Tag: Biocombustíveis

  • RenovaBio: decreto trata de fiscalização das metas de descarbonização

    RenovaBio: decreto trata de fiscalização das metas de descarbonização

    O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou hoje (16/4), o Decreto nº 12.437/2025, relativo à Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). A norma trata dos instrumentos de fiscalização para garantir o cumprimento das metas de descarbonização, ampliar a segurança jurídica para o mercado e enfrentar com mais eficiência práticas ilícitas no setor de combustíveis.

    O Decreto regulamenta dispositivos da Lei nº 15.082/2024 e moderniza o processo administrativo da ANP, ampliando a capacidade de identificar, punir e coibir fraudes no mandato de mistura do biodiesel ao diesel.

  • Seminário promove diálogos sobre transição energética sustentável com biodiesel

    Seminário promove diálogos sobre transição energética sustentável com biodiesel

    O seminário “Agroenergia – Transição Energética Sustentável: edição Biodiesel”, organizado pelo Sistema CNA/Senar, com apoio da Embrapa Agroenergia e do Observatório de Bioeconomia, da Fundação Getúlio Vargas, será realizado no dia 24 de abril, no auditório da CNA, em Brasília. O evento é uma iniciativa estratégica que visa promover o diálogo entre setor produtivo, instituições de pesquisa, governo e sociedade sobre os caminhos para ampliar a sustentabilidade e a competitividade do biodiesel no Brasil.

    “O evento ocorre em um momento crucial, em que o País avança com políticas públicas para a transição energética, e o biodiesel tem papel fundamental tanto na descarbonização da matriz de transportes quanto na geração de desenvolvimento regional e inclusão social”, afirmou Bruno Laviola, chefe-adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento, da Embrapa Agroenergia.

    O encontro, que será presencial e tem inscrição gratuita, vai debater temas relacionados à importância do programa nacional de biodiesel, desafios regulatórios, avanços em pesquisa e inovação, e o papel das matérias-primas agrícolas– como soja, palma, macaúba, resíduos e coprodutos – no fortalecimento da cadeia produtiva. “É uma agenda importante também para o contexto da COP30, que será realizada este ano, em Belém-PA”, enfatizou Alexandre Alonso, chefe-geral da Embrapa Agroenergia, que também ressaltou o diálogo quanto às perspectivas futuras do biocombustível que deve acontecer.

    Um dos temas centrais do evento será a diversificação das matérias-primas para o biodiesel, com destaque para estratégias que visem ampliar a participação de outras oleaginosas, como palma-de-óleo, canola, girassol e macaúba, contribuindo para maior sustentabilidade, segurança de suprimento e inclusão produtiva em diferentes regiões do País. “A expectativa é que o seminário contribua para fortalecer as ações voltadas ao avanço da bioenergia, com foco na sustentabilidade, inovação e agregação de valor ao agronegócio brasileiro”, disse Laviola.

    Biodiesel

    O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de biodiesel, com uma produção de cerca de 9 bilhões de litros em 2024, oriundos de 58 usinas distribuídas pelo país, com maior concentração nas regiões Sul e Centro-Oeste. Nesse mesmo ano, foram consumidos aproximadamente 10 bilhões de litros de óleo vegetal e gordura animal, sendo a soja a principal matéria-prima utilizada, respondendo por cerca de 74% da produção nacional.

    Projetos

    Ao longo dos anos, a Embrapa Agroenergia tem atuado na diversificação de biomassas para a produção de biocombustíveis, com diversas iniciativas voltadas ao biodiesel. Destacam-se também os esforços direcionados ao melhor aproveitamento de coprodutos dessa cadeia, como é o caso da glicerina, que tem elevado potencial de valoração. Projetos da Unidade resultaram em soluções tecnológicas como: biofertilizantes, bioestimulantes e biodefensivos de origem microbiana e vegetal para a sustentabilidade e resiliência da produção agrícola; insumos renováveis de origem microbiana ou vegetal para aplicação na bioindústria; e materiais renováveis obtidos de biomassa vegetal e/ou resíduos agroindustriais para aplicações na agricultura ou indústria.

