Tag: Audiência Pública

  • Câmara Municipal de Cuiabá fará audiência para discutir a revitalização do Centro Histórico

    Câmara Municipal de Cuiabá fará audiência para discutir a revitalização do Centro Histórico

    A Câmara Municipal de Cuiabá (MT) promove nesta segunda-feira (28) uma audiência pública às 14h para debater o futuro do Centro Histórico da capital. Com o tema “O resgate do Centro Histórico de Cuiabá”, o encontro tem como objetivo discutir os desafios enfrentados pelo comércio e a necessidade de melhorar a segurança na região.

    Organizado pela Comissão de Segurança Pública, o evento reúne autoridades, representantes da sociedade civil e comerciantes, que vão apresentar propostas e relatar experiências para a construção de políticas públicas que viabilizem a revitalização do centro da cidade.

    A situação do local, segundo os organizadores, é crítica. O aumento da violência e a presença de usuários de drogas têm provocado o enfraquecimento do comércio, levando ao fechamento de empresas históricas e afetando a vitalidade da capital de Mato Grosso. Para enfrentar o problema, a audiência busca envolver agentes públicos, a iniciativa privada e instituições como o Ministério Público e o Judiciário.

    O objetivo é consolidar ações conjuntas que promovam a recuperação efetiva do Centro Histórico, considerado o “coração de Cuiabá”, e devolver à área central sua importância econômica e cultural.

  • Assembleia debate epidemia de arboviroses em Mato Grosso

    Assembleia debate epidemia de arboviroses em Mato Grosso

    A Assembleia Legislativa de Mato Grosso promove no próximo dia 28 de abril, às 10h, uma audiência pública para discutir a crise provocada pelas arboviroses — chikungunya, dengue e zika — no Estado. O evento acontece na Sala de Comissões e pretende reunir especialistas, gestores da saúde pública, profissionais da área e a sociedade civil para analisar a situação e propor soluções para enfrentar a epidemia.

    A gravidade do cenário é evidente: Mato Grosso contabilizou 33.071 casos de chikungunya e 45 mortes apenas entre 1º de janeiro e 23 de abril de 2025. O número representa 45% dos casos e 71% dos óbitos por chikungunya registrados em todo o país no mesmo período. A incidência estadual também impressiona: 862 casos a cada 100 mil habitantes, a maior taxa entre todas as unidades da federação.

    No Brasil, o total de casos de chikungunya chegou a 73.188, com 63 óbitos. O segundo Estado mais afetado é Mato Grosso do Sul, com incidência de 255,2 casos por 100 mil habitantes e 7.406 casos notificados. Em terceiro lugar aparece Rondônia, com 97,7 casos por 100 mil habitantes e 1.706 registros.

    Durante a audiência, especialistas vão discutir as ações de combate ao mosquito transmissor, o Aedes aegypti, além de estratégias para o tratamento das doenças e medidas para reduzir a mortalidade. O encontro é considerado crucial para mobilizar esforços e enfrentar a crise sanitária que coloca Mato Grosso em alerta máximo.

  • Pesquisadores dizem que decisões da Meta ameaçam liberdade no Brasil

    Pesquisadores dizem que decisões da Meta ameaçam liberdade no Brasil

    Em audiência pública em Brasília (DF), nesta quarta-feira (22), pesquisadores e membros de organizações da sociedade civil manifestaram contrariedade às novas políticas da empresa Meta, que alteraram as formas de moderação e que até permitem a publicação de conteúdos preconceituosos. Representantes das plataformas digitais foram convidados, mas não compareceram. A companhia controla as redes Facebook, Instagram e Whatsapp.

    Na audiência pública, realizada pela Advocacia-Geral da União (AGU), os pesquisadores chamaram atenção para o fato que essas políticas aumentam as dificuldades de grupos já vulnerabilizados. A professora Rose Marie Santini, diretora do laboratório de estudos de internet da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirmou que as decisões da empresa de remodelar programas de checagem de fatos e relaxar os trabalhos de moderação sobre a formação de discursos de ódio representam ameaça à sociedade.

