Tag: café

  • Receita bruta dos Cafés do Brasil estimada para o ano 2025 atinge R$ 123,28 bilhões

    Receita bruta dos Cafés do Brasil estimada para o ano 2025 atinge R$ 123,28 bilhões

    O valor bruto da produção dos Cafés do Brasil que foi estimado para este ano-cafeeiro 2025 atingiu a cifra total de R$ 123,28 bilhões, o qual teve como base e referência para os cálculos os preços médios efetivamente recebidos pelos produtores brasileiros nos meses de janeiro e fevereiro do corrente ano.

    Neste contexto da avaliação do desempenho da receita bruta do setor cafeeiro nacional, caso seja estabelecido um comparativo do montante estimado para 2025 com o faturamento efetivamente apurado no ano-cafeeiro 2024, que foi de R$ 80,47 bilhões, verifica-se que a cifra estimada para este ano em curso, obviamente, se confirmada, representará um expressivo acréscimo de aproximadamente 53%.

    Assim, em relação a 2025, as estimativas do faturamento de Coffea arabica (café arábica) apontam que essa espécie deverá arrecadar o equivalente a R$ 87,03 bilhões, valor que representará em torno de 70,6% da cifra total. E, em complemento, para os cafés da espécie de Coffea canephora (café robusta+conilon), referidos cálculos iniciais apontam que a receita bruta atingirá R$ 36,25 bilhões, valor que equivalerá a 29,40% do que foi estimado em nível nacional para o Valor Bruto da Produção – VBP – Café.

    Como os Cafés do Brasil são produzidos nas cinco regiões geográficas do País, em praticamente vinte estados da Federação, incluindo o Distrito Federal, um demonstrativo em ordem decrescente da receita bruta do setor estimada para essas regiões aponta que a Região Sudeste, cujo valor calculado foi o equivalente a R$ 104,60 bilhões, constata-se que tal região lidera de forma absoluta esse ranking com participação de 84,84% do faturamento total nacional.

    E, na segunda posição, vem a Região Nordeste com valor estimado em R$ 9,86 bilhões, o qual corresponde a praticamente 8%; a qual é seguida pela Região Norte, em terceiro lugar, cuja receita bruta foi estimada R$ 6,01 bilhões, e, assim, equivale a 4,88% do total geral.  Na quarta colocação do VBP dos Cafés do Brasil, destaca-se a Região Sul, com R$ 1,77 bilhões, montante que corresponde a 1,45% do total nacional.

    Na quinta posição desse ranking das cinco regiões geográficas brasileiras produtoras de café, vem a Região Centro-Oeste, que teve seu faturamento bruto estimado em R$ 1,02 bilhões, cifra que representa aproximadamente 0,83% do VBP do ano-cafeeiro 2025.

    Finalmente, vale também acrescentar que, caso os dados do valor bruto do ano-cafeeiro 2025 estimado para o C. arabica se confirmem, tal performance representará um crescimento de aproximadamente 50,0% em relação ao faturamento efetivamente obtido para essa espécie em 2024, o qual foi de R$ 58,27 bilhões. Em complemento, estabelecendo a mesma base comparativa para a espécie de C. canephora, haja vista que o faturamento do ano anterior foi de R$ 22,19 bilhões, constata-se que haverá um crescimento anual em torno de 64%.

    Convém esclarecer que estas análises da performance do VBP dos Cafés do Brasil, no caso, estimativas para o ano-cafeeiro 2025, que estão sendo objeto de divulgação pelo Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, têm como referência apenas os preços médios recebidos pelo produtores no primeiro bimestre de 2025, com base nas cotações do café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, e no café robusta tipo 6, peneira 13 acima, com 86 defeitos. E ainda que tal documento é elaborado mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura e Pecuária – Mapa.

  • Receita bruta dos Cafés do Brasil* estimada para o ano 2025 atinge R$ 123,28 bilhões

    Receita bruta dos Cafés do Brasil* estimada para o ano 2025 atinge R$ 123,28 bilhões

    O valor bruto da produção dos Cafés do Brasil que foi estimado para este ano-cafeeiro 2025 atingiu a cifra total de R$ 123,28 bilhões, o qual teve como base e referência para os cálculos os preços médios efetivamente recebidos pelos produtores brasileiros nos meses de janeiro e fevereiro do corrente ano.

