Tag: Bolívia

  • Seleção brasileira pode ter novidades no meio-campo

    Seleção brasileira pode ter novidades no meio-campo

    Se depender das pistas que deixou no treino desta terça-feira (6), na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), Tite mandará a campo uma seleção brasileira bastante ofensiva para enfrentar a Bolívia na sexta-feira (9), às 21h30 (horário de Brasília), na Neo Química Arena, em São Paulo. O técnico realizou um trabalho tático e técnico, dividindo os jogadores em dois times e misturando potenciais titulares e reservas. A disposição dos atletas dá indícios de quem iniciará a jornada brasileira nas eliminatórias da Copa do Mundo do Catar, em 2022.

    A se confirmar o que Tite esboçou nesta terça-feira, a provável formação, sem goleiro, será Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Renan Lodi; Casemiro e Bruno Guimarães; Philipe Coutinho, Everton, Roberto Firmino e Neymar. Destaque à Bruno Guimarães, do Lyon, da França, convocado pela primeira vez, e à presença de um quarteto de homens de frente, tendo Firmino como o atacante de referência e Neymar à esquerda, mas com liberdade para flutuar no setor.

    Já no gol, Ederson (Manchester City, da Inglaterra), Weverton (Palmeiras) e Santos (Athletico-PR) disputam a vaga de Alisson, do Liverpool (Inglaterra), contundido. Ele foi cortado no último domingo (4) e substituído por Ederson.

    Pistas misturadas

    A equipe sem colete reuniu os laterais Danilo e Renan Lodi, os zagueiros Marquinhos e Thiago Silva e os volantes Casemiro e Bruno Guimarães. Destes, apenas Bruno é menos experiente na seleção principal que a concorrência direta (no caso, o também volante Douglas Luiz) pela condição de titular. Do meio para frente estavam o meia Everton Ribeiro e os atacantes Figueiredo (cedido pelo sub-20 do Vasco), Rodrygo e Matheus Cunha.

    Já no grupo com colete, o sistema ofensivo teve o quarteto formado pelo meia Phillipe Coutinho e os atacantes Everton, Roberto Firmino e Neymar (todos usualmente convocados por Tite e utilizados na seleção). Já a defesa foi composta pelos laterais Gabriel Menino e Alex Telles, os zagueiros Rodrigo Caio e Felipe e os volantes Fabinho e Douglas Luiz.

    Após o trabalho tático, os atletas foram divididos em dois campos, com os quatro prováveis titulares da linha defensiva atuando juntos em uma atividade orientada pelo auxiliar Cleber Xavier, e os atacantes em outro gramado exercitando jogadas de linha de fundo e finalização, sob olhares de Tite. A única ausência do treino foi o atacante Richarlyson, que ainda trata uma lesão no tornozelo esquerdo. O jogador do Everton (Inglaterra) participou do trabalho da manhã, na academia, mas não foi a campo.

    Programação

    Devido aos protocolos de saúde estabelecidos pela Fifa, em razão da pandemia do novo coronavírus (covid-19), os treinos da seleção não podem ser acompanhado in loco pelos jornalistas. As atividades são exibidas pelo canal oficial da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no YouTube. O mesmo procedimento ocorre para as entrevistas coletivas.

    A delegação brasileira viaja para São Paulo nesta quarta-feira (7). Na quinta-feira (8), treina na Neo Química Arena, palco do jogo de sexta-feira. De sábado (10) a segunda-feira (12), a equipe trabalha no Centro de Treinamento Joaquim Grava, do Corinthians, também em São Paulo. Já no fim da tarde de segunda, embarca para Lima, capital peruana, onde enfrenta a seleção local na terça-feira (13), no estádio Nacional, às 21h, pela segunda rodada das eliminatórias.

    Edição: Fábio Lisboa

  • Bolívia: comércio ilegal de plasma para tratar covid-19 acende alerta

    Bolívia: comércio ilegal de plasma para tratar covid-19 acende alerta

     

    A Bolívia autorizou o uso de plasma sanguíneo para o tratamento de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, causador da covid-19. A iniciativa está validada no Guia para a Gestão da Covid-19, elaborado pelo Ministério da Saúde. Apesar de a compra e a venda de sangue serem proibidas no país, nas redes sociais, algumas pessoas estão pedindo recompensas em dinheiro e outros benefícios pela doação.ebc

    O Ministério da Saúde destaca que a venda de plasma sanguíneo é ilegal e está definida no Artigo 216 do Código Penal como crime contra a saúde pública. A punição varia de um a 10 anos de prisão.

