Tag: café

  • Produção de café apresenta recuperação de 2,7% em 2025, estimada em 55,7 milhões de sacas

    Produção de café apresenta recuperação de 2,7% em 2025, estimada em 55,7 milhões de sacas

    Mesmo em ano de bienalidade negativa, a produção de café deve apresentar um crescimento de 2,7% na safra 2025 frente ao volume colhido na temporada passada, sendo estimada em 55,7 milhões de sacas. Caso o volume estimado se confirme ao final do ciclo, este será o maior já registrado para um ano de baixa bienalidade, superando em 1,1% a colheita registrada em 2023. Já a área total destinada à cafeicultura deverá registrar um aumento de 0,8%, chegando a 2,25 milhões de hectares. A área em produção deve registrar uma queda de 1,4%, estimada em 1,86 milhão de hectares, enquanto a área em formação tende a apresentar um incremento de 12,3%, movimento esperado para anos de bienalidade negativa. Os dados estão no 2º Levantamento da Safra de Café 2025, divulgado nesta terça-feira (6) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    O bom resultado estimado na safra total de café é influenciado, principalmente, pela recuperação de 28,3% nas produtividades médias das lavouras de conilon. Com isso, a expectativa de produção para esta espécie está estimada em 18,7 milhões de sacas, um novo recorde para a série histórica da Conab. Este resultado se deve, sobretudo, à regularidade climática durante as fases mais críticas das lavouras, que beneficiaram floradas positivas, e a boa quantidade de frutos por rosetas.

    Apenas no Espírito Santo, maior produtor de conilon do país, é esperada uma produção de 13,1 milhões de sacas, crescimento justificado pelas boas precipitações verificadas no norte do estado, região que corresponde a 69% da área da espécie no país. Na Bahia, a Conab também espera uma recuperação na colheita de conilon de 28,2%, estimada em 2,5 milhões de sacas. Neste cenário, o estado baiano recupera a posição de 2º maior produtor da espécie, ultrapassando Rondônia onde a expectativa é de uma colheita de 2,28 milhões de sacas.

    Já para o café arábica, espécie mais afetada pela bienalidade, a Conab prevê uma redução de 6,6% na colheita, com previsão de uma safra em torno de 37 milhões de sacas. Em Minas Gerais, estado com maior área destinada para a produção de arábica, é esperada uma colheita de 25,65 milhões de sacas. De acordo com o levantamento, além do reflexo já esperado pelo ciclo de bienalidade da planta, entre abril e setembro do ano passado foi registrado um longo período seco e as lavouras enfrentaram instabilidade, apresentando menor vigor vegetativo, influenciando na queda de potencial produtivo dos cafezais.

    Em São Paulo, a produtividade média também foi impactada pelos efeitos fisiológicos de baixa bienalidade, acompanhados pelas condições climáticas adversas registradas nas regiões produtoras. Com isso é esperada uma queda de 3,8% no desempenho das lavouras. Por outro lado, a área destinada para a produção cresceu em 5,3%, chegando a 196 mil hectares, o que compensa a perda esperada nas produtividades resultando em um aumento na produção de 1,3%, estimada em 5,5 milhões de sacas.

    Mercado

    Após o recorde de exportação de café em 2024, quando o Brasil exportou 50,5 milhões de sacas de 60 quilos, os embarques para o exterior apresentaram uma ligeira redução no primeiro trimestre de 2025. No acumulado de janeiro a março de 2025, o Brasil exportou 11,7 milhões de sacas de 60 quilos, o que representa uma baixa de 1% na comparação com igual período do ano anterior, segundo dados consolidados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Essa redução na exportação em volume já era esperada devido à restrição dos estoques internos nos meses iniciais de 2025, influenciados pela limitação da produção nos últimos anos e exportação elevada no ano anterior.

    Mesmo com a queda no volume comercializado, o valor com as vendas internacionais apresentou aumento no primeiro trimestre de 2025, movimento favorecido pelo cenário de alta dos preços do café neste início de ano. No acumulado de janeiro a março de 2025, o Brasil exportou US$ 4,1 bilhões, o que representa um aumento de 68,9% na comparação com igual período de 2024.

