Tag: café

  • Preços dos cafés robusta e arábica atingem patamares recordes em novembro

    Preços dos cafés robusta e arábica atingem patamares recordes em novembro

    O mercado de café brasileiro encerrou novembro com preços recordes tanto para o robusta quanto para o arábica. Segundo o Cepea, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, teve média mensal de R$ 1.573,28 por saca de 60 kg, representando um aumento de 11,05% em relação a outubro. Esse valor é o maior já registrado em termos reais desde o início da série histórica, em 2001.

    No acumulado de novembro, entre os dias 31 de outubro e 29 de novembro, o robusta apresentou uma valorização expressiva de 23%, equivalente a R$ 333,22 por saca.

    Especialistas atribuem essa alta ao cenário de menor oferta global e à sólida demanda pelo café robusta no mercado interno e externo. O desempenho reafirma o protagonismo do Brasil no cenário cafeeiro, com expectativas positivas para o setor diante das movimentações recentes no mercado.

  • Cafés robusta e arábica alcançam preços recordes no Brasil

    Cafés robusta e arábica alcançam preços recordes no Brasil

    Os preços dos cafés robusta e arábica mantêm uma trajetória de alta expressiva no Brasil, impulsionados por restrições na oferta e valorização no mercado internacional. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6 , peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, atingiu o maior patamar real da série histórica iniciada em 2001, acumulando alta superior a 100 % em 2024.

    A escalada nos preços do robusta reflete a oferta limitada da variedade no Brasil e no Vietnã, maior produtor mundial, além do impacto dos preços elevados do arábica, que exercem pressão adicional sobre o mercado.

    Arábica alcança maior valor desde 1998

    O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 , bebida dura para melhor, posto na capital paulista, ultrapassou a marca de R$ 1.800,00/saca de 60 kg , o maior patamar real desde fevereiro de 1998. No acumulado do ano, a A valorização chega a quase 80% , impulsionada pela oferta restrita e pela alta percentagem de café já comercializado pelos produtores, dependendo da disponibilidade no mercado.

    Perspectivas para a safra 2025/26

    As atenções agora se voltam para o desenvolvimento da próxima safra (2025/26). Pesquisadores do Cepea apontam que condições debilitadas de boa parte das atividades podem comprometer a produção no ano que vem, gerando expectativas de uma oferta abaixo do esperado . Este cenário pode manter os preços firmes e pressionados no mercado interno e externo.

    Com a demanda mundial aquecida e a oferta em queda, o mercado de café segue em um momento de grande volatilidade, destacando a importância de estratégias comerciais e de manejo eficientes para os produtores.

  • O que cada signo do zodíaco deve comer no café da manhã em novembro para atrair riqueza e sorte

    O que cada signo do zodíaco deve comer no café da manhã em novembro para atrair riqueza e sorte

    Novembro chegou, e com ele a busca por bons momentos e prosperidade, principalmente nas finanças. Para começar o mês com o pé direito, que tal usar a astrologia a seu favor? Cada signo tem suas particularidades, e até o que comer no café da manhã pode ajudar a atrair boa sorte e aumentar sua energia financeira.

    Confira as dicas para o café da manhã ideal para cada signo do zodíaco!

    Áries: Comece o dia com pimenta e energia!

    Café da manhã Áries
    Dicas de café da manhã astrológico para riqueza pelo signo do zodíaco. Foto © Freepik

    Os arianos são conhecidos pela sua energia e paixão. Para dar aquele gás no início do dia e ter motivação para conquistar seus objetivos, eles devem apostar em uma refeição energizante e apimentada. Pimenta vermelha com aveia ou uma omelete com tomate e pimentão são perfeitas para aumentar o foco e a confiança, ajudando a avançar rumo a metas financeiras com força total.

    Touro: Café da manhã para dar estabilidade

    Taurinos buscam estabilidade em tudo, e seu café da manhã precisa refletir isso. Um abacate no pão integral é ideal para manter a mente focada e atrair prosperidade, enquanto um leite de amêndoa com granola e frutas vermelhas trará uma sensação de harmonia, essencial para conquistar uma renda mais estável.

    Gêmeos: Criatividade logo cedo

    Iogurte com frutas vermelhas. Foto © Freepik
    Iogurte com frutas vermelhas. Foto © Freepik

    Para Gêmeos, criatividade e alegria são essenciais. Um iogurte com frutas vermelhas e mel vai ajudar a manter o bom humor e estimular novas ideias. Torradas leves com abacate e sementes de abóbora também são uma boa pedida, para gerar energia para o sucesso nas conversas e possíveis oportunidades lucrativas.

