Tag: Calor

  • Clima: Ondas de calor podem gerar aumento da tarifa

    Clima: Ondas de calor podem gerar aumento da tarifa

    O clima é um fator que interfere diretamente na oferta e na demanda de energia, afetando tanto o mercado livre quanto o regulado. De acordo com Tiago Vianna, presidente do Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás (Sindenergia MT), o clima tem impactos na economia, no agronegócio e no setor energético, que depende principalmente de fontes hídricas. Ele afirmou que o período entre 21 e 22 de dezembro foi de muita chuva, o que manteve os níveis dos reservatórios altos e o preço da energia baixo. No entanto, ele alertou que isso pode mudar em 2024, por conta da questão climática.

    “A nossa matriz energética ela é basicamente hídrica, a matriz da energia nacional é mais de 60% hídrica. Então se você tem muita água, tem muita energia, lei de mercado de oferta. O preço que está sendo comercializado no mercado livre é o piso. Então quem acessa o mercado de energia hoje pode estar comprando energia mais barata da história, mas é que isso não deve continuar para 2024, justamente por conta da questão climática”.

    Ele apontou que o ineditismo que ocorreu na Amazônia com a falta de água nos estados do Norte afetou o resto do país. As usinas de Giral e Santo Antônio, que estão em Porto Velho (RO), abastecem o Sudeste através do Linhão de uma rede de corrente continua, que ficaram desligadas durante algum tempo por falta de água.

    “Essa seca que vem do Norte, já chegou no Centro-Oeste, parece que vai chegar no Sul durante esse ano de 2024, e já sinaliza que pode haver falta de água. Se houver falta de água, vai haver falta de energia, vendo falta de energia, o preço deve subir. No mercado livre, esse preço subir, ele é sentido dessa forma: faltou água, sobre o Preço Livre das Diferenças (PLD), que ele varia por hora. No mercado das concessionárias, existem as bandeiras tarifárias verde, ou amarela, ou vermelha. Se faltar água e a concessionária ter que adquirir de outras fontes não renováveis, o consumidor vai sentir isso no bolso, porque vai estar pagando uma energia mais cara”.

  • Cobra cascavel tenta entrar em casa para se refrescar do calor

    Cobra cascavel tenta entrar em casa para se refrescar do calor

    Um morador de um sítio, que não teve sua identidade revelada, filmou uma cobra cascavel tentando entrar em sua casa. Acesse mais conteúdos sobre animais selvagens em Mundo Animal.

    O vídeo, que foi gravado em uma tarde quente e ensolarada, mostra a serpente deslizando pela parede da casa em busca de um lugar fresco para se esconder.

    Cobra cascavel impressiona por seu tamanho e beleza

    Cobras cascavel intrusa tenta se esconder dentro de casa

    O veneno poderoso da cascavel

    O morador disse que a cobra cascavel é uma das cobras mais venenosas do Brasil. O veneno da cascavel é neurotóxico, o que significa que afeta o sistema nervoso da vítima. Em casos graves, o veneno pode causar a morte.

    Cuidados para evitar a invasão de cobras em suas casa

    O morador ressaltou a importância dos cuidados a serem tomados para evitar que animais peçonhentos entrem nas casas e causem acidentes com os moradores. Ele listou algumas dicas, como:

    Registro inédito revela uso preciso da peçonha pela cobra cascavel: Um mergulho no mundo da serpente icônica

    Manter a casa sempre limpa e organizada, evitando acúmulo de lixo e entulhos, que podem servir de abrigo para esses animais;

    Fechar frestas e buracos nas paredes e portas, por onde os animais podem entrar;

    Manter a grama aparada, evitando que os animais se escondam nela;

    Não deixar animais de estimação soltos, pois eles podem provocar a fuga de cobras e outros animais peçonhentos.

