Tag: Bioinsumos

  • Brasil reforça parceria agrícola com a Índia e lidera debates globais sobre bioinsumos

    Brasil reforça parceria agrícola com a Índia e lidera debates globais sobre bioinsumos

    Em missão oficial à Índia, entre os dias 19 e 27 de abril, a delegação, liderada pelo Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Goulart, acompanhado da Diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, Edilene Cambraia Soares, participou do 6º BioAgTech World Congress (BAW 2025) e de reuniões bilaterais com autoridades sanitárias indianas em Nova Delhi.

    O congresso reuniu mais de 1.300 participantes de 50 países, entre autoridades, especialistas e líderes de empresas do setor agropecuário. Durante o evento, Goulart apresentou os avanços do Brasil no marco regulatório de bioinsumos, destacando a recém-aprovada Lei dos Bioinsumos, que moderniza as regras para o uso de produtos de base biológica no campo. A legislação brasileira tem sido apontada como um divisor de águas para a inovação no agro.

    “O Brasil tem fortalecido seu ambiente regulatório para bioinsumos, com a atualização dos marcos legais e a promoção de inovação sem comprometer a segurança agropecuária e ambiental. Esta missão à Índia também reforça a aproximação comercial entre dois grandes produtores globais, ampliando o diálogo técnico e as oportunidades de acesso a tecnologias sustentáveis e novos mercados”, afirmou Goulart.

    Em paralelo à participação no congresso, a delegação brasileira realizou reuniões bilaterais com autoridades sanitárias indianas. O objetivo foi avançar em temas técnicos relacionados à sanidade vegetal e animal, além de discutir oportunidades de cooperação na área de inovação agrícola.

    Como resultado dessas tratativas, a Índia autorizou a importação de cinco variedades de cítricos brasileiros: limão Tahiti (Citrus latifolia), limão siciliano (Citrus limon), laranja doce (Citrus sinensis), tangerina (Citrus reticulata) e outras variedades semelhantes (Citrus deliciosa). A decisão é considerada estratégica para o agronegócio brasileiro, ampliando a presença do país no mercado indiano — que, em 2024, foi o décimo maior destino das exportações agropecuárias do Brasil, com vendas superiores a US$ 3 bilhões.

    Em 2024, a Índia já figurava como o décimo maior destino das exportações agropecuárias brasileiras, movimentando mais de US$ 3 bilhões em produtos como soja, açúcar e fibras têxteis. Com a inclusão dos cítricos, o Brasil totaliza 355 novas aberturas de mercado desde 2023, fortalecendo ainda mais sua posição como protagonista no comércio agrícola internacional.

    O Mapa segue trabalhando para abrir novos mercados, fortalecer as exportações e garantir que o agronegócio brasileiro continue conquistando espaço e reconhecimento global.

  • Bioinsumos e soluções digitais são destaques da Embrapa na feira Coplacampo

    Bioinsumos e soluções digitais são destaques da Embrapa na feira Coplacampo

    A Embrapa Agricultura Digital participa, nesta semana, da 11ª edição da Coplacampo, onde apresentará resultados de pesquisas com inoculantes biológicos, aplicativos móveis e as ações do projeto Semear Digital, voltado para pequenas e médias propriedades rurais. A feira promocional pela Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) acontece de 24 a 28 de fevereiro, em Piracicaba (SP). A entrada é gratuita e as inscrições podem ser feitas pelo site coplacampo.com.br .

    Neste ano, a programação terá um espaço de destaque para debater tendências e inovações no segmento de bioinsumos. No estande e parcela experimental da Embrapa, serão apresentados resultados do uso de inoculantes biológicos aplicados no milho e na cana-de-açúcar, voltados à adaptação destas culturas ao déficit hídrico. Geraldo Magela de Almeida Cançado, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital, explica que os experimentos utilizam tecnologia digital para avaliar o desenvolvimento e a produtividade dos cultivos, que recebem cepas de microrganismos associados a uma maior tolerância à seca. O projeto é desenvolvido em parceria com a  empresa Simbiose , com apoio da Coplacana e da Agência de Estudos e Projetos (Finep).