    Neste contexto da avaliação do desempenho da receita bruta do setor cafeeiro nacional, caso seja estabelecido um comparativo do montante estimado para 2025 com o faturamento efetivamente apurado no ano-cafeeiro 2024, que foi de R$ 80,47 bilhões, verifica-se que a cifra estimada para este ano em curso, obviamente, se confirmada, representará um expressivo acréscimo de aproximadamente 53%.

    Assim, em relação a 2025, as estimativas do faturamento de Coffea arabica (café arábica) apontam que essa espécie deverá arrecadar o equivalente a R$ 87,03 bilhões, valor que representará em torno de 70,6% da cifra total. E, em complemento, para os cafés da espécie de Coffea canephora (café robusta+conilon), referidos cálculos iniciais apontam que a receita bruta atingirá R$ 36,25 bilhões, valor que equivalerá a 29,40% do que foi estimado em nível nacional para o Valor Bruto da Produção – VBP – Café.

    Como os Cafés do Brasil são produzidos nas cinco regiões geográficas do País, em praticamente vinte estados da Federação, incluindo o Distrito Federal, um demonstrativo em ordem decrescente da receita bruta do setor estimada para essas regiões aponta que a Região Sudeste , cujo valor calculado foi o equivalente a R$ 104,60 bilhões, constata-se que tal região lidera de forma absoluta esse ranking com participação de 84,84% do faturamento total nacional.

    E, na segunda posição, vem a Região Nordeste com valor estimado em R$ 9,86 bilhões, o qual corresponde a praticamente 8%; a qual é seguida pela Região Norte , em terceiro lugar, cuja receita bruta foi estimada R$ 6,01 bilhões, e, assim, equivale a 4,88% do total geral. Na quarta colocação do VBP dos Cafés do Brasil, destaca-se a Região Sul , com R$ 1,77 bilhões, montante que corresponde a 1,45% do total nacional.

    Na quinta posição desse ranking das cinco regiões geográficas brasileiras produtoras de café, vem a Região Centro-Oeste , que teve seu faturamento bruto estimado em R$ 1,02 bilhões, cifra que representa aproximadamente 0,83% do VBP do ano-cafeeiro 2025.

    Finalmente, vale também acrescentar que, caso os dados do valor bruto do ano-cafeeiro 2025 estimado para o C. arabica se confirmem, tal performance representará um crescimento de aproximadamente 50,0% em relação ao faturamento efetivamente obtido para essa espécie em 2024, o qual foi de R$ 58,27 bilhões. Em complemento, estabelecendo a mesma base comparativa para a espécie de C. canephora , haja vista que o faturamento do ano anterior foi de R$ 22,19 bilhões, constata-se que haverá um crescimento anual em torno de 64%.

    Convém esclarecer que estas análises da performance do VBP dos Cafés do Brasil, no caso, estimativas para o ano-cafeeiro 2025, que estão sendo objeto de divulgação pelo Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café , coordenado pela Embrapa Café , têm como referência apenas os preços médios recebidos pelo produtores no primeiro bimestre de 2025, com base nas cotações do café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, e no café robusta tipo 6, peneira 13 acima, com 86 defeitos. E ainda que tal documento é elaborado mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura e Pecuária – Mapa .

     

  • Exportações brasileiras de café batem recorde na safra 2024/25, apesar de recuo em fevereiro

    Exportações brasileiras de café batem recorde na safra 2024/25, apesar de recuo em fevereiro

    Apesar da queda observada em fevereiro, as exportações brasileiras de café acumulam 33,45 milhões de sacas na parcial da safra 2024/25 (de julho/24 a fevereiro/25), alcançando um recorde para esse período, conforme aponta a série histórica do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

    Pesquisadores do Cepea ressaltam que a atual temporada tem sido marcada por volumes elevados de embarques. Esse movimento foi impulsionado pela legislação da União Europeia sobre a importação de produtos livres de desmatamento, o que levou a uma antecipação expressiva das exportações antes do adiamento da regulamentação.

    Caso essa legislação entrasse em vigor em 2025, os embarques brasileiros de café poderiam enfrentar restrições. Para os próximos meses, no entanto, a tendência é de enfraquecimento das exportações, devido à menor disponibilidade de grãos da safra 2024/25 ainda passível de negociação e ao período de entressafra.

