Tag: Cadastro Ambiental Rural

  • Proprietários rurais em Mato Grosso indenizarão R$ 2,2 milhões por desmatamento ilegal

    Proprietários rurais em Mato Grosso indenizarão R$ 2,2 milhões por desmatamento ilegal

    Em um importante avanço para a proteção do meio ambiente em Mato Grosso, três proprietários rurais foram condenados a pagar uma indenização de R$ 2,2 milhões por desmatamento ilegal em uma área de aproximadamente 140 hectares. O acordo foi firmado com o Ministério Público Estadual (MPE-MT), após longas negociações e decisões judiciais favoráveis.

    A ação, iniciada em 2018, teve como ponto de partida a detecção de desmatamentos ilegais por meio do projeto Olhos da Mata. Após a constatação do crime ambiental, o MPE-MT ajuizou ação civil pública e obteve decisões liminares que impediram a continuidade do desmatamento e determinaram a recuperação da área degradada.

    Além do pagamento da indenização, os responsáveis pelo crime ambiental deverão apresentar um laudo técnico comprovando a regularização ambiental da propriedade, incluindo a adequação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a manutenção das Áreas de Preservação Permanente (APPs).

    Destinação dos recursos em Mato Grosso

    Foto André Monteiro
    Foto André Monteiro

    Os recursos da indenização serão destinados a projetos socioambientais na região, demonstrando o compromisso do Ministério Público em utilizar os valores para reparar os danos causados ao meio ambiente e à sociedade.

    O acordo firmado representa um importante precedente para a responsabilização de quem comete crimes ambientais em Mato Grosso.

    A indenização e as medidas de recuperação da área degradada visam coibir novas práticas ilegais e restaurar o equilíbrio ambiental da região.

    Combate às queimadas

    O caso também chama a atenção para o problema das queimadas em áreas de pastagem, prática proibida em determinados períodos do ano.

    As queimadas, além de causarem danos ambientais, representam um risco à saúde pública e contribuem para o agravamento de problemas como as mudanças climáticas.

    O promotor de Justiça Claudio Angelo Correa Gonzaga ressaltou a importância da responsabilização civil em casos de crimes ambientais: “A aplicação do princípio do poluidor-pagador é medida necessária para restituir à sociedade os ganhos decorrentes da prática do ilícito ambiental”.

  • Sema apresenta CAR Digital para o Judiciário e avança na regularização ambiental em Mato Grosso

    Sema apresenta CAR Digital para o Judiciário e avança na regularização ambiental em Mato Grosso

    A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) deu mais um passo importante na modernização e agilidade dos processos ambientais em Mato Grosso. Nesta segunda-feira (14.10), a pasta apresentou o Cadastro Ambiental Rural Digital (CAR Digital) e o Sistema Mato-grossense de Cadastro Ambiental (SIMCAR) para a equipe jurídica do Juizado Volante Ambiental (Juvam) e da Vara Especializada do Meio Ambiente (Vema).

    O encontro, liderado pelo juiz Antônio Horácio da Silva Neto, teve como objetivo apresentar as funcionalidades e benefícios do CAR Digital, um sistema inovador que automatiza a análise dos cadastros de imóveis rurais, utilizando imagens de satélite. Com essa ferramenta, os produtores rurais recebem a aprovação do CAR de forma mais rápida e eficiente, sem a necessidade de intervenção humana.

    “O CAR Digital é um marco na regularização ambiental em Mato Grosso”, afirmou a secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti. “Ao automatizar o processo, ganhamos em agilidade e transparência, beneficiando tanto os produtores quanto os órgãos de controle.”

    Desde sua implementação em março deste ano, o CAR Digital já analisou mais de 14 mil cadastros, sendo mais de 10 mil validados pela Sema. A ferramenta tem sido implementada gradualmente em 18 municípios mato-grossenses, com resultados positivos em termos de eficiência e redução do tempo de análise.