    O plasma sanguíneo é a porção líquida do sangue, que permanece após a remoção dos glóbulos vermelhos, plaquetas e outros componentes celulares do fluido.

    Na Bolívia, após a aprovação da doação de plasma para o tratamento da covid-19, o governo nacional lançou a campanha “Sua Decisão Dá a Vida”, com o objetivo de incentivar as pessoas que venceram a covid-19 a doar plasma.

    No entanto, as autoridades bolivianas têm recebido muitas denúncias de pessoas que anunciam nas redes sociais a doação de plasma em troca de dinheiro, pagamento de contas e dívidas, e até de carros e casas.

    De acordo com o Guia do Ministério da Saúde, o plasma ou a imunoglobulina hiperimune consegue reduzir os sintomas e a mortalidade da covid-19, embora o anticorpo seja mais eficaz quando administrado precocemente.

    “Os riscos da administração passiva de plasma convalescente (…) não podem ser deduzidos de outros estudos sem que se façam ensaios clínicos controlados de alta qualidade de evidência. Com pesquisas de evidências de menor qualidade, é possível inferir que é seguro, bem tolerado e associado à melhora no curso clínico”, diz o guia médico.

    No entanto, um artigo científico citado pelo jornal boliviano La Prensa, escrito pelo embaixador boliviano da Ciência e Tecnologia, Mohammed Mostajo, e pelo imunologista molecular da Universidade da Califórnia (Estados Unidos), Leonardo Ferreira, alerta sobre os riscos da transfusão de plasma. Os especialistas afirmam que as evidências da terapia contra o novo coronavírus são mínimas e que os riscos são maiores em países em desenvolvimento como a Bolívia.

    “Em cenários de escassos recursos de testes de patógenos transmitidos pelo sangue, poucas regulamentações em vigor, desinformação generalizada e estigma da doença, a terapia com plasma convalescente não regulamentada pode muito bem se tornar uma receita para uma nova epidemia de HIV”, afirmam Mostajo e Ferreira no artigo científico.

    O diretor do Programa Nacional de Sangue do Ministério da Saúde, Ignacio Alurralde, informa quais são as características necessárias para que as pessoas possam doar o plasma sanguíneo. Os doadores devem ser pacientes recuperados que não apresentem sintomas de covid-19 há, pelo menos, 14 dias, além de testar negativo para o vírus. É criado um histórico de saúde dos doadores, com medição da pressão arterial, peso e altura, para descartar problemas respiratórios, circulatórios e gastroenterológicos.

    Grávidas ou mulheres que tiveram mais de duas gestações e pessoas que fizeram transfusões de sangue anteriormente não podem doar. Estima-se que apenas 30% das pessoas recuperadas possam doar, uma vez que pessoas com comorbidades, idosos e menores de idade também não fazer doações.

    Projeto de lei

    A deputada Shirley Franco, do partido Unidade Democrática, elaborou um projeo de lei que propõe a doação de plasma para tratar pessoas com covid-19. A parlamentar explica que a doação não é obrigatória e que os doadores podem obter benefícios.

    A ideia é estimular a população a doar. “Eles foram curados da covid-19 e também querem doar plasma. Como incentivo para essa doação, podem acessar descontos de até três meses em suas contas de serviços básicos, ou seja, água, eletricidade e telecomunicações”, diz a deputada.

  • Presidente interina da Bolívia marca eleições para 6 de setembro

    Presidente interina da Bolívia marca eleições para 6 de setembro

     

    Na noite de ontem (21), a presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, promulgou a lei que define para o dia 6 de setembro a data das novas eleições gerais. Apesar da pandemia do novo coronavírus, os bolivianos se preparam para escolher o novo presidente do país. Añez afirmou que foi pressionada por adversários políticos e disse que fará o possível para que as eleições sejam seguras e com menor risco de contágio possível.ebc

    “A Assembleia Legislativa controlada pelo MAS (Movimento ao Socialismo, partido de Evo Morales) aprovou a lei para as eleições em 6 de setembro. Fui pressionada pelo MAS, por Carlos Mesa (ex-candidato à presidência pelo partido Comunidade Cidadã) e outros políticos para realizar as eleições”, escreveu Añez em redes sociais.

    A presidente interina afirmou em pronunciamento à nação que, após conversar com o presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), decidiu promulgar a lei. Añez afirmou que nunca teve interesse em estender seu mandato e que uma de suas tarefas mais importantes, ao chegar ao cargo de presidente, era convocar eleições presidenciais para superar “a crise da democracia que Evo Morales e sua fraude eleitoral geraram.”