    As cascavéis são cobras venenosas que são encontradas em todo o mundo, com exceção da Austrália e da Antártida.
    As cascavéis são cobras venenosas que são encontradas em todo o mundo, com exceção da Austrália e da Antártida. Foto: canva.com/photos

    Comportamento da cobra cascavel

    A cobra cascavel é uma espécie de cobra venenosa que ocorre em todo o continente americano. Ela é encontrada em uma variedade de habitats, incluindo florestas, campos e áreas urbanas.

    As cobras cascavéis são animais noturnos e solitários. Elas se alimentam de pequenos mamíferos, como roedores e aves.

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    O veneno da cobra cascavel é composto por uma neurotoxina e uma hemotoxina. A neurotoxina afeta o sistema nervoso da vítima, causando paralisia e dificuldade respiratória. A hemotoxina afeta o sistema circulatório da vítima, causando sangramento interno.

    Em caso de picada de cobra cascavel, é importante procurar atendimento médico imediatamente. O tratamento consiste na administração de soro antiofídico.

  • Uber: todas as corridas têm que ter ar-condicionado sem taxa extra

    Uber: todas as corridas têm que ter ar-condicionado sem taxa extra

    A Uber garantiu ser possível solicitar o uso de ar-condicionado em todas as corridas em todas as modalidades de viagens intermediadas pela plataforma. A informação foi uma resposta à Secretaria de Estado de Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro sobre a resolução que determina informações claras sobre o uso de ar-condicionado nos veículos.

    A empresa acrescentou que condena veementemente a cobrança extra para o uso do equipamento, mas não citou se vai tirar de circulação motoristas que não estiverem com o ar-condicionado funcionando.

    Em nota, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) afirmou que o valor da corrida é o visualizado pelo passageiro na contratação do serviço, logo não estão previstas cobranças adicionais pelo motorista. Sobre o uso do ar-condicionado, a associação afirma que as plataformas associadas têm políticas próprias e que são informadas nos respectivos sites. Para completar, ressaltou que o motorista parceiro é responsável pela manutenção do carro e pelo bom funcionamento do veículo.

    Já a 99, não deu retorno à secretaria. Desse modo, a pasta vai comunicar a Amobitec que a plataforma não apresentou posicionamento a respeito do cumprimento da resolução. Além de advertir a empresa, a secretaria também vai abrir um processo administrativo para apuração do caso, sob pena da adoção de medidas legais cabíveis dispostas no Código de Defesa do Consumidor, desde multas até a interrupção do serviço.

    “A resolução prevê que as informações entre as plataformas, motoristas e passageiros sejam claras e precisas. O consumidor não pode ser surpreendido por cobranças extras. Seguimos observando o cumprimento da resolução. Diante de novas denúncias, vamos apurar”, afirmou, em nota, o secretário de Estado de Defesa do Consumidor, Gutemberg Fonseca.

    Até o momento, mais de 400 mensagens sobre ar-condicionado em carros por aplicativo foram enviadas para a secretaria. Os passageiros que se sentirem lesados podem entrar em contato pelo WhatsApp (21) 9336-4848 ou demais canais oficiais da pasta.

    Edição: Aline Leal

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  • Verão começa com previsão de calor acima da média histórica

    Verão começa com previsão de calor acima da média histórica

    Já é verão no Brasil. Mais precisamente desde a 0h27 desta sexta-feira (22), quando a estação começou em todo o Hemisfério Sul. Depois de um ano marcado por ondas atípicas de calor, a previsão é de temperaturas acima da média histórica, segundo relatório climático produzido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

    Normalmente, o verão no país é marcado pela elevação de temperatura, dias mais longos do que as noites, chuvas fortes, descargas elétricas e ventos de intensidade moderada a forte. Devido ao fenômeno El Niño, que alterna a distribuição da temperatura da água no Oceano Pacífico, as alterações no clima devem ser mais intensas. No Brasil, os efeitos do El Niño podem se prolongar por toda a estação, que termina em 20 de março de 2024.

    Entre os meses de janeiro e março, a Região Norte do país pode registrar calor com valores de 1ºC acima da média histórica. Em relação às chuvas, os estados do Acre, de Roraima, do Amapá e o sudoeste do Amazonas devem ter volumes próximos ou acima da média no trimestre. Outras regiões devem continuar enfrentando um período de seca. É o caso da maior parte do Amazonas, Pará, de Rondônia e do Tocantins.