    Para ela, uma mudança muito significativa anunciada pelo presidente da Meta, Mark Zuckerberg, foi sobre as alterações dos algoritmos, ao decidir quais vozes serão divulgadas e silenciadas. “Esses algoritmos, programados pela curadoria e moderação de conteúdo, operam sem nenhuma transparência sobre a realidade e sobre seus critérios. Não sabemos quais conteúdos são efetivamente moderados”, ponderou.

    A professora afirma que a divulgação dos critérios de moderação demonstrou “graves inconsistências”. “Essa opacidade mina a confiança pública na real preocupação da empresa com a liberdade de expressão. Afinal, a liberdade só é efetiva quando acompanhada de transparência”, argumentou.

    Para a pesquisadora, esse tipo de moderação permite que se dê liberdade somente às pessoas escolhidas pela empresa. “O discurso das empresas induz a um entendimento de que a censura só poderia vir do Estado. Contudo, na realidade atual, as plataformas digitais se constituem como a principal estrutura de censura dos usuários na internet”.

    Ela entende que essas grandes plataformas detêm mais informações sobre seus usuários do que qualquer Estado tem de seus cidadãos. “(As empresas) Usam dados das pessoas, inclusive os sensíveis, para distribuir anúncios personalizados, independente se são legítimos ou não, se contêm crimes de qualquer ordem ou se colocam os usuários em risco”.

    Audiência Pública AGU: Política de Moderação de Conteúdo - Plataformas Digitais
    Audiência Pública AGU: Política de Moderação de Conteúdo – Plataformas Digitais – Renato Menezes/AscomAGU

    Conteúdos sexistas

    A professora de direito Beatriz Kira, da Universidade de Sussex, no Reino Unido, avaliou que a prioridade e o engajamento dos algoritmos das plataformas contribuem para a disseminação de conteúdos sexistas e misóginos que não conseguiriam o mesmo impacto não fosse pela internet. “Tecnologias emergentes com inteligência artificial generativa geraram esse cenário, facilitando novas formas de violência”.

    Ela cita a divulgação de conteúdos íntimos, como deep nudes, que evidenciam o uso estratégico da necrologia para reforçar a violência de gênero no âmbito político. “Nesse contexto, mudanças recentes nas políticas de discurso de ódio e a reivindicação do sistema de automatização de organização de conteúdo são profundamente preocupantes. Essas mudanças evidenciam a necessidade urgente de um papel mais ativo do Estado na regulação das plataformas digitais”.

    Atenção às crianças

    O diretor de políticas e direitos das crianças do Instituto Alana, Pedro Hartung, ressaltou que a moderação de conteúdo por parte das plataformas para a proteção de crianças e prevenção de violências não é só uma necessidade, mas também um dever constitucional. “No caso das crianças, já temos a legislação para basear ações de responsabilização objetiva por conduta própria ou ação por omissão das plataformas”, defendeu.

    Hartung contextualizou que 93% de crianças e adolescentes usam a internet no Brasil, 71%, o WhatsApp, além de uma expressiva participação no Instagram e TikTok. “Essa é uma internet que não é uma praça pública, mas sim um shopping, que busca por uma economia da atenção, a exploração comercial das crianças”, explicou.

    Ele exemplificou que, como parte desse conteúdo prejudicial, houve no Brasil os ataques nas escolas principalmente no ano de 2023. Ele cita que uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) conseguiu avaliar a influência do mundo on-line na radicalização desses adolescentes. “É importantíssimo, para a gente, olhar para a moderação de conduta nas plataformas”.

    Outro tema que preocupa em relação à infância, segundo Hartung, é o impacto significativo das publicidades e também do crescimento do trabalho infantil artístico nas redes. “É importante ressaltar que a culpa não pode ser colocada exclusivamente em cima das famílias, mas em empresas”.

    Violência contra homossexuais

    O presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos, Victor De Wolf, também participou da audiência pública, manifestou que a política de monitoramento da Meta já era equivocada e intolerante. “A gente já vê graves crimes de ódio acontecendo, violações, calúnias e golpes. A nossa comunidade não é incomum”.

    No texto da Meta, que aponta uma nova política de moderação, há textualmente a informação que haveria permissão para relacionar doença mental a questões de gênero ou orientação sexual.