    A energia do iogurte e das frutas vermelhas ajuda a se manter alegre e criativo, o que contribui para o sucesso na comunicação e possíveis sugestões, e brindar com abacate carrega Gêmeos com energia e ajuda a manter o pensamento criativo necessário para a renda.

    Câncer: Equilíbrio e motivação

    O que cozinhar para o café da manhã para o crescimento financeiro de acordo com o signo do zodíaco? Foto © Freepik
    O que cozinhar para o café da manhã para o crescimento financeiro de acordo com o signo do zodíaco? Foto © Freepik

    Cancerianos adoram conforto, e seu café da manhã deve oferecer o equilíbrio perfeito entre motivação e tranquilidade. Mingau de trigo sarraceno com nozes ajuda a manter a confiança interna, enquanto um pudim de sementes de chia com leite de coco e mel traz leveza, sem perder a motivação para melhorar a vida financeira.

    Leão: Café da manhã de rei

    Leões precisam se sentir poderosos e confiantes, por isso, ovos com verduras e suco de cenoura são ideais para começar o dia com a energia de um verdadeiro rei. Pão integral com queijo macio e ervas vai dar o suporte necessário para os leoninos atingirem seus objetivos financeiros com energia e otimismo.

    Virgem: Organize o dia desde o café

    Virgem ama organização e disciplina. Seu café da manhã precisa ajudá-lo a manter o foco nas metas financeiras. Quinoa com sementes de chia é perfeito para a concentração, e um smoothie verde com maçã, pepino e salsa traz clareza mental, essencial para tomar decisões financeiras certeiras.

    Libra: Harmonia em cada refeição

    Que tipo de café da manhã lhe trará dinheiro em novembro? Foto © Freepik
    Que tipo de café da manhã lhe trará dinheiro em novembro? Foto © Freepik

    Librianos buscam equilíbrio em tudo, e o café da manhã não é exceção. Um smoothie de espinafre e banana vai ajudar a harmonizar as energias logo cedo, ideal para lidar com negociações e atrair boas oportunidades financeiras. Cuscuz com legumes assados e ervas frescas também cria uma sensação de leveza e harmonia para o dia.

    Escorpião: Energia para conquistar

    Escorpianos precisam de uma refeição rica em proteínas para manter a resistência necessária para alcançar suas metas financeiras. Um shake de proteína com ervas vai garantir energia ao longo do dia, enquanto o pão preto com peixe enlatado e abacate vai fortalecer o foco e aumentar a disposição para o crescimento financeiro.

    Sagitário: Café da manhã para otimistas

    Sagitários estão sempre em busca de novas oportunidades. Para manter a energia positiva e o otimismo, frutas com nozes e iogurte são a combinação ideal. Aveia com frutas vermelhas e mel vai dar aquele empurrão de energia e otimismo para continuar perseguindo novos caminhos financeiros.

    Capricórnio: Disciplina e vontade de vencer

    Café da manhã para o sucesso de acordo com o signo do zodíaco -  o que comer no café da manhã Capricórnios para riqueza. Foto © Freepik
    Café da manhã para o sucesso de acordo com o signo do zodíaco – o que comer no café da manhã Capricórnios para riqueza. Foto © Freepik

    Para os capricornianos, um café da manhã que ajude a manter o foco e a disciplina é fundamental. Iogurte grego com aveia e mel vai dar o empurrão necessário para o trabalho árduo, enquanto aveia com canela e nozes ajuda a manter a concentração no longo prazo, atraindo uma fonte estável de renda.

    Aquário: Criatividade e inovação no prato

    Aquarianos adoram pensar fora da caixa. Para estimular sua criatividade, um smoothie com sementes de linho e abacate vai dar aquele impulso de inovação. Já um smoothie verde com espirulina e banana mantém a mente clara e pronta para tomar decisões criativas e inteligentes, ajudando a gerar novas fontes de renda.

    Peixes: Tranquilidade e harmonia para atrair dinheiro

    Como Peixes de acordo com o horóscopo para atrair dinheiro - café da manhã de acordo com o signo do zodíaco -  Foto © Freepik
    Como Peixes de acordo com o horóscopo para atrair dinheiro: café da manhã de acordo com o signo do zodíaco. Foto © Freepik

    Para Peixes, o início do dia precisa ser calmo e harmonioso. Um mingau de arroz com mel e canela ajuda a concentrar e manter o equilíbrio interno. Aveia no leite de coco com frutas vermelhas e nozes vai nutrir e acalmar, proporcionando a energia necessária para atrair oportunidades financeiras de maneira tranquila e suave.