    Os bioinsumos também serão tema da palestra da pesquisadora Christiane Paiva, da Embrapa Milho e Sorgo , que vai abordar o uso eficiente de inoculantes biológicos para aumentar a produtividade. A palestra será realizada no dia 24, às 14h, no salão nobre do estande do Avance Hub.

    Inclusão digital

    Quem visitar o estande da Embrapa Agricultura Digital na Coplacampo também poderá conhecer um pouco mais da iniciativa Semear Digital . O objetivo do projeto é avançar no conhecimento e gerar tecnologias digitais que atendam às pequenas e médias propriedades rurais. Entre as ações previstas, está o estabelecimento de dez Distritos Agrotecnológicos (DATs) em diferentes regiões do País para a promoção de soluções de conectividade em áreas rurais, capacitação e inserção de novas tecnologias na produção agropecuária.

    Funcionando como um piloto de fazenda inteligente, os DATs permitem investigar e validar tecnologias habilitadas para o desenvolvimento de soluções digitais priorizadas para cada realidade. No estado de São Paulo, são cinco DATs instaladas, em municípios que abrangem diferentes cadeias produtivas: Alto Alegre, Caconde, Jacupiranga, Lagoinha e São Miguel Arcanjo. Os demais distritos selecionados pelo projeto foram implantados em Ingaí (MG), Breves (PA), Boa Vista do Tupim (BA), Guia Lopes da Laguna (MS) e Vacaria (RS).

    A Embrapa é líder do Semear Digital, que tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O projeto tem ainda como instituições associadas o CPQD, a Esalq/USP, o Instituto Agronômico (IAC), o Instituto de Economia Agrícola (IEA), o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) e a Universidade Federal de Lavras (UFLA). Para saber mais, acesse www.embrapa.br/semear-digital .

    Tecnologias digitais

    As tecnologias digitais da Embrapa que estão disponíveis para o produtor rural e a agroindústria serão demonstradas durante a feira. Um exemplo é o Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar) , que utiliza a tecnologia blockchain para o registro de informações sobre a origem e o processo de fabricação dos produtos. Esses dados podem ser acessados ​​pelo consumidor a partir de um QR Code impresso na embalagem. O Sibraar foi aplicado pela primeira vez na produção de açúcar mascavo na planta agroindustrial da Usina Granelli, com apoio da Coplacana. Atualmente, está disponível para outros produtos, como hortifrutis, e pode ser customizado para aplicação em diferentes cadeias produtivas.

    Entre os aplicativos móveis presentes na Coplacampo está o Zarc – Plantio Certo , que permite consultar a época do ano mais indicada para a semeadura de mais de 40 culturas agrícolas, com menores riscos de perda por eventos climáticos adversos como seca, atmosférica e excesso de chuva. Uma ferramenta foi desenvolvida em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária para facilitar o acesso dos produtores rurais e agentes do agronegócio aos dados do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).

    Outra ferramenta digital que será disponibilizada no estande da Embrapa é o aplicativo Bioinsumos . Por meio dele, o agricultor pode consultar uma lista de produtos de origem biológica indicada para nutrição, controle de pragas e doenças de diversas culturas agrícolas. O aplicativo traz o catálogo de defensivos biológicos e inoculantes registrados no Ministério da Agricultura e ajuda fornecedores e usuários de insumos biológicos a encontrar produtos seguros e com procedência.

    Os piscicultores também poderão conhecer o aplicativo desenvolvido pela Embrapa para apoiar o gerenciamento e a otimização do manejo na criação de peixes, que está em fase de testes. A tecnologia é baseada em inteligência artificial e reúne informações prejudiciais, parâmetros de qualidade da água e métricas de crescimento dos peixes para auxiliar no monitoramento da produção e ajustes nas práticas de manejo buscando uma operação mais eficiente, sustentável e lucrativa.

    A Embrapa também apresentará na Coplacampo a plataforma AgroAPI , voltada para empresas e startups que atendem o setor agropecuário. A plataforma fornece informações e modelos agropecuários que podem ser utilizados na criação de softwares e aplicativos móveis. Os dados são acessados ​​de forma virtual por meio de APIs (Interface de Programação de Aplicativos, na tradução do inglês) e podem ser úteis em novas soluções digitais aplicadas, por exemplo, no planejamento e monitoramento da produção e na gestão do risco agrícola.