    No contexto da diversificação de biomassas, também citam-se os projetos que contribuíram no tema “biodiesel”, como: cultivares e sistema de manejo tropicalizado para o cultivo sustentável de canola nas regiões Centro Sul do Brasil; ferramentas para apoio ao programa de melhoramento genético da palma-de-óleo (dendê) visando a produção em bases sustentáveis; sistema produtivo para a macaúba, incluindo tecnologias de produção, processamento de frutos e agregação de valor aos produtos e coprodutos; e processos de produção e ferramentas para controle de qualidade de biodiesel.

    Programação

    O seminário começará às 13h, no auditório da CNA (Brasília-DF) com a palestra “Biodiesel: Cultivando Energia”. Seguido de painéis com especialistas no tema. Veja a programação completa e inscreva-se em:  cnabrasil.org.br/agroenergiabiodiesel

  • Demanda por biocombustíveis cresce no início de 2025, impulsionando preços do etanol

    Demanda por biocombustíveis cresce no início de 2025, impulsionando preços do etanol

    O ano de 2025 começou com um cenário aquecido para o mercado de biocombustíveis no Brasil, especialmente para o etanol. Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o volume de etanol hidratado negociado no mercado spot do estado de São Paulo quase dobrou entre os dias 30 de dezembro de 2024 e 3 de janeiro de 2025, em comparação com o período anterior.

    A alta na demanda foi impulsionada pela reposição dos estoques após as festividades de fim de ano e pela expectativa de preços firmes nos próximos meses, devido à entressafra prolongada na região Centro-Sul. Esse movimento de mercado resultou em uma valorização dos preços do biocombustível.

    No período analisado, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado registrou avanço de 0,99%, fechando em R$ 2,6712 por litro, líquido de ICMS e PIS/Cofins. O etanol anidro, por sua vez, teve aumento de 0,82%, alcançando R$ 3,0339 por litro, também líquido de impostos.

    A tendência de alta no setor reforça a relevância dos biocombustíveis no cenário energético brasileiro, com expectativas de que a demanda siga aquecida nos próximos meses.

  • ANP divulga metas preliminares de redução de emissões para 2025 no âmbito do RenovaBio

    ANP divulga metas preliminares de redução de emissões para 2025 no âmbito do RenovaBio

    A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) anunciou as metas preliminares de redução de emissões de gases de efeito estufa aplicáveis aos distribuidores de combustíveis para 2025. As metas estão inseridas no programa RenovaBio, que busca incentivar a adoção de biocombustíveis na matriz energética brasileira.

    As metas preliminares, publicadas em unidades de Créditos de Descarbonização (CBIO), foram definidas com base na meta nacional de 40,39 milhões de CBIOs, estipulada pela Resolução CNPE nº 14, de 10 de dezembro de 2024. O cálculo considera dados de movimentação de combustíveis fósseis entre janeiro e outubro de 2024, conforme o Sistema de Informações de Movimentações de Produtos (SIMP).

    Cada distribuidora terá sua meta anual definitiva publicada em 2025, mas as metas preliminares já estão disponíveis para consulta no site da ANP. A individualização dessas metas utilizou a metodologia descrita no art. 6º da Resolução ANP nº 791/2019, que leva em conta a participação de mercado de cada distribuidor na comercialização de combustíveis fósseis.

    O RenovaBio, a Política Nacional de Biocombustíveis, é um instrumento estratégico para promover a produção e o uso de biocombustíveis no Brasil. Ele define metas anuais de descarbonização, estabelecidas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que são desdobradas em metas individuais para as distribuidoras de combustíveis.

    Para atender às metas, os distribuidores devem adquirir CBIOs, ativos financeiros negociados em bolsa. Os créditos são emitidos com base na certificação de eficiência dos processos produtivos dos biocombustíveis, em comparação com as emissões de combustíveis fósseis.

    A iniciativa reforça o compromisso do país com a sustentabilidade e a redução de emissões, ao mesmo tempo que impulsiona a integração de biocombustíveis na matriz energética de transportes.

