Na próxima segunda-feira, 31 de março, a APAE de Lucas do Rio Verde realiza a Caminhada da Inclusão. Promovida pela entidade, a caminhada tem como objetivo sensibilizar a sociedade sobre a importância da aceitação, do respeito e da inclusão de pessoas com deficiência. O ponto de partida será a sede da instituição, localizada na Avenida Pará, no bairro Alvorada, com saída prevista para as 8h. Toda a comunidade está convidada a participar do ato simbólico e transformador.
A mobilização marca duas datas importantes no calendário da inclusão: o Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março, e o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, lembrado em 2 de abril. Ambos os marcos têm o propósito de ampliar a compreensão sobre essas condições, combater preconceitos e fortalecer a construção de uma sociedade mais justa e acessível.
A diretoria da APAE destaca que a caminhada é mais do que uma atividade simbólica; trata-se de uma ferramenta de impacto social, que visa chamar a atenção para os direitos das pessoas com deficiência e reforçar a importância de políticas públicas voltadas à inclusão plena em todos os espaços: da educação ao mercado de trabalho, das relações sociais à vida cultural.
A Caminhada da Inclusão também celebra a diversidade humana, convidando os participantes a refletirem sobre como atitudes individuais e coletivas podem transformar realidades. A expectativa é reunir alunos, familiares, educadores, autoridades e demais membros da sociedade em um momento de união e empatia.
A APAE reforça que a participação popular é fundamental para dar visibilidade à causa e estimular a empatia e a solidariedade no cotidiano.
Desde dezembro de 2024, o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT) emitiu mais de mil credenciais de estacionamento para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A iniciativa é uma parceria com a primeira-dama Virginia Mendes, idealizadora do programa SER Família Inclusivo.
A emissão da credencial de estacionamento para pessoas com TEA pode ser feita de forma virtual, como explica a Diretora de Educação e Fiscalização de Trânsito do Detran-MT, Adriana Carnevale.
Direito garantido por lei
A credencial de estacionamento para uso das vagas reservadas é um direito garantido por lei federal e regulamentado pelo Conselho Nacional de Trânsito.
Iniciativa facilita a mobilidade
A servidora pública Veneranda Acosta, que faz uso da credencial, ressalta que a iniciativa do governo de Mato Grosso é importante para facilitar a mobilidade da pessoa com TEA.
Selo adesivo autista a bordo
Além da credencial, o Detran-MT também disponibiliza o selo adesivo “autista a bordo”, que identifica veículos que transportam pessoas com o transtorno.
Emissão com a Carteira de Identificação do Autista
Adriana Carnevale explica que tanto o selo quanto a credencial podem ser emitidos pelas pessoas que possuem a Carteira de Identificação do Autista, fornecida pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania.
Uma nova lei em Rondonópolis, sancionada pelo prefeito Cláudio Ferreira, garante o direito de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) utilizarem o transporte público municipal acompanhadas de seus cães de assistência.
A permissão de viagens com os cães de assistência para pessoas com TEA nos ônibus da Autarquia Municipal do Transporte Coletivo (AMTC) passou a valer com a sanção do prefeito Cláudio Ferreira da Lei nº 14.057 de 5 de março de 2025, que também vem sendo denominada de ‘Lei Eloá’.
A nova legislação municipal regulamenta o ingresso e permanência no transporte público municipal das pessoas com TEA acompanhadas de cães de assistência. Ao usuário acompanhado do cão de assistência fica garantida ainda prioridade no uso de assentos mais amplos e de fácil acesso.
Com a sanção da lei, a estudante de medicina da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), Eloá Ribeiro, 20 anos, que é autista de suporte tipo 1, fez suas primeiras viagens em ônibus do transporte público local acompanhada do cão de assistência Hector. A experiência deu certo e Hector esteve com a jovem durante todo o trajeto de sua casa no bairro Vila Aurora até a sala de aula no bloco de Medicina do campus da UFR.
Eloá comemorou a aprovação da lei de forma rápida e destacou que se sentiu acolhida pela gestão municipal desde o primeiro momento, quando solicitou à AMTC que pudesse utilizar o transporte coletivo público acompanhada do cão de assistência. O pedido da estudante mobilizou as equipes da autarquia municipal para que o transporte fosse regulamentado e agora, não só ela, como todas as pessoas com TEA, podem passar a utilizar o transporte público local com seus cães de assistência de forma gratuita.
