Tag: biodiesel

  • CNA, Embrapa e FGV debatem transição energética com foco no biodiesel

    CNA, Embrapa e FGV debatem transição energética com foco no biodiesel

    Na perspectiva da transição energética, os biocombustíveis já têm papel de destaque na agenda global. O Brasil se destaca há décadas na produção de fontes alternativas ao combustível fóssil com base em matérias-primas geradas pela agricultura. Os desafios e oportunidades na produção e adoção de biocombustível no cenário nacional form debatidos no Seminário AGROENERGIA Transição Energética – edição Biodiesel, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), com apoio da Embrapa Agroenergia e do Observatório de Bioeconomia da FGV, dia 24 de abril, em Brasília-DF.

    São 21 anos desde a criação do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), em 2004, que teve como marco inicial a Lei 11.097 de 13/01/2005 (Lei do Biodiesel). Em duas décadas de políticas públicas aliadas à ciência e tecnologia no campo, o País alcançou um patamar de destaque como produtor de biocombustível. Com uma produção consolidada de matéria-prima, hoje, 74% do biodiesel vem do óleo de soja, mas com uma crescente diversificação dessas matérias a partir de  grãos, canola e óleo de dendê, óleo de milho, de algodão, para citar alguns.

    Segundo destacou Alexandre Alonso, chefe-geral da Embrapa Agroenergia, em sua fala de abertura no evento, a discussão e ações em relação ao biodiesel já vem de longa data no Brasil, mas, com a conexão direta que o tema dos biocombustíveis com a transição energética e, consequentemente, às questões climáticas, o assunto ganha novo destaque no cenário mundial. “Sem agricultura, não há biocombustível, e nós temos ciência e tecnologia para essa agricultura. O que pode levar o Brasil a uma posição de destaque no mundo”.

    Hoje, 45% da matriz energética do Brasil vem de fontes renováveis, é o que apresentou o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia, Bruno Laviola, na palestra de abertura do Seminário. “O Brasil já está no processo de transição energética há algum tempo. É importante que o mundo reconheça o País como um dos maiores produtores de biocombustíveis sustentáveis”, destacou. Em 2024, o País bateu recorde na produção de biodiesel, alcançando 9 bilhões de litros. Segundo dados da UFOP, o Brasil ocupa hoje a 3ª posição global em produção de biodiesel. Se considerado o contexto unitário, visto que a União Européia, que está em segundo lugar, é uma agrupamento de países, já somos o 2º maior produtor.

    Atualmente, a produção nacional de biodiesel se concentra nas regiões Centro-Oeste (MT) e Sul (RS), por serem os locais com maior escala de produção da soja, principal matéria-prima. Para Bruno Laviola, a perspectiva de levar essas produções também para as regiões Norte e Nordeste é ampliar a geração de emprego e renda e melhorar a logística nesses locais, ou seja, conectando cada vez mais todas as regiões do País às 58 usinas que hoje produzem biodiesel (dados ANP).

    Ainda na perspectiva de aumento de produção, pensar em tecnologias que tornem possível aproveitar a 2ª safra (safrinha) para o cultivo de oleaginosas é também uma oportunidade a ser explorada. Segundo Laviola, o aproveitamento da safrinha é uma alternativa para ampliar a escala de produção de óleo sem aumentar um hectare e agregando a isso o fator desenvolvimento regional que o aumento de produção de matérias-primas pode gerar. Ou seja, o Brasil está apto a produzir matérias-primas para geração de biodiesel, trazendo junto geração de renda, emprego e produtividade sem aumento de área plantada.

    A Embrapa Agroenergia desenvolve projetos de pesquisa voltados ao desenvolvimento de matérias-primas, produção de biodiesel e aproveitamento de resíduos e coprodutos da cadeia de produção. Em destaque, pode-se citar os projetos envolvendo estudos para domesticação da macaúba, espécie nativa, tropicalização da canola e agregação de valor a glicerina.

    COP 30

    No ano que teremos a COP 30 realizada no Brasil, é premente destacar e debater o impacto desse produto na agenda das questões climáticas. Falar de biocombustível, é falar de descarbonização. O uso de biocombustível diminuiu em até 80% a emissão de CO2 em relação ao combustível fóssil.