    A Região Nordeste também tem expectativa de temperatura acima da média, principalmente nos estados do Maranhão, Piauí e no norte da Bahia. Há previsão de chuva próxima ou abaixo da climatologia no centro-norte da região. Já no centro-sul, por causa do padrão de águas mais aquecidas do Atlântico Sul, podem ocorrer chuvas mais volumosas.

    No Centro-Oeste, a tendência é de calor forte em todos os estados, com valores acima de 1ºC da média histórica. Também é esperada chuva próxima ou acima da média em praticamente toda a região, exceto no oeste de Mato Grosso, que deve ter volume ligeiramente abaixo da climatologia do trimestre.

    Na Região Sudeste, as temperaturas devem ficar elevadas em todos os estados, com previsão de valores acima de 0,5ºC da média. A expectativa é que haja maior volume de chuva, principalmente em Minas Gerais, onde ela pode ser mais frequente e mais intensa.

    No Sul, é esperado calor próximo ou ligeiramente acima do normal no Paraná, em Santa Catarina e no norte do Rio Grande do Sul. Nas demais áreas do último estado, possibilidade de valores na média ou abaixo dela. As chuvas devem ser mais intensas no Rio Grande do Sul, principalmente na parte sul do estado. Nas demais áreas da região, haverá chuvas irregulares, com totais próximos ou pouco abaixo da média.

    Impactos na safra

    O Inmet chama a atenção para os impactos do El Niño na safra de verão 2023/24. Nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e da Bahia, a chuva ficou abaixo da média em outubro e novembro. Assim, os níveis de água do solo estão muito baixos, o que não favorece as fases iniciais dos cultivos de verão. A previsão é que os níveis continuem baixos nos próximos meses, com déficit hídrico e aumento da evapotranspiração devido às altas temperaturas.

    No Brasil Central, houve elevação dos níveis de água no solo em algumas áreas, por causa do retorno da chuva nessa segunda quinzena de dezembro. Com exceção do norte de Minas Gerais, o cenário ficou favorável para a retomada do plantio de desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.

    Para a Região Sul, os volumes de chuva previstos devem manter elevados os níveis de água no solo. Mas a probabilidade de excedente hídrico é menor em algumas localidades. Com a diminuição da chuva em relação aos meses anteriores, a expectativa é de retomar a semeadura das culturas de primeira safra em regiões que estão com atraso.

    Edição: Graça Adjuto
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  • Inmet aumenta grau de severidade para a umidade do ar

    Inmet aumenta grau de severidade para a umidade do ar

    Com a nova onda de calor que atinge várias regiões do país, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou na manhã desta sexta-feira (15) alerta de perigo potencial para perigo o grau de severidade da umidade relativa do ar, nos estados da Bahia, de Minas Gerais, Goiás e no Distrito Federal.

    De acordo com o Inmet, desde as 10h às 18h a umidade do ar nessas áreas vai variar entre 20% e 12%.

    As regiões mais atingidas são centro, leste, noroeste, sul e norte goiano; norte e noroeste de Minas Gerais, a região do Jequitinhonha, também em Minas; o Distrito Federal; o centro-sul, Vale São-Franciscano e extremo oeste da Bahia.

    Cuidados

    O Inmet destaca que, com a baixa umidade, aumenta o risco de incêndios florestais, além de problemas para a saúde das pessoas, como o ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz.

    As recomendações para enfrentar a baixa umidade são beber bastante líquido; não fazer atividades físicas não recomendadas; evitar exposição ao sol nas horas mais quentes do dia; usar hidratante para pele e umidificar o ambiente.

    O Inmet orienta a buscar outras informações junto à Defesa Civil, no telefone 199, e ao Corpo de Bombeiros, telefone 193.

