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  • Produtores discutem criação da Associação Estadual de Avicultura em busca de maior organização e representatividade

    Produtores discutem criação da Associação Estadual de Avicultura em busca de maior organização e representatividade

    Produtores rurais de diversas regiões de Mato Grosso se reuniram recentemente na sede da Associação de Avicultores de Nova Mutum para discutir um passo considerado fundamental para o fortalecimento da cadeia produtiva de aves no estado: a criação da Associação Estadual de Avicultura. A iniciativa, que conta com o apoio institucional do Sindicato Rural de Nova Mutum, vem ganhando força entre os produtores integrados, que há tempos pleiteiam uma estrutura representativa mais robusta para atender às demandas específicas do setor.

    Durante o encontro, que também teve a participação ativa da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), representada pelo superintendente Cleiton Gauer e pelo analista de pecuária Marcos de Carvalho, os participantes acompanharam a leitura do estatuto da nova entidade. O documento passou por sugestões de ajustes, acatadas pelos presentes, e será agora encaminhado para análise final dos presidentes das associações municipais antes de ser submetido ao registro oficial em cartório.

    Para o presidente do Sindicato Rural de Nova Mutum, Paulo Zen, o envolvimento da Famato nesse processo tem sido essencial. “Considerando o relevante apoio que a Famato tem prestado aos avicultores integrados de Mato Grosso, entendemos ser fundamental a participação da entidade para contribuir com orientações técnicas e encaminhamentos nesse importante passo para a organização do setor”, afirmou.

    Na avaliação de Cleiton Gauer, superintendente do Sistema Famato, a formação da entidade estadual representa uma nova etapa para o desenvolvimento da avicultura em solo mato-grossense. “A criação da Associação Estadual de Avicultura representa um grande avanço para o setor, fortalecendo a voz dos produtores e permitindo melhorias em questões fundamentais, como legislação, sanidade e infraestrutura. O Sistema Famato está à disposição para apoiar e contribuir com os avicultores na construção de uma representatividade forte e eficiente. Agradecemos ao Sindicato Rural de Nova Mutum por ser um importante elo entre os produtores da região e as entidades representativas”, declarou.

    O movimento pela criação da entidade estadual ganhou força após uma rodada de palestras promovida com o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que trouxe a Mato Grosso nomes importantes do setor, como o presidente da Comissão Nacional de Aves e Suínos, Adroaldo Hoffmann, e o consultor técnico Rafael Filho. Segundo o analista da Famato Marcos de Carvalho, a iniciativa foi determinante para articular os avicultores em torno de um propósito comum. “O próximo passo será a consolidação do estatuto e a formalização da entidade, que atuará para fortalecer o segmento e promover o crescimento sustentável da atividade”, completou.

    A expectativa é de que a nova associação sirva como canal direto entre os produtores e os entes públicos e privados, promovendo avanços técnicos, econômicos e institucionais para uma avicultura mais integrada, competitiva e valorizada em Mato Grosso.

  • Vítimas da tragédia em Brumadinho autorizam repasse de R$ 2,2 mi ao RS

    Vítimas da tragédia em Brumadinho autorizam repasse de R$ 2,2 mi ao RS

    Parte dos recursos pagos pela mineradora Vale a título de indenização pelo dano moral coletivo gerado na tragédia em Brumadinho será destinado ao Rio Grande do Sul. As vítimas do rompimento da barragem, ocorrido em janeiro de 2019, aprovaram a ajuda ao estado, que lida com inundações recordes decorrente de um grande volume de chuvas. Já foram confirmadas 147 mortes nas cidades gaúchas.

    Ao todo, serão destinados R$ 2,2 milhões. A decisão foi anunciada nessa segunda-feira (13) nas redes sociais da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão (Avabrum).

    Do total, R$ 2 milhões serão repartidos entre o governo gaúcho e o Fundo de Reconstituição de Bens Lesados, sob gestão do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS). Os R$ 200 mil restantes serão doados para a Associação dos Familiares e Sobreviventes da Boate Kiss em Santa Maria (AVSTM), entidade que também está arrecadando fundos para ajudar as vítimas do desastre climático.

    Os recursos são provenientes de fundo criado a partir de um acordo para indenizar parentes dos trabalhadores mortos na tragédia em Brumadinho. Foram perdidas 272 vidas, incluindo os bebês de duas mulheres que estavam grávidas. A maioria das vítimas era de empregados da Vale ou de empresas que prestavam serviço à mineradora.

    O acordo que incluiu a criação do fundo também definiu os valores para as indenizações individuais aos pais, cônjuges ou companheiros e filhos do mortos. Com isso, foi encerrada uma ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) logo após a tragédia.

    Para o fundo, a Vale precisou destinar R$ 400 milhões. A movimentação do dinheiro depende de aval de um conselho gestor, composto por representantes da Avabrum, do MPT, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG) e da Defensoria Pública da União.

