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  • Atletismo: Claudiney Batista é tricampeão e Beth Gomes prata em Paris

    Atletismo: Claudiney Batista é tricampeão e Beth Gomes prata em Paris

    O Brasil emplacou mais dois ouros no atletismo nesta segunda-feira (2) em Paris com Claudiney Batista, que se tornou tricampeão no lançamento de dardo, e Beth Gomes no lançamento de peso, ampliando para 13 o total de medalhas na modalidade. quase metada dos 30 pódios do país nesta edição dos Jogos Paralímpicos. Além das conquistas, seis outros brasileiros se classificaram às finais e vão brigar pelo pódio a partir das 5h (horário de Brasília) de terça-feira (3).

    Na tarde desta segunda (2), Beth Gomes, atual campeã paralímpica no lançamento de dardo, volta a entrar em cena para defender o título no dardo, sua especialidade, a partir das 14h04, e três compatriotas (Lorena Spoladore, Jerusa Geber e Jhulia Karol ) disputam as semifinais da provas dos 100m classe T11 (deficiência visual) às 14h20. Desde o último sábado (31 de agosto), as competições em Paris têm transmissão ao vivo online (on streaming) no canal dos Jogos Paralímpicos no YouTube.

    O primeiro comemorar o pódio e o tricampeonato, com direito a recorde paralímpico, foi o mineiro de Claudiney Batista, de 45 anos. O lançador da classe F56 (atletas que competem sentados) conseguiu cravar a marca de 46,86 metros. A prata ficou com o indiano Yogesh Katuniya (42,22m) e o bronze com o grego Konstantinos Tzounis (41,32m).

    “É um mix de emoções. Feliz com esse tricampeonato, é muito treino, muito foco, muita determinação, treinei bastante nessa aclimatação. Nesse momento vale tudo, alimentação, descanso, a ótima estrutura que o comitê nos deu em Troyes [na França]. Estava com um desconforto na coluna, fiquei apreensivo, mas na hora ali a adrenalina subiu, não senti dor e deu tudo certo”, comemorou Claudiney, em depoimento ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

    Porta-bandeira na abertura dos Jogos em Paris, a paulista Beth Gomes, atleta da classe F53 (para competidores em cadeiras de rodas, com sequels de poliomelite, lesões medulares e amputações) estava exultante após a conquista da prata no arremesso de peso das classes F53/54. A brasileira competiu com adversárias de uma classe acima da sua, a F54, que reúne atletas com menor comprometimento físico-motor. A mexicana Gloria Zarza Guadarrama, da classe F54, foi ouro com a marca de 8,06m e o bronze ficou com a uzbeque Nurkhon Kurbanova (7,75m), atleta da classe F54.

    Essa medalha está saindo para mim com gostinho de dever cumprido, porque eu competi numa classe acima da minha, e eu acreditei que tinha chance. E eu fui buscar no último arremesso a medalha de prata, com gostinho da de ouro, com recorde mundial Parabéns a todas atletas que participaram, gratidão é minha única palavra”, disse Beth Gomes que caiu em lágrimas após o término da prova. A atleta desabafou o motivo do choro: “Vem [à cabeça] o retrocesso de tudo que passei, de reclassificações, de ficar fora do Rio 2016, em que era a minha chance de medalha no arremesso de peso. E quis Deus que eu viesse nesta Paralimpíada, numa prova secundária, e viesse buscar a tão sonhada medalha lá de 2026. É muita emoção, muita gratidão”.

    Atual campeã no lançamento de disco, Beth Gomes vai defender o título nesta prova logo mais, às 14h04 , (horário de Brasileiro). A brasileira já arrematou o ouro este ano na modalidade no Mundial de Kobe (Japão).

    Semifinais a partir das 14h20 desta segunda (2)

    Três brasileiras avançaram às semifinais dos 100m classe T11 (deficiência visual), com início ás 14h20 desta segunda (2), Lorena Spladore liderou sua bateria nesta manhã e cravou seu melhor tempo na temporada: 12s11. Quem também avançou à semi com o primeiro lugar em sua bateria foi a acreana Jerusa Geber (12s57). A última brasileira a competir foi a paranaense Jhulia Karol (12s56), também garantida na semi.

    Brasileiros garantidos em finais na terça (3)

    Seis representantes do país foram bem nas provas classificatórias nesta manhã e asseguraram presença na decisão por medalhas a partir das 5h de terça-feira (2). O sul-matogrossensse Yeltsin Jacques e o paulista Júlio César Agripino – ambos já subiram ao pódio em Paris – vão lutar pelo pódio na final dos 1.500m T11 (deficiência visual). O melhor tempo na classificatória foi obtido por Yeltsin: 4min03s22, sua melhor marca na temporada. O compatriota Agripino avançou com o quarto melhor tempo (4min10s10).

    A final feminina dos dos 1.500m classe T54 (cadeirantes), a partir das 7h25, contará com a panaense Aline Rocha. Aline ficou em quinto lugar na sua bateria, última posição que garantia a classificação à final. A paulista Vanessa Cristina ficou em oitavo lugar (3min30s86) em outra bateria e está fora da final.

