O estado de São Paulo deve registrar, na primeira semana do mês, aumento das temperaturas e queda da umidade relativa do ar, segundo a Defesa Civil estadual. A elevação é decorrente de um bloqueio atmosférico (quando o movimento de massas de ar frio ou quente são bloqueados por uma alta pressão).
Segundo o órgão, a situação vai exigir atenção redobrada com a saúde, especialmente de crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias.
A previsão da Defesa Civil aponta que a chuva só deve retornar ao estado no sábado (10).
Nesta semana, as temperaturas poderão variar entre 17ºC nas madrugadas da capital paulista a 30ºC durante a tarde. Já no interior do estado, os termômetros podem chegar a 35ºC, com mínimas de 20ºC nas cidades da região de Presidente Prudente.
Além disso, as cidades das regiões de Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Campinas e Sorocaba poderão atingir níveis críticos de baixa umidade relativa do ar, ficando abaixo de 30%.
A Defesa Civil recomenda que a população evite a prática de atividades físicas nas horas mais quentes do dia, mantendo-se hidratada.
Além disso, é importante umidificar os ambientes e buscar abrigo do sol, especialmente no período entre 10h e 16h.
Após um final de semana com tempo fechado e temperaturas mais amenas, Cuiabá inicia a semana com um cenário de forte neblina nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira (7), registrando uma mínima de 22°C. No entanto, a previsão do Instituto Climatempo indica uma elevação gradual das temperaturas ao longo do dia, com a máxima podendo atingir os 30°C. A probabilidade de pancadas de chuva durante a tarde e a noite é de 77%.
A terça-feira (8), dia em que Cuiabá celebra seus 306 anos, deverá ter um clima com 77% de chances de chuva. As temperaturas para o aniversário da Capital devem oscilar entre a mínima de 23°C e a máxima de 30°C.
A quarta-feira (9) traz a previsão de 74% de chances de chuvas mais intensas pela manhã. As temperaturas devem se manter na mesma faixa dos dias anteriores, variando entre 23°C e 30°C. Na quinta-feira (10), a máxima apresenta uma leve queda para 29°C, enquanto a mínima permanece em 23°C, e a probabilidade de chuva diminui para 68% ao longo do dia e da noite.
A sexta-feira (11) deve seguir um padrão climático semelhante ao da quinta, com temperaturas entre 23°C e 29°C e 68% de chances de chuva.
Neblina e Aquecimento Gradual em Chapada dos Guimarães
A cidade turística de Chapada dos Guimarães também experimentou forte neblina durante o último fim de semana, com registros de temperatura chegando aos 20°C na praça Dom Wunibaldo.
A previsão para a semana indica um aquecimento gradual, com os termômetros podendo atingir a máxima de 29°C. Nesta segunda, a probabilidade de chuva é alta, em torno de 80%, com chances de pancadas durante a tarde e a noite. A temperatura para hoje deve variar entre a mínima de 21°C e a máxima de 29°C.
Na terça-feira, o dia deve ser de sol com poucas nuvens, mas ainda com 81% de chances de chuvas isoladas, e as temperaturas devem ficar entre 22°C e 29°C. A quarta-feira deve apresentar uma leve queda na temperatura, com mínima de 22°C e máxima de 28°C, mantendo alta a probabilidade de chuva em 82%. A quinta-feira deve ter temperaturas semelhantes, entre 22°C e 28°C, com 79% de chances de chuva. Já a sexta-feira tem previsão de dia nublado, com 74% de chances de chuva à tarde e à noite, e temperaturas variando entre 22°C e 29°C.
No sertão nordestino, onde o sol não dá trégua, três simpáticos cãezinhos deram um verdadeiro show de esperteza. Sem poder subir na carroça de seu tutor, eles encontraram uma solução genial para enfrentar o calor escaldante: seguiram a carroça aproveitando a sombra projetada no chão.
A cena foi registrada por um morador da região e rapidamente conquistou as redes sociais, deixando os internautas encantados com a inteligência dos peludos.
Cães geniais? Trio viraliza ao escapar do calor de forma inusitada
Os cães são conhecidos por sua capacidade de adaptação e raciocínio rápido. Estudos mostram que, além de entender comandos humanos, muitos cachorros desenvolvem estratégias próprias para lidar com situações do dia a dia.