  • Bioinsumos ganham força no agronegócio com nova regulamentação federal, destaca especialista

    Bioinsumos ganham força no agronegócio com nova regulamentação federal, destaca especialista

    Os bioinsumos têm representado um avanço importante no cenário agrícola brasileiro. Em entrevista a CenarioMT, Leandro Oltramari, engenheiro agrônomo do INDEA (Instituto de Defesa Agropecuária) de Lucas do Rio Verde (MT), falou sobre o assunto. Ele  explicou que, no final de 2024, foi sancionada a Lei Federal nº 15.070, de 23 de dezembro de 2024, que regulamenta a produção, comercialização e uso desses produtos no país. Oltramari ressaltou a necessidade de acompanhamento técnico por parte dos produtores para garantir a eficácia e a segurança no manejo dos bioinsumos.

    De acordo com o especialista, a nova legislação estabelece responsabilidades específicas para os órgãos federais e estaduais. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ficará encarregado de fiscalizar a produção, importação, exportação e registro de bioinsumos comerciais. Já aos estados, por meio de órgãos como o INDEA, caberá a fiscalização do comércio, transporte e uso desses produtos dentro de suas respectivas jurisdições.

    “Aos estados, ao INDEA, compete fiscalizar o comércio e o transporte dentro do estado, além do uso dos bioinsumos. Toda a fiscalização do uso, de acordo com as normas, será responsabilidade do órgão de defesa sanitária do estado de Mato Grosso”, explicou Oltramari.

    O engenheiro agrônomo também destacou que os produtores rurais continuam autorizados a produzir bioinsumos para uso próprio em suas propriedades, desde que sigam as normas de controle para evitar contaminações ambientais e garantam a qualidade do produto aplicado nas lavouras. “O produtor pode continuar fazendo esse insumo na sua propriedade, com todo o controle necessário para evitar qualquer tipo de contaminação no meio ambiente e garantir a qualidade na aplicação”, afirmou.

    Além disso, Oltramari ressaltou que os estados poderão utilizar dados do Ministério da Agricultura para auxiliar na fiscalização, reforçando a parceria entre as esferas federal e estadual.

    Bioinsumos como ferramenta estratégica

    Oltramari enfatizou que os bioinsumos são uma ferramenta valiosa para os produtores, especialmente no cultivo de soja, milho, algodão e outras culturas. Ele destacou que o uso desses produtos tem crescido ano a ano, com resultados positivos observados em lavouras que adotam a prática.

    “Os bioinsumos são mais uma ferramenta para o produtor no cultivo da soja, do milho, do algodão e de outras culturas. Temos acompanhado periodicamente lavouras que utilizam bioinsumos, e a cada ano o número de produtores que adotam essa prática aumenta”, afirmou.

    O especialista reforçou a importância do acompanhamento técnico para orientar os produtores no manejo adequado dos bioinsumos, garantindo que sejam utilizados de forma eficiente e segura. Com a nova legislação, o setor ganha maior segurança jurídica e diretrizes claras para o desenvolvimento sustentável dessa prática, que vem se consolidando como uma alternativa promissora para a agricultura brasileira.

  • Nova lei sobre bioinsumos reforça liderança do Brasil em agricultura sustentável

    Nova lei sobre bioinsumos reforça liderança do Brasil em agricultura sustentável

    O presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei nº 15.070, estabelecendo normas para a produção e uso de bioinsumos nas atividades agrícolas, pecuárias, aquícolas e florestais. A medida, publicada no Diário Oficial da União da última terça-feira (24), é um marco na regulamentação do setor e reforça o compromisso do Brasil com a sustentabilidade e a inovação no campo.

    A legislação abrange uma ampla gama de atividades relacionadas aos bioinsumos, incluindo produção, importação, exportação, registro, comercialização, uso, fiscalização, pesquisa, transporte, e até destinação de resíduos e embalagens. Ela também prevê incentivos à produção e taxas específicas para registro e avaliação dos produtos.