    Edição: Fernando Fraga
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  • Nova onda de calor deverá atingir regiões do Brasil nesta semana

    Nova onda de calor deverá atingir regiões do Brasil nesta semana

    A estação mais quente, o verão, ainda nem chegou e as temperaturas voltarão a subir em áreas de 15 estados, mais o Distrito Federal, a partir de meio dia desta quinta-feira (14) até 19h de domingo (17). O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, publicou, na manhã desta terça-feira (12), o aviso laranja de perigo devido à nona onda de calor de 2023.

    A cor laranja é do aviso intermediário de uma escala de riscos que varia de amarelo ao vermelho. Esta sinalização indica situação meteorológica perigosa, quando as pessoas devem se manter vigilantes e informadas regularmente sobre as condições meteorológicas previstas.

    Localidades em alerta laranja

    Para ser considerada onda de calor, a temperatura máxima do dia deve registrar 5° Celsius (°C) acima da média daquela localidade, por um período de três a cinco dias.

    De acordo com o instituto, as altas temperaturas serão verificadas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul e parte do Norte e Nordeste. Os estados que serão atingidos pelo intenso calor e que estão nesta zona de perigo são os da região Centro-Oeste (GO, MT, MS e DF), os três da região Sul (SC, RS, PR), da região Sudeste (MG, SP, RJ, centro e noroeste do Espírito Santo). Na região Nordeste, os alertas de calorão vão para os moradores da faixa oeste da Bahia, além do sul do Piauí e do Maranhão. Já no Norte, a onda de calor atingirá o centro-sul do Tocantins e áreas de Rondônia. As temperaturas poderão alcançar os 39° C, em algumas cidades brasileiras. A previsão do Inmet aponta que, já nesta terça-feira, a umidade relativa do ar deverá ficar em torno de 40% no Centro-Oeste e 30% no Sul do Brasil

    Causas

    A meteorologista do Inmet, Naiane Araújo, aponta um conjunto de fatores responsáveis pelo fenômeno climático caracterizado pelo aumento anormal das temperaturas por um certo período. “Nos próximos dias, a chance de chuva já começa a diminuir novamente, principalmente, a partir da quinta-feira, devido a uma massa de ar mais quente e seco, que vai quebrar esse canal de umidade, justamente nesta época do ano, quando nos aproximamos do verão, que é uma época mais quente do ano. Conforme a gente tem o céu aberto, mais ensolarado, com a ausência de nuvens e de chuva, as temperaturas disparam mesmo”.

    A meteorologista aponta que o fenômeno natural El Niño é um motivo a mais para aumentar os termômetros, mas não é o único. “O El Niño é um agravante. A gente teve a configuração do fenômeno ao longo dessa primavera e, durante o verão, deve persistir. Quando se configura um El Niño, o fenômeno bagunça o regime de chuva na área central do Brasil e tem um impacto muito claro nessa elevação das temperaturas também. Então, ele é um combustível a mais, sem dúvida alguma.”

    Riscos

    Os recordes de temperatura aumentam os riscos de incêndios e prejuízos à agropecuária, com a perda de produção e mortes de animais.

    A sensação térmica muito alta também pode provocar riscos à saúde, como insolação em diferentes graus. Os mais vulneráveis e que precisam de mais atenção são pessoas idosas, bebês e crianças, gestantes e portadores de doenças crônicas, como problemas renais, cardíacos, respiratórios ou de circulação; além da população em situação de rua.

    Para a população em geral, para se proteger da insolação, o Ministério da Saúde recomenda hidratação, resfriamento e proteção do sol e calor. A pasta preparou um guia com dicas básicas sobre como lidar com as temperaturas extremas, entre elas:

    · beber águas e sucos com frequência, mesmo quando estiver sem sede;

    · evitar bebidas com álcool, açucaradas e os refrigerantes;

    · evitar refeições pesadas e condimentadas;

    · ingerir refeições leves, como saladas e frutas, a exemplo de melancia, melão e laranja;

    · permanecer em locais mais frescos e arejados: à sombra, com ar condicionado ou ventilador;

    · manter os ambientes úmidos com umidificadores de ar, toalhas molhadas ou baldes de água.

