500 prestadores de serviço credenciados estão hospitais, clínicas e laboratórios, com atendimento médico e hospitalar disponível 24 horas por dia.

    As mensalidades do MT Saúde começam a partir de R$ 123,37, posicionando-se entre as mais acessíveis do mercado.

    Sobre o Outubro Rosa

    A campanha Outubro Rosa, realizada em todo o Brasil, tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama. O autoexame e o histórico familiar são fatores importantes no diagnóstico, e as mulheres acima de 30 anos são incentivadas a realizar anualmente a mamografia. O autoexame consiste na palpação das mamas, buscando identificar nódulos ou outras alterações.

    Caso alguma irregularidade seja percebida, é fundamental procurar assistência médica imediatamente para avaliação e tratamento adequado.

  • Pesquisa associa Bolsa Família a menor mortalidade por câncer de mama

    Pesquisa associa Bolsa Família a menor mortalidade por câncer de mama

    Mulheres de baixa renda beneficiárias do Bolsa Família que vivem em municípios com alto nível de desigualdade apresentam incidência menor de morte por câncer de mama que as não beneficiárias, identificou um estudo do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na Bahia. As conclusões foram publicadas na revista científica Jama Network e divulgadas nesta sexta-feira (2) pela Fiocruz.

    A pesquisa avaliou dados de mais de 20 milhões de mulheres adultas registradas no Cadastro Único do governo federal e aponta que, quanto maior a desigualdade de renda nos municípios, chamada de segregação na pesquisa, maior é o risco de morrer por câncer de mama.

    Quando as pesquisadoras dividem essas mulheres de baixa renda entre quem recebe e quem não recebe o Bolsa Família, a constatação é de que mulheres que não receberam o benefício tiveram um risco de mortalidade por câncer de mama 17% maior em comparação com as beneficiárias do Programa.

    O estudo é fruto de uma colaboração entre pesquisadores do Cidacs/Fiocruz Bahia, da Faculdade de Epidemiologia e Saúde da População da London School of Hygiene and Tropical Medicine, do Ubuntu Center on Racism, Global Movements and Population Health Equity da Universidade Drexel, do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia. Foram utilizados dados de 2001 a 2015 do Cadastro Único do governo federal, que inclui mais de 114 milhões de brasileiros com baixa renda (quase 55% da população do país).

    Do universo de mulheres pesquisadas, 53,3% eram pardas, 32,8% eram brancas, 8,2% eram pretas, 0,5% eram indígenas e 0,4% eram asiáticas.

    Maior mortalidade

    O estudo mostra que a incidência de mortalidade por câncer de mama em municípios com baixa segregação foi de 6,4 mulheres a cada 100 mil habitantes. Em municípios com média segregação, a incidência chega a 6,7, enquanto nos municípios com alta segregação de renda, essa taxa é ainda maior, de 8,2 óbitos a cada 100 mil.

    As mulheres que recebem o Bolsa Família e vivem em cidades mais desiguais têm risco de morrer por câncer de mama 13% maior que a média, enquanto as que não recebem o benefício e moram nessas cidades vivenciam um risco 24% maior. Os dados apontam que mesmo morar em uma cidade segregada tem seu risco reduzido pelo programa.

    A pesquisadora Joanna Guimarães, associada ao Cidacs/Fiocruz Bahia, destaca a relevância do estudo ao descrever que a maior parte das pesquisa que avalia o impacto do Bolsa Família na saúde se debruça sobre saúde infantil e doenças infecciosas, explorando menos a saúde da mulher.

    “A pesquisa mostrou o resultado de uma política pública, o Bolsa Família, na redução das desigualdades na mortalidade por câncer de mama em mulheres. Isso se deve possivelmente ao aumento da renda familiar e com isso maior acesso a medicamentos, alimentação de qualidade e acesso a serviços de transporte, permitindo a busca por serviços preventivos de câncer, como a realização de mamografia, em outros locais”, afirmou a pesquisadora à Agência Fiocruz de Notícias.

