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  • Pessoas com deficiência relatam falta de acesso ao show de Lady Gaga

    Pessoas com deficiência relatam falta de acesso ao show de Lady Gaga

    Pessoas com deficiência têm relatado problemas para acessar a área reservada para assistir ao show de Lady Gaga, neste sábado (3) na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

    O evento, realizado em espaço aberto, deve reunir público de cerca de 1,6 milhão de pessoas. Segundo relatos publicados hoje (3) em redes sociais, a área reservada da praia foi invadida durante a manhã e a estrutura teria cedido.

    Para o show, foi montado um palco e instaladas 16 torres com telões de 9 metros de altura por 5 metros de largura, permitindo que o público acompanhe a apresentação à distância.

    A jornalista Jessica Paula disse à Agência Brasil que o tumulto teve início por volta das 9h, antes da abertura dos portões. Paraplégica, ela relatou que pessoas sem deficiência invadiram o espaço reservado.

    “A cena expôs falhas graves de planejamento e segurança, já que o espaço não contava com rota exclusiva de acesso nem controle efetivo de entrada”, disse.

    Segundo a jornalista, a estrutura voltada às pessoas com deficiência foi improvisada, realizada às pressas na semana que antecedeu o evento. De acordo com Jessica Paula, foram reservadas duas áreas, com capacidade total para 160 pessoas cada (sendo 40 pessoas com deficiência e 40 acompanhantes) .

    A jornalista contou ainda que uma das áreas oferece apenas visão do telão, sem visibilidade do palco, o que descumpre a legislação brasileira de inclusão. “Além disso, não há rota de acesso, nem informação ou sinalização — o que compromete a segurança”, criticou.

    Outro relato é da artista Gio Gobo, PCD que está no espectro autista. Ela contou que cadeirantes que estavam na fila não conseguiram entrar na área reservada.

    “Na área PCD está um caos, invadiram pessoas sem laudo, subiu e ainda ficaram zombando dos PCDs que estavam do lado de fora”, disse a artista.

    O Ministério Público do Rio de Janeiro já havia emitido, na última semana, recomendação à prefeitura, à produtora Bonus Track, responsável pelo evento, para que garantissem medidas de acessibilidade.

    “Após pressão do Ministério Público, da OAB e da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, foi prometida uma terceira área PCD, que deveria ser instalada na noite da sexta-feira”, afirmou Jessica. “Até o fim da tarde dessa sexta-feira, técnicos da secretaria ainda solicitavam que a organização colocasse ao menos uma bandeira para identificar o espaço”.

    Segundo o MPRJ, a recomendação foi motivada por informações que indicam a ausência de condições adequadas para garantir o acesso pleno de pessoas com deficiência ao evento. Os espaços estavam sem rotas acessíveis, sinalização adequada ou recursos de tecnologia assistiva, como audiodescrição e intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras).

    De acordo com a Riotur, são disponibilizados dois espaços, um para 70 pessoas no setor A e outro para 80 pessoas no setor B. A ocupação seria por ordem de chegada.

    A reportagem tenta contato com a produtora e a prefeitura do Rio. O espaço está aberto para manifestações.

  • Censo 2022 retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma década

    Censo 2022 retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma década

    O levantamento das características urbanísticas do entorno dos domicílios observou nove quesitos relacionados à infraestrutura urbana brasileira:

    •Em 2022, das 174,2 milhões de pessoas residentes em áreas com características urbanas no Brasil, 119,9 milhões (68,8%) moravam em vias sem rampa para cadeirantes. Em 2010, eram 146,3 milhões (95,2%).•Já 32,8 milhões (18,8%) viviam em vias com calçadas livres de obstáculos, quesito novo do Censo Demográfico 2022.•Segundo o Censo 2022, 146,4 milhões dos moradores (84,0%) viviam em vias com calçada, frente a 102,7 milhões (66,4%) em 2010. •Pontos de ônibus ou van foram identificados em vias onde moravam 15,3 milhões de pessoas (8,8%) e pista sinalizada para bicicletas, onde residem 3,3 milhões de pessoas (1,9%).•Em 2022, pela primeira vez, a estrutura viária para veículos foi retratada através do quesito de capacidade máxima de circulação da via: para 158,1 milhões de pessoas (90,8%), essa capacidade era de caminhões ou ônibus; 10,5 milhões (6,1%), carro ou van; 5,0 milhões (2,9%), motocicletas, bicicletas e pedestres.•O percentual de moradores em vias com iluminação pública no total do país atingiu 97,5% (169,7 milhões de moradores). Em 2010, esse percentual havia sido de 95,2% (146,2 milhões).•Cerca de 154,1 milhões de moradores (88,5%) vivem em vias pavimentadas.•A infraestrutura de drenagem representada pela presença do bueiro ou boca de lobo nas vias está presente para 53,7% dos moradores (93,6 milhões de habitantes). Em 2010, esse percentual era de 39,3% (60,3 milhões).•Em relação à arborização, 58,7 milhões de pessoas (33,7%) moram em vias sem arborização, enquanto 114,9 milhões (66,0%) vivem em vias com presença de árvores, sendo que 55,8 milhões (32,1%) estão em vias com 5 árvores ou mais.

    Dados do Censo 2022 mostram que, das 174,2 milhões de pessoas residentes em áreas com características urbanas no Brasil, 119,9 milhões (68,8%) moram vias sem rampa para cadeirantes. Em 2010, eram 146,3 milhões (95,2%) residindo em faces de quadra sem esse equipamento de acessibilidade.

    Entre os estados, Mato Grosso do Sul foi o que teve o maior percentual de pessoas residentes em vias com existência desta infraestrutura (41,1%), seguido do Paraná (37,3%) e Distrito Federal (30,4%). O menor percentual foi no Amazonas, com 5,6%, acompanhado de Pernambuco (6,2%) e Maranhão (6,4%).

    Maringá se destaca entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com 77,3% de seus moradores em vias com rampa para cadeirante, em contraposição à Itapevi (SP), que registra 1,3% de seus moradores nesta condição.

    As informações fazem parte do Censo Demográfico 2022: Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, divulgado hoje (17) pelo IBGE. O evento ocorrerá no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), localizado na Avenida Lourival Melo Mota, s/n, Campus Aristóteles Calazans Simões, no bairro Tabuleiro do Martins, Maceió (AL). A divulgação contará com transmissão pelo portal do IBGE e pelas redes sociais do Instituto.

    Os resultados podem ser acessados no portal do IBGE e em plataformas como o SIDRA , o Panorama do Censo e a Plataforma Geográfica Interativa (PGI) , sendo que nesses dois últimos poderão ser visualizados, também, por meio de mapas interativos.

    O levantamento das características urbanísticas do entorno dos domicílios observou dez quesitos relacionados à capacidade de circulação e pavimentação da via, existência de bueiro ou boca de lobo, iluminação pública, ponto de ônibus ou van, sinalização para bicicletas, calçada ou passeio, obstáculo na calçada, rampa para cadeirante e arborização.

    As informações também mostram que 32,8 milhões de pessoas residem em vias calçadas livres de obstáculos, equivalente a 18,8% do total da pesquisa, quesito novo no levantamento. Menores percentuais encontram-se no Maranhão (4,7%), no Piauí (4,9%) e no Acre (5,6%). Destaques positivos para Rio Grande do Sul, com 28,7%, Mato Grosso, com 27,4% e São Paulo, com 25,5%.

    Santos (SP) é o destaque entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com 64,5% dos moradores em vias com calçadas livres de obstáculos. Das capitais, a melhor situação é Porto Alegre (RS), com 46,6%. Bacabal (MA) tem o menor percentual, com 1,0%.

    Essas duas características urbanísticas foram verificadas pelos agentes do IBGE quando foi identificada a presença de calçada nas vias, realidade para 146,4 milhões dos moradores (84,0%) em 2022, frente a 102,0 milhões (66,4%) em 2010. Breves (PA), com 37%, e Camaragibe (PE), com 48,2%, são os municípios com mais de 100 mil habitantes com os menores percentuais neste quesito. Das Capitais, Salvador com 56,1% era o menor percentual.

    “Cabe ressaltar que, para o Censo de 2022, a existência de calçada foi verificada se houvesse ou não pavimentação, enquanto em 2010, a contabilização ocorreu se existisse caminho calçado ou pavimentado”, explica Jaison Cervi, Gerente de Pesquisas e Classificações Territoriais.