    “Ainda somos um país que mais persegue a comunidade LGBT, e principalmente travestis e transexuais no mundo. Nós ainda somos o país com mais assassina em qualquer relação de direitos”, contextualizou. Para ele, é necessário que a justiça faça o papel de responsabilizar redes que violem os direitos dos cidadãos. “A anarquia digital proposta por esse grupo de empresários, na verdade, nada mais é do que uma ditadura”, disse.

  • STF promove audiência pública sobre mercado de apostas online

    STF promove audiência pública sobre mercado de apostas online

    O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta segunda-feira (11) audiência pública para debater o mercado de apostas online (bets) no Brasil. A audiência foi convocada pelo ministro Luiz Fux, relator do processo sobre a questão. A partir das informações coletadas na audiência, Fux vai elaborar o voto e liberar o processo para julgamento. A data da votação não foi definida.

    A abertura da audiência está prevista para as 10h20 e será iniciada com a exposição dos argumentos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), autora da ação.

    Em seguida, vão falar o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, a ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, e representantes das pastas da Igualdade Racial, da Saúde e do Desenvolvimento Social, além do secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Régis Dudena.

    A partir das 14h, a audiência terá enfoque nos aspectos econômicos das apostas eletrônicas. Terão a palavra os representantes do Banco Central, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), das loterias estaduais do Paraná e do Rio de Janeiro e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

    Os aspectos ligados à saúde mental dos apostadores serão debatidos com representantes da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead).

    As entidades que representam o setor, como o Instituto Brasileiro do Jogo Responsável (IBJR) e a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), também vão participar.

    Na terça-feira (12), os debates vão continuar e contarão com os representantes do Fluminense, Botafogo e Cruzeiro. Praticamente, todos os times brasileiros são patrocinados por casas de apostas online.

    A regulamentação do mercado de bets no Brasil é discutida no Supremo por meio de uma ação direta de inconstitucionalidade protocolada no dia 24 de setembro pela CNC.

    A entidade questiona a Lei 14.790/2023, norma que regulamentou as apostas online de quota fixa. Na ação, a CNC diz que a legislação, ao promover a prática de jogos de azar, causa impactos negativos nas classes sociais menos favorecidas. Além disso, a entidade cita o crescimento do endividamento das famílias.

    De acordo com levantamento divulgado em agosto deste ano pelo Banco Central, os beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em bets.

  • Mato Grosso avança em diversas áreas, mostra audiência pública na ALMT

    Mato Grosso avança em diversas áreas, mostra audiência pública na ALMT

    O governo de Mato Grosso apresentou um balanço positivo das ações desenvolvidas no primeiro semestre de 2024 durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa. As 14 secretarias estaduais detalharam os avanços em áreas como educação, saúde, infraestrutura e meio ambiente.

    Um dos destaques foi a melhora significativa na educação. O estado saiu da 22ª para a 8ª posição no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), resultado das políticas implementadas pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc). Além disso, foram entregues 23 obras em unidades educacionais, incluindo reformas e novas construções.

    Na área da saúde, o governo também apresentou resultados positivos, com o cumprimento de metas em atendimentos ambulatoriais em saúde mental e internações no Centro Integrado de Assistência Psicossocial (Ciaps) Adauto Botelho. Na gestão hospitalar do SUS, foram cumpridas metas de internações e procedimentos ambulatoriais.   

    Na infraestrutura, a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) avançou na pavimentação e recuperação de rodovias e pontes, apesar das dificuldades causadas pelas chuvas. A pasta também destacou a pavimentação de vias urbanas nos municípios.

    A Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc) apresentou resultados positivos do Programa Ser Família, que beneficia milhares de famílias em situação de vulnerabilidade.

    A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci) investiu na construção de escolas técnicas e na aquisição de equipamentos para unidades educacionais.

    A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) destacou a realização de ações de fiscalização ambiental e a regularização ambiental de imóveis rurais.

    O presidente da Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária da Assembleia Legislativa, deputado Carlos Avallone, avaliou como positivos os resultados apresentados pelo governo, destacando os avanços em diversas áreas e a transparência na gestão dos recursos públicos.   

  • STF marca audiência pública para debater mercado de apostas online

    STF marca audiência pública para debater mercado de apostas online

    O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para 11 de novembro uma audiência pública para discutir o mercado de apostas online no Brasil. Os jogos são promovidos por empresas nacionais e internacionais conhecidas como bets – nome em inglês que significa aposta.