  • Por que o café está caro?

    Por que o café está caro?

    O café está caro e pesando mais no bolso dos brasileiros em 2024. Mas por que essa bebida tão popular está ficando tão cara?

    A alta nos preços é resultado de uma combinação de fatores que começam no campo e impactam o mercado global.

    A falta de chuvas durante o desenvolvimento das lavouras reduziu a oferta, obrigando os produtores a investir mais em insumos e no combate a pragas, elevando os custos de produção

    Entenda os motivos pelos quais o café está caro

    Entenda os motivos pelos quais o café está caro
    Entenda os motivos pelos quais o café está caro- Foto: Canva
    • Problemas climáticos e quebra de safra

    A falta de chuvas durante o desenvolvimento das lavouras de café afetou a produção, exigindo técnicas de manutenção mais caras e combatendo pragas que surgem com o calor. Isso resultou em uma quebra de safra e na redução da oferta de café no mercado.

    • Alta demanda global e exportações recordes

    Enquanto a oferta diminui, a demanda global por café aumenta. O Brasil, um dos maiores produtores e exportadores do mundo, registrou um volume recorde de exportações em 2024, impulsionado pela quebra de produção em outros países como Vietnã e Indonésia.

    • Desvalorização do real e alta das commodities

    A desvalorização do real frente ao dólar torna o café brasileiro mais caro para os consumidores estrangeiros, incentivando as exportações e diminuindo a oferta no mercado interno. Além disso, a alta dos preços das commodities nas bolsas internacionais também contribui para o aumento do preço do café no Brasil.

    • Impacto no bolso do consumidor

    O aumento do preço do café impacta diretamente o bolso do consumidor brasileiro, que já sente o peso da inflação nos alimentos. Para se ter uma ideia, o café aumentou 7,07% apenas entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, de acordo com o IPCA-15.

    A tendência é que o preço do café continue alto nos próximos meses, devido à combinação de fatores que afetam a produção e a demanda global. Para o consumidor, a dica é pesquisar preços e buscar alternativas para economizar na hora de comprar café.

  • Exportações dos cafés diferenciados atingem volume físico de 1,01 milhão de sacas de 60kg no mês de janeiro de 2025

    Exportações dos cafés diferenciados atingem volume físico de 1,01 milhão de sacas de 60kg no mês de janeiro de 2025

    As exportações dos Cafés do Brasil realizadas no mês de janeiro de 2025, no caso específico apenas dos cafés diferenciados , atingiram o volume físico total equivalente a 1,01 milhão de sacas de 60kg, que foram vendidas aos importadores ao preço médio unitário de US$ 388,35. Essas vendas possibilitaram ao País arrecadar US$ 393,0 milhões de receita cambial no mês, montante que representou 29,9% do total geral obtido com as exportações de todas as formas de cafés. Tecnicamente são considerados cafés diferenciados os que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis.

    Neste mesmo contexto, vale também ressaltar que o total geral das exportações de todas as formas dos cafés brasileiros no mês somou o correspondente a 3,97 milhões de sacas de 60kg, as quais foram vendidas ao preço médio unitário de US$ 330,88 e geraram uma receita cambial total de US$ 1,31. É interessante ressaltar que o desempenho das exportações dos cafés diferenciados denota uma variação média positiva do preço em relação aos demais tipos de cafés entre o mínimo de 13,2% e o máximo de 35,8%.

    Os seis principais países destinos das exportações dos cafés diferenciados brasileiros no mês em destaque, em ordem decrescente, foram, em primeiro lugar, os Estados Unidos, que adquiriram o equivalente a 206,65 mil sacas de 60kg, e, dessa forma, tais sacas representaram 20,4% das vendas desse tipo de café. Na segunda posição figura a Bélgica, com 135,21 mil sacas (13,4%), seguida da Alemanha, em terceiro, com 134,74 mil sacas (13,3%).

    Complementando esse ranking, na quarta posição, destaca-se o Japão por ter importado o equivalente a 67,18 mil sacas de 60kg dos cafés diferenciados (6,6%), logo seguido dos Países Baixos, cujas compras somaram 57,86 mil sacas (5,7%). E, por fim, na sexta posição, vem a Itália, com a compra equivalente a 56,12 mil sacas de 60kg, que corresponderam a 5,5% do total exclusivamente dos cafés diferenciados no mês de janeiro de 2025. Demais países importadores completaram os 100% das vendas desse tipo de café.