    As cotações do produto no mercado internacional devem continuar pressionadas ao longo do ano, mesmo com a expectativa de aumento na produção mundial pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), visto que os estoques do grão seguem em níveis baixos possibilitando preços em patamares mais elevados.

    Os números detalhados da produção brasileira de café e as análises de mercado do grão podem ser conferidos no Boletim completo do 2º Levantamento de Café – Safra 2025, publicado no site da Companhia.

  • Chuvas no fim de abril são bem-vindas às lavouras de café

    Chuvas no fim de abril são bem-vindas às lavouras de café

    As chuvas ocorridas neste final de abril em praticamente todas as regiões produtoras de café arábica têm auxiliado o desenvolvimento final dos grãos da safra 2025/26, além de já melhorarem as condições dos cafezais para a temporada 2026/27, apontam pesquisadores do Cepea.

    Segundo o Centro de Pesquisas, ainda é cedo para especular sobre a safra 2026/27, mas as atuais temperaturas amenas e a maior umidade neste começo de outono são primordiais para as plantas, em especial as de sequeiro – esta temporada deve registrar floradas a partir de setembro de 2025.

    No campo, agentes consultados pelo Cepea relatam casos pontuais de produtores de arábica realizando catação em áreas mais precoces, como na região de Franca.

    Ressalta-se, no entanto, que a colheita não se iniciou na maioria das praças. A maturação dos grãos ainda é irregular, e permanece a preocupação quanto à qualidade da safra e à bebida, diante dos impactos climáticos ao longo do desenvolvimento da produção da safra 2025/26.

  • Clima preocupa cafeicultores às vésperas da colheita da safra 2025/26

    Clima preocupa cafeicultores às vésperas da colheita da safra 2025/26

    Com a colheita da safra 2025/26 se aproximando, os produtores brasileiros de café voltam suas atenções para o comportamento do clima. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), as chuvas nesta fase final de desenvolvimento dos grãos são determinantes para garantir qualidade e bom enchimento dos frutos.

    Informações coletadas pelo Centro de Pesquisas apontam que muitos grãos ainda não atingiram o tamanho ideal. A expectativa era de que esta temporada apresentasse um maior percentual de cafés com peneira 17/18 – que corresponde aos grãos maiores e mais valorizados no mercado –, mas essa previsão pode não se concretizar caso o regime de chuvas não colabore nas próximas semanas.

    Em Minas Gerais, maior produtor de arábica do país, a colheita está prevista para começar em meados de maio. Já no Espírito Santo, principal estado produtor de café robusta, os primeiros volumes começaram a ser colhidos, ainda que de forma tímida. A expectativa é de que o ritmo se intensifique a partir do final de abril.

    A situação climática nas próximas semanas será crucial para o desfecho desta safra, especialmente no que diz respeito à qualidade e ao rendimento dos grãos. A colheita em condições ideais pode significar melhores preços e maior competitividade no mercado internacional, do qual o Brasil é líder.

  • Exportações dos Cafés do Brasil registram crescimento de 41,8% na receita cambial e queda de 24,9% no volume exportado em março de 2025

    Exportações dos Cafés do Brasil registram crescimento de 41,8% na receita cambial e queda de 24,9% no volume exportado em março de 2025

    As exportações dos Cafés do Brasil, no mês de março de 2025, incluindo as espécies de Coffea arabica (arábica) e de Coffea canephora (robusta+conilon), atingiram um volume físico equivalente a 3,28 milhões de sacas de 60kg, que representou uma queda de 24,9% na comparação com março de 2024. Apesar da queda significativa do volume exportado, a receita cambial obtida no período foi de US$ 1,3 bilhão, valor que representa um expressivo aumento de 41,8% nas divisas arrecadadas, nos mesmos termos comparativos. O preço médio da saca de café vendida ao exterior em março de 2025 foi de US$ 401,85, valor que retrata um aumento de 88,77% na comparação com o preço médio da saca em março de 2024 que foi de US$ 212,87.