    Novembro é o mês das mudanças e das novas oportunidades. Se você quer não apenas melhorar sua saúde, mas também dar aquele up nas finanças, começar o dia com o café da manhã certo pode fazer toda a diferença. Com essas dicas astrológicas, você vai sentir como o seu humor e a sua sorte financeira podem melhorar. Que tal seguir essas orientações e sentir o impacto positivo de um ritual matinal alinhado com o seu signo?

  • Queda no preço do café robusta reflete início da safra no Vietnã e boas condições no Brasil

    Queda no preço do café robusta reflete início da safra no Vietnã e boas condições no Brasil

    Levantamentos do Cepea indicam que as cotações do café robusta no Brasil sentiram a pressão do início da safra vietnamita e das condições favoráveis nas lavouras brasileiras, registrando queda de 5,4% em outubro. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, chegou a R$ 1.416,72 por saca de 60 kg, um recuo de 80,73 reais em relação a setembro. Apesar da queda, o preço permanece como o segundo maior valor mensal real da série histórica, considerando o ajuste pelo IGP-DI de setembro de 2024.

    Enquanto isso, o café arábica registrou uma leve alta em outubro, com o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, alcançando média de R$ 1.490,14 por saca, um aumento de 1,1% em comparação a setembro. A alta está associada à oferta restrita da variedade no curto prazo. Embora o Brasil tenha registrado boa florada para a safra de arábica, a condição debilitada dos cafezais indica que a produção pode ser limitada na próxima temporada.

    Fatores adicionais que sustentam os preços do arábica incluem a desvalorização do Real, que torna o café brasileiro mais competitivo no mercado externo, além de desafios logísticos globais. No cenário atual, tanto a variação de preços quanto as perspectivas de oferta revelam a complexidade do mercado de café, refletindo influências climáticas, econômicas e logísticas.

  • Exportações de cafés verdes em nível mundial atingem 114 milhões de sacas no período de outubro 2023 a agosto 2024

    Exportações de cafés verdes em nível mundial atingem 114 milhões de sacas no período de outubro 2023 a agosto 2024

    As exportações globais de grãos verdes de cafés, no total acumulado de onze meses seguidos, especificamente, no período de outubro de 2023 a agosto de 2024, atingiram o volume físico equivalente a 113,81 milhões de sacas de 60 kg, performance que representa um acréscimo de 10,5%, na comparação com o total exportado no mesmo período anterior, que foi o correspondente a 102,99 milhões de sacas.

    Primeiramente, cumpre esclarecer que os dados em destaque das exportações de cafés verdes, além de outros que também serão utilizados nesta análise e divulgação acerca do desempenho global do setor, foram extraídos do Relatório sobre o mercado de Café, do mês de setembro de 2024, da Organização Internacional do Café – OIC. Referida Organização define e distingue quatro grandes regiões produtoras de café no mundo, a saber: Ásia & Oceania, África, América do Sul e México & América Central.

    Além disso, conforme os critérios de análises e definições técnicas da Organização, em relação ao setor cafeeiro mundial, o ano-cafeeiro para abranger os países produtores das quatro diferentes regiões produtoras do planeta adotadas pela OIC, compreende o período de outubro a setembro, e, mais que isso, os cafés verdes em foco são classificados em quatro grupos: Suaves Colombianos, Outros Suaves, Naturais Brasileiros e Robustas.

    Assim, neste contexto, explicitando individualmente o desempenho de cada um desses tipos de cafés verdes, verifica-se que as exportações dos Suaves Colombianos, nos primeiros onze meses do ano-cafeeiro 2023-2024, totalizaram 11,22 milhões de sacas, as quais equivalem a 9,85% do total de cafés verdes exportados. E, ainda, que tal volume representou um acréscimo de 13,6%, em relação ao que foi exportado em igual período anterior.