    · usar roupas com tecidos e modelos frescos para deixar a pele respirar;

    · tomar banhos frios ou com temperaturas mais baixas;

    · evitar mudanças bruscas de temperatura.

    · evitar se expor ao sol nos horários mais quentes, assim como não realizar atividades físicas nestes intervalos, principalmente, ao ar livre;

    · usar protetor solar, óculos escuros e chapéus.

    Aos tutores dos animais domésticos, especialistas recomendam.

    · manter a água dos animais sempre fresca, limpa e disponível. Pedras de gelo podem ser acrescentadas ao líquido;

    · não caminhar com os animais em piso quente para não queimar as patas;

    · evitar passeios em horários de pico de temperatura;

    · não deixar os pets expostos ao sol;

    · avaliar o uso de ar condicionado no local onde o pet fica;

    · verificar os comportamentos do animal;

    · se necessário, procurar um veterinário.

    Insolação

    Quando o corpo não dissipa bem o calor, pode ocorrer a insolação em diferentes graus. O corpo humano dá sinais deste aumento prejudicial da temperatura e um profissional de saúde deverá ser procurado. Os níveis de insolação e seus sinais são:

    · insolação leve: muito suor e câimbras;

    · insolação moderada: fraqueza, dor de cabeça, enjoo, vômito e irritabilidade;

    · insolação grave: confusão mental; tonturas; pele quente e seca; e até perda da consciência.

    Neste caso, a orientação é chamar o mais rápido possível o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192). A ligação para o telefone 192 é gratuita e o serviço público funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

    Enquanto os socorristas não chegam, o acompanhante deve buscar um lugar fresco e poderá esfriar o corpo da pessoa com panos úmidos ou spray com água.

    https://www.cenariomt.com.br/mato-grosso/previsao-aponta-nova-onda-de-calor-com-temperaturas-de-ate-40c-em-mato-grosso/
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  • Mudanças climáticas: população negra é mais afetada por calor extremo

    Mudanças climáticas: população negra é mais afetada por calor extremo

    Os efeitos das ondas de calor extremo são mais intensos para as populações de áreas periféricas dos centros urbanos e particularmente para os negros, que representam a maioria dos moradores dessas localidades. É o que aponta o geógrafo Diosmar Filho (foto), pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF), referência no debate sobre racismo ambiental e também coordenador científico da Associação de Pesquisa Iyaleta.

    “Nessas áreas, há menos infraestrutura e menos assistência à saúde, ao transporte, ao saneamento e à moradia. E tudo isso tem relação com a forma como vamos enfrentar os efeitos causados pelas mudanças climáticas, por exemplo, no momento das chuvas ou no aumento da temperatura com as ondas de calor”, diz.

    População negra é mais afetada pelo calor extremo, aponta pesquisador e geógrafo Diosmar Filho. Foto: Arquivo pessoal
    População negra é mais afetada pelo calor extremo, aponta pesquisador e geógrafo Diosmar Filho. Foto: Arquivo pessoal – Arquivo pessoal

    Diosmar observa que bairros periféricos, que geralmente são mais adensados e sem áreas verdes, estão também mais sujeitos a problemas de abastecimento de água e de energia elétrica. Todos esses elementos são apontados como fatores que agravam os efeitos de um dia muito quente. O geógrafo lembra que, nesses dias, é preciso beber mais água. “Há áreas onde a água não chega em quantidade e qualidade. Em Salvador, por exemplo, há regiões periféricas que chegam a ficar um mês inteiro sem abastecimento”, enfatiza.

    Mudanças climáticas

    Sediada na capital baiana, a Associação de Pesquisa Iyaleta investiga as mudanças climáticas e as desigualdades raciais, de gênero, sociais e territoriais. Há mais de dois anos, o corpo de pesquisadores vem aprofundando os estudos em áreas urbanas situadas dentro do perímetro da Amazônia Legal. Os envolvidos possuem formação em diferentes áreas, que vão das ciências humanas às ciências da saúde. No ano passado, Diosmar e outros sete pesquisadores participaram da produção de cadernos trazendo análises sobre os eventos climáticos em Porto Velho e em Cuiabá.