Em 10 dias, a gestão municipal fez um projeto de lei e o encaminhou para votação na Câmara Municipal, tendo em vista que a legislação federal não trata especificamente da regulamentação do acompanhamento de cães de assistência para pessoas com TEA no transporte público.
A lei municipal de autoria do poder executivo, aprovada pela Câmara de Vereadores, e sancionada pelo prefeito, é inédita entre os municípios de Mato Grosso e reafirma o compromisso da administração municipal com a inclusão social, acessibilidade e proteção dos direitos das pessoas com TEA.
“Me senti muito acolhida pela Prefeitura e feliz em poder fazer, pelo menos um pouco, para garantir mais inclusão para as pessoas com Transtorno do Espectro Autista na nossa cidade”, disse a estudante que acrescentou que espera que a visibilidade sobre a lei possa fazer com que mais pessoas com TEA busquem a companhia de um cão de assistência e utilizem o transporte coletivo.
Paulo Sérgio da Silva, superintendente-geral da AMTC, destacou que a iniciativa de criar uma legislação municipal regulamentando o transporte de cães de assistência de pessoas com TEA nos veículos do transporte coletivo local surgiu após o pedido feito pela estudante Eloá, uma vez que, até então, esse tipo de solicitação nunca havia sido recebido.
“Chamamos a estudante para fazer testes nos ônibus com seu cão para compreender a adaptação dele e como deveríamos nos organizar para garantir esse direito não só para ela como para todos que precisarem. E, agora, com a aprovação da lei, todos que quiserem poderão usar o transporte coletivo com os cães de assistência”, afirmou e reforçou que a regulamentação de ingresso no transporte público específica para pessoas com TEA acompanhadas de cães de assistência é realidade em poucas cidades do Brasil e Rondonópolis é a primeira a regulamentar esse tipo de serviço em Mato Grosso.
Para atender esse público, o superintendente-geral ressaltou que a AMTC fez um treinamento com os motoristas e está providenciando a sinalização dos assentos nos veículos destinados para as pessoas com TEA acompanhadas com os cães de assistência.
“Desde que recebemos o pedido da Eloá nos mobilizamos para poder atendê-la, porque é uma determinação do prefeito Cláudio Ferreira para que possamos atender as solicitações dos usuários do transporte público de Rondonópolis”, finalizou.
A Lei Municipal
Rondonópolis sanciona lei que permite cães de assistência no transporte público para pessoas com Transtorno do Espectro Autista
A nova lei municipal estabelece que o cão de assistência é o animal devidamente treinado e certificado para oferecer suporte físico, emocional e comportamental à pessoa com TEA, auxiliando em sua autonomia e qualidade de vida. Por isso, para serem transportados nos ônibus coletivos deverão ser respeitadas as exigências previstas no Decreto Federal nº 5.904, de 21 de setembro de 2006, que trata da identificação e utilização desses animais.
A lei ainda define que o usuário acompanhado do cão de assistência deverá ter prioridade no uso de assentos mais amplos e de fácil acesso, garantindo segurança e conforto e que o direito de acesso ao cão de assistência não poderá ser condicionado ao uso de focinheira, exceto em situações onde a segurança do animal ou de terceiros justifique essa medida.
Fica ainda vedada a cobrança de qualquer taxa, tarifa adicional ou encargo pelo ingresso e permanência dos cães de assistência no transporte público.
Cães de assistência e inclusão
Os cães de assistência desempenham um papel essencial no suporte físico e emocional das pessoas com Transtorno do Espectro Autista, auxiliando no desenvolvimento da comunicação, socialização e controle emocional, além de proporcionar maior segurança e qualidade de vida. São treinados por profissionais para oferecer suporte específico, sendo reconhecidos legalmente como um recurso fundamental para a inclusão e acessibilidade dessas pessoas.