    Com relação aos Outros Suaves, o volume físico exportado no referido período somou o equivalente a 20,91 milhões de sacas, que representam 18,37% do total exportado, as quais corresponderam a um acréscimo de 2,2%, considerando a mesma base comparativa anterior. Em complemento, constata-se que as exportações de grãos verdes do tipo Naturais Brasileiros totalizaram 38,22 milhões de sacas (33,58%), nos onze meses do ano-cafeeiro em pauta, volume que representou um crescimento expressivo de 21,4% em relação ao que foi exportado anteriormente.

    E, por fim, também merece realce os cafés Robustas, por terem somado 43,46 milhões de sacas nessas exportações, performance que equivale a aproximadamente 38,20% do total exportado, volume que registrou um crescimento de quase 6% na comparação com o que foi adquirido pelos importadores no período anterior em foco.

    Dessa forma, com base em tais dados, caso seja estabelecido um ranking dos percentuais citados, em ordem decrescente, das exportações globais desses quatro tipos de cafés verdes, no acumulado do período de outubro de 2023 a agosto de 2024, conforme obviamente os dados da OIC em análise, constata-se que os cafés Robustas lideraram tais exportações, com a participação de 38,20% dessas vendas mundiais, espécie que vem seguida dos Naturais Brasileiros, cujo percentual foi de 33,58%.

    Em complemento, na terceira colocação, destacam-se os cafés do tipo Outros Suaves, cujas exportações equivaleram a 18,37% do total vendido aos importadores. E, por fim, na quarta posição desse ranking, vêm as exportações dos cafés do tipo Suaves Colombianos, que representaram 9,85% das exportações de cafés verdes, em nível mundial, no mesmo período objeto desta análise e divulgação.

  • Com abelhas no café, receita do arábica pode crescer R$ 22 bi por ano no Brasil

    Com abelhas no café, receita do arábica pode crescer R$ 22 bi por ano no Brasil

    Estudo realizado por cientistas da Embrapa Meio Ambiente (SP) e da Syngenta Proteção de Cultivos no Brasil investigou o efeito da inserção de colônias de abelhas manejadas em fazendas de café convencionais. O foco foi o rendimento, a qualidade e o valor de mercado do café arábica. Os resultados indicaram que a polinização assistida aumenta a produtividade e a qualidade do café, o que, consequentemente, pode elevar a receita anual do arábica em até R$ 22 bilhões. Os dados demonstraram que a presença das abelhas introduzidas aumentou a produtividade em 16,5%, passando de 32,5 para 37,9 sacas por hectare.

    A qualidade do café, avaliada pela nota sensorial da bebida, aumentou em 2,4 pontos, promovendo a classificação de grãos de regulares para especiais em algumas fazendas. Esse salto de qualidade elevou o valor da saca em 13,15%, o que representa um ganho de US$ 25,40 por saca (confira detalhes abaixo). A pesquisa apontou, portanto, para o fato de que a polinização assistida pode gerar impactos econômicos significativos na cafeicultura, tornando o manejo de abelhas uma ferramenta poderosa para melhorar a rentabilidade dos cafeicultores.

    Os cientistas monitoraram, ainda, a saúde das colônias de abelhas nativas sem ferrão expostas a um dos inseticidas sistêmicos mais utilizados no controle de pragas da cultura, o tiametoxam. Colaboraram para o estudo a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz ( Esalq/USP), a AgroBee, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Natural England e a Eurofins.

    O trabalho inédito foi conduzido entre 2021 e 2023 em fazendas de São Paulo e Minas Gerais, as principais regiões produtoras de café arábica no Brasil. Foi analisada a introdução de colmeias de abelhas africanizadas (Apis mellifera) na produção de café, comparando os resultados com áreas onde a polinização era realizada apenas por insetos silvestres.

    Manejo de abelhas aumenta lucros

    Diferentemente de estudos anteriores, que focavam apenas em polinizadores silvestres, esse experimento controlou a quantidade de abelhas manejadas nas lavouras, permitindo uma comparação direta entre as áreas com e sem polinização assistida. A inserção das colmeias foi realizada em uma extremidade de cada talhão, enquanto a outra extremidade contou apenas com a polinização natural. O objetivo foi determinar se, nas condições reais da cafeicultura brasileira, o aumento de polinizadores poderia gerar ganhos palpáveis em produtividade e qualidade.

    As abelhas africanizadas desempenharam um papel crucial na melhoria dos resultados. A introdução das colmeias não só aumentou a quantidade de grãos por hectare, como também influenciou positivamente a qualidade do produto final. O aumento da nota sensorial, que leva em consideração características como sabor e aroma, permitiu que parte da produção alcançasse o status de café especial, um mercado com valor agregado substancialmente maior.