    UF Rampa para cadeirante Via sinalizada para bicicleta Calçada / Passeio Obstáculo na calçada – Não existe Mato Grosso do Sul 41,1 1,1 84,1 23,4 Paraná 37,3 1,9 88,1 26,8 Distrito Federal 30,4 4,1 92,9 20,9 Mato Grosso 22,4 1,4 82,7 27,4 Rio Grande do Sul 20,2 1,5 82 28,7 Santa Catarina 19,9 5,2 78,1 26,3 Sergipe 17,4 2,3 90,3 12 Goiás 16,9 0,9 92,6 21,1 Espírito Santo 16,6 2,5 79 16,7 Roraima 15,5 1,3 60,3 19,5 Brasil 15,2 1,9 84 18,8 Amapá 14,8 3,1 57,1 11,1 São Paulo 14,8 2,2 91,6 25,5 Minas Gerais 14,2 0,9 90,3 15,3 Rio Grande do Norte 14,1 0,9 86,7 10,8 Tocantins 13,3 0,6 84,7 11,8 Rondônia 12,7 1 68,8 11,9 Alagoas 12,0 0,9 85,6 11,7 Rio de Janeiro 12,0 2,5 79,4 19,2 Acre 10,2 2,9 72 5,6 Paraíba 9,2 1,5 85,3 10 Bahia 8,9 1,3 74,4 12,9 Piauí 8,4 1,5 83,1 4,9 Ceará 7,1 3,2 85 10,8 Pará 7,0 2,1 64,8 8,8 Maranhão 6,4 0,5 77,1 4,6 Pernambuco 6,2 1,8 71,2 8,5 Amazonas 5,6 0,5 73,8 7,5 Fonte: IBGE – Censo Demográfico

    Outro quesito novo pesquisado no levantamento foi a existência de via sinalizada para bicicletas, equipamento urbanístico presente em vias onde residem 3,3 milhões de pessoas (1,9%).

    Entre as unidades da federação, o índice mais elevado alcançou 5,2% em Santa Catarina seguido de estados de todas as regiões do país como Distrito Federal (4,1%), Ceará (3,2%), Amapá (3,1%) e Rio de Janeiro (2,5%), revelando uma diversidade de padrões no território. O menor percentual levantado pertence ao Maranhão e Amazonas, ambos com 0,5%.

    Balneário de Camboriú (SC) tinha o maior percentual neste quesito entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com 14,0%, seguido de Florianópolis e Joinville, também de Santa Cantarina, com 12,1% e 11,8%, respectivamente.

    “De forma geral, os percentuais de moradores residindo em vias com sinalização para bicicletas foram significativamente baixos, revelando que a infraestrutura das vias no país ainda é muito direcionada para veículos automotores”, analisa Cervi.

    Capacidade de circulação das vias e a existência de ponto de ônibus ou van foram pesquisados pela primeira vez

    De forma inédita, no Censo de 2022, a estrutura viária para veículos foi retratada através do quesito de capacidade máxima de circulação da via. Foram contabilizadas 158,1 milhões de pessoas (90,8%) que vivem em trechos de logradouros onde é possível o fluxo de caminhões ou ônibus. Em todos os estados há um predomínio desse tipo de via: 98,0% no Tocantins e 76,9% no Amapá foram os maiores e menores percentuais encontrados.

    Outros 10,5 milhões pessoas (6,1%) vivem em trechos com capacidade máxima para circulação de carro ou van. Pernambuco (11,9%), Rio de Janeiro (10,7%) e Bahia (10,0%) são os únicos estados que tem mais de 10% de seus moradores em trechos de vias com estas características.

    “Esta condição nestes grandes centros urbanos está associada a relevo acidentado, centros históricos e a presença de proporções maiores de moradores vivendo em favelas e comunidades urbanas. Por exemplo, Salvador é a capital com menor percentual de moradores em vias com capacidade de circulação por caminhão ou ônibus, com 63,4%, e maior percentual de moradores em vias com capacidade máxima de circulação por carros e vans, registrando 17,9%”, explica o pesquisador do IBGE.