    Para o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, a sanção da lei representa um momento histórico para o agronegócio brasileiro. “Os bioinsumos serão protagonistas no caminho do nosso desenvolvimento sustentável, e essa é mais uma responsabilidade que assumimos para garantir a sustentabilidade do Brasil”, destacou.

    A nova legislação se aplica a diferentes sistemas de cultivo, sejam eles convencionais, orgânicos ou de base agroecológica, abrangendo todos os bioinsumos utilizados na agropecuária. O secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, enfatizou que a lei consolida o Brasil como uma referência mundial na regulação e inovação de produtos biológicos. “Estamos criando segurança jurídica para o uso de bioinsumos e mantendo o rigor técnico, sem aumentar a burocracia, o que é essencial para ampliar a eficiência e a produtividade agrícola”, afirmou.

    A regulamentação inclui conceitos fundamentais para o setor, como os de biofábrica, bioinsumo de uso pecuário e aquícola, ingredientes ativos, inóculos e matérias-primas. Também estabelece as regras para registro de estabelecimentos e produtos, produção comercial e para uso próprio, além de definir competências de fiscalização entre os órgãos federais, estaduais e distritais.

    Uma das inovações trazidas pela Lei nº 15.070 é a instituição da Taxa de Registro de Estabelecimento e Produto da Defesa Agropecuária (Trepda), aplicada exclusivamente para avaliações técnicas relacionadas à produção ou importação de bioinsumos para fins comerciais.

    O secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Pedro Neto, destacou os incentivos previstos na lei, como estímulos à pesquisa, crédito diferenciado para produtores e programas de capacitação. “Essa legislação reforça a posição do Brasil como líder global em agropecuária sustentável, rica em tecnologia e de base biológica”, afirmou Neto.

    Com a nova lei, o Brasil dá um passo importante para consolidar sua liderança na produção sustentável, incorporando inovação e ciência às práticas agropecuárias e contribuindo para uma agricultura mais eficiente e em harmonia com o meio ambiente.

  • Lula sanciona lei sobre uso de bioinsumos na agropecuária

    Lula sanciona lei sobre uso de bioinsumos na agropecuária

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que dispõe sobre o uso de bioinsumos na agropecuária. A Lei 15.070/2024, que havia sido aprovada pelo Senado Federal no início de dezembro, foi publicada na edição desta terça-feira (24) do Diário Oficial da União.

    Segundo a lei, bioinsumos são itens ou processos de origem biológica usados na produção, beneficiamento ou armazenamento de produtos agropecuários, de produção aquática ou de florestas plantadas.

    Esses insumos podem ser usados em cultivos e criações, para auxiliar no seu crescimento e no combate a pragas e doenças, sendo uma alternativa mais saudável e sustentável do que insumos de base química usados tradicionalmente na agropecuária.

    O texto dispõe sobre a produção, a importação, a exportação, o registro, a comercialização, o uso, a inspeção e a fiscalização dos bioinsumos. Também versa sobre a pesquisa, a embalagem, a propaganda, o transporte, o armazenamento, as taxas, a prestação de serviços, a destinação de resíduos e embalagens e os incentivos à produção.

    Relator do então projeto de lei no Senado, o senador Jaques Wagner (PT-BA) comemorou a sanção do texto e afirmou, em suas redes sociais, que os bioinsumos permitem a produção de alimentos mais saudáveis.

    “Esta lei é fruto de um debate profundo, democrático e, acima de tudo, de uma construção coletiva que privilegia a desconcentração dos mercados, o fortalecimento da economia regional e a produção associada. Com ela, ganham as ciências agrárias, as ciências biológicas e a saúde de toda a população, com alimentos mais saudáveis. Ganham também os produtores, os trabalhadores rurais, o meio ambiente e, claro, as famílias consumidoras”, afirmou o senador.

  • CNA diz que projeto de lei de bioinsumos dá segurança jurídica aos produtores

    CNA diz que projeto de lei de bioinsumos dá segurança jurídica aos produtores

    A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avaliou que o projeto de lei sobre a regulação dos bioinsumos (PL 658/2021) vai eliminar a insegurança jurídica sobre o tema, especialmente no que se refere a produção para uso próprio.