    Seminário na íntegra

    O Seminário AGROENERGIA Transição Energética – edição Biodiesel teve a participação de entidades do setor, produtores rurais, especialistas, diretores do Sistema CNA/Senar e presidentes de Federações de agricultura e pecuária dos Estados. A mesa de abertura contou com  o presidente da CNA, João Martins, o deputado federal Arnaldo Jardim, o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso, e o coordenador do Centro de Estudos em Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, Guilherme Bastos.

    O evento também recebeu como palestrantes no Painel 1: Do Campo à transformação: Explorando as matérias-primas do biodiesel, Alexandre Pereira, diretor comercial da Biopower; Fábio Júnior Benin, coordenador de PD&I da Be8; e Dioger Teruel, gerente de Pesquisa e Inovação da Acelen Renováveis e no Painel 2: Energia limpa em movimento: O papel do biodiesel na transição energética, Lucas Boacnin, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Argus Media, e André Lavor, CEO e cofundador da Binatural.

    Assista no canal do Sistema CNA/Senar no Youtube e baixe também a publicação “Biodiesel – A força da agricultura brasileira na transição energética”, que reúne informações e números de destaque relacionados ao biodiesel no Brasil, elaborada pela Embrapa Agroenergia e o Observatório de Bioeconomia da FGV.

    Políticas públicas

    A transição energética a partir da agricultura no Brasil não é recente — ela começou a se desenhar já na década de 1970, com um movimento estruturado de transformação da agropecuária nacional, que coincide com a criação da Embrapa em 1973. Desde então, o País passou a investir de forma estratégica em pesquisa agropecuária, desenvolvendo soluções inovadoras baseadas em recursos renováveis.

    Esse processo foi amplificado por políticas públicas federais que, ao longo das décadas, promoveram o uso de matérias-primas sustentáveis, com destaque para o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), lançado em 1975, que consolidou o etanol como alternativa à gasolina.

    Já nos anos 2000, a criação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), em 2004. Mais recentemente, com o lançamento da Política Nacional de Combustível do Futuro (Lei 14.993 de 8 de outubro de 2024), o Brasil reafirmou seu compromisso com a descarbonização da matriz de transportes, integrando iniciativas como o RenovaBio, o Programa Rota 2030 e o incentivo ao uso de combustíveis sustentáveis da aviação (SAF) e do diesel verde. A Embrapa Agroenergia teve participação direta na formulação da Lei do Combustível do Futuro, integrando o grupo de trabalho de pesquisa, desenvolvimento e inovação, contribuindo por meio de notas técnicas e participação em audiências públicas sobre o tema.

    Em todas essas políticas públicas, a Embrapa tem exercido papel estratégico como geradora de conhecimento, tecnologia e inovação para o uso sustentável da biomassa — uma atuação que ganha ainda mais relevância nesta semana em que a Empresa completa 52 anos de contribuição contínua ao desenvolvimento do Brasil.

  • Agroindústria avança, mas quebra de safra compromete resultado da cadeia produtiva em 2024

    Agroindústria avança, mas quebra de safra compromete resultado da cadeia produtiva em 2024

    As indústrias da cadeia de soja e biodiesel apresentaram bom desempenho em 2024, antes e depois da porteira, com avanços de 3,98% na indústria de insumos e de 2,81% na agroindústria. O resultado da agroindústria foi influenciado sobretudo pelo forte avanço registrado na indústria de biodiesel, de 20,45%, segundo apontam estudos realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).  Apesar disso, o PIB da cadeia da soja e do biodiesel caiu 5,03% em 2024 frente ao ano anterior, pressionado pela quebra da safra da soja e seus reflexos negativos sobre os agrosserviços.

    Pesquisadores destacam, contudo, que essa retração no PIB da cadeia produtiva ocorre após o expressivo avanço de 23% verificado em 2023. Com isso, e considerando também os bons resultados fora da porteira em 2024, a cadeia da soja e do biodiesel ainda agregou no ano o segundo maior volume de sua história, atrás apenas de 2023.

    Mantendo o comportamento já observado no terceiro trimestre, o quarto trimestre teve como destaque uma nova e importante melhora na renda real da cadeia produtiva, refletindo os aumentos dos preços do grão, do óleo de soja e do biodiesel nos meses finais do ano. Mesmo diante desse desempenho, ainda foi registrada baixa de 3,27% no PIB-renda, que alcançou R$ 650,4 bilhões em 2024 (contra aos R$ 672,4 bi de 2023). Pesquisadores do Cepea/Abiove indicam que o patamar de 2024 ainda superou significativamente o patamar anterior à pandemia.