    Por outro lado, Mato Grosso (1,7%), Tocantins (1,8%), Mato Grosso do Sul (1,8%) e Goiás (1,9%) são os estados que têm menos de 2% de seus moradores em vias com estas características.

    Além disso, 5,0 milhões de pessoas (2,9%) vivem em trechos de vias onde só era possível a circulação de motocicletas, bicicletas e pedestres. Apesar de pouco frequente, com percentual abaixo de 3% dos moradores em 18 estados, essa característica ganha destaque no Amapá (15,1%), em Pernambuco (8,4%) e no Amazonas (8,3%).

    Outro destaque foi Recife (PE), onde 69,9% de seus moradores vivem em vias onde é possível circular com caminhão ou ônibus e 16,1%, 4º maior percentual do Brasil para cidades com mais de 100 mil habitante, onde era possível circular somente a pé, de bicicleta ou de motocicleta.

    Foram ainda registradas 5.267 pessoas (0,003%) que moram em locais onde a circulação se dava apenas por meio de transporte aquaviário, quantidade residual ou inexistente em quase todos os estados. O maior percentual encontrado foi no Amazonas, com 0,1%.

    A pesquisa do entorno identificou pontos de ônibus ou van em vias onde moravam 15,3 milhões de pessoas (8,8%). Este item de infraestrutura urbana, indicativo da existência de transporte coletivo, tinha uma distribuição bastante desigual no território nacional. Nos estados das regiões Sul e Sudeste foram constatadas as maiores proporções de moradores em vias com estas características, todos com percentuais maiores que 10%, com destaque para o Rio Grande do Sul (14,5%), Santa Catarina (11,9%) e São Paulo (11,8%). Tocantins (1,6%) apresentou a menor proporção.

    Juiz de Fora (MG), com 48,6%, é o município com mais de 100 mil habitantes que apresenta o maior percentual neste quesito, seguido por Petrópolis (RJ), com 31,5%. Das capitais, Porto Alegre (RS) liderava com 25%.

    “A existência deste transporte cumpre a necessidade de circulação de pessoas para a realização das atividades sociais, culturais, políticas e econômicas consideradas necessárias na sociedade. É importante destacar que, de forma geral, a presença de pontos de ônibus não acontece em todos os trechos de via”, destaca Filipe Borsani, analista da divulgação.

    Censo 2022 retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma décadaCenso 2022 retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma década

    Quase metade da população reside em vias sem bueiro ou boca de lobo

    A infraestrutura de drenagem representada pela presença do bueiro ou boca de lobo nas vias está presente para 53,7% dos moradores (93,6 milhões de habitantes). Em 2010, esse percentual era de 39,3% (60,3 milhões).

    “Bueiros ou bocas de lobo são componentes importantes da infraestrutura urbana, desempenhando funções como a drenagem de águas pluviais na medida que coletam a água da chuva das ruas e calçadas, evitando alagamentos e acúmulo de água que podem causar danos à infraestrutura e propriedades”, explica Borsani.

    O estado com o maior percentual de moradores em vias com bueiro ou boca de lobo é Santa Catarina (85,2%), seguida pelo Paraná (83,4%), ambos da Região Sul, além do Rio de Janeiro (76,7%). No outro extremo estão os estados do Piauí (11,6%), do Rio Grande do Norte (19,2%) e do Ceará (20,9%).

    “Em que pese o fato de que a diversidade climática e dos sítios urbanos interfiram na densidade da presença dos bueiros, chama a atenção a grande amplitude de variação regional: foi de 73,5 pontos percentuais a diferença entre Santa Catarina e o Piauí”, completa o analista do IBGE Maikon Novaes.

    Planaltina (GO) registra 6% de seus moradores em vias com bueiro ou boca de lobo, sendo o menor percentual para os municípios com mais de 100 mil habitantes.

    O percentual de moradores em vias com iluminação pública no total do país atingiu 97,5 (169,7 milhões). Em 2010, esse percentual havia sido de 95,2% (146,2 milhões).

    Foi o maior percentual entre os elementos urbanísticos pesquisados e não havia uma variação regional significativa neste quesito. Vinte e três estados tiveram uma proporção de moradores em vias com esta infraestrutura entre 98,9% e 95,7%. Os outros 4 estados flutuaram entre 88,4% e 93,5%.