Nesse caso, os três amigos de quatro patas perceberam que a melhor forma de evitar o calor era simplesmente caminhar sempre dentro da sombra da carroça, garantindo um pouco de alívio térmico sem precisar parar ou se afastar do tutor.
Como os cães lidam com o calor?
Diferente dos humanos, os cães não suam como forma de resfriar o corpo. Em vez disso, eles regulam a temperatura através da respiração ofegante e das almofadinhas das patas. Quando a temperatura sobe demais, eles buscam sombra, água fresca e superfícies mais frias para descansar.
O comportamento dos três cãezinhos nordestinos é um exemplo perfeito de como os animais são capazes de encontrar soluções criativas para desafios do ambiente.
Um viral que aquece o coração
O vídeo dos cães andando na sombra da carroça arrancou risadas e elogios dos internautas, que compararam a esperteza deles à de muitas pessoas. “Mais inteligentes que muito ser humano!”, brincou um usuário. Outro comentou: “Se adaptar ao ambiente? Esses aí são mestres!”.
Além da diversão, essa história também serve como alerta para os cuidados com os pets nos dias quentes. Se até os cães sabem que sombra é essencial, os tutores devem garantir sempre água fresca, locais ventilados e evitar passeios em horários de sol intenso.
E você, já viu seu cachorro tomando uma atitude genial como essa?
Hidratação constante e toalha úmida por perto, recomenda a pesquisadora Tatiane Cristina Moraes de Sousa para enfrentar o calor intenso. Professora do Departamento de Epidemiologia do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), alerta para os impactos a curto e longo prazo na saúde humana em razão da alta das temperaturas registradas na cidade do Rio de Janeiro.
Somente nos dois primeiros meses do ano, mais de 5 mil pessoas já procuraram atendimento médico em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) em razão do calor excessivo, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS-RJ).
“Quando falamos dos impactos, temos que pensar primeiro na exposição, que é como aquela pessoa está exposta, por quantas horas, se está dentro de um ambiente ou não, se está a céu aberto, trabalhando”, avalia a professora.
Como efeitos imediatos da exposição ao calor, a pesquisadora cita sinais de exaustão e insolação, que, em casos mais graves ou quando não há tratamento adequado, podem provocar complicações em órgãos vitais.
“A pessoa pode ter desmaios, náuseas, diferentes sinais e sintomas que mostram que ela está se encaminhando para uma insolação. O risco final, que pode acontecer de imediato dependendo das condições, é a pessoa vir a óbito”, comenta, relembrando o caso da universitária Ana Clara Benevides Machado, que morreu devido à exaustão causada pelo calor durante um show da cantora Taylor Swift no Rio de Janeiro em 2023.
Além dos efeitos diretos da exposição ao sol, principalmente em dias de temperatura e sensação térmica elevadas, Sousa aponta para os efeitos a longo prazo. À Agência Brasil, a professora explica que a exposição ao calor intenso faz com que se exija mais esforço do organismo para se regular. “Nosso sistema cardiovascular e nosso sistema renal estão se esforçando mais para o nosso corpo voltar à temperatura em que o organismo funciona melhor, em torno de 37ºC, então, se expormos o nosso corpo a esse esforço por um longo período, também aumentamos a chance de aparecerem doenças crônicas”, diz.
Funcionários trabalham no Sambódromo debaixo de forte calor. Cidade do Rio de Janeiro atinge nível 4 de calor. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Apesar das temperaturas recordes registradas na capital fluminense — na segunda-feira (17), a cidade atingiu máxima de 44ºC, maior temperatura desde 2024 —, a pesquisadora avalia que o calor excessivo não é um desafio apenas da cidade do Rio de Janeiro, mas um problema que precisa ser repensado por diferentes sistemas de gestão pública e pela sociedade.
“Hidratação, por exemplo, é essencial. A prefeitura municipal [do Rio de Janeiro] disponibilizou pela cidade diferentes pontos de hidratação gratuita, mas sabemos que interromper ou evitar essa exposição no horário de 11h às 15h é ideal, só que isso mexe, principalmente, com o trabalhador, isso mexe como construímos a nossa sociedade para os horários de trabalho”, reflete.
Segundo Sousa, os profissionais mais afetados são aqueles com vínculos informais de trabalho, especialmente entregadores e vendedores ambulantes, que dependem dos horários de maior movimento. “Como você vai garantir que esse vendedor não trabalhe nos horários de pico, se no carnaval, por exemplo, é o momento em que eles mais ganham?”, questiona.