  • ANP aprova revisão de resolução sobre produção de biocombustíveis e propõe avanços regulatórios

    ANP aprova revisão de resolução sobre produção de biocombustíveis e propõe avanços regulatórios

    A Diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou nesta quarta-feira (13/12) a revisão da Resolução ANP nº 734/2018, que define os requisitos para a autorização da atividade de produção de biocombustíveis no Brasil. A proposta revisada seguirá para consulta e audiência públicas, abrindo espaço para a participação de representantes do setor e da sociedade.

    As alterações são resultado de uma Análise de Impacto Regulatório (AIR) conduzida pela Agência, cujo relatório final também foi aprovado. O objetivo da revisão é aprimorar as normas relacionadas à segurança operacional, otimizar os processos de autorização e ampliar o escopo de produtos compatíveis com a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio).

    Entre as principais mudanças propostas, a nova regulamentação passará a considerar como produtor de biocombustíveis qualquer agente que fabrique combustíveis exclusivamente a partir de biomassa em instalações autorizadas. As autorizações para o exercício da atividade serão abrangentes, permitindo a produção de qualquer tipo de biocombustível, o que facilita a inclusão de novos produtos que venham a ser especificados pela ANP. Outro ponto relevante é a possibilidade de revogação da autorização para produtores que interrompam suas atividades por dois anos, além de restrições para comercialização e armazenamento de biocombustíveis em instalações que fiquem inativas por mais de um ano.

    Para fortalecer as medidas de segurança, os produtores de etanol terão um prazo de dois anos para atualizar e manter disponível o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) ou documento equivalente. Esse requisito será obrigatório em casos de alterações nas instalações de produção ou nas áreas de armazenamento. Além disso, os processos de gestão de mudanças serão exigidos para qualquer modificação nas instalações, visando garantir a continuidade segura das operações.

    A proposta também traz ajustes no texto da resolução para maior clareza. Empresas que desejem produzir biocombustíveis deverão ter uma Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) compatível com essa atividade registrada em seu CNPJ. Além disso, cada instalação produtora deverá possuir um CNPJ próprio, mesmo quando o agente já possui autorização para outra atividade. A minuta também reforça que a comercialização de biocombustíveis só poderá ocorrer em instalações autorizadas, sendo vedada a realização de vendas por estabelecimentos administrativos ou filiais não autorizados. Ainda, para os produtores de biodiesel, será proibida a comercialização de metanol, que deve ter seu uso devidamente controlado para evitar destinações indevidas.

    Com essas propostas, a ANP busca modernizar e aprimorar a regulação do setor de biocombustíveis, fortalecendo sua competitividade e segurança operacional. A consulta e audiência públicas darão oportunidade para que o texto seja enriquecido por contribuições do mercado e da sociedade, reforçando o compromisso da Agência com a transparência e o desenvolvimento sustentável do setor.

  • Petrobras não vai mais colocar à venda subsidiária de biocombustíveis

    Petrobras não vai mais colocar à venda subsidiária de biocombustíveis

    A Petrobras informou nesta quarta-feira (6), que não vai mais colocar à venda a sua subsidiária integral Petrobras Biocombustível S.A. (PBio), que será mantida no portfólio da companhia. Segundo a empresa, a decisão da diretoria executiva está alinhada às estratégias vigentes, “que consideram a atuação da Petrobras em negócios de baixo carbono, diversificando o portfólio de forma rentável e promovendo a perenização da estatal”.

    “De forma complementar, no âmbito das discussões do novo ciclo do seu Plano Estratégico, a Petrobras está avaliando alternativas e modelos de negócio para a PBio por meio de parcerias que possam potencializar sua atuação, considerando novas oportunidades de negócios, possíveis sinergias entre os ativos da companhia e a maximização dos resultados”, explicou a Petrobras, em nota. .

    Subsidiária

    Fundada em 2008, a PBio é uma subsidiária integral da Petrobras, atuante nos segmentos de produção de biocombustíveis e comercialização de enxofre, proprietária de três usinas de biodiesel: duas operacionais situadas em Candeias (BA) e em Montes Claros (MG) e uma em Quixadá (CE), que está hibernada.