    O município com mais de 100 mil habitantes com menor percentual é Macapá (AP), com 88,8% dos moradores em vias com iluminação pública.

    De acordo com o levantamento, 154,1 milhões de moradores (88,5%) vivem em vias pavimentadas, enquanto 19,5 milhões viviam em vias não pavimentadas. Apesar de também ter sido investigado em 2010, o critério para existência foi alterado de qualquer tipo de pavimentação, mesmo que em pequena parte da via, para pelo menos 50% do trecho, não sendo possível a comparabilidade.

    Havia uma diferenciação regional importante neste quesito, com sete estados com menos 80% de seus moradores de setores selecionados para a pesquisa em vias pavimentadas, incluindo o Pará (69,3%), Rondônia (70,4%), Amapá (71,9%) e Pernambuco (76,3%). Por outro lado, seis estados têm mais de 90% de seus moradores em vias pavimentas, com destaque para São Paulo (96,0%), Minas Gerais (95,3%), Distrito Federal (94,2%) e Goiás (94,0%).

    Araruama (SP), com 29%, de seus moradores em vias pavimentadas é o município com mais de 100 mil habitantes com menor proporção de moradores em vias pavimentadas.

    Maioria dos moradores vive em vias com presença pelo menos uma árvore

    Os dados da pesquisa mostram que, no Brasil, há 58,7 milhões de moradores (33,7%) vivendo em vias sem arborização, enquanto 114,9 milhões (66,0%) vivem em vias com presença de árvores.

    Em termos de densidades de arborização, 35,6 milhões das pessoas (20,4%) contabilizadas com presença de árvore residem em vias com até 2 árvores, 23,5 milhões (13,5%) em vias com 3 ou 4 árvores, enquanto 55,8 milhões (32,1%) localizam-se em vias com 5 árvores ou mais.

    São José (SC) é o município com mais de 100 mil habitantes menor percentual de moradores em vias com arborização (15,1%), enquanto Maringá, o maior (98,6%). Das capitais se destaca Campo Grande (MS), com 91,4%.

    “A arborização urbana é essencial para a qualidade de vida nas cidades. Ela contribui para o bem-estar dos habitantes, oferecendo diversos benefícios ambientais, sociais e econômicos. A redução da temperatura é uma consequência importante, diminuindo a incidência de ilhas de calor ao longo do tecido urbano. Ao integrar os resultados da pesquisa urbanística com práticas de arborização, os municípios podem criar ambientes urbanos mais sustentáveis e agradáveis, melhorando a qualidade de vida de seus habitantes”, frisa Novaes

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    População de cor ou raça amarela vive em trechos com melhor infraestrutura urbana

    Em desagregações por cor ou raça, destaca-se que a população que se considera amarela reside em vias com mais capacidade máxima de circulação – caminhão ou ônibus (95,6%), assim como registra melhor infraestrutura em quase todos os quesitos: via pavimentada (96,3%), bueiro ou boca de lobo (61,8%), iluminação pública (98,8%), pontos de ônibus (13,5%), via sinalizada para bicicleta (4,2%), presença de calçada ou passeio (94,6%), rampa para cadeirantes (29,6%), arborização (80,0%).

    A população branca foi identificada como a segunda com maior oferta de quase todos os elementos pesquisados: via com capacidade máxima de circulação (93,5%), via pavimentada (91,3%), bueiro ou boca de lobo (60,8%), iluminação pública (98,1%), ponto de ônibus (10,6%), via sinalizada para bicicleta (2,5%), presença de calçada ou passeio (88,2%), rampa para cadeirantes (19,2%) e arborização (70,6%).

    Por outro lado, a população que se declarou como preta apresenta percentuais mais baixos em quesitos como iluminação pública (96,8%), via sinalizada para bicicleta (1,4%), presença de calçada ou passeio (79,2%), rampa para cadeirantes (11,1%) e arborização (59,4%).

    Já a população declarada como parda apresentou percentuais baixos em existência de elementos como via pavimentada, (86,0%) bueiro ou boca de lobo (47,1%) e pontos de ônibus (7,1%).

    Censo 2022 retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma décadaCenso 2022 retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma década

    A população que se declara como indígena, residente em áreas com características urbanas, apresenta menor percentual de obstáculos na calçada (52,4%), porém, tem o maior percentual de residentes (6,4%) em vias com menor acessibilidade – capacidade máxima de circulação para motocicletas, bicicletas e pedestres.