    Transparência e conhecimento em Mato Grosso

    A Sema busca promover a transparência e o conhecimento sobre o CAR Digital junto aos diversos atores envolvidos no processo de regularização ambiental. Por isso, a pasta tem realizado diversas apresentações para instituições públicas, como o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o Ministério Público Estadual (MPE) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE).

    “É fundamental que os operadores do Direito compreendam o funcionamento do CAR Digital para que possam atuar de forma mais eficaz na resolução de conflitos ambientais”, afirmou o juiz Antônio Horácio.

    Mutirões do CAR Digital

    Além das apresentações para instituições, a Sema também realiza mutirões do CAR Digital nos municípios, com o objetivo de orientar os produtores rurais sobre como avaliar seus cadastros e atender às complementações necessárias. Neste ano, já foram realizados mutirões em Nova Ubiratã, Nova Mutum e Tangará da Serra, beneficiando 17 municípios.

  • Mato Grosso avança na regularização ambiental com o Cadastro Ambiental Rural Digital

    Mato Grosso avança na regularização ambiental com o Cadastro Ambiental Rural Digital

    O estado de Mato Grosso alcançou um marco importante na gestão ambiental ao atingir 24% de sua área cadastrável pelo Sistema Mato-Grossense de Cadastro Ambiental Rural (SIMCAR), considerando análises manuais e pelo CAR Digital. Até abril deste ano, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) já havia validado 20.560 cadastros.

    O CAR, obrigatório para todos os imóveis rurais, reúne informações ambientais como áreas de preservação permanente, reservas legais e remanescentes de vegetação nativa. Essas informações são cruciais para o monitoramento, planejamento e combate ao desmatamento, além de serem essenciais para a implementação do Código Florestal.

    Um dos destaques desse avanço é o uso do CAR Digital, uma ferramenta inovadora desenvolvida pelo governo de Mato Grosso. Lançado em março deste ano, o sistema utiliza imagens de satélite para analisar os imóveis rurais e gerar automaticamente o cadastro, agilizando o processo e reduzindo a burocracia.

    Até o momento, 18 municípios já aderiram ao CAR Digital, totalizando 10.082 validações. Essa solução pioneira coloca Mato Grosso na vanguarda da gestão ambiental, servindo como exemplo para outros estados.

    É importante ressaltar que o CAR não se confunde com a regularização fundiária. A regularização de terras é feita por órgãos como o Intermat (para terras estaduais) e o Incra (para terras federais). O objetivo do CAR é exclusivamente ambiental, fornecendo informações sobre a situação ambiental dos imóveis rurais.

    Além disso, o sistema é capaz de identificar sobreposições com terras indígenas, impedindo que cadastros irregulares sejam aprovados.

    Benefícios do CAR em Mato Grosso

    A adesão ao CAR traz diversos benefícios para os proprietários rurais, como:

    • Acesso a crédito: O CAR é um dos requisitos para acesso a linhas de crédito específicas para o setor rural.
    • Facilidade na obtenção de licenças ambientais: O cadastro simplifica os processos de licenciamento ambiental.
    • Demonstração de compromisso com a sustentabilidade: O CAR demonstra o compromisso do proprietário rural com práticas sustentáveis.
  • Sema promove curso de atualização sobre Sistema de Cadastro Ambiental Rural para biólogos de Mato Grosso

    Sema promove curso de atualização sobre Sistema de Cadastro Ambiental Rural para biólogos de Mato Grosso

    A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) realizará, no próximo dia 6 de agosto, um curso de atualização sobre o Sistema Mato-Grossense de Cadastro Ambiental Rural (Simcar) direcionado a biólogos. O objetivo é capacitar os profissionais e aprimorar a qualidade dos projetos de regularização ambiental no estado.

    A iniciativa, em parceria com o Conselho Regional de Biologia, acontecerá de forma presencial e online, das 8h às 12h, no auditório Arne Sucksdorff da Sema. A programação contará com palestras sobre as oportunidades e desafios da regularização ambiental, as metodologias para qualificação de validação de bases de referência do CAR Digital, a importância da transparência e da qualidade da informação no Geoportal e o papel do biólogo nesse processo.