  • Inpasa inicia operação da maior biorrefinaria de etanol de milho do mundo no Norte de Mato Grosso

    Inpasa inicia operação da maior biorrefinaria de etanol de milho do mundo no Norte de Mato Grosso

    Em um marco histórico para o setor de biocombustíveis no Brasil, a Inpasa deu início a mais uma fase com a maior biorrefinaria de etanol de milho do mundo. Localizada em Sinop, no norte de Mato Grosso, a planta representa um investimento de R$ 4,1 bilhões e consolida o Brasil como líder global na produção de bioenergia.

    Com capacidade de processar 4,6 milhões de toneladas de milho por ano, a usina da Inpasa em Sinop produz anualmente 2,1 bilhões de litros de etanol, cerca de 10% da produção total de milho em Mato Grosso. Além do biocombustível, a unidade gera 1 milhão de toneladas de farelo DDGs, 105 mil toneladas de óleo de milho e 804,1 GWh de bioeletricidade.

    A inauguração da biorrefinaria demonstra o compromisso da Inpasa com o desenvolvimento sustentável e a busca por soluções energéticas mais limpas. O presidente da empresa, José Lopes, destacou a importância do projeto para o país: “Estamos em um momento único na bioeconomia brasileira. Iniciativas como esta reafirmam nosso país como protagonista no cenário global”.

    Mato Grosso, o celeiro do Brasil

    Mato Grosso consolida liderança em produção de etanol de milho com nova usina

    O estado de Mato Grosso, conhecido como o celeiro do Brasil, se consolida ainda mais como um polo de produção de biocombustíveis com a inauguração da usina da Inpasa. A abundância de milho na região, aliada aos investimentos em tecnologia e infraestrutura, torna o estado um ambiente propício para o desenvolvimento de projetos como esse.

    A nova biorrefinaria traz diversos benefícios para a economia e o meio ambiente. Além de gerar empregos e renda para a região, a planta contribui para a diversificação da matriz energética brasileira, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.

    O farelo DDGs produzido na usina é um subproduto de alto valor nutricional, utilizado na alimentação animal. Já a bioeletricidade gerada abastece a própria unidade e parte da rede elétrica da região, contribuindo para a sustentabilidade do processo produtivo.

  • Lei do “Combustível do Futuro” impulsiona setor de biocombustíveis em Mato Grosso

    Lei do “Combustível do Futuro” impulsiona setor de biocombustíveis em Mato Grosso

    A recente sanção da Lei do “Combustível do Futuro”, em Brasília, promete trazer impactos significativos para a economia de Mato Grosso. A nova legislação estabelece programas nacionais para o diesel verde, combustível sustentável para aviação e biometano, além de aumentar a mistura de etanol e biodiesel na gasolina e no diesel.

    Mato Grosso, que é o segundo maior produtor de etanol de milho do Brasil, deve se beneficiar diretamente dessas medidas. Estimativas indicam um crescimento contínuo na produção de milho até a safra 2033/2034, o que deve injetar ainda mais recursos na economia estadual.

    Dados da Indústria de Bioenergia de Mato Grosso (Bioind-MT) e do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que, na última safra, o estado produziu 5,72 bilhões de litros de etanol de milho, um aumento de 32% em relação à safra anterior. O recorde demonstra o potencial de Mato Grosso como um dos principais polos de produção de biocombustíveis, contribuindo para um setor de energia mais sustentável.

    O etanol de milho, obtido por meio da moagem, fermentação e destilação do cereal, é considerado uma alternativa energética de menor impacto ambiental, reforçando o papel do estado no avanço das energias renováveis.

  • Produção de biocombustíveis avançados ganha impulso com novo marco regulatório

    Produção de biocombustíveis avançados ganha impulso com novo marco regulatório

    Foi sancionada nesta terça-feira, 8 de outubro, pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei do Combustível do Futuro, que funciona como novo marco regulatório, e que estabelece o incentivo ao diesel verde, biometano, combustível sustentável de aviação e o aumento das misturas de etanol à gasolina e biodiesel ao diesel.

    A proposta, aprovada pelo Congresso Nacional, em convergência com Ministério de Minas e Energia (MME), contou com contribuição da Embrapa, que participou ativamente do processo de concepção, por meio da participação no grupo de trabalho (GT) de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), na revisão e na aprovação, por meio de notas técnicas e participação em audiências públicas sobre o tema. A nova lei representa um avanço significativo nas políticas de incentivo ao uso de combustíveis renováveis e à ampliação de matrizes energéticas mais sustentáveis no país.