    Além disso, essa população registra os percentuais mais baixos na presença de todos os quesitos levantados pela pesquisa tais como via pavimentada, (72,2%) bueiro ou boca de lobo (36,0%), iluminação pública (90,4%), pontos de ônibus (4,8%), via sinalizada para bicicleta (1,1%), presença de calçada ou passeio (63,7%), rampa para cadeirantes (9,8%), arborização (58,5%).

    Censo 2022 também investigou infraestrutura urbana no entorno de diferentes tipos de estabelecimentos, como de saúde e ensino

    Além de estarem no entorno das unidades domiciliares, os elementos urbanísticos também são importantes infraestruturas para promover a qualidade de acesso e circulação a estabelecimentos. O Censo Demográfico 2022 também investigou esses elementos para estabelecimentos de ensino, de saúde e de outras finalidades como comércio, por exemplo.

    Destaca-se que todos os estabelecimentos coletados registram alto percentual de iluminação pública: 98,7% (ensino), 99,4% (saúde) e 98,5% (outras finalidades). Por outro lado, todos têm percentuais mais baixos de presença de ponto de ônibus ou van: 16,6% (ensino), 17,7% (saúde) e 16,4% (outras finalidades).

    Estabelecimentos de saúde são os que apresentam o maior percentual de bueiros (62,6%), enquanto a presença de arborização é maior entre os estabelecimentos de ensino e saúde, 65,3% e 66,2%, respectivamente, contra 60,2% dos estabelecimentos de outras finalidades.

    Os de ensino também contém maior densidade de arborização (5 ou mais árvores) com 35,9%, seguido por saúde (35,4%), enquanto os estabelecimentos de outras finalidades, apenas 28,8%.

    Os resultados mostram presença de calçadas para a maioria dos estabelecimentos de saúde (96,3%). Porém, também o maior percentual de problemas nestas calçadas, pois 45,7% destes estabelecimentos têm obstáculos, contra 32,1% (ensino) e 28,2% (outras finalidades).

    Por fim, os resultados mostram que menos da metade (47,2%) dos estabelecimentos de saúde tem rampa para cadeirante, enquanto apenas 31,8% dos estabelecimentos de ensino e 25,0% de outras finalidades apresentam esse elemento presente nas calçadas.

    Mais sobre a pesquisa

    Durante o levantamento das características urbanísticas do entorno dos domicílios, foram pesquisados dez quesitos relacionados à capacidade de circulação e pavimentação da via, existência de bueiro ou boca de lobo, iluminação pública, ponto de ônibus ou van, sinalização para bicicletas, calçada ou passeio, obstáculo na calçada, rampa para cadeirante e arborização.

    Os dados estão disponíveis para recortes geográficos de Brasil, Grandes Regiões, Estados, Municípios e outros recortes geográficos compostos a partir de Municípios, como Concentrações Urbanas. As informações foram desagregadas também por sexo, cor ou raça e grupos de idade da população, além de características dos domicílios.

  • Concurso Nacional Unificado terá provas em braile e Libras

    Concurso Nacional Unificado terá provas em braile e Libras

    Para garantir a inclusão na força de trabalho dos 21 órgãos federais que receberão servidores aprovados no Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), 5% das vagas são reservadas para Pessoas com Deficiência (PcD), conforme estabelecido nos editais de cada um dos oito blocos temáticos e alinhado à legislação brasileira. Dos 2,1 milhões de inscritos, 54.219 solicitaram atendimento especial para o dia da prova, no próximo domingo (18/8). Além das pessoas com deficiência, o grupo inclui autistas, gestantes e lactantes, idosos e outros candidatos que informaram limitações funcionais e necessidade de adaptações.

    Com o objetivo de assegurar a igualdade de chance para todos, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), organizador do certame, fornecerá todos os recursos e auxílios requeridos na hora da inscrição. As soluções incluem a colocação de candidatos em salas de fácil acesso, mesa para cadeira de rodas, apoio para pernas, fornecimento de mesas e cadeiras separadas, leitura labial, tempo adicional para conclusão do exame, entre outros.