    Ela defende que o estudo tem implicações políticas, pois sugere a inclusão do rastreamento e exame clínico das mamas entre as condicionalidades do Bolsa Família. A conclusão se dá a partir da constatação de que tais condicionalidades impõem uma maior utilização dos serviços de saúde, aumentando a detecção precoce e potencialmente reduzindo a mortalidade.

    Edição: Sabrina Craide

    — news —

  • Pesquisa associa Bolsa Família a menor mortalidade por câncer de mama

    Pesquisa associa Bolsa Família a menor mortalidade por câncer de mama

    Mulheres de baixa renda beneficiárias do Bolsa Família que vivem em municípios com alto nível de desigualdade apresentam incidência menor de morte por câncer de mama que as não beneficiárias, identificou um estudo do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na Bahia. As conclusões foram publicadas na revista científica Jama Network e divulgadas nesta sexta-feira (2) pela Fiocruz.

    A pesquisa avaliou dados de mais de 20 milhões de mulheres adultas registradas no Cadastro Único do governo federal e aponta que, quanto maior a desigualdade de renda nos municípios, chamada de segregação na pesquisa, maior é o risco de morrer por câncer de mama.

    Quando as pesquisadoras dividem essas mulheres de baixa renda entre quem recebe e quem não recebe o Bolsa Família, a constatação é de que mulheres que não receberam o benefício tiveram um risco de mortalidade por câncer de mama 17% maior em comparação com as beneficiárias do Programa.

    O estudo é fruto de uma colaboração entre pesquisadores do Cidacs/Fiocruz Bahia, da Faculdade de Epidemiologia e Saúde da População da London School of Hygiene and Tropical Medicine, do Ubuntu Center on Racism, Global Movements and Population Health Equity da Universidade Drexel, do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia. Foram utilizados dados de 2001 a 2015 do Cadastro Único do governo federal, que inclui mais de 114 milhões de brasileiros com baixa renda (quase 55% da população do país).

    Do universo de mulheres pesquisadas, 53,3% eram pardas, 32,8% eram brancas, 8,2% eram pretas, 0,5% eram indígenas e 0,4% eram asiáticas.

    Maior mortalidade

    O estudo mostra que a incidência de mortalidade por câncer de mama em municípios com baixa segregação foi de 6,4 mulheres a cada 100 mil habitantes. Em municípios com média segregação, a incidência chega a 6,7, enquanto nos municípios com alta segregação de renda, essa taxa é ainda maior, de 8,2 óbitos a cada 100 mil.

    As mulheres que recebem o Bolsa Família e vivem em cidades mais desiguais têm risco de morrer por câncer de mama 13% maior que a média, enquanto as que não recebem o benefício e moram nessas cidades vivenciam um risco 24% maior. Os dados apontam que mesmo morar em uma cidade segregada tem seu risco reduzido pelo programa.

    A pesquisadora Joanna Guimarães, associada ao Cidacs/Fiocruz Bahia, destaca a relevância do estudo ao descrever que a maior parte das pesquisa que avalia o impacto do Bolsa Família na saúde se debruça sobre saúde infantil e doenças infecciosas, explorando menos a saúde da mulher.

    “A pesquisa mostrou o resultado de uma política pública, o Bolsa Família, na redução das desigualdades na mortalidade por câncer de mama em mulheres. Isso se deve possivelmente ao aumento da renda familiar e com isso maior acesso a medicamentos, alimentação de qualidade e acesso a serviços de transporte, permitindo a busca por serviços preventivos de câncer, como a realização de mamografia, em outros locais”, afirmou a pesquisadora à Agência Fiocruz de Notícias.

    Ela defende que o estudo tem implicações políticas, pois sugere a inclusão do rastreamento e exame clínico das mamas entre as condicionalidades do Bolsa Família. A conclusão se dá a partir da constatação de que tais condicionalidades impõem uma maior utilização dos serviços de saúde, aumentando a detecção precoce e potencialmente reduzindo a mortalidade.

    Edição: Sabrina Craide

  • Pesquisa mostra desconhecimento sobre prevenção do câncer de mama

    Pesquisa mostra desconhecimento sobre prevenção do câncer de mama

    O câncer de mama é o tipo que mais mata a população feminina, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Um estudo do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), encomendada pela farmacêutica Pfizer, ouviu 14 mil mulheres e ela mostra que ainda há um grande desconhecimento do assunto.