    A decisão foi assinada nesta quinta-feira (26) em meio a discussões sobre os gastos de beneficiários do Bolsa Família com apostas eletrônicas.

    Segundo o ministro, a audiência é necessária para colher informações sobre os impactos das bets na saúde mental da população e os efeitos econômicos para a economia brasileira.

    “A oitiva de especialistas, entidades reguladoras, órgãos governamentais e representantes da sociedade civil em geral não se destina a colher interpretações jurídicas dos textos constitucional ou legal, mas sim a esclarecer as inúmeras questões técnicas”, afirmou Fux.

    A regulamentação do mercado de bets no Brasil é discutida no Supremo por meio de uma ação direta de inconstitucionalidade protocolada no dia 24 de setembro pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

    A entidade questiona a Lei 14.790/2023, norma que regulamentou as apostas online de quota fixa. Na ação, a CNC diz que a legislação, ao promover a prática de jogos de azar, causa impactos negativos nas classes sociais menos favorecidas. Além disso, a entidade cita o crescimento do endividamento das famílias.

    “A facilidade no acesso ao jogo online e a ausência de políticas efetivas de prevenção e combate ao jogo compulsivo afetam diretamente o setor do comércio varejista à medida em que indivíduos redirecionam a renda destinada ao custeio de suas necessidades básicas à prática desenfreada do jogo”, argumenta a confederação.

    De acordo com levantamento divulgado pelo Banco Central, os beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em bets, via pix, no mês passado.

  • STF convoca audiência pública sobre escolas cívico-militares

    STF convoca audiência pública sobre escolas cívico-militares

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes convocou nesta quinta-feira (5) uma audiência pública para discutir o modelo de escolas cívico-militares do estado de São Paulo. A reunião está prevista para 22 de outubro.

    A audiência foi convocada no âmbito da ação direta de inconstitucionalidade protocolada pelo PSOL contra o modelo, que também é contestado pela bancada estadual do PT. A criação das escolas cívico-militares foi sancionada pelo governador, Tarcísio de Freitas, em maio deste ano.

    No despacho em que determina a realização da audiência, Mendes pede que sejam convidadas diversas autoridades, como os presidentes da República, do Senado e da Câmara dos Deputados, além do procurador-geral da República, o ministro da Educação e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

    Na ação, o PSOL argumenta que a intenção do governo paulista é substituir o sistema público de educação, e não a coexistência dos dois modelos, como afirma o governo paulista.

    iEm junho, a Advocacia-Geral da União (AGU) enviou ao Supremo parecer a favor da inconstitucionalidade do modelo de escolas cívico-militares.

    No documento, a AGU sustenta que os estados não podem instituir modelo educacional que não está previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Além disso, o órgão acrescenta a Constituição também não prevê que militares possam exercer funções de ensino ou de apoio escolar.

    Edição: Aécio Amado

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  • Presidente da Anatel diz que falta soberania do Estado na internet

    Presidente da Anatel diz que falta soberania do Estado na internet

    A internet e, em especial, as redes sociais são ainda ambientes que dificultam, ao Estado brasileiro, exercer sua soberania no combate àqueles que usam esse espaço para disseminar fake news ou para praticar crimes. O alerta foi feito pelo presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Manuel Baigorri, durante audiência pública na Câmara dos Deputados.

    Baigorri explicou aos deputados algumas dificuldades percebidas pela Anatel para que o setor de telecomunicações, com suas mais de 20 mil empresas operadoras, cumpra algumas decisões judiciais. Ele apresentou, também, sugestões de mudanças na Lei Geral de Telecomunicações, no sentido de definir competências da agência, relacionadas às redes sociais. Sugeriu também a ampliação do número de integrantes do conselho consultivo da agência.

    Soberania digital do Estado

    Ao iniciar sua apresentação, o presidente da Anatel sugeriu aos parlamentares que refletissem sobre as limitações do poder público com relação aos ambientes digitais. “Precisamos repensar qual é a soberania digital do Estado brasileiro”, disse.