    Edição: Cláudia Soares Rodrigues

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  • Beth Gomes e Gabrielzinho levarão bandeira do Brasil na Paralimpíada

    Beth Gomes e Gabrielzinho levarão bandeira do Brasil na Paralimpíada

    Os atuais campeões paralímpicos Beth Gomes (atletismo) e Gabriel Araújo (natação) serão os porta-bandeiras da delegação brasileira na abertura oficial dos Jogos de Paris, a partir das 15h (horário de Brasília) de quarta-feira (28). Aos 59 anos, a multicampeã no lançamento de disco e arremesso de peso, desfilará ao lado de Gabrielzinho, de apenas 22, que faturou dois ouros e uma prata em Tóquio 2020, sua primeira Paralimpíada.

    O desfile dos atletas que maraca a abertura dos Jogos Paralímpicos terá início na famosa Avenue Champs-Elysées (Avenida Campos Elísios) e terminará na Place de la Concorde (Praça da Concórdia), a maior da Cidade Luz.

    Os porta-bandeiras Beth e Gabrielzinho, anunciados hoje pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), competem nas modalidades com mais pódios do Brasil na história das Paralimpíadas: atletismo e natação. Em Tóquio, Beth foi campeã no lançamento de disco F52 (atletas que competem sentados), e Gabrielzinho faturou ouro 200 metros livre e nos 50m costas, além de prata nos 100m costas na classe S2 (limitações físico-motoras).

    “É uma sensação muito boa, uma realização. Todos nós atletas paralímpicos sonhamos com este dia. Receber esta notícia de que eu seria a atleta que iria conduzir o pavilhão do nosso Brasil foi muito emocionante, as lágrimas caíram. Vou honrar a nossa bandeira com a maior maestria e representar todos os atletas paralímpicos que estão em Paris e também aqueles atletas que sonham um dia estar aqui, porque sonhos são para ser realizados. Estou aqui por vocês e por todos”, disse Beth, atual recordista mundial no lançamento de disco da classe F53 (atletas que competem sentados).

    Durante o ciclo preparatório para Paris, Beth Gomes, de 59 anos, colecionou ótimos resultados, o último deles foi a quebra do próprio recorde mundial no lançamento de dardo, no Troféu Brasil, em junho. Natural de Santos, a lançadora cravou 18,45m (a marca anterior era de 17,80m, obtida em 2023 nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago). Um mês antes, no Mundial de Atletismo em Kobe (Japão), a santista foi ouro no lançamento de disco e prata no arremesso de peso. No ano passado, Beth amealhou dois ouros, um em cada prova.

    “Beth e Gabriel são dois dos grandes nomes que o Brasil traz a Paris depois de um ciclo impecável, com resultados esportivos e aproveitamento impressionantes nas principais competições pelo mundo, desde o fim dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Eles dão forma àquilo que o CPB trabalhou e acreditou nos últimos três anos. Temos a certeza e a tranquilidade de que eles orgulharão os compatriotas quando entrarem na Champs-Élysées, empunhando o pavilhão brasileiro”, afirmou Mizael Conrado, atual presidente do CPB e bicampeão no futebol de cegos (2004 e 2008).

    Nascido em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), Gabrielzinho está prestes a disputar a segunda Paralimpíada da carreira. Na estreia em Tóquio ele foi campeão duas vezes (200m livre e 50m costas) e faturou a prata nos 100m costas, pela classe S2 (atleta com comprometimentos físicos-motores). No ciclo pré-Paris, ele venceu em todas as disputas das mesmas provas nos Mundiais da Ilha da Madeira (Portugal) em 2022, e de Manchester (Inglaterra), no ano passado.

    “Este será um momento único. Em Tóquio, eu não pude ir para a abertura [em razão da pandemia de Covid-19]. Agora, estou aqui em Paris para viver todos os momentos possíveis. Fico feliz de representar o Brasil na competição e a todos os atletas na abertura. É um privilégio que me deixa muito feliz. Fiquei muito emocionado ao receber a notícia. É uma honra para poucos.”, disse Gabriel, que nasceu com focomelia, doença congênita que impede a formação de braços e pernas. Ele conheceu a natação por meio de um professor de Educação Física da escola onde estudava.

    Edição: Cláudia Sores Rodrigues

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  • Beth Gomes bate recorde mundial da prova de lançamento de disco

    Beth Gomes bate recorde mundial da prova de lançamento de disco

    A brasileira Beth Gomes continua fazendo história. Neste sábado (29), durante o Troféu Brasil de atletismo, a paulista de 59 anos bateu o recorde mundial do lançamento de disco pela classe F53 (atletas que competem sentados) com a marca de 18,45 metros.

    O recorde anterior, de 17,80 metros, era da própria Beth Gomes e foi alcançado na última edição dos Jogos Parapan-americanos, disputados em Santiago (Chile) em novembro de 2023. O Troféu Brasil de atletismo é a última competição da qual a paulista participa antes do início dos Jogos Paralímpicos de 2024, que serão disputados em Paris (França) a partir do dia 28 de agosto.