    Para Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa e um dos líderes do estudo, esses resultados mostram o potencial da integração entre o manejo de polinizadores e a cafeicultura de larga escala. “O uso de abelhas manejadas demonstra uma clara oportunidade de ganho econômico, ao mesmo tempo em que contribui para uma agricultura mais sustentável e eficiente”, afirmou.

    Impacto: como a polinização assistida pode transformar o setor cafeeiro

    Com base nos dados do estudo, os pesquisadores calcularam que, se todos os cafeicultores brasileiros adotassem a tecnologia de polinização assistida, a produção de café no País poderia ser transformada. Considerando os resultados da pesquisa e os valores atuais estimados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a produção cafeeira em 2024, haveria um aumento de 16,5% na produtividade com a presença das abelhas, o que representaria 6,5 milhões de sacas adicionais, elevando a produção total para 46,1 milhões de sacas.

    Haveria também um impacto significativo no valor de mercado: o preço da saca de café chegaria a R$ 2.014,90, com um aumento de 13,15%. No total, o mercado cafeeiro brasileiro saltaria dos atuais R$ 70,490 bilhões para R$ 92,919 bilhões, com um impacto econômico total estimado em R$ 22,429 bilhões.

    Esses números demonstram que a polinização assistida é uma estratégia não apenas viável, mas essencial para aumentar a produtividade e a qualidade do café. Além disso, ela contribui para a preservação dos polinizadores, que desempenham um papel crucial no equilíbrio dos ecossistemas e na segurança alimentar global.

    Polinização e controle de pragas, uma convivência possível

    O estudo também investigou como o uso de defensivos agrícolas afeta a saúde das colmeias. Os pesquisadores focaram no tiametoxam, um inseticida sistêmico amplamente utilizado no cultivo de café. Seis propriedades que utilizam o defensivo de forma convencional e duas fazendas orgânicas participaram da análise. Três parâmetros de saúde das abelhas foram monitorados: produção de cria, mortalidade de larvas e atividade de forrageamento. As avaliações foram realizadas em cinco momentos: antes da floração; logo após; e 45, 75 e 105 dias depois.

    Embora tenham sido encontrados resíduos do pesticida em pólen e néctar coletados pelas abelhas, os resultados indicam que as taxas de aplicação de tiametoxam, via irrigação do solo, não interferiram nos parâmetros de saúde das colônias. Isso reforça a viabilidade de um manejo coordenado entre a polinização assistida e o controle de pragas, desde que o uso de defensivos siga as recomendações técnicas.

    Menezes enfatiza que a integração entre o manejo de colônias de abelhas e o uso ponderado de defensivos agrícolas é fundamental para minimizar os riscos a organismos não-alvo. Destaca que, embora essas práticas sejam discutidas na literatura científica, sua aplicação conjunta em realidade de campo é muito escassa, dificultando a tomada de decisões pelos agricultores e a formulação de políticas públicas eficazes para a proteção dos polinizadores. “Esse estudo interdisciplinar busca preencher tal lacuna, avaliando o impacto do manejo de abelhas na produtividade do café, crucial para milhões de famílias rurais”, frisa.

    O pesquisador também ressalta a importância de equilibrar o controle de pragas com a preservação dos polinizadores. “O produtor pode ter a melhor polinização possível, mas se pragas como a broca-do-café, a ferrugem ou o bicho-mineiro não forem controladas, o esforço será em vão”, alertou. Segundo ele, a chave está no uso criterioso de defensivos, que deve garantir a proteção da lavoura sem comprometer a saúde dos polinizadores.

    Denise Alves, pesquisadora da Esalq/USP e coautora do estudo, afirma que os resultados representam um incentivo significativo para que os cafeicultores adotem práticas mais sustentáveis. “As abelhas são um elo entre a agricultura e a conservação ambiental. O manejo adequado dos polinizadores, combinado com o controle eficiente de pragas, pode reduzir a dependência de insumos externos e promover uma agricultura mais sustentável”, afirmou.

    Sustentabilidade e inovação na cafeicultura

    A adoção em larga escala da polinização manejada representaria uma excelente oportunidade para o setor apícola. Seriam necessárias cerca de 6 milhões de colmeias de abelhas africanizadas para cobrir toda a área plantada de café arábica no Brasil, considerando a densidade utilizada no estudo de quatro colmeias por hectare. Para as abelhas nativas, o número de colmeias seria ainda maior – cerca de 15 milhões. Isso abriria novas oportunidades para a expansão da apicultura no País, criando uma sinergia entre a produção agrícola e a criação de abelhas, com ganhos tanto econômicos quanto ambientais.