    Por fim, merece também destacar a divulgação e análise das exportações dos Cafés do Brasil que, no acumulado dos últimos doze meses, especificamente no período de fevereiro de 2024 a janeiro de 2025, o total geral das exportações de todas as formas de cafés somou o volume equivalente a 50,50 milhões de sacas de 60kg. E, mais que isso, que o preço médio da saca vendida desse volume no período foi de US$ 258,41, o que permitiu ao País obter uma receita cambial expressiva de US$ 13,05 bilhões.

    Detalhando tais vendas ao exterior, verifica-se que os cafés verdes atingiram o volume físico exportado de 46,25 milhões de sacas, dos quais em torno de 37,03 milhões de sacas de café arábica e mais 9,22 milhões de sacas de café robusta. Em complemento, foram exportadas o equivalente a 4,25 milhões de sacas de café industrializado, sendo em torno de 4,19 milhões de café solúvel, e, adicionalmente, pouco mais de 52 mil sacas de café torrado e moído.

    Finalmente, convém esclarecer que os dados que estão sendo objetos desta análise em tela, por meio do  Observatório do Café , tem como referência o  Relatório mensal de exportações de janeiro 2025 , do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil –  CECAFÉ , instituição que divulga mensalmente os dados estatísticos do desempenho das exportações dos Cafés do Brasil, estudo técnico que encontra-se a cada mês disponível no site do Consórcio Pesquisa Café  coordenado pela  Embrapa Café .

  • Preço do café arábica recua 5,7% após altas em fevereiro

    Preço do café arábica recua 5,7% após altas em fevereiro

    Após um início de fevereiro marcado por fortes valorizações, os preços do café arábica registram queda nos últimos dias, conforme apontam levantamentos do Cepea. O Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, iniciou a semana com média de R$ 2.545,30 por saca de 60 kg, recuando 5,7% em relação à segunda-feira anterior, dia 17.

    Pesquisadores do Cepea explicam que o movimento de baixa foi impulsionado pela queda nos preços internacionais, influenciada por realizações de lucros e ajustes técnicos após as expressivas altas registradas na Bolsa de Nova York (ICE Futures) nas primeiras semanas do mês.

    Apesar da desvalorização, o mercado segue atento à oferta limitada da safra 2024/25 no Brasil e às ondas de calor que atingem importantes regiões produtoras, fatores que podem impactar o desenvolvimento da nova temporada 2025/26. Produtores, especialmente no Espírito Santo, demonstram preocupação com os possíveis efeitos do clima na produção futura.

  • Calor extremo impacta produção de Café, Soja e Arroz no Brasil: Especialista aponta soluções agroecológicas

    Calor extremo impacta produção de Café, Soja e Arroz no Brasil: Especialista aponta soluções agroecológicas

    O calor intenso registrado nos últimos dias tem prejudicado significativamente as lavouras de café, soja, milho, arroz e frutas em diferentes regiões do Brasil. Na Região Sul, cultivos de soja, milho e arroz enfrentam dificuldades, enquanto no Sudeste, plantações de café e frutas sofrem com o estresse causado pelas altas temperaturas. Esses impactos são reflexos diretos das mudanças climáticas, que vêm intensificando desafios para a produção de alimentos no país.

    De acordo com Francis Lacerda , climatologista e pesquisadora do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), estratégias baseadas na agroecologia podem atenuar os efeitos adversos do clima e reduzir os riscos de insegurança alimentar. No entanto, ela alerta que essas práticas precisam ser adotadas urgentemente. “Existem práticas que ainda podem reduzir esses efeitos. Eu digo ainda porque daqui a pouco não vai poder mais”, afirma a especialista.

    Reflorestamento e Consórcio como Solução

    Lavoura de trigo - Imagem CenárioMT
    Lavoura de trigo – Imagem CenárioMT

    Uma das principais recomendações de Francis é o reflorestamento e a implementação de sistemas agroflorestais. Na agroecologia, o consórcio de culturas é uma prática amplamente utilizada, onde árvores frutíferas são plantadas junto com cultivos como feijão, milho ou outras leguminosas. Essa técnica promove interações benéficas entre as plantas, melhorando a resistência ao calor e à escassez de água.