    “E a Câmara dos Deputados, melhor do que ninguém, pode liderar esse debate porque, hoje, se o Estado brasileiro não consegue fazer valer suas decisões no ambiente digital, a conclusão lógica que se chega é de que não existe soberania do Estado brasileiro no ambiente digital. Acho que essa é uma reflexão que nós precisamos fazer”, disse Baigorri.

    Segundo ele, há dois elementos que acabam por favorecer a criação do atual “ambiente de badernas e de faroeste digital” em que se encontram as redes. O primeiro é o que afasta a responsabilidade das plataformas sociais pelos conteúdos que nelas são divulgados.

    “As plataformas das mídias sociais são substitutos das mídias tradicionais. Só que as mídias tradicionais se submetem a regras de responsabilidade editorial e são responsáveis por aquilo colocam no ar. Assim, se uma grande emissora fizer uma reportagem e alguém entender que aquilo não era correto, é possível buscar, na Justiça, a reparação. Elas [as mídias tradicionais] têm obrigações e responsabilidades”, argumentou.

    Falta de responsabilidade

    “Esse tipo de responsabilidade não existe no ambiente digital. Há um regime de completa falta de responsabilidade das plataformas, de tal forma que, por não ter responsabilidade nenhuma sobre o que é colocado nas mídias sociais ou em plataformas sociais, plataformas de comércio eletrônico ou qualquer coisa que seja não tâm nenhum incentivo à tomada de medidas de moderação, de controle, ou de dever de cuidado”, acrescentou.

    O segundo elemento citado pelo presidente da agência, como catalisador dessa “baderna nas redes sociais” é o anonimato, algo que, segundo ele, é comumente utilizado para a prática de crimes. “Esses dois elementos são gasolina no fogo, e fazem o ambiente completamente caótico que nós temos hoje na internet.”

    Baigorri explicou que, por meio das redes de telecomunicações, não é possível retirar postagens em comentários. “O que a gente consegue tirar é o site inteiro. Quem tem domínio para retirar postagens é a plataforma [de redes sociais]. Para uma retirada mais rápida, seria necessário alterar o marco legal, para [nós, da Anatel] termos poder sobre as plataformas de redes sociais no sentido de determinar, a elas, que retirem a postagem. E, caso a decisão não seja acatada, retirar essas plataformas do ar.”

    Ele explica que isso também ocorre com relação às plataformas de vídeo. “Nós não retiramos o vídeo do ar, mas as plataformas.”

    Integração de sistemas

    Outro ponto abordado por Baigorri é a dificuldade para o cumprimento de algumas determinações da Justiça, principalmente pelas operadoras de menor porte. A integração de sistemas entre empresas e Judiciário pode, segundo ele, dar fluidez ao cumprimento de decisões judiciais, em um cenário em que a tendência é de aumento da veiculação de fake news.

    “As ordens de bloqueio de site precisam ser implementadas, e isso depende muito da capacidade de cada empresa. Grandes empresas do mercado telecomunicações conseguem implementar isso de uma forma mais rápida porque têm equipes mais estruturadas e estão mais dedicadas para isso. Já as pequenas, que estão lá no interior e atendem dois ou três bairros, podem demorar muito mais para implementar. Mas estamos dialogando com o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e com as operadoras para ver como melhorar isso”, disse o presidente da agência ao defender formas de automatizar servidores para o bloqueio de conteúdos de forma centralizada. “O tempo de resposta ficaria bem mais rápido”, acrescentou.

    Novas competências

    Baigorri defendeu também alterações na Lei Geral de Telecomunicações, em especial em artigos que definem espaço de competências da Anatel. A ideia é a de ampliar alcances que atualmente estão limitados às empresas de telecomunicações, estendendo-os de forma clara às plataformas de redes sociais.

    Outra mudança sugerida por ele envolve a ampliação das representatividades no conselho consultivo da agência. “Nosso conselho conta hoje com representantes da Câmara dos Deputados; de usuários, empresas, sociedade civil; do Poder Executivo. Ele precisa ser ampliado para trazer Judiciário, Ministério Público, OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], jornalistas. Dessa forma, trazendo mais agentes e vozes, ele será empoderado”.