    Guilherme Sousa, fundador e CEO da AgroBee, startup que conecta criadores de abelhas com produtores rurais, conhecida como Uber das abelhas, destaca que “a polinização assistida em culturas como o café representa atualmente o maior potencial produtivo sustentável a ser explorado na agricultura brasileira”. Essa prática não só otimiza a produção, mas também contribui para a conservação da biodiversidade, evidenciando que a inovação agrícola pode ser uma aliada da sustentabilidade.

    Jenifer Ramos, pós-doutoranda da Embrapa e também autora do estudo, considera que a pesquisa oferece dados robustos para fundamentar políticas agrícolas que integrem sustentabilidade e alta produtividade. “O potencial dos polinizadores vai além do aspecto agrícola, afetando também o meio ambiente e a sociedade. Essa prática melhora a qualidade do agroecossistema e gera benefícios econômicos que abrangem toda a cadeia produtiva”, explica.

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    Foto: Gustavo Facanalli/Embrapa

    Ela enfatiza o caráter inovador do estudo, que, pela primeira vez, quantificou o impacto direto das abelhas manejadas na produção de café arábica em condições reais de campo. “Embora soubéssemos da importância dos polinizadores naturais, os resultados sobre a inserção de mais colmeias superaram nossas expectativas”, salienta.

    Em um setor competitivo como o cafeeiro, práticas como a polinização assistida se tornam uma vantagem estratégica. “Além de incrementar a produção e a qualidade do café, essa tecnologia promove uma agricultura mais sustentável e responsável, beneficiando produtores, consumidores e o meio ambiente”, conclui

    Benefícios da polinização assistida na visão do produtor

    Gustavo José Facanali, engenheiro-agrônomo e produtor rural à frente da Facanali Cafés, relata sua experiência positiva com a polinização assistida por abelhas. Ele cultiva 120 hectares em São Paulo e no sul de Minas e inicialmente duvidava da eficácia da técnica, uma vez que a flor do café se autofecunda em mais de 80%.

    Contudo, ao participar de um experimento, os resultados o surpreenderam. “Nas áreas onde as abelhas foram introduzidas, a produtividade aumentou 17%, de 110 para 128 sacas por hectare. Com o preço atual do café, isso representa um ganho de R$ 27 mil por hectare”, explicou Facanali.

    Na propriedade, foram utilizadas abelhas-sem-ferrão da espécie Mandaguari, introduzidas sete dias antes da floração e mantidas na lavoura por 21 dias. “Durante esse período, não fizemos intervenções na área, o que facilitou o manejo”, conta.

    Além do aumento na quantidade, houve melhorias na qualidade do café, com a pontuação subindo de 78-80 até 82 pontos. “Isso demonstra que a polinização assistida não só aumenta a produção, mas também melhora a qualidade dos grãos.”

    Facanali também destaca a importância da tecnologia frente às mudanças climáticas. “Estamos vivendo um clima instável, que tem gerado perdas na produtividade. A polinização assistida pode ser um contraponto a esses desafios, ajudando a manter a rentabilidade com sustentabilidade”, argumentou.

    Convicto de que a prática pode ser aplicada em outras culturas, ele conclui: “A polinização assistida é um caminho sem volta, mostrando que a colaboração entre agricultura e natureza gera resultados significativos. É uma solução sustentável que pode beneficiar toda a cafeicultura e outras áreas agrícolas.”

  • Chuvas impulsionam florada de café e elevam expectativa para a safra 2025/26

    Chuvas impulsionam florada de café e elevam expectativa para a safra 2025/26

    As chuvas de outubro em importantes regiões cafeeiras do Brasil estimularam uma forte florada, gerando otimismo entre os produtores quanto à safra 2025/26.

    Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) destacam que o foco agora está em intensificar os tratamentos para assegurar que o máximo dessas flores evolua em carga produtiva para o próximo ano.

    Contudo, a continuidade das precipitações será fundamental para o sucesso do pegamento das flores. Caso o clima se torne seco, há risco de abortamento das flores e dos chumbinhos, o que pode resultar em perdas mais severas na próxima temporada, alerta o Cepea. A fase é, portanto, de observação e preparo nas lavouras para garantir o melhor cenário possível para a safra futura.