    O texto sobre o tema foi aprovado, na quarta (27), pela Câmara dos Deputados e seguirá para análise no Senado. A matéria dispõe sobre classificação, comercialização e uso de bioinsumos, inclusive para uso próprio. O objetivo é ampliar segurança jurídica e fomento ao desenvolvimento de um segmento já em crescimento exponencial no Brasil e no mundo.

    A produção e uso de bioinsumos ganha destaque no Brasil como uma alternativa para o setor agropecuário. A CNA trabalhou pela aprovação da proposta, de autoria do deputado Zé Vitor (PL/MG), e que teve a relatoria do deputado Sérgio Souza (MDB/PR).

    Zé Vitor lembrou que a regulação dos bioinsumos era uma demanda antiga do setor. “A agropecuária brasileira cresce ano a ano, e para que tenhamos continuidade, alimentando a sociedade brasileira e o mundo, precisamos garantir um ambiente de desenvolvimento tecnológico, e fornecimento de insumos condizentes com as necessidades a campo”.

    Para o relator, deputado Sergio Souza, houve amplo esforço na construção de um texto democrático e que buscou envolver todos os anseios do setor regulado em relação a esses insumos, ouvindo o máximo de pessoas e recebendo contribuições de todos os segmentos.

    “Evoluímos em marcos como: mercado de carbono, defensivos agrícolas, entre outros. Agora estamos avançando em um texto que aborda os bioinsumos, com foco no cuidado com o meio ambiente, na melhoria do mercado e na oferta de alimentos mais saudáveis”, destacou.

    “Ouvimos muitas entidades do setor, como CNA, CNI, FPA e governo. Buscamos balizar a participação do estado para oferecer liberdade econômica para as empresas e, no caso da produção própria, o texto traz mecanismos claros sobre a necessidade de acompanhamento por responsável técnico, cumprimento das boas práticas de produção, adequado regramento do transporte, o cadastro simplificado das propriedades e o registro documental adequado para a atuação assertiva dos agentes reguladores”, completou.

    Segundo o diretor técnico adjunto da CNA, Maciel Silva, o texto aprovado garante a legalidade dos produtores na produção própria e permite a produção coletiva em associações e cooperativas e mesmo o transporte entre propriedades de mesma titularidade.

    “O texto é claro em relação à forma de obtenção de inóculo para a multiplicação. Seja pronto pra uso, toda multiplicação na propriedade ou na aquisição de inóculo registrado para essa finalidade e posterior multiplicação. O texto aprovado na Câmara e trabalhado pela FPA atende todos os pontos críticos. Será um divisor de águas nesse segmento”, comentou.

  • Brasil lidera uso de defensivos biológicos e enfrenta urgência na regulamentação

    Brasil lidera uso de defensivos biológicos e enfrenta urgência na regulamentação

    O Brasil se destaca como líder mundial no uso de defensivos biológicos, com mais de 23 milhões de hectares tratados em 2023, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária. A prática, que inclui o uso de biopesticidas e biofertilizantes, é adotada por mais de 60% dos agricultores brasileiros, um índice superior aos 33% registrados na Europa. Contudo, o futuro dessa tecnologia no país depende de medidas legislativas em análise na Câmara dos Deputados, com destaque para os Projetos de Lei 658/2021 e 3668/2021.

    Um dos principais pontos de urgência é a limitação imposta pelo Decreto nº 6.913/2009, que permite a produção própria de bioinsumos sem registro até dezembro de 2023. Após esse prazo, sem uma nova regulamentação ou a derrubada do veto presidencial nº 65 da Lei do Autocontrole, a produção de bioinsumos por agricultores, incluindo muitos pequenos produtores e produtores orgânicos, passará a ser ilegal a partir de janeiro de 2025. Esta situação pode implicar sanções rigorosas, com penas que vão de três a nove anos de prisão, além de multas.

    A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) está atuando para resolver essa situação, e o deputado Sérgio Souza (MDB-PR), membro da FPA, lidera esforços para garantir que a produção em biofábricas nas propriedades rurais continue a ser permitida. Para isso, ele está trabalhando em uma proposta substitutiva, desenvolvida com a participação de mais de 50 entidades do setor agrícola e de órgãos do governo. A medida é vista como essencial para assegurar que pequenos produtores e agricultores orgânicos não fiquem em situação irregular e possam continuar a produzir bioinsumos legalmente em suas propriedades.