    O que devo saber sobre o câncer de mama?

    Segundo o levantamento, 60% das mulheres ouvidas acreditam que a principal medida para a detecção precoce do câncer de mama é o autoexame. Na verdade, ele é importante, mas é a mamografia que é capaz de detectar tumores menores.

    Ficou claro que apenas metade das mulheres com idade entre 40 e 49 anos fez mamografia nos últimos 18 meses, quando o indicado nessa faixa etária é fazer o exame todo ano.

    Câncer de mama: essas são mudanças físicas que os seios podem ter

    Prevenção contra o câncer

    Os números foram divulgados nessa quinta-feira (28), no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, em uma ação do Coletivo Pink – Por um Outubro para Além do Rosa, que marca o início da campanha de prevenção contra o câncer de mama.

    Uma mama gigante, instalada no parque, apresenta, em seu interior, uma exposição sobre mulheres que vêm mudando a história da doença.

    “Eu tive câncer de mama aos 27 anos. Eu estou há cinco anos acompanhando bem de perto. Meu médico falou que eu estou curada. É difícil pra gente, como paciente, porque o trauma é tão grande que é difícil falar: ‘estou curada’. Mas eu me sinto curada, me sinto saudável e agora estou acompanhando”, relatou a cantora Karen Stephanie.

    Sobre o desconhecimento da população feminina sobre a prevenção da doença, a diretora médica da Pfizer, Adriana Ribeiro, acredita que a solução é a educação.

    “Realmente, [é preciso educar] toda a população sobre o seu cuidado, sobre a importância de fazer os exames preventivos e também desmistificar o câncer, porque muitas vezes as pessoas não vão [ao médico] com medo do que possa ter no resultado do exame”, explica.

    18 mil mortes

    A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é que – entre 2023 a 2025 – sejam diagnosticados quase 74 mil novos casos de câncer de mama no país, e que a doença cause 18 mil mortes. No Brasil, a média de idade das mulheres com a doença é de 53 anos, cerca de 10 anos a menos que nos Estados Unidos, por exemplo. A incidência é maior nas regiões Sul e Sudeste.

    Entre os fatores de risco estão envelhecimento, genética, reposição hormonal, histórico familiar, menopausa tardia, gravidez a partir dos 35 anos e uso de anticoncepcional oral, além de sedentarismo, obesidade e álcool.

    “Tem que ter acesso à mamografia para conseguir fazer o diagnóstico, de preferência antes que esse tumor seja palpável, porque, quanto mais precoce o diagnóstico, maiores são as chances de cura”, disse a oncologista Solange Sanches, do Hospital A.C. Camargo, referência em tratamento de câncer em São Paulo.

    — news —

  • Câncer de mama: 2 em cada 10 mulheres negras se sentem discriminadas

    Câncer de mama: 2 em cada 10 mulheres negras se sentem discriminadas

    Duas em cada dez mulheres pretas e pardas que fazem tratamento de câncer de mama se sentem discriminadas por sua raça ou etnia. Os dados são preliminares e fazem parte de um levantamento em andamento da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Rio de Janeiro (SBM-Rio). 

    A pesquisa, em parceria com o Instituto Nosso Papo Rosa, avalia discriminação ou preconceito sofridos durante etapas do atendimento e tratamento de câncer de mama, nos sistemas público e privado de saúde do estado do Rio.

    Na sondagem inicial, das 200 mulheres que responderam às perguntas, 40% se reconheceram como pretas ou pardas. Desse universo, 20% relataram ter enfrentado algum tipo de situação discriminatória, e 10% disseram não ter certeza se o que passaram foi discriminação.

    Ao serem questionadas sobre a autoestima, cerca de 40% afirmaram que esse fator foi uma barreira para seguir com o tratamento, sendo que 30% deixaram o convívio social e 25% pararam de praticar atividade física. Os dados preliminares mostram ainda que 10% se separaram ou foram abandonadas pelo companheiro ou companheira e 43% das mulheres pretas e pardas entrevistadas não retornaram ao trabalho, após o diagnóstico.