    Eles chamam atenção para as características dos chamados aglomerados subnormais, classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para formas de ocupação irregular do solo com fins de habitação em áreas urbanas. Em geral, são definidos pelo padrão urbanístico irregular e pela carência de serviços públicos essenciais. Também são marcados pelo adensamento, isto é, possuem uma grande concentração de moradores. Em Porto Velho, 12,2% da população residem nessas áreas.

    Diosmar frisa que o tipo de edificação visto nesses espaços é um complicador. O geógrafo aponta para a existência de moradias insalubres, com pouco espaço e teto baixo. “Se você tem uma onda de calor e você tem uma área aonde você não tem grande circulação de ar, certamente vai haver um impacto direto nas condições de saúde das pessoas”, avalia o geógrafo.

    Os pesquisadores observaram que, nos casos de Cuiabá e Porto Velho, cidades analisadas, as questões territoriais e a desigualdade urbana influenciam a forma como as mudanças climáticas impactam as populações negras e indígenas. Eles observam que, na capital de Mato Grosso, a segregação racial urbana reflete a implementação do plano diretor municipal, que não levaria em conta a garantia dos direitos fundamentais da população negra e a preocupação com os efeitos das mudanças do clima.

    “Em relação ao saneamento básico, as mulheres negras (79,38%) e homens negros (78,24%) residentes na área urbana de Cuiabá, apresentam a menor proporção de acesso ao esgotamento sanitário adequado (rede de esgoto geral e uso de fossa séptica) se comparada às das pessoas brancas (mulheres – 86,3% e homens –85,91%)”, registra o estudo.

    Cuiabá foi uma das cidades que mais sofreu na onda de calor extremo registrada na última semana, tendo sido por alguns dias a capital mais quente do país. Os termômetros chegaram a superar a marca dos 40ºC. O fenômeno do El Niño, que vem se manifestando de forma intensa e deve continuar produzindo efeitos até abril de 2024, tem sido relacionado com o aumento das temperaturas na maior parte do Brasil nesse final de ano. Mas diferentes pesquisadores avaliam que a recente onda de calor também reflete, em algum medida, o aquecimento global do planeta.

    Saúde

    Nos estudos em Cuiabá e Porto Velho, os pesquisadores também buscaram avaliar indicadores de saúde associados a arboviroses, como são chamadas as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti: dengue, zika e chikungunya. Todas elas são mais prevalentes no verão. A proliferação do mosquito ganha ritmo acelerado em temperaturas elevadas, pois no calor seu período reprodutivo fica mais curto. Além disso, o verão de boa parte do Brasil é a estação mais chuvosa, o que faz aumentar os locais com água parada, onde os ovos são depositados pelo Aedes aegypti.

    Mosquito da dengue, Aedes aegypti Mosquitos causam doenças como a dengue – Arquivo/Agência Brasil

    Indicadores colhidos pelos pesquisadores em Cuiabá apontam que as arboviroses atingem a população negra com maior intensidade. Considerando as mulheres diagnosticadas com dengue entre 2014 e 2020, 54,79% eram negras, 14,85% brancas e 0,39% indígenas. Para o restante dos casos, não há informação sobre raça ou etnia.

    Entre os homens, os números são similares: 54,85% negros, 13,06% brancos, 0,72% indígenas e 31,10% ignorados. Os especialistas observam que as desigualdades raciais e de gênero, as condições de moradia e a exposição a contextos de maior vulnerabilidade urbana e de ausência de direitos, como saneamento básico e acesso à serviços de saúde, são fatores intimamente relacionados com a incidência de taxas dessas doenças.

    “Quando chega o verão, você começa ver as recomendações: ‘cuide do seu jardim, tire o vaso da planta, faça isso, faça aquilo’. Há uma propaganda nacional que parece que nós vamos resolver todo o problema da dengue desse jeito, sendo que, nas áreas periféricas, o acesso ao saneamento é desigual. E a falta de saneamento favorece a transmissão da doença”, frisa Diosmar.