    “Desta forma, deixo claro que o único motivo pelo qual aceitei falar sobre o adiamento das eleições foi evitar riscos à saúde das pessoas. Mas, nessa questão de risco, quero pedir que Evo Morales, Luis Arce Catacora e Carlos Mesa assumam corajosamente a responsabilidade que eles têm por exigirem insistentemente que façamos eleições em meio a uma pandemia”, disse Añez, referindo-se a opositores políticos.

    A ministra da Saúde da Bolívia, Eidy Roca, afirmou ontem que o país atualmente registra mais de mil casos de covid-19 por dia e que espera-se um pico, previsto para a primeira quinzena de setembro, com mais de dois mil casos de contaminação diários.

    “Falava-se que sem quarentena atingiríamos aproximadamente um milhão de infecções; estamos vendo que com a quarentena, até o pico de setembro, estaremos em aproximadamente 130 mil casos”, afirmou a ministra Roca.

    O presidente do TSE, Salvador Romero, informou que estão sendo elaborados protocolos para a proteção da saúde pública durante o processo eleitoral, com o apoio de especialistas. Ele afirmou que serão criados padrões de treinamento e manuseio de material eleitoral. Assim que forem aprovados,  uma vez aprovados os protocolos, eles serão tornados públicos.

    Entenda

    Nas eleições de 20 de outubro do ano passado, marcadas por denúncias de fraude, Evo Morales foi reeleito em primeiro turno. Após uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA) ter chegado a conclusão de que o pleito havia sido fraudado, Morales renunciou ao mandato, pressionado pelas Forças Armadas. Após renunciar, Morales asilou-se primeiro no México e depois na Argentina.

    À época, junto com Morales, também renunciaram Álvaro García Linera, vice-presidente do país, Víctor Borda, presidente da Câmara de Deputados, e Adriana Salvatierra, presidente do Senado. Desta forma, Jeanine Añez, que era a segunda vice-presidente do Senado, assumiu a presidência interina, em 12 de novembro.

    O mandato de Añez inicialmente deveria durar até janeiro mas foi prorrogado pelo tribunal constitucional do país até maio. No dia 3 de maio, a Bolívia deveria ter ido às urnas. No entanto, com a pandemia de covid-19, não foi possível. O Tribunal Supremo Eleitoral boliviano, então, propôs um projeto de lei para que as eleições gerais fossem realizadas entre 28 de junho e 27 de setembro.

    No final de abril, a Assembleia Legislativa, com maioria do partido de Evo Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS), aprovou a Lei n° 1.297, de Adiamento das Eleições Gerais de 2020, que encurtou esse período, ou seja, definiu que o processo seria realizado em 90 dias, calculável a partir de 3 de maio. Añez afirmou que essa proposta não atendia recomendações do TSE, que previa critérios técnicos, logísticos e científicos para a realização da eleição durante a pandemia.

    No início de junho, o TSE boliviano apresentou uma nova proposta de eleições a serem realizadas no prazo máximo de 127 dias, a partir de 3 de maio, ou seja, até domingo, 6 de setembro deste ano. A norma foi sancionada pelo Legislativo no dia 9 de junho e promulgada ontem pela presidente.

  • Bolívia tenta fortalecer relação com Espanha após conflito diplomático

    Bolívia tenta fortalecer relação com Espanha após conflito diplomático

    A chanceler boliviana, Karen Longaric, anunciou que enviará o vice-ministro das Relações Exteriores, Gualberto Rodríguez, para assumir o cargo de encarregado de Negócios em Madrid. O gesto busca restaurar e fortalecer as relações com país europeu, após desgaste criado com o incidente na embaixada mexicana em La Paz.

    Jeanine Áñez, presidente interina da Bolívia, afirmou que o país “deseja superar este impasse o mais brevemente possível e manter estreitas relações com o Reino da Espanha, como tradicional respeito e amizade que sempre as caracterizaram”.

    O anúncio aconteceu depois de uma reunião entre embaixadores dos países membros da União Europeia e a chanceler boliviana, em La Paz, para dialogar sobre a expulsão de diplomatas da Espanha e do México. A medida, tomada pelo governo boliviano há quatro dias, foi duramente criticada pela UE, que considerou que “a expulsão de diplomatas é uma medida extrema e inamistosa que deve ser reservada para situações de gravidade”.

    A reunião contou com a presença do vice-chefe da delegação da UE em La Paz, Jörg Schreiber, além de uma dezena de diplomatas europeus. Após a reunião, Schreiber disse à imprensa que foi “um diálogo muito aberto, construtivo e honesto, que ajudou a esclarecer a situação” e afirmou que será mantida uma boa “relação com o governo interino boliviano”.