Portanto, a nova lei fortalece as políticas municipais de inclusão social, acessibilidade e proteção dos direitos das pessoas com TEA, reafirmando o compromisso da administração pública com a promoção da dignidade, independência e qualidade de vida dessa parcela da população.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) negou o pedido de revisão de decisão que garantiu a continuidade do tratamento a duas crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), após rescisão unilateral da operadora de saúde. O recurso, julgado pela Primeira Câmara de Direito Privado, foi rejeitado por unanimidade dos membros na sessão de julgamento realizada no dia 03 de dezembro de 2024.
Uma emissora de saúde apresentou recurso de embargos de declaração cível com pedido de reanálise de julgamento do próprio colegiado, que na ocasião tinha decisão validada de juiz de 1ª Vara Cível da Comarca de Lucas do Rio Verde. No caso analisado, a Primeira Câmara de Direito Privado confirmou que a operadora de saúde era obrigada a garantir a continuidade dos cuidados e assistências de duas crianças com TEA, após a rescisão do contrato.
Conforme o processo, o encerramento do plano de saúde foi feito unilateralmente pela operadora, com notificação no dia 08 de janeiro de 2024. No momento do cancelamento, as crianças estariam em tratamento multidisciplinar.
Para a relatora do processo, a desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho, a operadora agiu de forma competitiva ao Tema 1082 do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A matéria trata do direito da operadora de saúde rescindir unilateralmente um plano coletivo, desde que respeitada a continuidade do vínculo contratual para os beneficiários que estejam internados ou em tratamento médico.
Nos recursos apresentados, a operadora ressaltou que todos os direitos garantidos foram garantidos e que, no caso, não foram apresentados elogios médicos especificando que o tratamento realizado não poderia ser interrompido.
Na análise do primeiro pedido, a desembargadora destacou que os laudos médicos dos pacientes menores foram confeccionados em 27.06.2024, com a confirmação de que estavam em pleno tratamento médico interrompido no momento da notificação da rescisão contratual.
Ao rejeitar o segundo recurso da operadora, a relatora do caso apontou que os médicos laudos revelaram a necessidade de continuidade do tratamento e a urgência em sua retomada.
“Ademais, para efeitos de oposição de embargos de declaração, a contradição sustentada pelo embargante deve ser do julgada com ele mesmo, o que não se vê no caso dos autos. […]. O acórdão embargado não contém cláusulas do artigo 1.022 do Novo Código do Processo Civil (NCPC) para apreciar os pedidos e os fundamentos, porém de forma relativamente ao entendimento do embargante. Ante o exposto, rejeito os embargos de declaração”, escreveu a magistrada.
O Governo de Mato Grosso tem se destacado por ações voltadas à inclusão social e proteção de direitos das pessoas com deficiência, por meio do programa SER Família Inclusivo. Este programa oferece não apenas o cartão de transferência de renda, mas também promove ações como a emissão da Carteira de Identificação do Autista (CIA) e a criação do Camarote do Autista na Arena Pantanal.
Benefícios do programa SER Família Inclusivo
Atualmente, 678 pessoas em todo o estado recebem o benefício do cartão de transferência de renda, que tem um investimento de R$ 1.331.660,00. A emissão da CIA, disponível desde 2020, já contemplou 6.676 pessoas, garantindo direitos e facilitando acessos a serviços essenciais.
A partir de 2022, a CIA também passou a ser solicitada digitalmente pelo aplicativo MT Cidadão, otimizando os processos para os beneficiários.
Camarote do Autista: inclusão no esporte
O Camarote do Autista, na Arena Pantanal, é uma iniciativa inovadora que já proporcionou momentos inesquecíveis para pessoas com TEA e seus familiares. Desde sua criação, centenas de pessoas foram sorteadas para assistir aos jogos em um ambiente acessível e acolhedor.
Central de Interpretação de Libras
A Central de Interpretação de Libras (CIL), vinculada à Setasc, realiza atendimentos especializados para pessoas surdas, promovendo inclusão e cidadania. Em 2024, já foram realizados mais de 12 mil atendimentos em Mato Grosso.
O serviço é essencial para situações como consultas médicas, audiências judiciais e entrevistas de emprego, garantindo comunicação eficiente e respeito aos direitos das pessoas com deficiência.
A primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes, participou do encerramento da Expedição SER Família Mulher MT Por Elas. O evento ocorreu no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, e contou com a presença de autoridades e apresentações culturais.
Ao longo de nove meses, a expedição percorreu 13 Regiões Integradas de Segurança Pública (RISP), promovendo atendimentos, conscientização sobre violência doméstica e capacitação de servidores das áreas de Segurança Pública e socioassistenciais.
Virginia Mendes recebeu homenagens da Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc) e da Polícia Judiciária Civil pelo trabalho desenvolvido. Ela agradeceu a colaboração de diversas equipes e destacou a importância do projeto.
“Agradeço à secretária Grasi, toda a sua equipe da Setasc, todas as autoridades que fazem parte deste projeto, à minha equipe Unaf, às primeiras-damas nos municípios, às secretárias de assistência social, porque eu sonho, mas quem realiza e faz as coisas acontecerem são todas as pessoas que estão envolvidas”, declarou.
Apresentações culturais e combate à violência doméstica
O evento incluiu apresentações de balé do projeto Piano Gente, com alunas do Colégio Ibero-Americano, e uma peça teatral intitulada “Sentimentos Feridos”, interpretada por Laine Ryusse. As apresentações emocionaram o público e reforçaram a mensagem de combate à violência contra a mulher.
Virginia Mendes destacou a importância dessas ações para a prevenção da violência. “É por todas as vítimas que estamos lutando, pelas crianças e meninas que irão crescer, que terão suas famílias. Queremos evitar que elas passem por esse sofrimento que é a violência doméstica”, afirmou.
Adesão ao programa e novas iniciativas
Durante o evento, foi assinado o Termo de Adesão dos municípios das RISP de Cuiabá e Várzea Grande ao Programa SER Família Mulher, além da criação do Organismo de Políticas Públicas para Mulheres (OPM). A formalização permitirá um atendimento mais eficaz às vítimas de violência doméstica.
A expedição abrangeu 15 regiões e capacitou mais de 2.800 profissionais. Mais de 590 vítimas foram atendidas, e 441 mulheres com medidas protetivas estão atualmente incluídas no programa, que oferece suporte temporário até que as beneficiárias obtenham autonomia financeira.
Lançamento de iniciativas para autistas
Na mesma ocasião, Virginia Mendes, junto ao diretor do Detran-MT, Gustavo Vasconcelos, lançou o selo “Autista a Bordo” e a credencial de estacionamento para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). As credenciais serão emitidas on-line para usuários cadastrados com a Carteira de Identificação do Autista (CIA).
“Esse é mais um mecanismo criado para dar qualidade de vida aos autistas e seus familiares. Gratidão ao Governo do Estado e ao Detran por apoiar nossas ações e humanizar o tratamento às pessoas com autismo nos serviços de trânsito”, disse Virginia Mendes.
A primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes, em parceria com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), lançou o selo adesivo “Autista a Bordo” e a credencial de estacionamento para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O evento ocorreu em Cuiabá durante o encerramento da Expedição Ser Família Mulher ‘MT Por Elas’.
O selo adesivo é destinado à identificação de veículos que transportam pessoas com TEA, enquanto a credencial especial assegura o uso de vagas reservadas em estacionamentos públicos e privados.
Iniciativa para Inclusão e Acessibilidade em Mato Grosso
De acordo com a diretora de Fiscalização e Educação para o Trânsito do Detran-MT, Adriana Carnevale, esses benefícios são voltados para pessoas com TEA que possuem a Carteira de Identificação do Autista (CIA), garantida pela Lei Estadual nº 10.997/2019. A emissão online da credencial facilita o processo, eliminando a necessidade de reapresentação de documentos.
O presidente do Detran-MT, Gustavo Vasconcelos, destacou o compromisso do estado em promover um trânsito mais inclusivo e empático. “O objetivo é sensibilizar os condutores a terem mais empatia e paciência no trânsito, evitando, por exemplo, o uso da buzina e estímulos sonoros prejudiciais aos autistas”, afirmou.
Como Solicitar o Selo e a Credencial
Os interessados podem solicitar os itens pelo site do Detran-MT, acessando o menu “Credencial autista”. Após realizar o login no sistema MT Cidadão e fornecer o CPF cadastrado na Setasc, a credencial estará disponível para download ou impressão.