    Com esse valor, em 2024, o PIB da cadeia da soja e do biodiesel representou 23,8% do PIB do agronegócio e expressivos 5,5% do PIB nacional. Considerando os valores agregados por tonelada em 2024, o PIB gerado por tonelada de soja produzida e processada (R$ 8.108) representou 4,67 vezes o PIB gerado pela soja produzida e exportada diretamente (R$ 1.738).

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    Foto: Divulgação

    Mercado de trabalho

    Em 2024, a cadeia produtiva da soja e do biodiesel registrou diminuição de 3,2% no número de pessoas ocupadas, totalizando 2,26 milhões de trabalhadores, com reduções nos agrosserviços e no segmento primário (soja). A agroindústria da soja teve o maior crescimento, com aumento de 20,71% no número pessoas ocupadas, refletindo a expansão do processamento e das produções de rações e biodiesel.

    O segmento de agrosserviços, apesar de ser o maior em termos de ocupação, apresentou queda de 4,98% no número de pessoas ocupadas em 2024. Esse desempenho decorre, sobretudo, da quebra da safra 2023/24 e da consequente redução de demanda por agrosserviços, parcialmente compensada pelo crescimento da produção no segmento agroindustrial.

    A participação da cadeia produtiva na economia brasileira (2,24%) e no agronegócio (9,71%) reduziu em 2024, refletindo essa desaceleração mencionada.

    O número de pessoas ocupadas com ensino superior na agroindústria, na produção de soja e em insumos aumentou, indicando uma tendência de perfil profissional mais qualificado na cadeia produtiva.

    Comércio exterior

    As exportações da cadeia de soja e do biodiesel totalizaram 124,10 milhões de toneladas em 2024, queda de 2,54% em comparação com 2023. O valor exportado caiu 19,69%, totalizando US$ 54,25 bilhões. Segundo pesquisadores do Cepea/Abiove, a redução em valor em relação ao ano de 2023 ocorreu devido à menor produção nacional e à queda dos preços internacionais (-17,6%) – pressionados pela expressiva oferta global de soja.

    A China continuou sendo o principal destino das exportações, respondendo por 59% do volume total escoado pela cadeia produtiva, mesmo com redução de 2,56% frente a 2023. A China teve destaque sobretudo para a soja em grão (73,4%) e para o glicerol (78,7%). Para o óleo de soja, quase 80% do volume embarcado foi para o grupo de “outros países”, em que o destaque foi a Índia. Já para o farelo, os principais destinos foram a União Europeia (42,9%) e o Sudeste Asiático (32,4%), seguidos por Oriente Médio (12,4%) e Leste Asiático (7,9%).

    Já as importações da cadeia produtiva cresceram expressivos 338,09% em volume, impulsionadas pela escassez de soja comercializável no mercado interno.

  • Seminário debate papel do biodiesel na transição energética sustentável

    Seminário debate papel do biodiesel na transição energética sustentável

    A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Observatório de Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Embrapa Agroenergia promovem, no próximo dia 24 de abril, em Brasília, o seminário Agroenergia: Transição Energética Sustentável – Edição Biodiesel. O evento reunirá especialistas, pesquisadores e representantes do setor produtivo para discutir os desafios e oportunidades ligados à cadeia do biodiesel no Brasil, com foco na sustentabilidade e no avanço da transição energética no país.

    A programação terá início com uma solenidade de abertura com a presença de autoridades e será seguida por uma palestra magna intitulada “Biodiesel: cultivando energia”, que será conduzida por Bruno Laviola, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia. A apresentação abordará o papel da agroenergia como solução viável e estratégica para diversificação da matriz energética brasileira.

    Na sequência, dois painéis temáticos vão aprofundar diferentes aspectos da cadeia do biodiesel. O primeiro, “Do campo à transformação: explorando as matérias-primas do biodiesel”, discutirá a origem dos insumos que movimentam essa indústria. Participam do debate Alexandre Pereira, diretor comercial da Biopower; Fábio Júnior Benin, coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Be8; e Victor Barra, diretor de Agronegócios da Acelen Renováveis. A moderação ficará por conta de Eduarda Lee, assessora técnica da CNA.