    “São mulheres na faixa etária de maior risco, entre 45 anos e 65 anos. E a gente teve, infelizmente, essa surpresa de ver, nos dias de hoje, esse sentimento por parte dessas mulheres que já estão sofrendo uma situação [de câncer] tão difícil, tão complicada, principalmente se a gente pensar em sistema público, com toda dificuldade de tratamento, e ainda têm que sofrer com esse racismo estrutural”, disse a presidente da SBM-Rio e do Instituto Nosso Papo Rosa, doutora Maria Júlia Calas

    A médica explicou que o levantamento é aberto a pacientes de todas as raças e etnias, visando levantar mais dados. “O questionário tem 25 perguntas. Isso abre um leque para outras observações, atingindo outras áreas, como o retorno ao trabalho, por exemplo”.

    A meta é concluir o levantamento até outubro, mês dedicado à conscientização para a prevenção e o controle do câncer de mama, em todo o mundo. “Para outubro, a gente quer ter esses dados totalmente estruturados”, disse Maria Júlia.

    As informações colhidas até agora serão apresentadas no Simpósio Internacional de Mastologia (SimRio 2023), que ocorre de 22 a 24 deste mês, no Rio de Janeiro.

    LGBTQIA+

    A médica conta que outro destaque da pesquisa será o público LGBTQIA+, que ela vem rastreando desde 2020. O foco são os transgêneros, pessoas cuja identidade de gênero difere do sexo atribuído ao nascer.

    “A transgeneridade é o que nos interessa mais, no sentido da possibilidade da doença, porque são pessoas que fazem uso de hormônios para terem características próprias do sexo com o qual se identificam e tomam hormônios em doses elevadas, por períodos muito longos. Essas pessoas têm maior foco nosso de interesse na investigação do câncer de mama”.

    Informações já coletadas pela SBM-Rio mostram que as mulheres trans (que nascem no sexo biológico masculino, mas se identificam como mulher) fazem uso de hormônio feminino (estrogênio). Com isso, a mama vai crescendo de volume, como elas desejam.

    “Este hormônio, porém, aumenta o risco de câncer de mama nessa população. A gente vê que nas mulheres trans, a incidência de câncer de mama é maior do que nos homens cisgêneros. Aumenta o risco pelo uso do estrogênio”.

    A presidente da SBM Rio advertiu, porém, que a literatura ainda não é robusta e não aponta por quanto tempo essa mulher pode usar o hormônio sem risco ou em quanto tempo de uso pode haver o risco de desenvolver o câncer. “Esses são dados que a gente ainda não tem na literatura mundial. Estamos em busca dessas informações”.

    Com relação à população LBGTQIA+, Maria Júlia Calas apontou a existência de uma carência grande no atendimento, pelo próprio preconceito e pela falta de cuidados de uma equipe multiprofissional em atender de forma adequada essa população.

    “A gente acaba perdendo controle, diagnóstico, rastreio, perde a chance de cuidar dessa população, sabendo que ela tem um risco maior em função do uso de hormônios”.

    Para a presidente da SBM Rio, o tema traz um debate e a necessidade de uma abordagem diferente até para a classe médica. As mulheres trans também estão na pauta do Simpósio Internacional de Mastologia, do qual participam médicos de todo o país e do exterior, como mastologistas, oncologistas, radiologistas, entre outros.

    Edição: Denise Griesinger

  • Mitos e verdades sobre o câncer de mama

    Mitos e verdades sobre o câncer de mama

    Câncer de mama: conheça algumas das mudanças físicas que as mamas podem ter

    Até poucos anos, falar sobre o câncer era um grande tabu. Ainda hoje existem pessoas que preferem nem pronunciar o nome da doença. Com isso, há muita dificuldade em separar os mitos e verdades sobre o câncer de mama, o que pode atrapalhar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento.

    Como sempre gostamos de destacar, a informação é uma grande aliada contra o câncer de mama — e todos os outros tipos da doença. Por isso, procuramos as 10 afirmações que mais se repetem na Internet e vamos mostrar o que é verdade ou não, no que diz respeito ao câncer de mama. Acompanhe conosco.