    “Essas plantas vão interagir de forma que beneficiam umas às outras. Algumas têm raízes profundas que buscam água no subsolo, enquanto outras se protegem sob a sombra de árvores maiores. Precisamos implementar esse modelo de sistema agroflorestal”, explica a climatologista.

    Além disso, a diversificação de culturas fortalece a fertilidade do solo, reduz a incidência de pragas e doenças e contribui para a redução do uso de agrotóxicos. Isso resulta em vantagens econômicas e ambientais para os agricultores, como menor custo de produção e maior resiliência a condições climáticas extremas.

    Mudanças Climáticas Surpreendem Agricultores Familiares

    A grande maioria dos alimentos consumidos pelas famílias brasileiras vem da agricultura familiar, que está cada vez mais vulnerável às mudanças climáticas. Segundo Francis, os agricultores familiares estão perdendo a previsibilidade sazonal que orientava suas atividades agrícolas.

    “Quando ocorrem ondas de calor, organismos mais resilientes, como insetos, fungos e bactérias, proliferam rapidamente, devastando as lavouras”, explica. Para mitigar esses impactos, ela defende políticas públicas que incentivem o uso de tecnologias para captação e armazenamento de água, além da geração de energia renovável nas propriedades rurais.

    “A autonomia para produzir alimentos dentro dessas novas condições climáticas é essencial. Além disso, os agricultores devem ser apoiados para realizar o reflorestamento de suas terras. É possível, é barato e eles querem fazer isso”, enfatiza.

    Perda de Espécies Endêmicas

    Outro ponto preocupante destacado pela especialista é a diminuição de espécies vegetais endêmicas dos biomas brasileiros, especialmente aquelas adaptadas a ambientes secos e quentes. Um exemplo é o umbuzeiro, planta emblemática do semiárido brasileiro, conhecida por sua capacidade de armazenar água em suas raízes.

    “O umbuzeiro está sumindo da paisagem porque não consegue mais se adaptar às variáveis climáticas atuais. Ele era uma referência de resiliência no semiárido, mas agora enfrenta dificuldades”, avalia Francis.

    Lições para o Meio Urbano

    As soluções propostas pela climatologista também podem ser aplicadas ao ambiente urbano. Francis sugere a criação de espaços produtivos nas cidades, como quintais cultiváveis e “farmácias vivas”, onde plantas medicinais e alimentos podem ser cultivados localmente. No entanto, para que isso seja viável, é necessário o apoio de políticas públicas que orientem e financiem essas iniciativas.

    “Sem justiça social, não conseguiremos combater as mudanças climáticas. Precisamos pensar em formas inovadoras de garantir segurança hídrica, energética e alimentar tanto para as populações urbanas quanto para as rurais”, conclui.

  • Preços do café arábica atingem recorde real e seguem acima de R$ 2.700 por saca

    Preços do café arábica atingem recorde real e seguem acima de R$ 2.700 por saca

    Os preços do café arábica seguem em patamares históricos ao longo de fevereiro, renovando recordes reais da série do Cepea, iniciada em novembro de 1996. No dia 12 de fevereiro, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, atingiu R$ 2.769,45/saca de 60 kg, o maior valor já registrado em termos reais, considerando a atualização pelo IGP-DI de janeiro de 2025. Nos dias seguintes, apesar de pequenas oscilações, as cotações permaneceram acima dos R$ 2.700/sc, consolidando um avanço superior a R$ 500 por saca apenas em 2025.

    De acordo com pesquisadores do Cepea, os preços elevados refletem os baixos estoques nacional e global da variedade, que sustentam o movimento de alta. Além disso, as projeções indicam que a produção brasileira da safra 2025/26 deve ser novamente modesta, mantendo a pressão sobre o mercado. Apesar das cotações recordes, a demanda segue aquecida, demonstrando a resiliência do consumo mesmo diante de custos elevados.

    No campo, as lavouras de arábica entram na fase final de desenvolvimento da temporada, mas o clima tem gerado preocupações entre os produtores. O forte calor e os períodos mais secos registrados nesta semana acendem um alerta para possíveis impactos na produtividade e na qualidade do grão, fatores que podem influenciar ainda mais as cotações nos próximos meses.