    Já o segundo painel, “Energia limpa em movimento: o papel do biodiesel na transição energética”, trará uma visão estratégica sobre o uso do biodiesel como alternativa energética sustentável. Os painelistas serão Lucas Boacnin, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Argus Media, e André Lavor, CEO e cofundador da Binatural. A mediação será conduzida por Guilherme Bastos, coordenador do Centro de Estudos em Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas.

    Com foco em inovação, sustentabilidade e desenvolvimento do setor, o seminário promete ser uma importante plataforma de troca de conhecimento e articulação de políticas para o fortalecimento da agroenergia no contexto da economia verde.

  • Queda nos preços de óleos vegetais reabre debate sobre aumento da mistura de biodiesel no diesel

    Queda nos preços de óleos vegetais reabre debate sobre aumento da mistura de biodiesel no diesel

    Com a recente queda nos preços de óleos vegetais, a indústria de biodiesel volta a pressionar o governo federal para elevar a mistura obrigatória de biodiesel no diesel de 14% para 15%. A avaliação é da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que vê no atual cenário de mercado uma oportunidade para a medida ser finalmente implementada. A proposta havia sido discutida no início do ano, mas foi travada por decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), diante de temores de impacto inflacionário.

    Segundo o diretor de economia e assuntos regulatórios da Abiove, Daniel Amaral, a redução nos preços dos óleos vegetais é resultado da recuperação na oferta global e da normalização na demanda. Isso elimina o principal obstáculo que impediu o avanço da proposta no início do ano, quando o governo temia reflexos nos preços dos alimentos e, por consequência, nos índices de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A inflação acumulada em 12 meses até março está em 5,48%, acima da meta do Banco Central, de 3%.

    “Hoje as condições já estão dadas para elevar a mistura para 15%. A indústria tem capacidade industrial, estamos aumentando o esmagamento de grãos, e o cenário internacional está mais favorável”, afirmou Amaral, durante evento da Abiove em São Paulo. Para ele, a decisão agora está nas mãos do governo, e a expectativa do setor é de que o aumento da mistura ocorra “o mais rápido possível”.

    A Abiove sustenta que a elevação da demanda por biodiesel não deve pressionar os preços ao consumidor. Amaral explicou que as altas registradas no início do ano foram causadas, sobretudo, por fatores externos, como o câmbio e problemas nas safras de palma no Sudeste Asiático, e não pelo mercado interno. “Foram questões fora do Brasil”, enfatizou.

    A decisão do CNPE de manter a mistura em 14% teve impacto direto nas projeções de crescimento do setor. A consultoria StoneX, por exemplo, revisou suas estimativas para as vendas de biodiesel em 2025, cortando pela metade a expectativa de aumento: de 1,2 milhão para 600 mil metros cúbicos.

    O Ministério de Minas e Energia ainda não se manifestou sobre o tema após o novo posicionamento da Abiove. A expectativa da indústria é de que, com o cenário de preços mais favorável, o governo reconsidere a elevação da mistura como parte de sua estratégia de transição energética e fortalecimento da indústria nacional de biocombustíveis.

  • Sete estados terão 281 novos ônibus menos poluentes

    Sete estados terão 281 novos ônibus menos poluentes

    O Ministério das Cidades anunciou a aquisição de 281 novos ônibus para cidades de sete estados ao redor do país: Bahia, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. A informação foi publicada na edição desta segunda-feira (17) do Diário Oficial da União.

    Os veículos fazem parte do eixo de Renovação de Frota do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o setor privado. O investimento é de mais de R$ 197 milhões, financiados pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

    Na região Nordeste, a capital João Pessoa e os municípios de Conde, Cabedelo e Campina Grande, na Paraíba, receberão, somados, 90 novos ônibus. Já as cidades de Itabuna, na Bahia, e Petrolina, em Pernambuco, serão contempladas com 40 veículos cada uma.

    No Sudeste, Rio de Janeiro e Nova Iguaçu (RJ) somam 32 novos ônibus, enquanto Osasco, Itapevi, Santana de Parnaíba, Jandira, Pirapora, Barueri, Carapicuíba e Cotia, em São Paulo, totalizam 50 veículos. Nova Lima, em Minas Gerais, também receberá novos veículos, serão 21.