    Boa parte do valor teve destinação para projetos de preservação da vida, nas áreas de saúde e de segurança alimentar. Os recursos já beneficiaram, por exemplo, hospitais, casas de saúde e instituições de pesquisa com a realização de reformas, financiamento de estudos, ampliação de leitos e aquisição de equipamentos. Também já foram liberados montantes para ações de qualificação de trabalhadores e geração de emprego e renda; proteção de indígenas, idosos e crianças; educação e preservação da memória.

    Edição: Graça Adjuto

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  • Canabidiol: em favelas do RJ, maioria depende de ajuda para tratamento

    Canabidiol: em favelas do RJ, maioria depende de ajuda para tratamento

    Seis em cada dez moradores de favelas do Rio de Janeiro que fazem terapia com óleo de maconha dependem. Uma pesquisa feita com 105 moradores de favelas cariocas mostrou que a maioria dos entrevistados depende de doações de organizações não governamentais para fazer terapia com óleo derivado da maconha.

    Segundo o levantamento realizado pela ONG Movimentos, das 63 pessoas que usam o óleo, 66,67% recebem o insumo medicinal de ONGs ou instituições.

    Outra forma de obter a substância é por associações de pacientes (20,63%), de amigos ou parentes (6,35%), de liminar (3,17%) ou importação direta pelo paciente (3,17%).

    De acordo com Ricardo Fernandes, da ONG Movimentos, a pesquisa mostra que nas favelas também há pacientes que usam derivados de maconha.

    “Nossa pesquisa mostra que tem um número significativo de pessoas que faz uso do óleo de canabidiol. Pessoas de fora da favela vão ficar muito surpresas com as informações que a pesquisa traz. O uso do canabidiol ainda tem um recorte muito elitista, por isso o preço é tão elevado”.

    Acesso

    Mas, muitos não têm condições de pagar pelo remédio e precisam ter acesso de forma gratuita ou subsidiada. Fernandes diz que o processo para obtenção do remédio através do Sistema Único de Saúde (SUS) é burocrático, o que faz com que muitos tenham que recorrer à ajuda de ONGs e outras instituições.

    Segundo o estudo, apesar de 60 das 63 pessoas que usam óleo terem prescrição médica, apenas seis conseguiram autorização judicial para o produto. Algumas unidades da federação regulamentaram a distribuição gratuita desse tipo de medicamento, facilitando o acesso dos pacientes, como São Paulo, Paraná, Alagoas, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.

    “Isso evidencia as burocracias que existem para que a pessoa consiga todo esse processo através do SUS gratuitamente. Hoje o SUS tem algumas formas de disponibilizar o óleo, só que é um processo extremamente burocrático, difícil e não possível para muitas pessoas das favelas, diante de suas necessidades físicas e das necessidades de documentação para se apresentar”.

    Mesmo os medicamentos obtidos através das ONGs nem sempre são gratuitos. Algumas pessoas têm que arcar com parte do custo, como o frete.

    “Algumas ONGs conseguem fazer com que os óleos cheguem às pessoas de forma 100% gratuita, mas tem ONGs que precisam que as pessoas se responsabilizem pelo menos pela taxa de frete, porque o óleo vem de outro pís”.

    O óleo de canabidiol ou de THC é usado por 60% dos entrevistados, mas não é a única forma de uso medicinal da maconha. Outros usos registrados são o cigarro de maconha (18,1%), chás (0,95%) e alimentos (0,95%).

    Perfil

    O tratamento do transtorno do espectro autista é o principal motivo (52,2%) para o uso dos derivados de maconha, seguido por epilepsia (12,39%), sintomas de ansiedade (12,39%), sintomas de depressão (7%) e dores (5%).

    Em relação à religião daqueles que usam esses medicamentos, chama atenção o fato de que 28% são evangélicos. “Minha mãe é evangélica, da Igreja Universal, e hoje recebe o óleo de um projeto do Complexo do Alemão. Ela sofria de dores por causa da Chikungunya que lhe davam desespero. Hoje tem uma outra qualidade de vida. Ela fala dentro da igreja, que faz uso do canabidiol, um óleo que vem da maconha”, conta Ricardo Fernandes.

    Entre as outras religiões: 24% são católicos, 10% professam religiões de matriz afro-brasileiras e 3% declararam ter outra fé. Há ainda 35% que declararam não ter religião.

    A pesquisa termina com recomendações às autoridades públicas: a regulamentação e fortalecimento das associações que produzem substâncias derivadas da maconha, a aprovação de legislação federal que garanta a distribuição de substâncias derivadas da maconha pelo SUS, o fomento a iniciativas canábicas em favelas e periferias e a revisão da Resolução 327/2019 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece os critérios para a concessão de autorização sanitária para importação, fabricação e comercialização de produtos derivados de maconha para fins terapêuticos.

    “O SUS precisa entender o quanto é vital a produção de óleos em grande escala para que as pessoas possam ter mais acesso. E também o fortalecimento das associações que já fazem esses óleos, que já têm a liberação de seus estados e municípios para fazer o óleo, porém não têm incentivos e não conseguem fazer numa escala que atenda a toda a população”, afirma Fernandes.

    Edição: Denise Griesinger