O selo adesivo pode ser retirado em qualquer unidade do Detran do município do beneficiário, devendo ser fixado na parte traseira do veículo.
Para Virginia Mendes, o projeto é um avanço na busca por qualidade de vida para as famílias com autistas. “Essa ferramenta com certeza vai ajudar muito”, concluiu.
Portaria do Ministério da Saúde publicada nesta quinta-feira (4) no Diário Oficial da União institui grupo de trabalho sobre transtorno do espectro autista (TEA). A proposta é estruturar ações integradas no âmbito da saúde para qualificar o cuidado integral a pessoas com TEA.
Dentre as atribuições do grupo estão:
– assessorar tecnicamente a Secretaria de Atenção Especializada à Saúde na proposição de políticas, programas e atividades referentes ao cuidado integral às pessoas com TEA;
– propor a atualização da linha de cuidado e das diretrizes de atenção às pessoas com TEA e das diretrizes da estimulação precoce;
– propor a revisão da Caderneta da Criança, que traz informações sobre autismo;
– apoiar a elaboração de protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas com finalidade de qualificar o diagnóstico de pessoas com TEA;
– discutir a incorporação de novas tecnologias para o cuidado de pessoas com TEA nos serviços de saúde;
– apoiar a elaboração de estudos para a incorporação de medicamentos para autismo;
– apoiar a elaboração de pesquisa rápida de evidências sobre eficiência/eficácia quanto ao uso de abordagens terapêuticas para pessoas com TEA;
– incentivar a qualificação dos profissionais que atuam nos serviços de saúde; e
– apoiar a elaboração de estratégias de comunicação para o enfrentamento às notícias falsas relacionadas ao TEA.
De acordo com a portaria, os membros do grupo de trabalho e seus respectivos suplentes serão indicados no prazo de 15 dias. “Os representantes serão indicados pelos titulares dos órgãos, preferencialmente, a partir de critérios de qualificação técnica e experiência no campo das políticas públicas para pessoas com deficiência”, define a portaria.
“O coordenador do grupo de trabalho poderá convidar, sem direito a voto, representantes de outros órgãos e entidades, públicas ou privadas, bem como especialistas em assuntos afetos ao tema em discussão, cuja presença pontual seja considerada necessária ao cumprimento do disposto nesta portaria”, esclarece.
A previsão é que o grupo se reúna em caráter ordinário mensalmente e, em caráter extraordinário, sempre que convocado pelo coordenador, durante o prazo de 365 dias, que poderá ser prorrogado uma única vez, por igual período.
O relatório final das atividades do grupo deve ser encaminhado ao ministro da Saúde, até 30 dias após a conclusão dos trabalhos.
Participantes de debate na Câmara sobre a oferta de carrinhos de compra adaptados a pessoas com autismo ressaltaram a importância da medida para todas as pessoas com deficiência. A fundadora do Movimento Terapia de Mães Atípicas, Larissa Lafaiete, explicou que alguns autistas costumam adotar um comportamento chamado eloping, que é uma fuga de forma muito rápida. Com os carrinhos adaptados, segundo disse, as mães vão poder fazer as compras de supermercado com mais segurança.
“Dentro de dois minutos, autistas somem de uma forma muito rápida, ninguém encontra mais. Essa questão faz com que muitas mães não levem seus filhos a lugar nenhum, nem para os supermercados, porque não tem acessibilidade nos supermercados. Uma vez que tiver isso, os supermercados vão estar atraindo um público novo, que são as mães atípicas, as famílias atípicas, e todos vão ganhar com isso”, afirmou.
Larissa Lafaiete ressaltou ainda que a medida será importante para a toda a comunidade de pessoas com deficiência, como as mães de crianças com paralisia cerebral, por exemplo.
Autor do requerimento para a realização da audiência pública na Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência, o deputado Glaustin da Fokus (Pode-GO) destacou que, de acordo com as pesquisas atuais, de cada 33 crianças que nascem uma será diagnosticada com autismo. Nesse contexto, para o deputado, oferecer acessibilidade é questão de responsabilidade social.