    A capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, representa o Sul do país na lista de cidades beneficiadas. A população gaúcha terá ao seu dispor oito novos veículos.

    Todos os ônibus são de motor Euro 6, ou seja, ainda movidos a diesel, mas 85% menos poluentes do que os da antiga geração. A tecnologia Euro 6 converte os poluentes em compostos menos nocivos, ou os captura antes mesmo de eles serem liberados para a atmosfera.

    O Ministério das Cidades tem conduzido o processo de descarbonização das frotas de ônibus por meio de investimentos do Novo PAC, tanto pelo setor privado quanto pelo setor público. Ao todo, na nova seleção do programa, são R$ 8,4 bilhões destinados à renovação da frota do transporte público e à melhoria da mobilidade urbana em grandes e médias cidades.

     

  • Mistura de biodiesel no diesel é mantida em 14% para conter inflação

    Mistura de biodiesel no diesel é mantida em 14% para conter inflação

    O percentual de biodiesel misturado ao óleo diesel ficará em 14% para conter a alta no preço dos alimentos, decidiu nesta terça-feira (18) o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). O percentual subiria para 15% em 1º de março.

    Embora a maior parte do biodiesel no país tenha origem na soja, produto majoritariamente exportado e pouco consumido pelos brasileiros, a decisão ajuda a segurar o preço dos alimentos. Isso porque a elevação da mistura para 15% encareceria o combustível, usado no transporte de cargas, com impacto no preço da comida. Atualmente, o óleo diesel representa 35% do valor do frete.

    “O preço dos alimentos é a grande prioridade do nosso governo. Considerando a necessidade de buscarmos todos os mecanismos para que o preço seja mais barato na gôndola do supermercado, mantemos a mistura em B14 [teor de 14% de biodiesel] até que tenhamos resultados no preço dos alimentos da população, já que boa parte da produção do biodiesel vem da soja”, afirmou, em nota, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

    Apesar de ser menos poluente e renovável, o biodiesel é mais caro que o diesel, combustível fóssil. Quanto maior o teor de biodiesel no diesel, mais alto fica o preço na bomba.

    Caso o percentual de mistura subisse, o diesel teria o segundo aumento em um mês. No fim de janeiro, a Petrobras elevou o preço do combustível para as distribuidoras em R$ 0,22 para diminuir a defasagem em relação ao preço internacional.

    O biodiesel, que é adicionado ao diesel fóssil, esteve em trajetória de alta nas últimas semanas.

    Sancionada em outubro de 2024, a Lei Combustível do Futuro estabelece que a parcela de biodiesel varie de 13% a 25%. No entanto, a adição é obrigatória desde 2008, como política nacional para reduzir o nível de poluição do transporte de cargas.

  • Produção de biodiesel cresce em 20 anos e chega a 77 bilhões de litros

    Produção de biodiesel cresce em 20 anos e chega a 77 bilhões de litros

    Nesta segunda-feira (13), completaram 20 anos do marco legal do biodiesel no Brasil. A Lei 11.097/2005, sancionada no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, introduziu oficialmente o combustível renovável à matriz energética do país, como uma alternativa ao uso do diesel de origem fóssil – mais poluente e proveniente das reservas limitadas de petróleo.

    A norma modificou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis com a atribuição de regular a produção e comercialização de biocombustíveis no país, pondo em prática o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB).

    A lei foi a primeira a constituir o marco legal do biodiesel e fixou uma mistura obrigatória de 5% do combustível renovável no óleo diesel comercializado no país, criando a mistura chamada de diesel B. Um período transitório de até oito anos previa uma mistura com apenas 2% de biodiesel, inicialmente voluntária e que passaria à obrigatoriedade em três anos.

    Em 2009, a mistura obrigatória de 5% foi estabelecida por uma resolução do Conselho Nacional de Política Energética e, desde então, houve uma evolução gradual que levou ao biodiesel B14, com acréscimo de 14% de biodiesel no diesel B, a partir de março de 2024.