  • Faturamento bruto dos Cafés do Brasil soma R$ 71,93 bilhões em 2024 receita que representa crescimento de 41,32% em relação a 2023

    Faturamento bruto dos Cafés do Brasil soma R$ 71,93 bilhões em 2024 receita que representa crescimento de 41,32% em relação a 2023

    O valor bruto do faturamento estimado para as lavouras dos Cafés do Brasil, em 2024, incluindo as duas espécies de cafés que são amplamente cultivadas no País, Coffea arabica (café arábica) e Coffea canephora (café robusta+conilon), atingiu o montante total equivalente a R$ 71,93 bilhões, em nível nacional, cifra que, caso se confirme até o final deste ano, representará crescimento de 41,32% em relação ao valor obtido no ano de 2023.

    Nesse contexto, verifica-se que o valor bruto calculado especificamente para o C. arabica foi de R$ 52,80 bilhões, o qual corresponde a 73,40% do montante total nacional de 2024, e, ainda, que tal valor denota um crescimento de 36,11% em relação ao faturamento obtido por essa mesma espécie em 2023, que foi de R$ 38,79 bilhões.

    Com base neste mesmo comparativo, constata-se ainda que o valor do faturamento bruto da espécie de C. canephora, estimado em R$ 19,12 bilhões, representa aproximadamente 26,60% da receita total prevista para as duas espécies em 2024, além de tal performance corresponder a um acréscimo de 57,88%, na comparação com o obtido anteriormente, haja vista que a receita dessa espécie foi de R$ 12,11 bilhões em 2023.

    Como as duas espécies dos Cafés do Brasil são produzidas nas cinco regiões geográficas do País, também merece destacar nesta análise e divulgação o Valor Bruto da Produção – VBP do setor cafeeiro de cada uma delas, em ordem decrescente. Assim, verifica-se que a Região Sudeste, que se desponta majoritariamente na produção de cafés no País, figura na primeira colocação deste ranking, cujo faturamento foi estimado em R$ 62,42 bilhões, o qual equivale a aproximadamente 86,8% do estimado em nível nacional.

    Na sequência, vem a Região Nordeste, com R$ 4,93 bilhões de faturamento bruto, valor equivalente a 6,86% do total nacional. Na terceira posição destaca-se a Região Norte com R$ 3,10 bilhões (4,30%), seguida da Região Sul com R$ 843,99 milhões (1,17%). E, por fim, em quinto lugar, vem a Região Centro-Oeste, que teve seu VBP do café calculado em R$ 584,83 milhões, o qual equivale a pouco menos de 1% do valor total apurado em nível nacional.

    Vale esclarecer que o cálculo do VPB dos Cafés do Brasil tem como base a safra anual estimada, no caso deste estudo, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, tendo ainda como referência os preços médios recebidos pelos produtores. Tais preços médios foram apurados no período de janeiro a setembro de 2024, com base no café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, e também no café robusta tipo 6, peneira 13 acima, com 86 defeitos.

    Finalmente, merece informar que esta análise do faturamento dos Cafés do Brasil de 2024 teve como base e referência os dados constantes do Valor Bruto da Produção – VBP – Setembro 2024, estudo que é elaborado e divulgado mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura Pecuária – Mapa. E que tais análises mensais também encontram-se disponíveis na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, rede integrada de pesquisa que é coordenada pela Embrapa Café.

  • A produção mundial de café foi estimada em 176,2 milhões de sacas para o período acumulado de outubro de 2024 a setembro de 2025

    A produção mundial de café foi estimada em 176,2 milhões de sacas para o período acumulado de outubro de 2024 a setembro de 2025

    A produção de café da espécie Coffea arabica (café arábica), em nível mundial, prevista para a safra em curso de 2024-2025 foi estimada em um volume físico equivalente a 99,9 milhões de sacas de 60kg, desempenho que, caso se confirme , implicará um aumento de 4,2% na produção dessa espécie, na comparação com a safra global do mesmo ciclo anterior, que, no caso em tela, abrange o período compreendido entre os meses de outubro a setembro.

    Em complemento, com relação à safra da espécie  Coffea canephora  (café robusta+conilon), também em termos globais, prevista para o ano-cafeeiro em destaque, a qual foi estimada em 76,4 milhões de sacas de 60kg, volume físico que, Caso também se confirme, representará um crescimento de 4% na comparação com a safra mundial do anterior 2023-2024 do  C. canephora .