    No início desta semana, a Bolívia havia declarado personas non gratas a encarregada de Negócios da Embaixada espanhola, Cristina Borreguero, e o cônsul espanhol, Álvaro Fernández. Além deles, a embaixadora mexicana na Bolívia, Maria Teresa Mercado, também recebeu ordem para deixar o país em 72 horas.

    Longaric, chanceler da Bolívia, reiterou que esse incidente não afetou as relações bilaterais entre os dois países. “Este governo nunca faria uma determinação extrema dessa natureza (de romper relações com a Espanha); simplesmente a decisão foi de retirar a confiança em um funcionário diplomático, o que não implica afetar as relações com seu país”, afirmou.

    Entenda o caso

    No dia 27 de dezembro, dois diplomatas espanhóis (Cristina Borreguero e Álvaro Fernández) foram à embaixada mexicana em La Paz para uma reunião com a embaixadora Maria Teresa Mercado. No portão de entrada, houve tensão entre policiais bolivianos e agentes espanhóis que acompanhavam os diplomatas.

    A polícia boliviana teria tentado impedir a entrada do veículo diplomático pois os seguranças que fazem a escolta dos funcionários da embaixada espanhola estariam encapuzados. Apesar da tensão, os diplomatas espanhóis puderam entrar na embaixada mexicana.

    Na residência oficial mexicana estão asilados, desde novembro, cerca de uma dúzia de ex-funcionários do governo Evo Morales, vários deles acusados pelo governo de Áñez por crimes como terrorismo.

    A Bolívia interpretou o acontecido como uma tentativa dos diplomatas de favorecer a fuga dessas autoridades ligadas a Evo Morales, acusação rejeitada pelo governo espanhol desde o início. De acordo com a Espanha, se tratava de uma visita de cortesia e os diplomatas estavam acompanhados de escolta por segurança.

    A decisão boliviana de expulsar os diplomatas foi interpretada como um gesto hostil e, em retaliação, o país europeu também expulsou três diplomatas bolivianos.

    Carolina Gonçalves

  • México: expulsão de diplomata da Bolívia tem caráter político

    México: expulsão de diplomata da Bolívia tem caráter político

    Em nota publicada hoje (30), o Ministério de Relações Exteriores do México afirmou que a decisão boliviana de declarar persona non grata a embaixadora mexicana no país, Maria Teresa Mercado, foi uma decisão de “caráter político”.

    O órgão afirmou ainda ter instruído a embaixadora a retornar ao México “para proteger sua segurança e integridade”. A embaixada do México na Bolívia ficará a cargo de Ana Luisa Vallejo, atual chefe da chancelaria no país.

    “O governo do México confirma que as ações da nossa embaixadora, que ingressou no Serviço de Relações Exteriores do México em 1982 e obteve condecorações de países como Dinamarca e Holanda, sempre cumpriram os princípios de política externa consagrados na Constituição Política dos Estados Unidos Mexicanos e no Direito Internacional, razão pela qual consideramos essa decisão de natureza política”, diz a nota.

    Em outro comunicado, divulgado no dia 26 de dezembro, o Ministério das Relações Exteriores Mexicano já havia comentado sobre o posicionamento boliviano. O comunicado tratava sobre a “persistência de assédio à embaixada e à residência oficial do México na Bolívia”.

    “O subsecretário anunciou que mais de 50 pessoas, incluindo civis, policiais e militares, chegaram em mais de dez veículos à residência oficial do México. Por isso, reiterou a posição do México sobre a tradição de asilo e denunciou o assédio ao pessoal diplomático mexicano”, afirmava a nota do último dia 26.

    O comunicado dizia ainda que a comunicação com as autoridade bolivianas sempre foi feita através dos canais diplomáticos e que, devido aos constrangimentos, o México recorrerá à Corte Internacional de Justiça, principal órgão judicial das Nações Unidas, para aplicação do direito internacional.

    “O que o México quer, essencialmente, é que cessem os atos que violam a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, uma vez que a presença de militares, oficiais e policiais (às portas da embaixada mexicana) é um ataque contra esse tratado internacional, porque compromete a dignidade e tranquilidade de nossas instalações diplomáticas em La Paz”, disse o texto.

    Posição boliviana

    O governo da Bolívia declarou hoje que funcionários das embaixadas do México e da Espanha em La Paz feriram gravemente a soberania e a dignidade do povo boliviano com atividades que violam a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.

    A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, afirmou que o”governo constitucional decidiu declarar personas non gratas a embaixadora do México na Bolívia, María Teresa Mercado, a encarregada de negócios da Espanha na Bolívia, Cristina Borreguero, o cônsul da Espanha na Bolívia, Álvaro Fernández, e o grupo dos diplomatas supostamente encapuzados e armados”.