Vendedores ambulantes na Praia do Flamengo durante semana com alerta de calor extremo – Fernando Frazão/Agência Brasil
Além da atividade desenvolvida, outro fator importante para compreender a situação de vulnerabilidade a que os trabalhadores estão submetidos é a idade, já que idosos, assim como crianças, são mais suscetíveis a problemas em decorrência do calor intenso. Muitos desses trabalhadores informais, avalia a pesquisadora, também apresentam quadros de hipertensão, diabete, doenças renais e cardíacas, que contribuem para uma situação de mal-estar.
Pensando, sobretudo, nos trabalhadores informais expostos ao sol por um longo período, a pesquisadora recomenda buscar áreas cobertas e ventiladas, usar chapéus o tempo inteiro e reconhecer o momento de encerrar a atividade para buscar ajuda. “Essa é uma coisa que o poder público vai ter que intensificar, é o acesso ao socorro, à assistência, o cuidado durante esse período”, explica a professora.
Outra recomendação que Sousa faz é sempre refrescar o corpo com água ou uma toalha molhada. Para ela, essas ações, no entanto, não podem ser restritas ao início deste ano: “Faltam ações concretas, mas isso não pode parar agora porque estamos no verão. São planejamentos, revisões que temos que ter para o próximo verão, para outros períodos que não imaginávamos que fossem ser tão quentes, mas serão”.
A cidade de São Paulo registrou neste domingo (2) a temperatura mais quente para o mês de março desde 1943, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) iniciou a medição na capital paulista. Os termômetros chegaram a 34,8 graus Celsius (ºC), muito acima da média do mês, que é de 28ºC.
Nesta segunda, (3), o céu está nublado, com muitas nuvens e a temperatura máxima reduziu um pouco, ficando em 32ºC.
Onda de calor
O município do Rio de Janeiro vem passando por uma onda de calor extremo, com previsão de tempo firme, sem chuva até o próximo final de semana. De acordo com o Sistema Alerta Rio, as condições atmosféricas seguem sem mudanças significativas na cidade nesta segunda-feira (3). Os ventos sopram fracos a moderados, com as temperaturas elevadas, com a máxima atingindo os 37º C.
Para os próximos dias, de terça-feira (4) à sexta (7), o céu no Rio ficará claro a parcialmente nublado, com poucas nuvens, sem chuva e com a temperatura máxima, alcançando também os 37ºC.
Temperaturas altas e chuvas isoladas. Os últimos dias de fevereiro e os primeiros de março devem manter o cenário que tem sido visto ao longo do mês em boa parte do país. A previsão é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O Informativo Meteorológico mais recente da instituição abrange os dias 24 de fevereiro até 3 de março.
Em relação às temperaturas altas, o Rio Grande do Sul passa por um momento especialmente preocupante desde o dia 22, com uma onda de calor que deve durar até esta quarta-feira (26). A categoria “ondas de calor”, para o Inmet, inclui temperaturas 5°C acima da média climatológica. No centro-oeste do estado, os termômetros ultrapassam os 40ºC. No período do Carnaval, a previsão é de temperaturas elevadas em toda a região Sul, com o estado gaúcho podendo superar 38ºC.
O Sudeste e o Centro-Oeste também têm tendência de calor forte para os próximos dias, incluindo os de folia. Máximas vão alternar entre 26°C e 34°C. Mesmo cenário previsto para a região Nordeste, com temperaturas entre 26°C e 36°C, que podem ultrapassar 38°C em algumas localidades do interior. E na região Norte, previsão de máximas entre 26°C e 34°C na maior parte dos estados.
Em relação às chuvas, na região Sudeste, a tendência é de tempo firme em Minas Gerais e pancadas pontuais de chuva no Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, abaixo de 40 mm. O sudeste de São Paulo pode registrar volumes acima de 60 mm.
No Nordeste, a tendência é de tempo firme nos próximos dias na parte central da Bahia, de Pernambuco, oeste do Piaui, e de Alagoas. Na faixa leste da região, chuvas poderão ocorrer em pontos isolados na forma de pancadas, com acumulados inferiores a 20 mm. Chuvas previstas acima de 80 mm no norte do Maranhão, Piauí e litoral do Ceará.
