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  • Justiça do Trabalho reconhece assédio moral em agência bancária em Mato Grosso

    Justiça do Trabalho reconhece assédio moral em agência bancária em Mato Grosso

    A Justiça do Trabalho de Rondonópolis (Mato Grosso) condenou um banco a pagar R$ 20 mil por danos morais a uma bancária que sofreu assédio moral no ambiente de trabalho. A decisão foi proferida pela juíza Karina Rigato, da 3ª Vara do Trabalho, que concluiu que as práticas abusivas extrapolaram o poder diretivo da instituição.

    A bancária apresentou provas que evidenciaram cobranças excessivas de metas, exposição pública de resultados individuais e mensagens enviadas fora do expediente. Essas práticas, segundo a juíza, configuraram assédio moral e impactaram negativamente a saúde emocional da trabalhadora, que desenvolveu transtornos como estresse e ansiedade.

    Exposição pública e ameaças veladas

    No processo, testemunhas relataram que rankings de produtividade eram amplamente divulgados, tanto no âmbito da agência quanto no regional, expondo os resultados individuais de forma vexatória. Além disso, as cobranças de metas eram feitas em público e em tom de ameaça. Em uma reunião virtual, a bancária foi questionada pelo gerente regional se “não tinha amor ao emprego”, o que a levou às lágrimas.

    O ambiente de trabalho foi descrito como tenso, com cobranças constantes e ameaças indiretas. Um colega relatou que o gerente regional frequentemente afirmava que era preciso “dar o sangue” para atingir metas e que “muita gente lá fora procurava emprego”.

    A juíza reconheceu que a cobrança de metas é legítima, mas ressaltou que, neste caso, houve excesso. “Ficou demonstrado rigor excessivo, com ameaças veladas de perda do emprego e exposição pública”, afirmou.

    Reconhecimento de horas extras

    Além da indenização por danos morais, o banco foi condenado a pagar as 7ª e 8ª horas como extras. Ficou comprovado que a trabalhadora, apesar de receber gratificação, não ocupava um cargo de confiança, contrariando a argumentação do banco.

    A sentença destacou que a bancária não tinha subordinados, não participava de comitês de crédito e dependia de aprovações superiores para decisões importantes. Suas funções incluíam atendimento ao cliente, oferta de produtos e execução de tarefas técnicas, sem autonomia.

    A juíza enfatizou que o simples título de “cargo de confiança” e o recebimento de gratificação não bastam para enquadrar um empregado nessa posição, sendo necessário avaliar as atividades efetivamente desempenhadas. Com isso, a trabalhadora foi enquadrada na jornada padrão de 6 horas diárias e 30 horas semanais, com direito ao pagamento das horas extras e reflexos nas demais verbas.

    A decisão ainda cabe recurso ao Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT/MT).

  • TRT de Mato Grosso reforça combate ao assédio e discriminação no ambiente de trabalho

    TRT de Mato Grosso reforça combate ao assédio e discriminação no ambiente de trabalho

    O assédio e a discriminação no ambiente de trabalho são questões que impactam não apenas as vítimas, mas também o clima organizacional e a produtividade das equipes. Para combater esses problemas, é essencial criar um ambiente acolhedor e seguro, onde todos se sintam fortalecidos para denunciar abusos sem medo de retaliação. Em Mato Grosso, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT/MT) tem se destacado com ações práticas e políticas robustas voltadas à prevenção e enfrentamento dessas práticas prejudiciais.

    A presidente do TRT/MT, desembargadora Adenir Carruesco, explicou os esforços da instituição para garantir um ambiente mais justo e inclusivo. Entre as principais iniciativas está o Programa de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e de todas as Formas de Discriminação, formalizado pela Resolução Administrativa 630/2024. O programa abrange magistrados, servidores, estagiários e colaboradores terceirizados, com diretrizes voltadas para o respeito à dignidade humana e à diversidade.

    Segundo a desembargadora, o programa é implementado de forma abrangente e constante, com medidas preventivas como campanhas educativas, treinamentos e canais de acolhimento para as vítimas. Uma das ações de destaque é a “Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação”, além da promoção de práticas restaurativas. “Proporcionar um ambiente onde as pessoas se sintam fortalecidas para denunciar qualquer prática abusiva é o primeiro passo. Elas precisam saber que serão acolhidas e que o problema será tratado com seriedade”, destacou a presidente.

    No dia a dia do tribunal, o programa se concretiza com canais ativos de diálogo, como a Ouvidoria e pesquisas de satisfação. Além disso, treinamentos constantes são oferecidos para gestores e colaboradores, assegurando a identificação e o combate efetivo a comportamentos abusivos. “Contamos com portas abertas para ouvir os colaboradores e garantir que nenhuma denúncia passe despercebida”, afirmou Adenir.

    Além do programa principal, o TRT/MT também desenvolve outras ações voltadas ao combate do assédio e da discriminação. Entre elas, estão as capacitações continuadas pela Escola Judicial, que abordam temas como saúde mental, respeito à diversidade e inclusão. Também são promovidas políticas de acessibilidade e equidade, com foco na inclusão de pessoas com deficiência, equidade racial e valorização da diversidade de gênero. O monitoramento dessas ações é realizado por subcomitês que acompanham a eficácia do programa e sugerem melhorias constantes.

    Outro ponto de destaque é a aproximação do Tribunal com a sociedade, garantindo acolhimento e suporte às vítimas. A Ouvidoria desempenha um papel fundamental nesse processo, oferecendo canais seguros e sigilosos para denúncias.

    Os impactos das iniciativas já podem ser percebidos dentro e fora do Tribunal. Adenir Carruesco enfatizou que as ações têm promovido um ambiente mais participativo e saudável internamente. “Os resultados das pesquisas de satisfação mostram que estamos avançando. Isso fortalece o engajamento e a valorização dos colaboradores. Fora do Tribunal, buscamos combater práticas que tiram a autoestima e limitam o potencial das pessoas. Assédio e discriminação diminuem a capacidade de acreditarmos em nós mesmos, e é preciso garantir que todos se sintam valorizados”, destacou.

    Por fim, a presidente deixou uma mensagem de incentivo e responsabilidade compartilhada: “Prevenir e enfrentar práticas nocivas fortalece não apenas o nosso ambiente interno, mas também a credibilidade da Justiça do Trabalho. Contamos com cada servidor, magistrado e cidadão para que esse compromisso se torne uma realidade efetiva.”

    Com essas ações, o TRT de Mato Grosso reforça seu papel na promoção de ambientes de trabalho mais justos, acolhedores e livres de assédio ou discriminação, servindo como exemplo de compromisso com a dignidade humana e o respeito mútuo.