“Oferecer carinhos de compras adaptados é um passo crucial para tornar os estabelecimentos comerciais mais acessíveis e inclusivos. Não se trata de apenas mais uma obrigação legal, mas uma oportunidade de demonstrar compromisso com a responsabilidade social e a inclusão”, ressaltou.
Glaustin da Fokus é relator do projeto (PL 2982/22) que obriga os supermercados e estabelecimentos similares a oferecer carrinhos adaptados a pessoas com autismo. Pelo texto, da deputada Renata Abreu (Pode-SP), todo estabelecimento com mil metros quadrados ou mais deverá ter pelo menos 5% de carrinhos adaptados.
Para o vice-presidente Jurídico da Associação Brasileira de supermercados, Maurício Ungari, no entanto, esse porcentual de 5% é muito elevado. O representante dos supermercados argumentou que, no Brasil, estima-se que existam entre dois e três milhões de pessoas com autismo, o que representaria um pouco mais de 1% da população do País. Com isso, defende que boa parte dos carrinhos adaptados ficaria ociosa.
Já a deputada Erika Kokay (PT-DF) ressaltou a importância de que o projeto estabeleça sanções para os supermercados que não oferecerem os carrinhos adaptados. Do contrário, na opinião da parlamentar, a lei não será efetiva.
A polêmica participação do professor Geraldo Peçanha em ações do Abril Azul em Lucas do Rio Verde foi alvo de pronunciamentos na Câmara Municipal. Praticamente todos os vereadores se manifestaram a respeito do evento ocorrido semana passada.
Além de realizar a capacitação de profissionais da educação pública do município, Peçanha participou de uma palestra na Câmara de Vereadores. Na ocasião, alguns posicionamentos apresentados pelo pedagogo criaram polêmica, sendo alvo de críticas de familiares de pessoas autistas e da associação que defende os direitos de autistas em Lucas do Rio Verde, a ALFAA.
Dentre os pontos criticados, o que mais repercutiu foi a que relaciona o autismo a sexualidade. Mas, também geraram repúdio, falas sobre o uso de medicamentos e sobre terapias para portadores de Transtorno de Espectro Autista (TEA).
“Esse professor fez algumas falas que desagradaram não só os nossos pais, também os autistas. E nós, enquanto legisladores, estamos atentos ao clamor da nossa sociedade e nada mais é essa moção de repúdio a fala desse professor do que o reflexo que a sociedade espera da gente”, comentou Marcio Albieri, citando a moção aprovada durante a sessão, repudiando a palestra de Peçanha.
O vereador Marcos Paulista foi mais incisivo durante o uso da Tribuna. Ele lembra que a Câmara convocou a secretária de Educação, Elaine Lovatel, para dar explicações sobre a contratação do pedagogo para as capacitações e a palestra ocorridas semana passada no município. “Mas não convenceu. Chamamos ela pra também dar explicação aqui na Tribuna hoje, que tem a primeira sessão após o ocorrido, e ela não esteve. Ela teve a oportunidade”, disse.
Paulista acrescentou que aguardava também pronunciamento do prefeito Miguel Vaz a respeito do ocorrido. Porém, ele criticou a nota emitida pelo município semana passada, após a polêmica sobre as declarações do palestrante.
“O que eu entendi pela nota que a prefeitura colocou, dizendo que foi só mal interpretado e repudia qualquer exploração política. Políticos no município hoje no momento são nove vereadores e o prefeito”, ressaltou o vereador.
O preço pago a Geraldo Peçanha também foi criticado pelo vereador. “Baseado em outros profissionais que eu consultei, outros profissionais da área. É muito caro”.
“Não aceitamos que alguns dados que ele trouxe aqui que eu acho que ele não vai provar. Ele diz que crianças, 70% dessas crianças são homossexuais, bissexuais só 30% são hétero. Ainda que ele prove ainda que é verdade, no mínimo desnecessário essa fala”, reclamou. “Repudio. E se existe um culpado, como eu disse ali na Tribuna, se como a secretária lá quis dizer sobre exploração política, se existe um único político culpado chama-se prefeito Miguel Vaz”, finalizou.