    Para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o principal avanço no período de vinte anos foi a expansão da produção e do uso do biocombustível, com consequente impulsionamento do desenvolvimento sustentável nos aspectos ambiental, social e econômico. “Nessas duas décadas, produzimos 77 bilhões de litros de biodiesel, economizando 38 bilhões de dólares em importação de diesel”, diz.

    Além disso, a trajetória evitou a emissão de 240 milhões de toneladas de gás carbônico, gerando empregos e oportunidades aos agricultores familiares, tornando biodiesel “um grande aliado na transição energética justa e inclusiva do país”, destacou Silveira.

    Em 2023, a produção nacional de biodiesel foi de mais de 7,5 bilhões de litros, o que representou uma expansão de 19%. em relação ao ano anterior, segundo o Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2024, divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

    No mesmo ano, a demanda de óleo diesel rodoviário cresceu 1,7 bilhão de litros. Desse total, 1 bilhão de litros foi suprido pela produção de biodiesel usado na mistura obrigatória de 12%, na época, apontou o Atlas da Eficiência Energética 2024, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

    Embora esse crescimento ainda não seja capaz de acompanhar o aumento acelerado da demanda por energia para transporte, o avanço do biodiesel ganha força quando se soma aos resultados de outras políticas como a do etanol, a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), criada em 2017, e a recém-aprovada Lei do Combustível do Futuro (14.993/24). Nesse cenário, a produção de biocombustíveis no país contou ainda, em 2023, com a produção de 35,4 bilhões de litros de etanol e 74,9 milhões de m³ de biometano, informa a agência.

    A nova lei também criou instrumentos de estímulo à produção e uso de novos biocombustíveis, como o Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e o diesel verde, produzido a partir de resíduos orgânicos.

    Diversificação

    A diversificação de fontes energéticas de baixo carbono também revela uma estratégia para enfrentar o desafio da dependência da soja como matéria-prima para a produção de biodiesel. De acordo com a EPE, o óleo de soja representou 69,15% da matéria-prima utilizada na produção de biodiesel em 2023.

    “Essa dependência coloca a sociedade em uma posição vulnerável a flutuações nos preços. Por isso, nosso objetivo é fortalecer as estratégias de diversificação das fontes de matéria-prima para bioenergia, ampliando o uso de alternativas de baixo carbono, como óleos de cozinha usados e gorduras animais”, destaca Alexandre Silveira.

    Em dezembro de 2024, o Conselho Nacional de Politica Energética aprovou uma resolução para estimular o uso de óleos e gorduras residuais na produção de biodiesel e outros combustíveis. Até junho deste ano o MME deverá publicar portaria conjunta com o Ministério do Meio Ambiente para estabelecer um percentual mínimo de uso desse material na produção de biocombustíveis.

    Segundo o ministro de Minas e Energia o reflexo das políticas públicas demonstra o compromisso do governo brasileiro com a expansão dos biocombustíveis na matriz energética brasileira e “por conta desses avanços, em 2024 alcançamos a marca histórica de 9 bilhões de litros produzidos. Um número que demonstra a importância do biodiesel para o Brasil”, diz.

    Desenvolvimento

    Para o ministro, esses resultados também representam desenvolvimento econômico, geração de emprego e transformação social, fomentados pela política criada com o Selo Biocombustível Social, que em 2024 passou por uma revisão das normas criadas em 2004.

    Com as mudanças, além dos benefícios fiscais e comerciais concedidos aos produtores de biodiesel que usam matéria-prima da agricultura familiar, foram criadas linhas de fomento a projetos de pesquisa, de estruturação de cadeias produtivas e de fortalecimento das organizações da agricultura familiar.

    “As políticas públicas adotadas no Brasil para a mobilidade sustentável no transporte contribuem para o desenvolvimento de soluções tecnológicas alinhadas ao reconhecimento de que os biocombustíveis desempenham um papel estratégico crucial em um dos maiores desafios do século XXI que é a transição energética. Esse desafio não envolve apenas a redução das emissões de gases de efeito estufa, mas também a promoção de uma economia mais resiliente e sustentável”, conclui.