    A aprovação dessas leis promete não apenas preservar a autonomia dos agricultores brasileiros, mas também reduzir significativamente os custos de produção. Estudos indicam que a regulamentação da produção própria de bioinsumos pode diminuir os custos em até dez vezes, beneficiando diretamente o consumidor final com alimentos de maior qualidade e preços potencialmente mais baixos. Para os pequenos agricultores, essa medida significa, além de maior rentabilidade, a possibilidade de continuar investindo em práticas sustentáveis sem enfrentar o risco de sanções legais.

    A regulamentação da produção de bioinsumos representa, portanto, um avanço necessário para consolidar o papel do Brasil na liderança global em práticas agrícolas sustentáveis, garantir a segurança alimentar e aumentar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.

  • Estudos sobre Bioinsumos traz alternativa que pode gerar economia de US$ 5,1 bi anuais ao agro brasileiro

    Estudos sobre Bioinsumos traz alternativa que pode gerar economia de US$ 5,1 bi anuais ao agro brasileiro

    O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) lançaram, nessa terça-feira (24), em Brasília (DF), o estudo estratégico “Bioinsumos como alternativa a fertilizantes químicos em gramíneas: uma análise sobre os aspectos de inovação do setor”. A utilização dessa tecnologia pode gerar uma economia de até 5,1 bilhões de dólares para o país nas principais culturas de gramíneas (arroz, milho, trigo, cana-de-açúcar e pastagens), com possibilidade de redução de até 18,5 milhões de toneladas de emissões de CO₂ equivalente.

    O trabalho, elaborado pelo Mapa em parceria com a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) e o Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras, foi o passo inicial do Projeto Nitro+, que pretende elaborar uma estratégia para a ampliação do uso de tecnologias de inoculantes em gramíneas, aos moldes do que aconteceu com as leguminosas como a soja.

    O secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Mapa, Pedro Neto, ressaltou a importância da consolidação dos processos de inovação na agropecuária e o desafio do Mapa de criar formas de “tangibilizar” a inovação, tornando-a acessível e fazendo com que agregue valor ao que é produzido por todos os agricultores no país, independente do seu porte.

    Neto destacou também a excelência da parceria da ABBI, Instituto Senai e IICA na formulação e entrega desse estudo estratégico, que visa, sobretudo, alavancar a produção, tornando o setor agropecuário brasileiro cada vez mais resiliente, sustentável e competitivo internacionalmente.

    De acordo como o representante do IICA no Brasil, Gabriel Delgado, esse estudo é um exemplo claro do que é possível conquistar quando estão reunidos governo, setor privado, instituições de pesquisa, sociedade e organizações internacionais. “A colaboração de entidades públicas e privadas tem sido fundamental para o fortalecimento da agricultura brasileira, nacional e internacionalmente, e nesse contexto o tema de bioinsumos tornou-se prioritário, tanto para o governo brasileiro, quanto para o IICA”, completou.

    O fortalecimento do ecossistema de inovação e das articulações e a rede de inovação em bioinsumos, composta por institutos de pesquisa, startups, universidades, investidores, governos estaduais e stakeholders, potencializa a política pública e fornece um direcionamento para a ampliação do uso de inoculantes em gramíneas, o que deve reduzir a dependência brasileira de fertilizantes importados e promover uma agricultura cada vez mais resiliente.

    Após a cerimônia de lançamento foram apresentados três painéis. No primeiro, o diretor de Apoio à Inovação para a Agropecuária do Mapa, Alessandro Cruvinel, e o diretor de Assuntos Regulatórios da ABBI, Marcos Pupin, trouxeram um panorama dos bioinsumos no Brasil.

    Na sequência, a pesquisadora do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras, Luana Nascimento, apresentou o estudo e, finalizando, o gerente do Departamento de Agronegócios e Alimentos da Finep, Jorge Luiz Jardim Teixeira, falou sobre o apoio institucional a projetos de inovação em bioinsumos e bioeconomia.

    Informações à imprensa

    — news —