  • Senar-MT realiza curso piloto sobre classificação e degustação de café para valorização da cafeicultura Mato-Grossense

    Senar-MT realiza curso piloto sobre classificação e degustação de café para valorização da cafeicultura Mato-Grossense

    O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) realizou, entre os dias 04 e 07 de fevereiro, no Sindicato Rural de Cuiabá, a pilotagem do novo treinamento “Classificação e Degustação de Café”. A capacitação foi criada com o objetivo de fortalecer a cadeia produtiva da cafeicultura em Mato Grosso devido à valorização do Café Robusta, popular pela variedade Conilon, que se destaca pela qualidade da bebida e pela excelente adaptação às condições locais.

    Com foco na profissionalização dos produtores rurais, o curso promove a capacitação dos participantes para a correta classificação de cafés, utilizando a Classificação Oficial Brasileira, que inclui aspectos físicos e sensoriais dos grãos. A etapa de seleção é crucial para a comercialização do café, já que grãos de melhor qualidade tendem a alcançar preços mais elevados no mercado.

    “Esse evento foi realizado com o objetivo de propiciar ao produtor rural para que ele entenda a qualidade do produto, pós colheita e o manejo do café e a influência que vai trazer aos grãos”, explica a instrutora do Senar-MT, Úrsula Clarissa.

    O treinamento também fortalece a cultura do café em Mato Grosso. Atualmente, A Assistência Técnica e Gerencial do Senar-MT atende 171 propriedades rurais com uma área total produtiva de 302,66 hectares. Segundo a supervisora de ATeG da instituição, Juliana Dias, os produtores têm a oportunidade de reconhecerem e explorarem o potencial da sua produção com mais qualidade.

    “Com mais esse curso, o cafeicultor atendido pelo Senar garante que o café produzido no estado esteja alinhado aos padrões exigidos pelo mercado, o que contribui diretamente para o aumento da competitividade e rentabilidade da cafeicultura mato-grossense”, destaca Juliana.

    Para o presidente do Sindicato Rural de Cuiabá, Celso Nogueira, o curso do Senar-MT também garante mais segurança aos cafeicultores no momento da comercialização dos grãos e a possibilidade de obter mais valorização do produto.

    “Quando o produtor adquiri esse tipo de conhecimento, dificilmente ele vai ter problemas durante a venda do café. A margem para alguma dificuldade no momento da comercialização é quase nula e isso só alavanca a sua rentabilidade”, garante Celso.

    Também estiveram presentes na inauguração do curso o presidente da ACAFEMAT, Douglas Santinni e o secretário municipal de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento de Cuiabá, Felippe Corrêa.

  • Safra de café 2025/26 se desenvolve bem, mas previsão de calor preocupa produtores

    Safra de café 2025/26 se desenvolve bem, mas previsão de calor preocupa produtores

    O bom volume de chuvas nas principais regiões produtoras de café do Brasil, registrado desde outubro de 2024, tem favorecido o desenvolvimento da safra 2025/26. Pesquisadores do Cepea indicam que as lavouras apresentam uma evolução satisfatória, trazendo otimismo ao setor. No entanto, as condições climáticas previstas para fevereiro geram apreensão entre os cafeicultores.

    A previsão para este mês aponta para chuvas abaixo da média histórica e temperaturas acima do normal, o que pode impactar negativamente a fase final do ciclo produtivo. Como a safra já foi afetada pelo calor e pela seca durante boa parte de 2024, qualquer estresse hídrico adicional pode comprometer tanto a qualidade dos grãos quanto os volumes colhidos.

    O Cepea destaca que a temperatura nas próximas semanas será um fator crucial para garantir um produto de qualidade. O calor excessivo pode prejudicar o café de duas formas: além de reduzir o potencial de bebida, já que a planta necessita de noites amenas para uma boa formação do grão, também pode acelerar a secagem dos frutos ainda nos pés, afetando a produtividade e a uniformidade da colheita.

    Diante desse cenário, produtores seguem atentos às condições climáticas e às estratégias de manejo para minimizar possíveis perdas. O setor acompanha de perto as previsões meteorológicas, pois qualquer variação pode determinar o rumo da safra e, consequentemente, impactar os preços do café no mercado.