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  • Consumidor poderá fazer compras com crédito via Pix, diz Campos Neto

    Consumidor poderá fazer compras com crédito via Pix, diz Campos Neto

    O consumidor poderá, em breve, fazer compras na função crédito via Pix, disse nesta sexta-feira (11) o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. A ferramenta de transferências instantâneas dispensará o uso do cartão de crédito.

    “Você vai juntar o Pix e outros produtos, lembrando que você vai poder começar a poder fazer crédito no Pix, então, em algum momento, no futuro, você não precisará ter cartão de crédito, poderá fazer tudo no Pix”, afirmou Campos Neto nesta tarde em evento em Curitiba promovido pela Associação Comercial do Paraná.

    O presidente do BC também prometeu uma ferramenta de agregador financeiro, aplicativo que pretende centralizar produtos e serviços bancários num único ambiente. “No agregador financeiro, você não precisará mais ter um app [aplicativo] para cada banco. Você poderá ter apenas um [aplicativo], que vai centralizar todos os produtos com portabilidade e competitividade em tempo real”, declarou.

    Pela manhã, em palestra a empresários paranaenses, Campos Neto havia dito que o Banco Central pretendia oferecer mais opções para o consumidor no acesso a compras com crédito. Lançado pelo BC em 2020, o Pix, sistema de transferências instantâneas, está sendo testado com outras funcionalidades, como operações agendadas e pagamentos recorrentes. O BC também estuda a possibilidade do uso do Pix para transações internacionais.

    Fim do rotativo

    No mesmo evento pela manhã, o presidente do BC disse ter levado um “puxão de orelha” por ter informado que o órgão estuda o fim do rotativo do cartão de crédito. Campos Neto ressaltou que a proposta ainda está em estudo e não foi fechada.

    “A nossa ideia era fazer um plano onde passasse por ter um parcelamento, ou seja, não ter o rotativo, de tal forma que a gente conseguisse equilibrar os números para o produto. Não temos os detalhes. Tomei um puxão de orelha depois que falei. Nos próximos dias, vamos ter um formato mais decisivo”, esclareceu.

    A declaração sobre o rotativo ocorreu nesta quinta-feira (10) em audiência pública no Senado. O presidente do BC não informou quem o repreendeu. Apenas informou que está discutindo a ideia com o Ministério da Fazenda, com as instituições financeiras e associações de empresários.

    No último dia 2, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que os juros do cartão de crédito rotativo vão cair, mas que as taxas devem permanecer altas até que o governo chegue a um consenso com os bancos e a um “sistema mais saudável”. Segundo o ministro, a redução será gradual.

    Edição: Aline Leal

  • Comissão do Senado aprova convite para que Campos Neto explique juros

    Comissão do Senado aprova convite para que Campos Neto explique juros

    A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (27) quatro requerimentos convidando o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, a explicar à comissão os motivos da manutenção da atual taxa básica de juros, a taxa Selic, em 13,75% ao ano. Esta é a segunda vez, neste ano, que Campos Neto é convidado a falar sobreo assunto na Casa. Como é um convite, e não uma convocação, Campos Neto não tem obrigação de comparecer.  

    Dois dias após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manter, pela sétima vez consecutiva, a atual Taxa Selic, o líder do governo no Congresso Nacional, o senador Randolfe Rodrigues (Sem Partido-AP), protocolou pedido para ouvir o presidente do BC.

    “É inaceitável que Campos Neto continue sabotando o Brasil e o povo brasileiro com a mais alta taxa de juros reais do mundo! A quem interessa impedir o crescimento econômico do nosso país?”, questionou a liderança governista. Randolfe acrescentou que não descarta outras medidas contra Campos Neto.

    Nessa segunda-feira (26), também apresentaram requerimentos para ouvir Campos Neto os senadores da oposição Plínio Valério (PSDB-AM), Rogério Marinho (PL-RN) e Ciro Nogueira (PP-PI). No pedido, Marinho, que é líder da oposição no Senado, argumentou que o Banco Central já esclareceu sobre os motivos da atual taxa básica de juros. “Mesmo com a recente elucidação da matéria pelo presidente Campos Neto, defendemos o debate da problemática, bem como esclarecimentos adicionais que se fizerem necessários”, explicou.

    O presidente do Banco Central vem sendo alvo de críticas do governo, de centrais sindicais e organizações patronais devido à manutenção da atual taxa básica de juros.

    Na semana passada, a senadora Ana Paula Lobato (PSB-MA) chegou a pedir ao Conselho Monetário Nacional (CMN) a exoneração do presidente do BC, “em razão do seu comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos da instituição”.