  • Cadeia da Soja e Biodiesel mostra resiliência com PIB estimado em R$ 598,4 bilhões

    Cadeia da Soja e Biodiesel mostra resiliência com PIB estimado em R$ 598,4 bilhões

    Um levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), revelou um cenário de melhora na renda real da cadeia da soja e do biodiesel no terceiro trimestre de 2024. Apesar da estimativa de queda de 11,48% na renda real, a retração foi amenizada graças à recuperação nos preços ao longo do período. Com isso, o PIB da cadeia poderá atingir R$ 598,4 bilhões neste ano, superando o nível pré-pandemia e representando 23,2% do PIB do agronegócio e 5,1% do PIB nacional em 2024.

    A recuperação de preços foi impulsionada por uma demanda aquecida, tanto no mercado interno quanto no externo. Apesar disso, a queda no PIB da cadeia da soja e do biodiesel, projetada em 6,00% em 2024, permanece. Esse resultado é reflexo da quebra da safra da soja, que levou a um recuo de 13,53% no PIB do segmento primário em comparação a 2023. Por outro lado, o desempenho robusto da indústria de insumos (+3,98%) e do segmento pós-porteira (+1,07%), com destaque para o biodiesel (+23,23%), contribuiu para mitigar os impactos negativos. Segundo pesquisadores do Cepea e da Abiove, embora com PIB em queda, a cadeia da soja e do biodiesel ainda irá agregar o segundo maior volume de sua história.

    Mercado de trabalho

    A estimativa para o terceiro trimestre aponta uma redução de 2,64% no número de trabalhadores da cadeia, totalizando 2,23 milhões de ocupados. Apesar disso, a cadeia manteve sua relevância no mercado de trabalho, empregando 9,41% dos trabalhadores do agronegócio e 2,17% da força de trabalho da economia brasileira. O segmento de agrosserviços apresentou uma queda de 5,24% na ocupação, enquanto os segmentos de insumos (+3,48%), primário (+1,67%) e a agroindústria (18,13%) mostraram crescimento.

    Comércio exterior

    O valor das exportações da cadeia da soja e do biodiesel no terceiro trimestre de 2024 foi de US$ 13,91 bilhões, uma queda de 12,57% em relação ao mesmo período de 2023. O volume exportado cresceu 1,36%, enquanto os preços médios de exportação recuaram 13,74%, pressionados pela maior oferta global de soja e condições climáticas favoráveis em grandes produtores como EUA e Rússia. A China se manteve como o principal destino, absorvendo 75,21% das exportações de soja, 22,97% das exportações de óleo e 46,24% do total exportado de biodiesel, glicerol e proteína de soja. A União Europeia e o Sudeste Asiático também se destacaram.

  • Indústria do biodiesel deve crescer e amenizar queda do PIB total da cadeia

    Indústria do biodiesel deve crescer e amenizar queda do PIB total da cadeia

    O PIB da cadeia da soja e do biodiesel pode cair 5,77% em 2024, totalizando R$ 521,3 bilhões. A redução, após um 2023 de forte alta de 22%, está atrelada à quebra da safra de soja e seus reflexos negativos sobre os agrosserviços. É o que destaca o levantamento realizado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), com base em dados disponíveis até o segundo trimestre deste ano.

    Os números mostram ainda que o bom desempenho esperado para a indústria deve amenizar a queda do PIB da cadeia produtiva, em especial a indústria do biodiesel, que terá aumento de 26,92%.

    Embora em queda, o PIB da cadeia da soja e do biodiesel em 2024 ainda deverá superar significativamente o patamar anterior à pandemia e deve representar 20,8% do PIB do agronegócio nacional e 4,5% da economia brasileira como um todo.

    Os preços continuaram desfavoráveis frente a 2023, mas houve uma melhora no segundo trimestre. A queda estimada dos preços relativos é de 17,1%, implicando redução de 21,88% da renda real.

    Mercado de trabalho

    A estimativa do segundo trimestre de 2024 para o número de pessoas ocupadas (PO) na cadeia da soja e do biodiesel manteve a tendência de queda em relação a 2023, com um total de 2,24 milhões de trabalhadores (redução de 4% na comparação entre os segundos trimestres).

    Com isso, as participações da cadeia produtiva na PO do agronegócio (9,51%) e na da economia brasileira (2,23%) diminuíram, novamente. As quedas se devem às baixas registradas para a soja (-6,13%) e para os agrosserviços (-4,78%). Em sentido oposto, o segmento de insumos (1,92%) e a agroindústria (17,06%) aumentaram a quantidade de pessoas ocupadas nessa mesma comparação.