    “O Brasil é o país que vai fazer a maior revolução energética no planeta Terra. Hoje temos mais de 5 milhões de propriedades rurais e muitos empresários no setor agroenergético, que podem garantir a produção de alimentos e biocombustíveis. E o Brasil tem a Embrapa, que hoje é modelo para o mundo”, afirmou o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de sanção da lei.

    O novo marco legal cria uma série de iniciativas de fomento à descarbonização da economia, mobilidade sustentável e transição energética no país, como o Programa Nacional do Diesel Verde (PNDV), Programa Nacional do Bioquerosene de Aviação (ProBioQAV), dentre outros incentivos para estimular o desenvolvimento de combustíveis sintéticos, etanol e biodiesel. “A Lei do Combustível do Futuro é muito ampla e representa um marco legal histórico para os setores de energia, agricultura e transporte no país. Muitas oportunidades de PD&I devem surgir a partir dessa regulamentação, o que pode colocar o Brasil como protagonista no fornecimento de fontes energéticas mais sustentáveis a nível global”, afirma Silvia Massruhá, presidente da Embrapa.

    Para Alexandre Alonso, chefe-geral da Embrapa Agroenergia (Brasília, DF) – uma das unidades da empresa mais envolvidas com a concepção e tramitação do da proposta dos combustíveis do futuro – , com a sanção da lei há grande expectativa tanto de aumento na produção e uso de biocombustíveis tradicionais como o etanol e o biodiesel decorrente do aumento das misturas mandatórias, quanto de uma maior diversificação de biocombustíveis, a partir da incorporação de novas opções como o biometano, o diesel renovável (verde) e o combustível sustentável de aviação, também chamado de SAF (Sustainable Aviation Fuel, em inglês).

    “Esse aumento de demanda e diversidade de biocombustíveis, exigirá mais da agricultura brasileira. Para atender a crescente demanda por etanol, por exemplo, (que pode ser utilizado tanto como um biocombustível diretamente quanto como matéria-prima para produção de outros biocombustíveis, a exemplo do SAF) precisaremos aumentar a oferta de cana-de-açúcar e milho. Para tanto novos investimentos em ciência, tecnologia e inovação (CT&I) serão cruciais para aumentarmos a produtividade agrícola dessas culturas”, afirma o gestor.

    Atenta a essa demanda, a Embrapa finaliza a estruturação de um Programa de Pesquisa em Cana-de-Açúcar. Esse novo programa deverá resultar no estabelecimento de redes de pesquisa internas, que buscarão desenvolver tecnologias para segmentos estratégicos apontados em consulta realizada no setor e no estabelecimento de uma plataforma de colaboração, que permitirá à empresa estabelecer novos arranjos de cooperação diretamente com o setor produtivo.

    O mesmo ocorrerá para o biodiesel e para viabilizar o diesel renovável, também chamado de HVO (Hydrogenated Vegetable Oil, em inglês), uma vez que a produção destes biocombustíveis demandará cada vez mais óleos de origem vegetal, abrindo oportunidades de PD&I. Nesse sentido, uma das apostas da Embrapa está na produção destes biocombustíveis, a partir da macaúba, uma palmeira brasileira nativa.

    “Devido sua alta produtividade frente a outras oleaginosas como a soja e a palma (dendê), a macaúba é considerada fonte estratégica de biocombustível”, afirma Alonso. Em junho deste ano, lideranças científicas da Embrapa, da Acelen Renováveis e da Embrapii, deram início a um projeto de desenvolvimento tecnológico das espécies de palmeira macaúba para produção de combustível sustentável de aviação.

    O objetivo é domesticar a macaúba e implementar lavouras comerciais para fins de extração de óleos de alta qualidade e aproveitamento dos resíduos agroindustriais para a geração de bioprodutos. O aporte financeiro estimado para o projeto é de R$ 13,7 milhões em cinco anos.

    Biometano e combustível sustentável de aviação

    Uma das grandes oportunidades criadas pela nova lei é o incentivo à produção de biocombustíveis avançados como o biometano e o combustível sustentável de aviação. “Há uma forte pressão para a redução das emissões de carbono na indústria de transformação e na aviação e ainda não há rotas tecnológicas definidas em larga escala para a produção de combustível sustentável, a fim de atender estes setores”, explica Alonso.