    Áñez referia-se a autoridades estrangeiras que supostamente tentaram “encobrir e proteger criminosos que cometeram delitos de rebelião, levante armado e terrorismo”, em referência aos colaboradores do ex-presidente Evo Morales.

    De acordo com o governo boliviano, pessoas encapuzadas a bordo de veículos com placas diplomáticas tentaram entrar na residência da embaixadora mexicana na última sexta-feira, em uma operação para ajudar ex-autoridades bolivianas a fugir do país.

    Carolina Gonçalves

  • Senado boliviano confia em consenso sobre Lei de Pacificação

    Senado boliviano confia em consenso sobre Lei de Pacificação

    Os senadores bolivianos estão confiantes de que, hoje (25) à tarde, o governo interino do país e as organizações sociais cheguem a um consenso para aprovação do projeto de lei de “Pacificação do País e para Reafirmar o Exercício de Direitos e Garantias do Povo Boliviano”. Entre as determinações, a lei proíbe detenções arbitrárias e garante indenização às famílias das vítimas dos conflitos.

    A lei teve rejeição de alguns setores da sociedade que acreditam que a norma tem como objetivo dar impunidade ao ex-presidente Evo Morales e ao ex-vice-presidente Álvaro García Linera, além de líderes sindicais que teriam cometido crimes.

    O ministro da Presidência, Jerjes Justiniano, afirmou ontem (24) que o projeto de lei não é uma norma “que dá impunidade, nem exime ninguém de suas responsabilidades legais”.

    Para Justiniano, a proposta, amplamente discutida por políticos e representantes de organizações sociais durante o fim de semana, garante que as responsabilidades civis, executivas e penais sejam levadas em consideração.

    Ele explicou, em entrevista, que os crimes de rebelião, terrorismo e organização criminosa não estão em questão, ou seja, ninguém poderá amparar-se na Lei de Pacificação para praticar esses crimes.

    O texto do projeto de lei visa a garantir os direitos dos líderes sociais, autoridades eleitas, líderes sindicais, pessoas mobilizadas, atores políticos e cidadãos em geral. Além disso, visa a proibir apreensões arbitrárias e qualquer medida que restrinja o livre exercício de direitos e liberdades. A lei também determina que o governo indenizará as famílias das pessoas mortas no conflito, além de pagar as despesas médicas dos feridos.

    Crise

    A Bolívia passa por uma crise política e social desde que, no dia 20 de outubro, foram realizadas as eleições gerais. Em um processo com suspeitas de fraude, que posteriormente foram confirmadas por uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA), Evo Morales venceu em primeiro turno com uma margem apertada de vantagem sobre Carlos Mesa, o candidato opositor.

    Após três semanas de protestos, no dia 10 de novembro, após a OEA divulgar o resultado da auditoria que apontava “falhas graves” e manipulação informática no processo eleitoral, Morales renunciou, pressionado pelas Forças Armadas.

    Jeanine Áñez, que era a segunda vice-presidente do Senado naquele momento, se autoproclamou presidente interina do país, uma vez que todos os políticos que ocupavam cargos importantes na linha sucessória haviam renunciado, entre eles o vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, os presidentes da Câmara de Deputados e do Senado e o primeiro vice-presidente do Senado.

    Graça Adjuto

  • Policiais da Bolívia prendem homem acusado de matar família em SP

    Policiais da Bolívia prendem homem acusado de matar família em SP

    A Polícia da Bolívia apresentou Gustavo Santos Vargas Arias, que admitiu ter assassinado e esquartejado um casal e seu filho, de 8 anos, em São Paulo, no ano passado. Ele foi capturado em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Segundo os policiais, o acusado entrou no país via Puerto Quijarro. A família e o suspeitos são bolivianos.

    De acordo com a imprensa boliviana, Gustavo Arias disse ter assassinado a criança, dois dias depois de matar os pais. Segundo ele, a criança chorava muito e perguntava pelo pai e pela mãe.

    As autoridades bolivianas avaliam a possibilidade de entregar o acusado ao Brasil com base em uma cooperação jurídico-internacional.

    Em 8 de janeiro, os corpos de Jesús Reynaldo Condori Sanizo, da mulher dele, Irma Morante Sanizo e do filho Gian Abner Morante foram encontrados esquartejados em sacos de plásticos, acondicionados em malas, em uma casa em Itaquaquecetuba, região metropolitana paulista.

    A suspeita é que a motivação do crime tenha sido financeira.

    *Com informações da ABI, agência pública de notícias da Bolívia.

    Edição: Talita Cavalcante