    De acordo com a secretária adjunta de Gestão Ambiental, Luciane Bertinatto, o curso visa oferecer aos participantes as ferramentas necessárias para confeccionar projetos de regularização ambiental de alta qualidade, reduzindo o número de pendências e agilizando o processo. “É uma oportunidade única para os biólogos se atualizarem e tirarem todas as suas dúvidas sobre o Simcar”, afirmou.

    A programação também abordará a aplicação do Código Florestal Brasileiro nas propriedades rurais de Mato Grosso, além de fornecer orientações sobre a elaboração de arquivos e a documentação necessária para o processo de regularização ambiental.

    Ao final do curso, os participantes receberão um certificado de quatro horas pela Escola de Meio Ambiente da Sema.

  • Pesquisa revela que desmatamento ameaça Mata Atlântica

    Pesquisa revela que desmatamento ameaça Mata Atlântica

    A Mata Atlântica sofreu a derrubada de 20.075 hectares (ha) de floresta no período de um ano, entre  outubro de 2021 e de 2022, o correspondente a mais de 20 mil campos de futebol. Os dados são do Atlas da Mata Atlântica, pesquisa realizada pela Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). 

    Embora o número represente queda de 7% em relação ao detectado em 2020-2021 (21.642 hectares), a SOS Mata Atlântica avalia que o desmatamento está ainda em um patamar elevado. A área desmatada no último ano é a segunda maior dos últimos seis anos e está 76% acima do valor mais baixo já registrado na série histórica, que foi de 11.399 hectares entre 2017 e 2018.

    “Houve uma pequena queda de 7%, mas a gente considera que é uma situação de estabilidade, é uma variação muito pequena em um patamar alto, acima de 20 mil hectares, que é um valor para a Mata Atlântica muito alto se a gente entender que é um processo cumulativo de 500 anos de desmatamento. É um dado muito preocupante. São 55 hectares perdidos por dia”, disse o diretor executivo da Fundação SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto.

    Dados da entidade apontam que o bioma é lar de quase 70% da população e responde por cerca de 80% da economia do Brasil, além de produzir 50% dos alimentos consumidos no país.

    Estados mais desmatados

    O levantamento aponta que o desmatamento está concentrado em cinco estados: Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraná. Nos três primeiros, Guedes revela que o desmatamento é resultado da expansão – em grande escala – da agricultura e da pecuária. Ressalta que são regiões de fronteira agrícola ainda em abertura.

    “No Paraná e em Santa Catarina [tem-se] uma região de fronteira agrícola que a gente considera consolidada, mas que persiste com desmatamento comendo as bordas das matas. Um aumento da área cultivada ali sempre comendo pela borda um pedacinho em cada lugar, são muitos desmatamentos pequenos, mas ainda muito relevantes que acumulam milhares de hectares”, indicou.

    Cinco estados acumulam 91% do desmatamento: Minas Gerais (7.456 ha), Bahia (5.719 ha), Paraná (2.883 ha), Mato Grosso do Sul (1.115 ha) e Santa Catarina (1.041 ha).

    Oito estados registraram aumento no desmatamento (Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Sergipe) e nove mostraram redução (Ceará, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo).

    Em relação aos municípios, dez concentram 30% do desmatamento total no período. Desses, cinco estão situados em Minas Gerais, um em Mato Grosso do Sul e quatro na Bahia.

    Apenas 0,9% das perdas deu-se em áreas protegidas, enquanto 73% ocorreram em terras privadas, o que, segundo a entidade, reforça que as florestas vêm sendo destruídas, sobretudo para dar lugar a pastagens e culturas agrícolas, além da especulação imobiliária – nas proximidades das grandes cidades e no litoral – que também é apontada como outra das causas principais. Guedes citou, também, “uma nuvem de pequenos desmatamentos” espalhados pela expansão urbana e crescimento de infraestrutura e de turismo ao redor das grandes cidades da Mata Atlântica e no litoral.