    “Estou muito feliz. Sinceramente, eu não esperava que bateria este recorde hoje. Nos treinos, eu estava conseguindo chegar a 17 metros e pouco, quase 18 metros. Mas acredito que o lado da gaiola tenha contribuído para que eu alcançasse essa marca. Lançar o disco na gaiola maior dá toda a confiança para nós, atletas, podermos executar os movimentos com maior tranquilidade. Mas só tenho a agradecer pelo trabalho que vem dando certo”, afirmou a atleta, que teve diagnosticada uma esclerose múltipla no início da década de 1990.

    Beth também é a atual recordista mundial do arremesso de peso F53, com 7,75 metros atingidos no Mundial de Paris 2023.

    Edição: Fábio Lisboa

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  • Obra transforma campeã paralímpica em Atena brasileira

    Obra transforma campeã paralímpica em Atena brasileira

    Acostumada a renascer das cinzas sempre que a esclerose múltipla com a qual convive há quase 30 anos se manifestava, Beth Gomes recebeu o apelido de fênix. Um livro lançado no último sábado (29) em Santos (SP), cidade natal da atleta, porém, mostra que a campeã mundial e paralímpica do lançamento do disco merece mais do que a analogia com uma ave mítica.

    “Pela grandeza dela, quis compará-la a uma deusa mitológica. Uma deusa mãe, da sabedoria, da saúde, que tivesse vários atributos. Foi então que achei Atena”, explicou à Agência Brasil a jornalista Luciane Tonon, doutoranda da Universidade de São Paulo (USP) e autora da obra “Beth Gomes – Uma Atena Brasileira”.

    O livro é dividido em quatro capítulos. O primeiro relaciona a ligação de Atena e seu pai Zeus com o vínculo entre Beth e suas famílias (tanto a biológica quanto a que cuidou dela após o diagnóstico da esclerose). No segundo, são destacadas as habilidades da campeã, desde antes da deficiência, quando ela jogava vôlei representando a Guarda Municipal de Santos, e como se adaptou à medida que a doença progrediu, primeiro no basquete em cadeira de rodas, competindo na Paralimpíada de Pequim (China), em 2008, depois no atletismo.

    Na terceira parte da obra, Luciane faz alusão ao lado materno de Atena ao mostrar Beth como madrinha do projeto Fast Wheels Kids, onde crianças sem deficiência interagem com jovens com algum comprometimento. No último capítulo, a luta da atleta contra a esclerose vem à tona, trazendo apoio às pessoas que convivem com a doença e a transformando na Deusa da saúde e dos conselhos.

    “Nunca me imaginei como Deusa, mas como uma pessoa protetora, cuidadora, muito família. Quando eu e a Lu nos identificamos e contei minha história, comecei a perceber o porquê de as pessoas me chamarem de fênix. Às vezes penso: será que existo mesmo? Achei que seria muito gratificante as pessoas saberem um pouco sobre mim”, contou Beth à Agência Brasil.

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    As últimas linhas foram escritas na Paralimpíada de Tóquio (Japão). A presença nos Jogos, por si só, era uma volta por cima, após Beth ficar fora da edição do Rio de Janeiro em 2016. Na ocasião, a classificação funcional (processo que define a classe do atleta paralímpico, conforme o grau da deficiência) pela qual passou a deixou em uma categoria com atletas de menor comprometimento. Reclassificada no ciclo seguinte para, enfim, encarar competidores do mesmo nível, a santista não apenas foi medalhista de ouro como bateu, duas vezes, o próprio recorde mundial da classe F52 (cadeirantes sem controle de tronco e limitação nos membros superiores).

    “A projeção de Tóquio começou no trabalho com minha técnica, Roseane Farias, a quem devo tanto na minha vida, por ter acreditado em mim. Era um sonho buscar essa medalha, tão longe, para que ela estivesse no meu livro. E a Lu esteve lá para contar”, disse Beth.

    “Eu faço uma analogia com Ulisses [guerreiro da mitologia grega, retratado no poema Odisseia, de Homero] retornando para Ítaca [ilha da qual Ulisses era rei]. As dificuldades que ele passou, a Beth teve para ir à Tóquio. Misturei o que a Beth estava sentindo com o que eu pude ver. Foi uma emoção atrás da outra. Eu não sabia se chorava ou se sorria. Foi tudo muito como o planejado, no tempo certo”, descreveu Luciane.

    Tóquio pode ter sido o ponto final do livro, mas não da carreira de Beth. A santista já iniciou os treinamentos de olho no bicampeonato paralímpico em Paris (França). Se depender delas, a obra sobre a campeã terá continuação.

    “Com certeza, continuarei acompanhando. Quem sabe a gente não faz uma segunda edição, acrescentando Paris? A gente vai por isso como meta. É um legado. A biografia da pessoa viva, enquanto ela viver, tem história”, destacou a jornalista.

    “Temos que continuar [risos]. Depois de Tóquio, iniciamos o treino de base e só demos uma paradinha no fim do ano. Temos agora que buscar vaga no próximo Mundial [em 2023, também em Paris], disputar os outros campeonatos nacionais, então creio que estamos no caminho certo”, concluiu a campeã do lançamento do disco.