    Com relação ao volume total exportado no mês em análise, cabe acrescentar que os cafés da espécie de C. arabica  somaram 2,81 milhões de sacas, que equivalem a 85,6% dessas exportações, o que representou redução de 10,7% na comparação com o desempenho de março de 2024; e, na segunda posição, destaca-se o café solúvel, com 330,13 mil sacas, 10% do total exportado. E, em terceiro lugar, a espécie de C. canephora, com 138,58 mil de sacas, número que representa 4,2% do total exportado, a despeito de uma queda significativa de 83,93% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. E, por fim, vem o café torrado e moído, cujas vendas ao exterior atingiram apenas 4,8 mil sacas, volume que corresponde a aproximadamente 0,2% do total exportado dos Cafés do Brasil em março de 2025.

    Antes de prosseguir com esta análise do desempenho das exportações dos Cafés do Brasil, convém esclarecer que os números e demais dados citados, entre várias outras informações do setor, constam do Relatório mensal março 2025, do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé, o qual está disponível na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.

    Ao estender esta análise das exportações dos Cafés do Brasil para os primeiros nove meses do ano cafeeiro 2024/2025, período que compreende julho de 2024 a março de 2025, verifica-se um aumento de 5% no volume exportado, se comparado com o desempenho do mesmo período anterior, ao subir de 35,12 milhões para 36,88 milhões de sacas. A receita cambial registrou um novo recorde histórico para o período ao aumentar 58,2% e atingir US$ 11,09 bilhões nos primeiros nove meses do ano cafeeiro 2024/2025. Cabe destacar ainda que os US$ 7,01 bilhões registrados no ano cafeeiro 2023/2024 constituíam o antigo recorde do mesmo período.

    Ao mudar o período desta análise para os três primeiros meses do ano civil atual, ou seja, de janeiro a março de 2025, e considerar apenas o desempenho das exportações brasileiras de cafés diferenciados, que são aqueles que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis, verifica-se aumento, no volume vendido, de 31% em relação aos três primeiros meses de 2024, ao passar de 2,15 milhões para 2,82 milhões de sacas de 60kg.

    Com relação à receita cambial arrecada com as exportações dos cafés diferenciados nos três primeiros meses do ano civil, vale também destacar o expressivo aumento de 134,3% na comparação dos mesmos períodos de 2024 e 2025, com um preço médio de US$ 415,09 por saca, o Brasil arrecadou US$ 1,17 bilhão em divisas com as exportações desse tipo de café, superando assim o antigo recorde do período, que foi de US$ 505,5 milhões, registrado justamente no ano passado.

    Os cinco principais países destinos das exportações dos cafés diferenciados brasileiros, nos três primeiros meses de 2025, em ordem decrescente, foram: em primeiro lugar, os Estados Unidos, que adquiriram o equivalente a 524,65 mil sacas de 60kg, e, dessa forma, tais sacas representaram 18,6% das vendas desse tipo de café. Na segunda posição figura a Alemanha, com 367,70 mil sacas (13%), seguida da Bélgica, em terceiro, com 275,93 mil sacas (9,8%), na quarta posição, os Países Baixos, com 194,50 mil sacas (6,9%). E, por fim, na quinta posição, vem o Japão, com a compra equivalente a 189,54 mil sacas de 60kg, as quais corresponderam a 6,7% do total exclusivamente das vendas dos cafés diferenciados de janeiro a março de 2025. Demais países importadores completaram os 100% das vendas desse tipo de café.

  • Tarifas dos EUA trazem incertezas aos produtores de café

    Tarifas dos EUA trazem incertezas aos produtores de café

    Os preços do café vêm sendo influenciados por incertezas quanto aos impactos das tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre o mercado global.

    Segundo pesquisadores do Cepea, esse contexto tem afastado agentes de mercados de maior risco, refletindo no câmbio e pressionando os valores do grão nas Bolsas.

    Além disso, a proximidade da colheita de robusta no Brasil reforça a pressão sobre as cotações. Só nos primeiros sete dias de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, caiu 360,59 Reais/saca de 60 kg (ou 7,7%), iniciando a semana à média de R$ 1.586,38/saca de 60 kg, o menor valor desde 18 de novembro de 2024.