    10 mitos e verdades sobre o câncer de mama

    As informações que circulam na Internet podem ser de grande ajuda para colher orientações sobre o câncer de mama e outras questões relacionadas à saúde. No entanto, é importante consultar fontes confiáveis para não cair em falsas afirmações. A seguir, mostramos o que é mito ou verdade em cada uma das seguintes frases:

    1. O câncer de mama só afeta quem tem histórico familiar

    MITO

    Pessoas com familiares de primeiro grau acometidos pelo câncer de mama possuem um risco maior de desenvolver a doença. Mas, de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer),apenas 5 a 10% dos casos estão relacionados a fatores hereditários. Ou seja, as medidas preventivas são fundamentais para qualquer pessoa.

    2. Quem faz o auto-exame não precisa de mamografia

    MITO

    O chamado “caroço no seio” não é o único sinal do câncer de mama. Além disso, nem sempre o nódulo é palpável (depende da localização e da extensão dessa formação). Muitos tumores só são detectados com o auxílio da mamografia.

    O ideal é que todas as mulheres, sobretudo a partir dos 40 anos, façam o autoexame todos os meses, visitem o médico e façam uma mamografia anualmente. No Brasil, há uma lei federal que garante esse direito.

    3. Todo caroço no seio é câncer de mama

    MITO

    Os nódulos podem se desenvolver por fatores hormonais, por exemplo, que nada têm a ver com a presença de um tumor canceroso. Outro mito frequente em relação aos nódulos é o de que apenas os caroços mais firmes e difíceis de movimentar significam câncer.

    Isso não tem qualquer base científica. Por isso, a recomendação é que toda alteração seja investigada por um médico. Os especialistas em Ginecologista, Mastologista e Cirurgião Oncológico são os mais indicados para  realizar essa avaliação.

    4. Mulheres mais velhas têm mais chance de desenvolver o câncer de mama

    VERDADE

    As estatísticas mostram que a idade avançada é um dos fatores de risco para o câncer de mama. Segundo a organização americana Breast Cancer, dois em cada três casos ocorrem em mulheres acima dos 55 anos. Mas isso não significa que não se deve agir preventivamente antes dessa idade.

    Ao contrário, quanto mais cedo melhor. Dados mostram que a faixa etária que mais se beneficia do Rastreio de Câncer de Mama é entre os 50 e os 69 anos. É nesse grupo que o custo-efetividade da Mamografia é adequado.

    5. Usar sutiã apertado causa câncer de mama

    MITO

    Há alguns anos, era comum as mães e avós afirmarem que o sutiã comprime (comprimia) os vasos sanguíneos e, com isso, poderia levar ao acúmulo de toxinas nas mamas. Não há qualquer estudo conclusivo que dê embasamento científico a esta crença.

    Ao contrário, uma pesquisa americana relata não haver ligação entre o uso da peça e o surgimento da doença. Porém, usar sutiã apertado, além de desconfortável, pode causar dores na coluna e até na cabeça. Então, podendo evitar, é bem melhor!

    6. Antitranspirantes podem causar câncer de mama

    MITO

    Quem defende essa teoria, a justifica explicando que a pele da axila absorve componentes químicos que se alojam nas células mamárias. Apesar de já haver evidências desta hipótese (a axila realmente absorve componentes como o alumínio, que se concentram nas mamas),ainda não existe comprovação científica de que isso possa levar ao desenvolvimento do câncer.

    7. Amamentar protege do câncer de mama

    VERDADE

    Isso se dá por dois fatores. O primeiro é que, enquanto produzem leite, as células mamárias se multiplicam menos, reduzindo o risco de desenvolver a doença. O segundo aspecto é que a amamentação reduz o número de ciclos menstruais e, consequentemente, a exposição a certos hormônios que podem estar ligados ao surgimento de tumores, como o estrogênio.

    Quanto mais tempo durar a amamentação, menos tempo a mulher estará exposta a estes fatores de risco.