A região Sul pode ter aumento de nebulosidade a partir de amanhã com possibilidade de pancadas locais. Caso ocorram, os acumulados previstos ficariam abaixo de 30 mm, mas não estão descartadas tempestades, por conta da combinação de calor e umidade.
No Centro-Oeste, a combinação de calor e umidade mantém áreas de instabilidade no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e oeste de Goiás, com pancadas de chuvas ao longo da semana. Acumulados acima de 80 mm estão previstos para o noroeste do Mato Grosso. No centro-leste de Goiás e leste do Mato Grosso do Sul, há tendência de redução das chuvas, com acumulados abaixo de 20 mm.
No Norte, o calor e a alta umidade mantém instabilidades e pancadas de chuvas, com acumulados acima de 50 mm. A exceção é Roraima, com chuvas mais escassas e volumes inferiores a 10 mm. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) posicionada mais a sul, provocará acumulados acima de 80 mm no nordeste do Pará.
O calor intenso registrado nos últimos dias tem prejudicado significativamente as lavouras de café, soja, milho, arroz e frutas em diferentes regiões do Brasil. Na Região Sul, cultivos de soja, milho e arroz enfrentam dificuldades, enquanto no Sudeste, plantações de café e frutas sofrem com o estresse causado pelas altas temperaturas. Esses impactos são reflexos diretos das mudanças climáticas, que vêm intensificando desafios para a produção de alimentos no país.
De acordo com Francis Lacerda , climatologista e pesquisadora do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), estratégias baseadas na agroecologia podem atenuar os efeitos adversos do clima e reduzir os riscos de insegurança alimentar. No entanto, ela alerta que essas práticas precisam ser adotadas urgentemente. “Existem práticas que ainda podem reduzir esses efeitos. Eu digo ainda porque daqui a pouco não vai poder mais”, afirma a especialista.
Reflorestamento e Consórcio como Solução
Lavoura de trigo – Imagem CenárioMT
Uma das principais recomendações de Francis é o reflorestamento e a implementação de sistemas agroflorestais. Na agroecologia, o consórcio de culturas é uma prática amplamente utilizada, onde árvores frutíferas são plantadas junto com cultivos como feijão, milho ou outras leguminosas. Essa técnica promove interações benéficas entre as plantas, melhorando a resistência ao calor e à escassez de água.
“Essas plantas vão interagir de forma que beneficiam umas às outras. Algumas têm raízes profundas que buscam água no subsolo, enquanto outras se protegem sob a sombra de árvores maiores. Precisamos implementar esse modelo de sistema agroflorestal”, explica a climatologista.
Além disso, a diversificação de culturas fortalece a fertilidade do solo, reduz a incidência de pragas e doenças e contribui para a redução do uso de agrotóxicos. Isso resulta em vantagens econômicas e ambientais para os agricultores, como menor custo de produção e maior resiliência a condições climáticas extremas.
A grande maioria dos alimentos consumidos pelas famílias brasileiras vem da agricultura familiar, que está cada vez mais vulnerável às mudanças climáticas. Segundo Francis, os agricultores familiares estão perdendo a previsibilidade sazonal que orientava suas atividades agrícolas.
“Quando ocorrem ondas de calor, organismos mais resilientes, como insetos, fungos e bactérias, proliferam rapidamente, devastando as lavouras”, explica. Para mitigar esses impactos, ela defende políticas públicas que incentivem o uso de tecnologias para captação e armazenamento de água, além da geração de energia renovável nas propriedades rurais.
“A autonomia para produzir alimentos dentro dessas novas condições climáticas é essencial. Além disso, os agricultores devem ser apoiados para realizar o reflorestamento de suas terras. É possível, é barato e eles querem fazer isso”, enfatiza.
Perda de Espécies Endêmicas
Outro ponto preocupante destacado pela especialista é a diminuição de espécies vegetais endêmicas dos biomas brasileiros, especialmente aquelas adaptadas a ambientes secos e quentes. Um exemplo é o umbuzeiro, planta emblemática do semiárido brasileiro, conhecida por sua capacidade de armazenar água em suas raízes.
“O umbuzeiro está sumindo da paisagem porque não consegue mais se adaptar às variáveis climáticas atuais. Ele era uma referência de resiliência no semiárido, mas agora enfrenta dificuldades”, avalia Francis.