    De modo geral, no caso do robusta, as tarifas norte-americanas podem trazer alguma vantagem competitiva ao setor brasileiro, conforme avaliam pesquisadores do Cepea. Isso porque, para o Brasil, a tarifa de exportação aos EUA passa a ser de 10%, enquanto importantes países concorrentes dessa variedade receberam taxações bem mais elevadas, de 46% no caso do Vietnã e de 32% para a Indonésia.

  • Mato Grosso desenvolve nanopartículas de café para uso farmacêutico e alimentício

    Mato Grosso desenvolve nanopartículas de café para uso farmacêutico e alimentício

    Pesquisadores em Mato Grosso estão inovando ao desenvolver nanopartículas a partir de materiais que antes eram considerados coprodutos da cafeicultura. O fruto inteiro do café verde, a casca e a película prateada, ricos em compostos fenólicos, minerais e antioxidantes, estão sendo transformados em ingredientes de alto valor para as indústrias farmacêutica e alimentícia.

    A nanotecnologia se apresenta como a abordagem mais eficaz e segura para essa aplicação, garantindo maior estabilidade, melhor absorção pela pele e a preservação das propriedades bioativas dos compostos extraídos do café. A iniciativa visa otimizar o processo para produção em grande escala e também desenvolver formulações lipossomas. Os lipossomas, pequenas estruturas esféricas compostas por lipídios, atuam como transportadores de ingredientes ativos, potencializando sua penetração e eficácia em produtos como cosméticos, sabonetes líquidos, águas micelares e hidratantes para o rosto e área dos olhos.

    Essa tecnologia tem o objetivo de aumentar a eficácia terapêutica e a segurança biológica do extrato de café, aspectos cruciais para sua utilização na indústria de cosméticos. O projeto conta com o incentivo financeiro do Edital Centelha Bolsa Desenvolvimento Tecnológico e Industrial do Governo do Estado, gerido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat). A pesquisa está sendo conduzida pela empresa Cafenólicos, sob a coordenação da farmacêutica doutora Wanessa Costa Silva Faria, com a participação do doutorando Luciano Carlos de Arruda.

    Entre os resultados esperados do estudo estão a padronização do processo de extração em larga escala, assegurando a consistência no rendimento e na concentração das substâncias ativas. Além disso, a equipe busca identificar fornecedores que atendam aos rigorosos padrões de qualidade e ofereçam preços viáveis, tornando possível a produção industrial de um produto final de alta qualidade.

    O impacto desse estudo promete ir além da indústria de cosméticos. O café verde, frequentemente visto como um subproduto, poderá se tornar uma matéria-prima valiosa para a criação de novos ingredientes tanto para o setor farmacêutico quanto para o alimentício. A expectativa é que a iniciativa também estimule a produção de cafés orgânicos, agregando ainda mais valor à cadeia produtiva e facilitando a obtenção de certificações de qualidade para os produtos derivados dessa pesquisa inovadora.

    “A indústria farmacêutica tem demonstrado crescente interesse em compostos bioativos extraídos de vegetais, devido aos seus diversos benefícios à saúde, como ação antioxidante, antiobesogênica, anti-hipertensiva e anticancerígena. Estudos indicam que o café verde possui maior concentração desses compostos em comparação ao café maduro, tornando sua extração em larga escala um projeto promissor”, acrescentou Arruda.

    Entre os principais objetivos do projeto, estão a prestação de serviços técnicos no desenvolvimento de nanoestruturas com extrato do café verde, a busca por orçamentos, a qualificação de fornecedores e a produção em larga escala dos extratos vegetais.

    “Dessa forma, o projeto se posiciona como uma inovação estratégica para os setores cosmético e farmacêutico, promovendo sustentabilidade e aproveitamento integral do café verde”, destacou a coordenadora do projeto, doutora Wanessa Faria.

  • Cientistas em Mato Grosso exploram o uso da nanotecnologia no café verde

    Cientistas em Mato Grosso exploram o uso da nanotecnologia no café verde

    Pesquisadores em Mato Grosso estão transformando “sobras” do café verde em ingredientes valiosos. Eles criaram nanopartículas a partir do fruto integral, da casca e da película do café, materiais ricos em substâncias como antioxidantes e minerais. O objetivo é usar esses componentes nas indústrias de cosméticos e alimentos.