    Políticas públicas

    Um outro estudo publicado pela Associação de Pesquisa Iyaleta – concluído no ano passado – apresentou contribuições para o Plano Nacional de Adaptação (PNA), instituído por meio de portaria do Ministério do Meio Ambiente, em maio de 2016, após um processo de escuta de diferentes setores da sociedade. Seu objetivo é orientar gestores públicos na adoção de iniciativas com o objetivo de minimizar o risco climático no longo prazo e reduzir a vulnerabilidade à crise do clima.

    Em setembro, foi instituído pelo governo federal um grupo técnico para elaborar proposta de atualização do PNA, ouvindo a sociedade civil. Para Diosmar, é preciso pensar diversas medidas. Entre elas, ele menciona a urgência de uma política de arborização. “Cada vez mais a gente vai precisar de áreas verdes”, preconiza.

    Ele cita também a necessidade de políticas públicas setoriais, territoriais e locais. “Precisamos de estados e municípios com políticas de moradia, de saneamento, de saúde e de educação integradas. Precisamos olhar o saneamento como parte de um processo de educação em tempo de mudanças climáticas, precisamos de moradia que se afaste desse modelo que aprisiona, onde as pessoas das periferias das grandes cidades vivem dentro de pequenas casas de seis metros quadrados”, finaliza.

    Edição: Kleber Sampaio
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  • Fim de semana terá temporais e ventos fortes no Sudeste e Centro-Oeste

    Fim de semana terá temporais e ventos fortes no Sudeste e Centro-Oeste

    Depois de uma forte onda de calor nos últimos dias, o próximo fim de semana terá ocorrência de chuva forte em áreas das regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no domingo (19), o volume de chuva em 24 horas pode passar de 100 milímetros (mm) em algumas áreas.

    O calor forte, combinado com o aumento do teor de umidade e ventos fortes vai potencializar a ocorrência de temporais localizados, com rajadas de vento e queda de granizo em São Paulo, no Triângulo Mineiro e na faixa oeste e sul de Minas Gerais, além do Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso.

    No sábado (18), com a aproximação de uma frente fria pelo litoral da Região Sudeste, pode haver temporais com rajadas de vento, podendo variar entre 80 km/h e 100 km/h, e queda de granizo no sul de Mato Grosso do Sul, São Paulo, sul de Minas Gerais e no Rio de Janeiro.

    No domingo (19), os temporais podem se espalhar pela área central do país por causa do aumento da umidade pelo continente, aliado a atmosfera fortemente quente, úmida e instável.

    Entre domingo e próxima segunda-feira (20), a previsão indica a ocorrência de grandes volumes de chuva em São Paulo, especialmente no centro-norte do estado, capital e Região Metropolitana, na faixa litorânea e região do Vale do Paraíba, no sul de Minas Gerais, na região da Zona da Mata mineira e no Rio de Janeiro.

     
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  • Rio tem calor recorde e sensação térmica beira os 60°C nesta sexta

    Rio tem calor recorde e sensação térmica beira os 60°C nesta sexta

    Em mais um recorde estabelecido pela atual onda de calor, o Rio de Janeiro registrou nesta sexta-feira (17), às 10h20, a sensação térmica de 59,3 graus Celsius (°C). É a maior já aferida pelo serviço meteorológico da prefeitura, o Alerta Rio, criado em 2014. No momento, os termômetros marcavam 41,4°C.

    O recorde anterior havia sido registrado na terça-feira (14), quando a sensação térmica chegou a de 58,5°C.

    A sensação térmica é um parâmetro que leva em consideração a temperatura e a umidade do ar, e as duas medições extremas foram constatadas pela Estação Meteorológica de Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro.

    Além da sensação térmica, a cidade também tem registrado temperaturas recorde. Na quinta-feira (16), os termômetros chegaram a marcar 42,6°C, a maior temperatura do ano. O recorde anterior era de domingo, com 42,5°C.