    Assim, a safra total mundial de café estimada para o ciclo mundial de 2024-2025, incluindo as duas espécies de cafés mencionadas, totalizará 176,2 milhões de sacas de 60kg, sendo que o  C. arabica  equivalerá a aproximadamente 56,7%, e, adicionalmente, a safra de  C. canephora  corresponderá a 43,3%, tanto em relação à safra global.

    Com base nestes números de desempenho da cafeicultura mundial das estimativas previstas para as duas espécies de café da safra em curso, vale estabelecer um comparativo e assim destacar o desempenho dos três países maiores produtores de café do mundo, que são, respectivamente, Brasil, Vietnã e Colômbia, cujas safras acumuladas corresponderam a 54,5% do total estimado em nível mundial.

    Convém esclarecer que os dados e análises deste estudo da produção dos cafés das duas espécies ( C. arabica  e  C. canephora ), tanto do panorama interno como do externo, foram obtidos do  Sumário Executivo do Café Outubro-2024 , o qual é publicado e divulgado mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura e Pecuária –  Mapa . E, ainda, que tal documento também está disponível na íntegra no  Observatório do Café  do  Consórcio Pesquisa Café , que é coordenado pela  Embrapa Café . Adicionalmente, também vale ressaltar que a safra mundial de café para a Organização Internacional do Café – OIC compreende o período de outubro a setembro.

    Assim, retomando o foco desta análise, obviamente com base nos dados do Sumário, constata-se que o mundo, tradicionalmente o país maior produtor de café do café, cuja produção total prevista para o ano cafeeiro atual de 2024, incluindo a soma das duas espécies, sendo 39,58 milhões de sacas de  C. arabica , mais 15,2 milhões de  C. canephora , totalizará 54,78 milhões de sacas, volume que equivalerá a 31% da safra mundial.

    Na sequência, destaca-se o Vietname, segundo país maior produtor de café em nível mundial, incluindo também as duas espécies, sendo que o  C. canephora  deverá ser responsável por oferecer 27,9 milhões de sacas, e, adicionalmente, a safra do  C. arábica  atingirá apenas 1,2 milhão de sacas, totalizando 29,1 milhões de sacas, as quais representarão aproximadamente 16,5% da produção mundial.

    E, por fim, como destaque neste ranking dos três países maiores produtores de café do mundo, vem a Colômbia, que produz apenas  C. arabica , país que teve a sua safra estimada em 12,4 milhões de sacas, a qual corresponderá a um percentual de apenas 7% da safra mundial acumulada das duas espécies.

    Observatório do Café

    Desenvolvido pela Embrapa Café tem como objetivos principais revelar, analisar e divulgar, de forma sistemática, dados estatísticos e informações sobre tendências de produção e consumo, oportunidades e ameaças dos mercados internos e externos, além de identificar possíveis trajetórias e demandas para o processo de inovação, bem como divulgar os resultados das pesquisas realizadas pelo Consórcio Pesquisa Café.

  • Chuvas trazem alívio parcial aos cafeicultores, mas déficit hídrico ainda preocupa

    Chuvas trazem alívio parcial aos cafeicultores, mas déficit hídrico ainda preocupa

    Nos últimos dias, chuvas têm sido registradas em diversas regiões produtoras de café no Brasil, trazendo um alívio parcial aos cafeicultores, que enfrentavam preocupações devido ao clima desfavorável. Segundo pesquisadores do Cepea, as precipitações também ocorridas na segunda semana de outubro permitiram a abertura de flores nas lavouras, e as chuvas recentes são vistas como essenciais para o pegamento dessas flores e a abertura de novas.

    Apesar desse cenário positivo, o déficit hídrico nas regiões produtoras ainda é significativo, o que faz com que a constância das chuvas seja indispensável para garantir o bom desenvolvimento da safra 2025/26. Especialistas ressaltam que, embora as chuvas tenham proporcionado certo alívio, os volumes registrados até o momento não são suficientes para reverter completamente os efeitos da seca prolongada, especialmente nas áreas de café arábica.

    Em muitas praças produtoras, o volume de chuvas ainda é considerado baixo, e isso gera incertezas quanto à real influência no pegamento das floradas. O alívio imediato não descarta a necessidade de monitoramento contínuo das condições climáticas, uma vez que o estresse hídrico nas plantas pode afetar a produtividade caso as chuvas não se mantenham regulares nos próximos meses.