    Para ele, esse quadro de desmatamento é inaceitável para um bioma tão ameaçado e que é fundamental para garantir serviços ecossistêmicos, como a conservação da água, além de evitar tragédias como a ocorrida no litoral norte de São Paulo, em que houve deslizamento de terras e enxurradas. https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-03/um-mes-apos-tragedia-familias-de-sao-sebastiao-vivem-incerteza

    Combate ao desmatamento

    A principal medida para combater o desmatamento na Mata Atlântica é uma fiscalização mais rigorosa, sugeriu Guedes, com respeito à Lei da Mata Atlântica e ao Código Florestal. “Porque a maior parte dessas áreas desmatadas [é de] desmatamentos ilegais. Se a gente tem a ilegalidade, quais são os caminhos? O aumento da fiscalização e os órgãos ambientais tanto federais quanto estaduais e municipais atuando de maneira mais rigorosa”, acentuou.

    Na área rural, outras ações consideradas importantes incluem o embargo de áreas desmatadas, que os créditos públicos e privados parem de financiar fazendas que estão desmatando e a interrupção das vendas do que é produzido nessas áreas de desmatamento ilegal.

    “Tem um papel para o setor privado que é não comprar matéria-prima proveniente de área desmatada. Então, a gente tem produção de soja, de cana-de-açúcar, de carne de gado em áreas desmatadas e a gente precisa que as empresas cumpram as suas metas de desmatamento zero e parem de comprar”, afirmou. No entorno urbano, ele aponta que os planos diretores das cidades podem colocar limites para expansão, além de criar áreas protegidas, parques e reservas.

    Ele avalia que os mecanismos legais estão em risco, a exemplo da Medida Provisória (MP) 1.150, aprovada pela Câmara dos Deputados, que pode contribuir com a destruição do bioma.

    “A essência da MP é adiar as etapas para implementação do Código Florestal, então ela adia os prazos, retira as penalidades dos produtores que não se registraram no CAR (Cadastro Ambiental Rural). Na prática, o que significa é que o Código Florestal não é implementado e a gente não começa a restauração das florestas desmatadas ilegalmente. Isso já tem uma consequência para a Mata Atlântica e para todos os biomas brasileiros, que é atrasar a restauração”, analisou o especialista.

    Biomas

    O Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD), do MapBiomas e que complementa os dados do Atlas da SOS Mata Atlântica, teve o primeiro dado de um ano completo e mostrou que o desmatamento total pode ser quase quatro vezes maior que o documentado até o momento. A base de dados do SAD é mais ampla, o que permite observação mais detalhada.

    O Atlas, que considera desmatamentos a partir de três hectares e avalia a conservação dos maiores remanescentes de matas maduras, revela que há 12,4% da área original do bioma. Já o SAD, que abrange remanescentes acima de 0,5 hectare, incluindo florestas maduras e matas jovens em regeneração, mostrou cobertura florestal do bioma de 24%.

    Alertas

    O levantamento dos desmatamentos identificados entre janeiro e dezembro de 2022 – realizado a partir do Sistema de Alertas de Desmatamento – registrou 9.982 alertas no ano, somando 75.163 hectares perdidos entre florestas maduras e jovens. A área total perdida, portanto, seria quase quatro vezes maior do que a contabilizada pelo Atlas, o que demonstra ameaça tanto às matas jovens quanto às maduras do bioma.

    Sobre essa diferença, a fundação explicou que, enquanto o Atlas oferece uma “fotografia” anual do estado de conservação dos grandes fragmentos florestais, que são de maior importância para a biodiversidade, e pretende embasar políticas de longo prazo para a conservação do bioma, os dados do SAD são divulgados semanalmente visando gerar uma documentação completa para cada alerta de desmatamento, buscando maior celeridade e eficácia nas ações dos órgãos responsáveis por combater e fiscalizar o desmatamento.

    Edição: Kleber Sampaio