    Preocupada com os efeitos do El Niño sobre o clima neste verão, a prefeitura do Rio anunciou um plano de resiliência nesta semana . Há expectativa de que o fenômeno climático cause temporais e mais temperaturas extremas nos próximos meses.

    Edição: Juliana Andrade
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  • Especialista explica influência da ação humana nos extremos climáticos

    Especialista explica influência da ação humana nos extremos climáticos

    Depois da última onda de calor que afetou mais de 2,7 mil municípios nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) fez um alerta para temporais com rajadas de vento e queda de granizo nessas regiões, no fim de semana, começando na nesta sexta-feira (17). De acordo com as previsões, o calor forte combinado com o aumento da umidade e ventos em altos níveis potencializam as chuvas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso e no Distrito Federal.

    Nesses lugares, o volume de chuvas em um dia poderá ultrapassar 100 milímetros, reforçando a previsão das mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global, que, entre outras consequências, apontou a intensificação dos extremos climáticos e hidrometeorológicos.

    Segundo o climatologista Carlos Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, a intensidade e a frequência, com intervalos cada vez menores, entre fenômenos naturais como o El Nino, por exemplo, mostram que toda essa mudança no clima é consequência da ação humana sobre o planeta.

    “Lá atrás se você tinha uma onda de calor por década, até 2019, você já tinha 3,5 ondas de calor por década. E hoje já deve estar perto de acontecer uma em cada dois anos. O mundo inteiro está enfrentando recordes de onda de calor, secas, tempestades muito severas, com muito mais frequência. Tudo isso é o feito direto do aquecimento global”, diz.

    Aumento da temperatura

    De acordo com o especialista, no ano passado a temperatura teve aumento médio de 1,15 graus Celsius (ºC) e já chegou a aumentar 1,26ºC, em 2016. Para esse ano, estudos já apontam uma elevação de 1,4ºC. “Desde os primeiros registros de civilizações, há cinco mil anos, nunca o planeta esteve tão quente. De fato, no período em que a temperatura estava nesse nível, nós temos que voltar 125 mil anos, no último Período Interglacial”, explica.

    O aquecimento global, portanto, induz fenômenos fortes, com mais frequência e maior duração. E ainda gera fenômenos climáticos que nunca existiram, como recordes de ondas de calor no verão da Antártica, dois anos atrás no verão o Ártico.

    Ameaças

    De acordo com o especialista, tanto a saúde humana, quanto as inúmeras espécies de todos os biomas são afetados com temperaturas que se mantém acima de 21ºC por muitos dias, e atingem mais de 40ºC. Além disso, o aumento de queimadas seja pela indução do fogo facilitada pela seca, seja causada pelo homem, fortalecem o ciclo destrutivo.

    Atender aos objetivos do Acordo de Paris, com a redução das emissões dos gases do efeito estufa em 50% até 2030, pode amenizar todos esses problemas, mas ainda são medidas insuficientes para diminuir o ritmo do aquecimento global, já que a maior parte do gás carbônico, metano, oxido nitroso já emitidos permanecerá na atmosfera por, no mínimo, mais 150 anos.

    A queima de combustíveis fósseis é a principal causa das emissões de gases do efeito estufa no mundo e representa 70% do problema global, segundo a Organização Meteorológica Mundial. No Brasil 75% das emissões até 2022 foram causadas pelo desmatamento, 50% foram efeitos da agricultura e 25% da pecuária.

    Desafios

    Segundo Carlos, se os objetivos ambientais forem cumpridos, o planeta ficará 1,5ºC mais quente, o que já causará muitos impactos, caso contrário, a temperatura continuará aumentando e os impactos serão muito maiores. “O fato é que não tem como reverter o aquecimento global, por isso, eu considero esse o maior desafio da humanidade. Por um lado, atender aos objetivos do Acordo de Paris e o outro desafio é o da adaptação. Teremos ainda que buscar adaptar quase todos os setores e criar as condições climáticas para que as populações não fiquem expostas diretamente.”

    Edição: Aline Leal
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