    Comércio exterior

    No segundo trimestre de 2024, o volume das exportações da cadeia de soja e do biodiesel (soja in natura, farelo de soja, óleo de soja, glicerol, biodiesel e proteína de soja) totalizaram 48,98 milhões de toneladas, redução de 3,71%  na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

    O valor exportado também apresentou queda (-20,87%), totalizando US$ 24,24 bilhões. Esses números indicam uma desaceleração das exportações, resultante da diminuição dos preços no cenário internacional, da menor quantidade produzida de soja pelo Brasil e do aumento da demanda doméstica.

    Entre os segundos trimestres de 2023 e 2024, observa-se aumento no volume exportado para a China (2,88%), Leste Asiático (8,56%), Oriente Médio (18,10%) e África (23,17%). Essas regiões, em conjunto, representaram 75% do volume total das exportações brasileiras da cadeia produtiva da soja e do biodiesel no segundo trimestre de 2024.

    Por outro lado, houve redução das exportações para outras regiões, incluindo União Europeia (-3,26%), Sudeste Asiático (-9,89%) e América do Norte (-37,27%), que juntas representaram 20,54% do volume total exportado no período. Para os demais destinos (“Outros”), houve uma redução de 54,60% em comparação com o mesmo período do ano anterior, indicando uma diminuição na diversificação dos destinos de exportação no trimestre específico.

  • Durante fiscalização em Mato Grosso, ANP aplica suspensão em produtor de biodiesel

    Durante fiscalização em Mato Grosso, ANP aplica suspensão em produtor de biodiesel

    A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) intensificou as fiscalizações no setor de combustíveis em diversas regiões do Brasil, entre elas em Mato Grosso, entre os dias 7 e 10 de outubro. Em Cuiabá, a inspeção realizada em um posto de combustíveis, em parceria com o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-MT), não identificou irregularidades. Já em Várzea Grande, uma ação conjunta com o Procon Municipal resultou na suspensão temporária de dez dias das atividades de um produtor de biodiesel, após decisão definitiva em processo administrativo sancionador da ANP, motivado por uma autuação anterior.

    Durante essas operações, os fiscais da ANP verificaram não apenas a qualidade dos combustíveis oferecidos, mas também o fornecimento correto do volume pelas bombas, a conformidade dos equipamentos utilizados para a distribuição e a documentação de autorização de funcionamento das empresas. Além disso, foi analisada a regularidade das movimentações dos combustíveis comercializados, garantindo que os produtos seguissem as normas estabelecidas.

    Em nível nacional, as fiscalizações da ANP se estenderam a nove unidades da Federação no mesmo período. No Pará, uma ação conjunta com a Secretaria da Fazenda culminou na interdição de um estabelecimento que operava atividades de produção e distribuição de combustíveis sem a devida autorização da agência reguladora.

    As fiscalizações realizadas pela ANP seguem um planejamento estratégico baseado em múltiplos vetores de inteligência, como dados fornecidos pelo Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC), informações da Ouvidoria da ANP, além de colaborações com outros órgãos e a área de inteligência da própria agência. Essa abordagem permite concentrar as ações em regiões e empresas com maiores indícios de irregularidades, visando coibir práticas ilegais e garantir a segurança e qualidade dos produtos oferecidos aos consumidores.

    Os resultados das fiscalizações são disponibilizados publicamente por meio do Boletim Fiscalização do Abastecimento em Notícias e do Painel Dinâmico da Fiscalização do Abastecimento, cujas informações são atualizadas mensalmente. O boletim oferece um resumo das principais ações de fiscalização, enquanto o painel fornece dados detalhados, com um intervalo de dois meses entre a fiscalização e sua publicação, devido a exigências legais e operacionais.

    Os estabelecimentos que forem autuados pela ANP em suas operações de fiscalização estão sujeitos a penalidades, com multas que podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões. Entretanto, essas sanções só são aplicadas após a conclusão de um processo administrativo, onde os agentes econômicos têm assegurado o direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme determina a legislação vigente.

    Essas ações reforçam o compromisso da ANP com a transparência, qualidade e segurança no abastecimento de combustíveis no Mato Grosso e Brasil, protegendo tanto os consumidores quanto a cadeia produtiva do setor.