Lições para o Meio Urbano
As soluções propostas pela climatologista também podem ser aplicadas ao ambiente urbano. Francis sugere a criação de espaços produtivos nas cidades, como quintais cultiváveis e “farmácias vivas”, onde plantas medicinais e alimentos podem ser cultivados localmente. No entanto, para que isso seja viável, é necessário o apoio de políticas públicas que orientem e financiem essas iniciativas.
“Sem justiça social, não conseguiremos combater as mudanças climáticas. Precisamos pensar em formas inovadoras de garantir segurança hídrica, energética e alimentar tanto para as populações urbanas quanto para as rurais”, conclui.
O calor no Rio de Janeiro já levou mais de 5 mil pessoas a buscar atendimento médico em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) desde o início de 2025, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS-RJ). A soma inclui quem procurou redes de urgência e emergência, considerando as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), as Coordenações de Emergência Regional (CER) e os hospitais.
No mês de janeiro, a secretaria estima que 3 mil pessoas foram atendidas por complicações em decorrência do calor intenso. Já nos primeiros 18 dias de fevereiro, cerca de 2,4 mil pessoas já foram atendidas em unidades de emergência do SUS na cidade.
“A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro já verifica um aumento de pessoas procurando as emergências com problemas relacionados ao calor, principalmente desidratação e descompensação de doenças crônicas”, afirmou em nota. A SMS-RJ acrescenta que a maior preocupação é com idosos e crianças, que costumam ter menos sensação de rede.
A persistência de temperaturas elevadas fez com que a Prefeitura do Rio anunciasse no último domingo (16) medidas de orientação para a população nesta semana, na qual já foi registrado recorde de temperatura.
Em entrevista à Agência Brasil, o secretário municipal de Saúde, médico sanitarista e deputado federal Daniel Soranz explicou que o município fez um trabalho de cruzamento de dados dos últimos 12 anos que mostra um aumento da descompensação de doenças crônicas e da taxa de mortalidade em idosos nos dias mais quentes.
“Hoje, conseguimos comprovar com dados que os dias mais quentes são os dias em que temos a maior mortalidade por diabete, hipertensão, insuficiências cardíaca e insuficiência renal”, explica.
Em 2024, a Prefeitura divulgou a primeira edição do “Protocolo de Enfrentamento ao Calor Extremo”, que descreve os impactos das ondas de calor para a saúde humana e apresenta ações de contingência para cada nível de calor — do Calor 1 ao Calor 5. Desde junho, inclusive, o COR-Rio monitora os níveis de calor, que variam em razão da temperatura e da umidade relativa do ar registrada na cidade. De acordo com o Centro de Inteligência Epidemiológica (CIE), dos 45 primeiros dias de 2025, a cidade do Rio esteve 27 deles fora do Calor 1.
“A mortalidade por doenças crônicas aumenta nos dias de calor intenso. Também os casos de desidratação e de queimaduras na pele, o que já era previsto, aumentam ainda mais nos dias de Calor 4, que são os mais quentes do ano”, avalia o secretário. O anúncio de que o município do Rio de Janeiro havia entrado no nível de Calor 4 — caracterizado por altos índices de calor, de 40°C a 44°C, com permanência ou aumento por pelo menos três dias consecutivos — foi feito na segunda-feira (17), às 12h35, pelo COR-Rio.
Hidratação
Entre as ações anunciadas no domingo pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) estão a abertura de 58 pontos de resfriamento, parada para hidratação de trabalhadores que passam um longo período expostos ao sol e a preparação da rede de saúde municipal para o aumento de atendimentos de casos decorrentes das altas temperaturas. A Prefeitura também reforçou a recomendação de ingestão de água, uso de roupas leves e não exposição direta ao sol nos períodos de altas temperaturas.
“A partir dos dados levantados, do aumento da mortalidade, conseguimos orientar a população a não fazer atividades físicas e a não se expor ao sol nos momentos mais quentes do dia. Também conseguimos orientar a utilização das medicações crônicas e a necessidade de hidratação”, afirma Soranz. O secretário responsável pela SMS acrescenta que a hidratação constante evita que problemas de saúde sejam agravados e protege a população dos dias de calor mais intensos.