    A nanotecnologia é a chave desse processo. Ela permite que esses compostos sejam utilizados de forma mais estável, eficaz e segura. Isso significa que eles podem ser melhor absorvidos pela pele e manter suas propriedades benéficas por mais tempo.

    A pesquisa busca produzir esses ingredientes em grande quantidade e desenvolver formulações especiais, como os lipossomas. Essas estruturas minúsculas ajudam a transportar os ingredientes ativos de forma mais eficiente em produtos como sabonetes líquidos, águas micelares e hidratantes para o rosto e área dos olhos. A expectativa é que essa tecnologia torne os cosméticos mais potentes e seguros.

  • Preços do café interrompem sequência de altas e caem em março

    Preços do café interrompem sequência de altas e caem em março

    Depois de subirem por praticamente quatro meses seguidos e renovarem os recordes reais, os preços do café encerraram março enfraquecidos, conforme apontam levantamentos do Cepea.

    Para o arábica, a média mensal do Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, foi de R$ 2.547,71/saca de 60 kg, queda de 3,16% (ou de aproximadamente 80 Reais/sc) frente à de fevereiro.

    Quanto ao robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, teve média de R$ 2.003,02/sc de 60 kg em março, 2,3% abaixo da do mês anterior (ou recuo de 47,07 Reais/sc).

    Segundo pesquisadores do Cepea, o mercado segue à espera de uma sinalização mais concreta quanto ao volume da próxima safra brasileira (2025/26).

    De qualquer forma, o movimento de alta consecutiva nos preços parece ter sido interrompido em meados de março, quando voltou a chover em regiões produtoras e o forte calor foi amenizado, em especial nas áreas de arábica.

    Ainda conforme o Centro de Pesquisas, parte das praças ficou mais de 30 dias sem chuvas, contexto que vinha prejudicando o enchimento e a maturação dos grãos.

  • Informativo Agropecuário de Rondônia: Saca de café aumentou 74% em 2024

    Informativo Agropecuário de Rondônia: Saca de café aumentou 74% em 2024

    A saca de 60 quilos de café beneficiado, que em 2023 foi negociada, na média do ano, a R$ 628,35 em Rondônia, em valores deflacionados pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna da Fundação Getúlio Vargas (IGP-DI/FGV), alcançou R$ 1.096,78 em 2024, conforme dados consolidados da pesquisa semanal de preços da Emater-RO. A alta expressiva desse grão deve-se a alguns fatores, tais como: redução da produção mundial devido a condições climáticas desfavoráveis; aumento do consumo; estoques mundiais reduzidos; aumento dos custos de produção; e baixa taxa de câmbio.

    No que diz respeito à produção de grãos no país na safra 2024/2025, estima-se que sejam produzidas 328,3 milhões de toneladas, com destaque para a soja, que deve responder por 51% desse total.

    A estimativa para Rondônia é que sejam colhidas 4,6 milhões de toneladas nesta safra, produção 10,4% maior do que a obtida na safra anterior, com expansão de 8,2% da área plantada, de pouco mais de 1,1 milhão de hectares.

    Informativo Agropecuário de Rondônia

    Essas e outras informações sobre a produção agropecuária, com foco no estado de Rondônia, estão disponíveis na 16ª edição do Informativo Agropecuário de Rondônia, editado pelos profissionais da Embrapa Rondônia. O documento traz dados sobre a estimativa da safra de grãos no estado, divulgados pela Conab no 6º levantamento da safra de grãos 2024/2025, em março deste ano, bem como informações sobre a produção de outros produtos agropecuários, tais como café, mandioca, banana, peixes, carne e leite.

    O material reúne informações coletadas em diversas fontes de dados oficiais,  que permitem o acesso aos dados de maneira agregada e suas respectivas análises. Além disso, as fontes consultadas também estão disponíveis no documento para quem desejar se aprofundar no assunto.

    Os dados apresentados foram obtidos de fontes secundárias, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Emater-RO, entre outros.

    Soja desponta na produção de grãos

    Com relação à produção de grãos a soja continua sendo a principal cultura agrícola do estado, com área plantada de 686,9 mil hectares e produção estimada de 2,4 milhões de toneladas, 7,1% maior do que a colhida na safra 2023/2024.