    Edição: Juliana Andrade

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  • Debate em Mato Grosso aponta desafios no combate à violência doméstica

    Debate em Mato Grosso aponta desafios no combate à violência doméstica

    A Comissão de Direitos Humanos realizou uma audiência pública nesta sexta-feira no município de Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, para discutir o combate à violência doméstica. Especialistas presentes defenderam a necessidade de aprimorar a legislação que pune os agressores, porém, também sugeriram ações em outras áreas para reduzir os casos de violência contra a mulher. Mais informações com o repórter Alexandre Campos.

    A audiência pública proposta pela senadora Margareth Buzetti, do PSD, teve como objetivo discutir o cenário da violência contra a mulher e as possíveis mudanças nas leis para enfrentá-lo. Buzetti, representante de Mato Grosso, é autora de dois projetos nesse sentido. Um deles visa tornar o feminicídio um crime autônomo e hediondo, com pena de 20 a 40 anos. O outro projeto busca prevenir esses crimes tornando público o cadastro nacional de pessoas condenadas por pedofilia e estupro em primeira instância. Para Buzetti, é crucial que a proteção das informações judiciais seja voltada para a mulher, não para o agressor.

    Durante a audiência, em Lucas do Rio Verde, Buzetti compartilhou dados do DataSenado sobre a violência contra a mulher no Brasil, destacando que 48% das entrevistadas já foram vítimas de violência praticada por homens, sendo que 30% dessas agressões ocorreram até os 19 anos. Em 2023, Mato Grosso registrou 46 casos de feminicídio, sendo que apenas 8 vítimas não contavam com medidas protetivas. Esses números evidenciam a importância de buscar ajuda do estado diante de ameaças.

    A delegada-geral da Polícia Civil do estado, Daniela Maidel, ressaltou a eficácia das medidas protetivas e encorajou as mulheres a denunciarem casos de violência. Para Maidel, procurar ajuda é significativo e necessário para enfrentar a violência doméstica.

    Gileade Pereira, promotora de justiça, alertou para a gravidade das “pequenas agressões” que precedem o feminicídio, enfatizando a necessidade de interromper esse ciclo de violência desde o início. Na visão dela, a tolerância com essas pequenas agressões reforça a crença do agressor de que ele possui controle sobre a mulher, alimentando a tragédia do feminicídio.

    Os participantes também debateram a importância da educação na mudança da cultura machista, a interiorização de políticas de proteção às mulheres, como o botão antipânico e a patrulha Maria da Penha, além da capacitação dos profissionais envolvidos no atendimento às vítimas. Destacou-se também a necessidade de envolvimento dos homens nos debates sobre violência doméstica para promover uma sociedade mais igualitária.

  • Brasil terá Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil, afirma ministro

    Brasil terá Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil, afirma ministro

    O ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, disse nesta terça-feira (17) que o Brasil terá, pela primeira vez, um Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil. A proposta é fortalecer o atual Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil para o enfrentamento de riscos e desastres no país. Durante audiência pública conjunta das comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; Indústria, Comércio e Serviços; Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados, o ministro destacou que o plano deve ser entregue em “meados do ano que vem”.

    “Fizemos a contratação da Pontíficia Universidade Católica do Rio de Janeiro numa intermediação com o Pnud [Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento] para elaborar o primeiro Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil. Hoje, todos os estados estão sendo ouvidos”, disse Góes, ao debater junto aos parlamentares a situação das enchentes no Rio Grande do Sul.

    “O Brasil vai ter, pela primeira vez, um Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil. Vamos entregar isso para o Brasil. Mas vamos entregar também com indicativos de que a política precisa ser revista e de que o sistema também precisa ser melhor estruturado. Junto com isso, a gente está muito mobilizado para lançar um dos instrumentos mais modernos em termos de monitoramento e sistema de alarde, que os Estados Unidos já usam, que é o CEO Broadcast.”

    De acordo com o ministro, atualmente, 1.038 municípios brasileiros se encontram em situação de emergência – seja pelos temporais registrados no Sul do país, seja pela estiagem registrada no Norte. “Estamos tentando construir, dentro do governo brasileiro, a possibilidade de defender, no Congresso Nacional, que, nos 1.038 municípios hoje e em todos aqueles que se enquadrarem nesses critérios estabelecidos de situação de emergência, a gente possa inverter a atuação da política pública de forma que a gente atue para retirar aquele município da situação de emergência”.

    Edição: Juliana Andrade
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