    8. Atividades físicas ajudam prevenir o câncer de mama

    VERDADE

    A prática regular de atividade física (pelo menos 150 minutos por semana),traz benefícios a saúde em geral, a curto e longo prazo, e ajuda a prevenir uma série de problemas crônicos e agudos. No que diz respeito ao câncer de mama, segundo o Inca, a obesidade e o sedentarismo estão fortemente ligados ao risco de desenvolvimento da doença.

    9. O câncer de mama pode ser causado por uma pancada nos seios

    MITO

    Traumas por impacto não são capazes de desencadear um tumor. Uma pancada forte pode dar origem a fibrose no momento da cicatrização do machucado interno, o que dará a sensação da formação de um nódulo. Mas esse processo não irá desencadear a multiplicação de células malignas na mama.

    10. O câncer de mama pode ter cura

    VERDADE

    Quanto mais cedo a doença for identificada, maiores serão as chances de cura. Por isso, existe tanto empenho em torno da conscientização para o diagnóstico precoce, como ocorre na Campanha Outubro Rosa. No entanto, é sempre fundamental levar em conta que cada pessoa é única e a evolução da doença também.

    Os avanços em Cirurgia Oncológica e as estratégias terapêuticas garantem altos índices de sucesso. Nos casos mais avançados, a medicina dispõe de recursos que resultam no controle da doença e em ganho na qualidade de vida.

    Mitos e verdades sobre o câncer de próstata

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  • MTI realiza roda de conversa sobre o câncer de mama

    MTI realiza roda de conversa sobre o câncer de mama

    Com ações reforçadas em prol da prevenção e cuidados com a saúde feminina, alusivas a Campanha Outubro Rosa na Semana do Servidor, a Empresa Mato-Grossense de Tecnologia da Informação (MTI), através da Assessoria de Comunicação e Marketing (Asscom) e Qualidade de Vida (GACD) trouxe na manhã desta segunda-feira (24) uma Roda de Conversa em parceria com a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag-MT) e Mato Grosso Saúde (MT Saúde).

    O Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação da MTI, Cirano Campos, abriu o evento e falou da importância dessas ações. “Falar da saúde da mulher é fundamental. Por isso, não podemos deixar de citar a importância de se ter parceiros como o MT Saúde e Seplag para realizar ações como essas aos colaboradores da MTI assim como também, a nossa sociedade. ”, ressaltou o diretor.

    Na oportunidade foram promovidas apresentações do grupo Sabin com a Biomédica do Laboratório Carlos Chagas, Jennifer Leticia Moraes, em conjunto com Isabel de Magalhães Lopes, Assistente Social da Seplag, seguida de uma roda de conversa entre os colaboradores com reflexões sobre o autocuidado e a importância em cuidar da saúde física e metal, ministrada pela Psicóloga da Seplag, Wilma Novaes Teixeira De Oliveira.

    Para Wilma, o foco principal foi reforçar os cuidados com a saúde mental dessas mulheres e compartilhar a experiência, vivida há 8 anos, ao ser diagnosticada com câncer de mama. “A importância que eu vejo de trazer esse tema para discussão e reflexão é que as mulheres, de forma geral, se cuidem não só fisicamente, mas também psicologicamente. Hoje, quanto mais rápido for diagnosticado maiores são as chances de tratamento e cura do câncer de mama assim como também outros tipos de câncer. Então peço a todos que reflitam sobre a necessidade do autocuidado. Com a minha história, com o meu depoimento eu digo: Vale a pena viver!” disse, ressaltando que sempre recebeu apoio de familiares, amigos e colegas de trabalho no qual julga ser de suma importância para lutar.

    As ações do Outubro Rosa da MTI iniciaram no dia 16 de outubro com a campanha “Doe Alimentos Doe Vida” que se estende até o dia 16 de novembro, em favor ao Hospital do Câncer de Cuiabá. O Posto Itinerante segue em andamento, entre os dias 24 e 26, com aferição da Pressão arterial e teste glicêmico por capilaridade (dextro). Já no próximo dia 26, está previsto a Ginástica Laboral ao ar livre para os colaboradores.