“Com hidratação, podemos evitar alguns tipos de internação e o agravamento de algumas doenças”, retoma. Segundo o médico sanitarista, as recomendações são válidas para “todos os profissionais que trabalham sob o sol direto ou que fazem exercícios físicos nos dias mais quentes”, mas tem como foco principalmente as crianças e os idosos, que se desidratam com maior facilidade em comparação aos demais grupos.
Com a aproximação do Carnaval, que deve movimentar mais de R$ 12 bilhões em receitas no país, conforme estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a SMS-RJ estabeleceu postos de saúde no Sambódromo Marquês de Sapucaí, localizado no bairro de Santo Cristo, onde acontecem os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro.
“São quatro postos de saúde dentro do Sambódromo para cuidar das pessoas que estarão lá aproveitando o Carnaval e também nos principais blocos da cidade, então também estamos reforçando as unidades de urgência e emergência para atender a demanda de 1 milhão de foliões que vão curtir o Carnaval na cidade do Rio de Janeiro”, diz o secretário.
*Estagiária da Agência Brasil sob supervisão de Vinícius Lisboa
Mato Grosso possui 3.820 salas de aula da rede pública sem climatização, segundo um relatório do Centro de Inovação para a Excelência das Políticas Públicas (CIEPP), intitulado “Sauna de Aula”, divulgado nesta segunda-feira (17). O levantamento analisou 20.959 salas da rede estadual e municipal até junho de 2024.
Entre as escolas estaduais, das 7.316 salas analisadas, 5.763 são climatizadas, representando 78,73% do total. Já nas escolas municipais, das 13.643 salas avaliadas, 11.376 possuem climatização, com um percentual um pouco maior, 83,29%.
O estudo também detalhou a situação em Cuiabá, uma das capitais mais quentes do país. Das 1.498 salas municipais analisadas, 238 ainda não possuem climatização. A cidade já registrou temperaturas recordes, como os 44°C em outubro de 2024.
Mesmo com esses números, Mato Grosso ocupa a 3ª colocação no ranking das redes estaduais com melhor climatização. Já Cuiabá aparece na 8ª posição entre as capitais brasileiras.
O levantamento analisou cerca de um milhão de salas de aula em todo o país, das quais apenas 372.033 possuem climatização, o que equivale a 33,99% do total. Em comparação, Mato Grosso apresenta 78,73% de salas climatizadas.
Calor extremo e bloqueio atmosférico
Coincidentemente, o relatório foi divulgado no mesmo dia em que Mato Grosso entrou na lista dos estados afetados por uma onda de calor, segundo a Agência Climatempo. O fenômeno, que deve durar até 24 de fevereiro, pode elevar as temperaturas a 40°C no sul do estado. A média de máxima pode atingir 32,8°C.
Esse calor intenso é causado por um bloqueio atmosférico, sistema de alta pressão que impede a formação de chuvas e mantém o ar quente concentrado sobre a região central do Brasil.
Os próximos dias serão de calor intenso no Sudeste e de temporais no Sul do Brasil. No Rio de Janeiro, os termômetros devem marcar 41 graus Celsius (°C) nesta segunda-feira (17), informou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em nota.
O clima continuará quente em áreas do Sudeste do país, em especial no estado de São Paulo, Minas Gerais; no sul do Espírito Santo e no nordeste do Paraná, além do Rio de Janeiro. “Pontualmente, os termômetros podem ultrapassar os 5°C acima da média da temperatura do mês”, destacou o instituto..
Já no Sul do país, a previsão é de “pancadas de chuva que podem ser pontualmente fortes, com aviso laranja de perigo para tempestade nesta segunda-feira, englobando áreas dos três estados da região. A previsão é de chuvas de até 100 mm, ventos de até 100 km/h e possibilidade de queda de granizo”, detalhou o Inmet.
Há expectativas de que essas tempestades cheguem ao extremo sul de São Paulo, ao Mato Grosso do Sul, ao Rio Grande do Sul, a Santa Catarina e a áreas do Paraná, com aviso de “perigo potencial e chuvas que podem chegar a 50 milímetros”.
No resto do país, há previsão de chuvas intensas e muita instabilidade em áreas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
“Na faixa norte do país, entre o Amapá e o Maranhão, alcançando ainda o litoral da Paraíba, as chuvas são motivadas pelo deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) mais ao sul, causando volumes que podem chegar a 50 milímetros em precipitações e rajadas de vento de até 60 km/h”, complementa o Inmet.