    No caso da demanda industrial, há grande potencial de utilização do biometano produzido a partir da biodigestão de resíduos agrícolas, como substituto ao gás natural. Dada a quantidade de resíduos agrícolas produzidos no Brasil, diversos estudos apontam que mais de 60% de todo o potencial de geração de biometano no país está associado a rotas que exploram a biodigestão de resíduos agrícolas.

    Já no caso do segmento de aviação a aposta recai sobre o SAF, que pode ser produzido a partir do etanol (por meio de um processo chamado de  Alcohol to Jet ou ATJ, na sigla em inglês) ou por hidrogenação de óleos vegetais (por meio de um processo chamado de HEFA – Hydroprocessed Esters and Fat Acids, em inglês). “Em ambos os casos (biometano e SAF), a agricultura deverá ter papel primordial por ser fonte de matéria-prima de baixa emissão de carbono. Por isso mesmo, a expectativa mundial é grande e as atenções estão voltadas para o Brasil, uma vez que é o país com o maior potencial para atender a demanda”, complementa Alonso.

    Pauta Verde

    Nos últimos anos, a Embrapa vem atuando intensamente na chamada “Pauta Verde”, agenda prioritária do governo brasileiro e do poder legislativo. Gestores e pesquisadores da Empresa vêm participando de audiências públicas, grupos de trabalho e notas técnicas, a fim de subsidiar cientificamente políticas públicas, como a lei dos combustíveis do futuro, o marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono, o marco do legal do mercado de carbono, o programa de aceleração da transição energética, entre outros.

    “Observamos uma convergência de interesses dos setores executivo e legislativo do país nesses temas ligados à bioeconomia, descarbonização e sustentabilidade, em que a Embrapa já é protagonista, o que se configura como um importante espaço de articulação e contribuição técnica da Empresa”, explica Cynthia Cury, chefe da Assessoria de Relações Governamentais e Institucionais da Embrapa.

    Com a aprovação da Lei do Combustível do Futuro, Cury acredita que a pesquisa agropecuária brasileira ainda terá muito a contribuir com dados, conhecimentos e tecnologias que possibilitem a implementação destas políticas públicas, voltadas para agenda de descarbonização da economia do país. “O trabalho está só começando”, finaliza.

  • Potencial do Setor de Biocombustíveis em Mato Grosso é destaque

    Potencial do Setor de Biocombustíveis em Mato Grosso é destaque

    O governador Mauro Mendes visitou a construção da primeira usina de etanol de milho em Tapurah, Mato Grosso, destacando o enorme potencial do estado como polo de biocombustíveis. Durante a visita, Mendes enfatizou o interesse crescente de grandes investidores na região, enfatizando que projetos como esse são fundamentais para desenvolver a economia local, gerar empregos e solidificar Mato Grosso

    Com Mato Grosso produzindo 4,4 bilhões de litros de etanol de milho em 2023, o estado já responde por 73% da produção nacional. A usina em Tapurah, com capacidade para processar 1 milhão de toneladas de milho anualmente, fortalecerá ainda mais essa liderança.

    Além de Tapurah, uma segunda usina semelhante está em construção em Diamantino, demonstrando a confiança dos investidores na robustez do setor industrial do estado. O governador reafirmou o compromisso do governo em promover o crescimento sustentável, potencializando a produção de alimentos e biocombustíveis em Mato Grosso, alinhado às demandas globais por energia limpa.

    MAuro mendes
    Governador de Mato Grosso Mauro Mendes

    “Visitei a obra da nova usina de etanol em Tapurah, um projeto grandioso que mostra a força do empreendedorismo na nossa região. A dimensão da obra, e a construção de uma segunda usina semelhante em Diamantino, demonstram a confiança dos investidores no potencial do nosso estado. Essa iniciativa vai impulsionar a produção, gerar empregos e colocar Mato Grosso na vanguarda do setor de biocombustíveis, mostrando ao mundo a força da nossa economia”, afirmou Mauro Mendes.