     

     

  • Cristo Redentor ganha hoje cores rosa e azul contra o câncer de mama e próstata

    Cristo Redentor ganha hoje cores rosa e azul contra o câncer de mama e próstata

    O Cristo Redentor estará iluminado hoje (15) à noite com as cores rosa e azul para chamar atenção para a importância de combater o câncer de mama e de próstata. A cor rosa vai marcar o início da campanha nacional de O Ano Todo Rosa, promovida pela Oncologia D’Or, para apoiar a mulher no combate à doença. De acordo com a unidade, uma em cada oito mulheres deve desenvolver o câncer de mama ao longo da vida, sendo o segundo tipo de tumor mais frequente no mundo e o de maior incidência nas mulheres.

    Para o diretor regional da Oncologia D’Or, Marcus Vinicius J. dos Santos, por ser um conhecido cartão postal do Rio, a iluminação do Cristo tem o objetivo de atrair a atenção de quem mora na cidade, mas também dos turistas. “É quase que inevitável você buscar o Cristo na paisagem da cidade. Então quando a pessoa parar para admirar o Cristo e se deparar com as cores, poderá refletir sobre a necessidade de cuidar da saúde”, disse.

    A Oncologia D’Or vai disponibilizar em seu site e nos seus perfis nas redes sociais orientações simples e diretas de alguns dos principais oncologistas do país. O serviço pretende esclarecer dúvidas comuns das mulheres. O presidente da Oncologia D’Or, Paulo Hoff, alertou para a necessidade de as mulheres entenderem que não se pode esperar o mês de outubro para se preocupar com exames e medidas de prevenção. “É preciso que esse cuidado e atenção sejam durante todo o ano”, destacou, acrescentando que para isso, é fundamental levar informação de qualidade à população, porque, em muitos casos, ainda é preciso desmistificar a doença.

    Apesar de campanhas ao longo dos anos, o combate à doença nas mulheres enfrenta ainda algumas barreiras. Uma delas, segundo o oncologista José Bines, por mais contraditório que possa parecer, é o preconceito das próprias mulheres com a realização de mamografia, que infelizmente, permanece presente na cabeça de muitas pessoas com a terrível ideia de que quem procura, acha.

    De acordo com o médico, algumas mulheres criam uma falsa expectativa de que a doença não vai se manifestar se não for ao médico ou realizar os exames preventivos. Mas há também mais resistências. “Vemos casos de mulheres que evitam o exame devido à dor que ele provoca ou ao medo da exposição à radiação, apesar do procedimento ser comprovadamente seguro e indicado pelos melhores especialistas como a principal forma de prevenção”, apontou.

    O oncologista destacou ainda para a ocorrência de casos em que mulheres só recorrem ao exame quando percebem algum sintoma, o que normalmente indica que a doença está em um estado avançado, com sérios riscos à saúde. “Se diagnosticado no estágio inicial, a chance de sucesso do tratamento é de 95%”, indicou.

    Outro erro relatado pelo médico é o de confiar que o autoexame é suficiente para o rastreamento do câncer, o que pode levar mulheres à falsa sensação de estarem saudáveis quando o tumor já existe, mas não é possível sentir pelo toque. Conforme o oncologista, é importante verificar o histórico familiar, pois entre 5% e 10% dos casos de câncer de mama ocorrem devido a uma predisposição herdada para desenvolver a doença.

    “Quando há casos na família, é preciso ter ainda mais atenção com a prevenção”, disse, recomendado para estes casos procurar uma avaliação por um oncogeneticista, que vai investigar se há mutações herdadas que facilitariam o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer.

    José Bines informou que a realização de radioterapia no tórax aumenta o risco de desenvolver um câncer de mama, e se a mulher tiver feito qualquer tratamento com esse procedimento, deverá manter um rigoroso acompanhamento médico próximo. Além disso, o recomendável é estar atento aos hábitos que auxiliam na prevenção da doença. Alimentação saudável, atividade física e controle do peso corporal podem cooperar para evitar 28% dos casos de câncer de mama.

    “Consumo excessivo de álcool, uso de contraceptivos orais, excesso de peso, principalmente na pós-menopausa, e terapia de reposição hormonal aumentam o risco de câncer de mama”, observou.

    Já o câncer de próstata, de acordo com o ministério da Saúde, é a causa de morte de 28,6% da população masculina. No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

    Edição: Aécio Amado