    A redução da área plantada com arroz, que recuou de 41,2 mil hectares na safra 2023/2024 para 35 mil hectares na safra atual, redundou na diminuição de 12% da produção, de 138,5 mil para 121,9 mil toneladas, embora a produtividade tenha tido pequeno aumento de 3,6%.

    A produção de milho, considerando duas safras, deve ser de quase 2 milhões de toneladas, favorecida por melhores condições climáticas na comparação com a safra anterior.

    Calixto Rosa Neto, membro da equipe de elaboração do Informativo, chama a atenção para o crescimento significativo da área plantada com soja no estado, que vem se expandindo para outras regiões, principalmente no município de Porto Velho. ”Nos últimos 20 anos o crescimento médio anual dessa oleaginosa, em termos de área cultivada, foi de 10,2%. Caso esse crescimento médio se mantenha, na safra 2029/2030 o estado ultrapassará um milhão de hectares plantados com soja”, afirma.

    Café e outros produtos

    A produção de café deve alcançar 172,6 mil toneladas (cerca de 2,9 milhões de sacas de 60 kg) na safra 2025, 1,4% superior à da safra 2024, com produtividade média de 3.346 kg/ha (55,8 sacas). A área plantada com a cultura também deverá crescer de 48,2 mil hectares para 51,6 mil. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agropecuária, do IBGE.

    O Informativo aborda também a produção de mandioca, que na safra 2025 deverá ser 12,2% menor do que a da safra 2024. A estimativa é que sejam produzidas, nesta safra, 317 mil toneladas dessa raiz tuberosa, em uma área plantada de 15,3 mil hectares, com produtividade média de 20,8 mil kg por hectare.

    Com relação à banana, a área a ser colhida na safra 2025 está estimada em 7 mil hectares, 2,5% menor do que a da safra 2024. A produção está estimada em cerca de 86 mil toneladas, com produtividade média de 12,2 mil kg por hectare, 8% maior do que a da safra 2024.

    No que diz respeito à produção pecuária, dados da Pesquisa Trimestral de Abates, do IBGE, indicam que em 2024 foram abatidos 3,2 milhões de bovinos, com peso de carcaça de 805,5 mil toneladas, 12,2% e 10,9% maior do que os valores obtidos em 2023, respectivamente.

    A produção de leite em 2024 foi de 541,2 milhões litros, 4,1% menor do que a obtida em 2023, conforme dados da Pesquisa Trimestral do Leite, do IBGE.  Esses dados referem-se ao leite cru, resfriado ou não, adquirido por 66 indústrias de laticínios do estado, sendo 16 de inspeção federal, 17 estadual e 33 municipal.

    O Valor Bruto da Produção Agropecuária de Rondônia em 2025, calculado pela equipe do Setor de Prospecção e Avaliação de Tecnologia da Embrapa Rondônia (SPAT), está estimado em R$ 30,5 bilhões, com destaque para bovinos, café, soja, milho e leite que, juntos, devem responder por 89,7% do valor total, com destaque para o valor dos bovinos, que deve representar 48,1% do VBP rondoniense neste ano.

    As exportações de carne bovina in natura, soja e milho de Rondônia, em 2024, geraram juntas receitas de US$ 2,2 bilhões, com destaque para a carne, cujo valor exportado ultrapassou US$ 1 bilhão.

  • Chuvas devem aliviar cafezais

    Chuvas devem aliviar cafezais

    As chuvas volumosas registradas nesta segunda quinzena de março têm trazido certo alívio aos produtores de café, conforme apontam levantamentos do Cepea.

    De acordo com colaboradores consultados pelo Centro de Pesquisas, o baixo volume de precipitações já vinha limitando o enchimento final dos grãos da safra 2025/26 e prejudicando a maturação nas lavouras.

    Para o robusta, o aumento das chuvas em março e a proximidade da colheita devem refletir no aquecimento das negociações.

    Vale lembrar que os estoques de compradores já estão mais restritos e os preços, em altos patamares, ainda segundo pesquisadores do Cepea.