    Do total de candidatos com necessidades especiais que concorrem às vagas reservadas, 86,8%, ou seja, 47.093 pessoas, terão acesso a essas medidas de auxílio, mas farão a prova comum, como os demais concorrentes. Os outros 7.126 candidatos, a maioria com baixa visão, cegueira e/ou deficiência auditiva, receberão kits de provas específicos.

    Os exames diferenciados poderão ser em braile e ter a fonte do texto ampliada para os tamanhos 18 ou 24. Também serão disponibilizados profissionais que leem a prova para o candidato (ledor) e transcritores que redigem as respostas. Além disso, será permitida a realização da redação em braile, mas o candidato precisará levar seu próprio maquinário e a folha específica.

    Já as pessoas com deficiência auditiva receberão notebooks com videoprova traduzida para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e prova adaptada para leitor de tela. Ao todo, o CPNU terá 15 kits de provas adaptadas para atender às necessidades específicas apontadas pelos candidatos. Haverá ainda suporte de técnicos de informática para manuseio desses equipamentos e intérpretes de Libras para facilitar a comunicação dos candidatos com a equipe de fiscalização.

    Dados

    De acordo com a Cesgranrio, também foram recebidos pedidos de atendimento especial, no momento da inscrição, de 1.551 gestantes e 1.874 lactantes. Nesses casos, a maior parte dos pedidos foi de apoio para perna e pé, mesa e cadeiras separadas e sala de fácil acesso. Foram identificadas também 7.035 solicitações de atendimento especial para pessoas autistas. Houve ainda pedidos de pessoas com deficiência intelectual, déficit de atenção, discalculia, afasia, entre outros.

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  • Câmara aprova projeto que prevê oferta de carrinhos adaptados para cadeirantes em comércios

    Câmara aprova projeto que prevê oferta de carrinhos adaptados para cadeirantes em comércios

    Na sessão de segunda-feira (20), a Câmara de Vereadores de Lucas do Rio Verde aprovou o projeto de lei que obriga estabelecimentos comerciais e hipermercados da cidade a disponibilizarem carrinhos de compras adaptados para pessoas com dificuldade de locomoção. A autora do projeto, vereadora Ideiva Foletto, destacou a importância da medida para garantir acessibilidade e independência aos cadeirantes do município.

    O projeto já havia sido apresentado anteriormente, mas foi retirado da pauta após um pedido de vistas do vereador Márcio Albieri. “Infelizmente, durante a semana, quando tínhamos tempo para debater e discutir, o vereador Márcio não compareceu às reuniões. Hoje, ele trouxe o debate durante a sessão, mas a minha intenção é atender ao pedido dos cadeirantes do município”, explicou.

    A proposta prevê que estabelecimentos comerciais e hipermercados que já dispõem de carrinhos de compras devem adaptar alguns deles para cadeiras de rodas. “Os pequenos comércios que não possuem carrinhos de compras não serão obrigados a adquirir um apenas para essa finalidade. No entanto, nos mercados maiores, a adaptação é essencial para proporcionar independência aos cadeirantes, permitindo que eles mesmos façam suas compras sem precisar de ajuda”, afirmou a vereadora.

    Ideiva ressaltou que a principal preocupação é garantir o direito à acessibilidade. “Queremos tratar todos de maneira igual, dando a oportunidade para que os cadeirantes sejam independentes. Com um carrinho adaptado, eles poderão fazer suas compras e suprir suas necessidades de forma autônoma. Não se trata de prejudicar pequenos mercados ou mercearias, mas sim de garantir que os grandes supermercados ofereçam essa facilidade.”

    A medida já é uma realidade em diversas cidades do país e foi solicitada por cadeirantes de Lucas do Rio Verde, que fizeram comparações com outras localidades onde a adaptação já existe. “Lucas do Rio Verde sempre busca estar na vanguarda das cidades inovadoras, então acredito que esse projeto vem para beneficiar aqueles que realmente precisam. Quem não precisa, não sente a dificuldade, mas quem precisa e não tem, sofre com a falta dessa adaptação”, concluiu a vereadora.

    Com a aprovação do projeto, os estabelecimentos terão um prazo para se adequarem às novas exigências, promovendo maior inclusão e acessibilidade para todos os cidadãos.