    Nesta terça-feira (27), a ata do Copom indicou que os juros podem começar a cair a partir de agosto. Ao abrir a sessão da CAE de hoje, o presidente da Comissão, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), comemorou a ata do Banco Central. “Esperamos então que as perspectivas positivas se concretizem e a Selic inicie o esperado processo de redução”, afirmou.

    Edição: Aline Leal

  • Banco Central: futuro dos juros dependerá de guerra e outros choques

    Banco Central: futuro dos juros dependerá de guerra e outros choques

    O futuro das taxas de juros no Brasil dependerá da extensão dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia e de eventuais outros choques sobre a inflação, disse hoje (7) o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Em evento promovido por uma empresa de investimentos, ele declarou que o conflito no Leste europeu trouxe um desafio adicional para a política monetária.

    “Olhando a parte longa da curva e as expectativas de inflação mais longa, existe um certo consenso de que estamos no caminho certo. A calibragem sempre depende da extensão do choque. Temos falado bastante sobre isso nas últimas reuniões do Copom [Comitê de Política Monetária]”, disse.

    Segundo Campos Neto, mesmo se a guerra terminar no curto prazo, o planeta continuará com desafios por longo tempo. Entre os problemas, ele citou a redivisão das cadeias globais de valor, problema que persiste desde a pandemia da covid-19, e a cisão entre países democráticos com países com outros regimes.

    Na última reunião do Copom, o BC tinha anunciado que elevaria a taxa Selic (juros básicos da economia) em 1 ponto percentual na reunião de maio, para 12,75% ao ano. No entanto, Campos Neto tem dito, em eventos recentes, que a autarquia poderia promover uma alta adicional em junho, caso os choques internacionais – fatores externos que pressionem a inflação – continuem.

    Campos Neto disse que a inflação está “descolando muito” da meta, com grande disseminação entre os itens cujos preços estão subindo. Ele ressaltou que os núcleos de inflação (medida que exclui os componentes com maior volatilidade) também estão em alta, o que indica persistência dos índices de preços.

    “A gente tem se preocupado em ser proativo em relação a isso, passar mensagem de que o Banco Central tem os instrumentos para agir”, afirmou.

    Energia

    Apesar de reconhecer que os núcleos de inflação continuam altos, o presidente do BC disse que eles estão “um pouco mais comportados”. Ele, no entanto, disse que acontecimentos recentes reduzirão a pressão sobre os preços, como o fim das bandeiras tarifárias nas contas de energia elétrica, anunciado ontem (6) pelo presidente Jair Bolsonaro após a melhora no nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas.

    Para Campos Neto, o principal problema nos próximos meses deverá ser a pressão inflacionária global. Ele lembrou que os Estados Unidos registram a maior inflação em 40 anos, com o índice de preços ao consumidor norte-americano em torno de 8% no acumulado de 12 meses e com os núcleos de inflação rondando 6,5%.

    Câmbio

    Sobre a recente valorização do real, o presidente do BC disse que a queda do dólar no Brasil foi influenciada pela elevação rápida dos juros nos últimos meses, pela melhora da arrecadação no curto prazo e pelo aumento no preço internacional das commodities (bens primários com cotação internacional). Ele também mencionou o aumento dos investimentos de empresas estrangeiras no Brasil.

    Em relação às eleições, Campos Neto disse que, apesar das incertezas, as limitações impostas pela legislação eleitoral e pela Lei de Responsabilidade Fiscal farão com que o gasto público esteja mais ou menos controlado. “Por ser um ano eleitoral, entramos em fase onde nada mais poderá ser executado. A lei eleitoral não permite fazer isso. O fiscal de curto prazo está mais ou menos pré-determinado”, explicou.

    De acordo com o presidente do BC, a estimativa do mercado para o crescimento da economia pode ser revista para cima. Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal do BC, as instituições financeiras preveem expansão de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) em 2022. No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de março, a autoridade monetária projetava crescimento de 1%.

    Greve

    Campos Neto comentou ainda a greve dos servidores do BC. Ele disse esperar uma solução rápida para o movimento, para que projetos paralisados sejam retomados. “A gente tem agora o tema da greve, que a gente espera endereçar em breve. A gente precisa avançar com esses projetos. São projetos importantes para a sociedade”, declarou.

    Em greve por tempo indeterminado desde o dia 1º, os servidores do BC pedem reajuste de 26,3% e reestruturação de carreira. A reunião na terça-feira (5) entre os grevistas e representantes do Ministério da Economia terminou sem acordo.

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