Tag: arroz

  • Demanda externa aquecida impulsiona mercado de arroz no Rio Grande do Sul

    Demanda externa aquecida impulsiona mercado de arroz no Rio Grande do Sul

    Visando principalmente atender à crescente demanda externa, os compradores de arroz em casca no Rio Grande do Sul têm se mostrado mais ativos no mercado spot, o que tem mantido os preços elevados na maioria das regiões monitoradas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Conforme os pesquisadores do Cepea, há um significativo interesse dos importadores pelo arroz brasileiro, o que está motivando os agentes a priorizar a aquisição do produto beneficiado para exportação.

    Esse cenário é impulsionado pela competitividade do arroz brasileiro no mercado internacional, que continua a atrair importadores, principalmente devido à qualidade e ao preço competitivo. A movimentação no mercado spot reflete a estratégia dos compradores em garantir estoques suficientes para atender aos pedidos internacionais, aproveitando o atual momento de demanda aquecida.

    Retração dos vendedores e suporte aos preços

    Por outro lado, os vendedores seguem retraídos, uma vez que a colheita da nova safra ainda está distante, e essa postura tem contribuído para sustentar as cotações no mercado doméstico. Esse comportamento dos vendedores reforça o suporte sobre os preços, pois eles estão menos inclinados a liberar o produto disponível, aguardando melhores condições de mercado ou novas informações sobre a safra futura.

    A escassez de oferta imediata, combinada com o interesse constante dos compradores, estabelece um equilíbrio delicado no mercado, com tendência de manutenção de preços elevados no curto prazo. “Os produtores estão cautelosos, preferindo não vender seus estoques neste momento, o que pressiona as cotações para cima”, destacam os especialistas do Cepea.

    Perspectivas para o mercado de arroz

    O atual cenário sugere que a situação de preços firmes pode perdurar até a aproximação da nova safra, quando o mercado deverá ajustar as expectativas em relação à oferta e demanda. Até lá, a demanda externa continuará sendo um fator crucial na determinação dos preços, com a possibilidade de os importadores aumentarem ainda mais suas compras, dependendo das condições do mercado global e das flutuações cambiais.

    Para os próximos meses, espera-se que os vendedores mantenham uma postura estratégica, avaliando cuidadosamente quando e em que volume liberar seus estoques, enquanto os compradores seguirão atentos às oportunidades de adquirir arroz brasileiro para atender suas necessidades externas. O foco continuará sendo a exportação, especialmente se o real se mantiver competitivo frente ao dólar, favorecendo os embarques de arroz nacional.

    O mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul está vivenciando um momento de valorização sustentada, impulsionada pela demanda externa aquecida e pela postura retraída dos vendedores. Com importadores mostrando interesse contínuo, a expectativa é de que os preços permaneçam firmes até a chegada da nova safra, quando novos ajustes poderão ocorrer conforme a disponibilidade de produto e as condições de mercado. O cenário atual destaca a importância do arroz brasileiro no mercado internacional e reflete as estratégias adotadas por agentes de mercado para maximizar oportunidades em tempos de demanda elevada.

  • Arroz: governo, indústria e produtor fazem acordo para monitorar preço

    Arroz: governo, indústria e produtor fazem acordo para monitorar preço

    Após se reunir com representantes da indústria e produtores de arroz, o Ministério da Agricultura e Pecuária firmou um compromisso para monitorar preços e estoques do produto no país. A declaração foi feita nesta quinta-feira (4) pelo chefe da pasta, Carlos Fávaro, durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

    “Já que todos concordamos que há arroz suficiente, esse arroz tem que chegar rápido à mesa, com preço justo e bater a especulação. Vamos monitorar. Na medida em que os preços normalizem e não haja especulação, não se faz mais necessário ter leilão”, disse. No mês passado, o governo chegou a realizar leilão público para a compra de arroz importado, mas a licitação foi anulada devido a questionamentos sobre a capacidade técnica e financeira das empresas vencedoras.

    “Foi toda uma polêmica. Com o edital, só depois é que a gente sabe quem são os vendedores do arroz – e aqui não estou fazendo nenhuma crítica pessoal. Parecia que nem todos teriam capacidade técnica para entregar arroz de qualidade. E nós temos que ter responsabilidade com o dinheiro público. Tomamos a decisão difícil de cancelar o leilão e monitorar os preços do arroz.”

    Para o ministro, o cancelamento do pregão serviu para “dar um freio de arrumação”. “A especulação no Mercosul cessou, os produtores gaúchos puderam começar, junto com a indústria, a normalizar as entregas. Ainda há algumas regiões onde o preço está elevado, mais longe da região produtora. Por exemplo: em Manaus, o preço do arroz ainda está fora do normal. Em Recife, ainda está fora da normalidade”.

    “Paralelo a isso [monitoramento de preços e estoques], vamos estimular o plantio de arroz. É determinação do presidente Lula que a gente plante mais arroz, que a gente tenha arroz como temos soja, milho, carne bovina e suína, aves. Em abundância. Se sobrar, vamos exportar, gerar renda no campo e excedentes na balança comercial brasileira”, concluiu Fávaro.

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  • Mercado de arroz em casca no RS encerrado junho com preços firmes

    Mercado de arroz em casca no RS encerrado junho com preços firmes

    O mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul encerrou o mês de junho com preços firmes, mesmo diante de um cenário de incertezas e negócios realizados em ritmo lento. De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o suporte aos preços veio principalmente da demanda internacional aquecida, uma vez que as exportações têm se mostrado mais atraentes do que as vendas no mercado interno.

    Entretanto, a menor saída de arroz beneficiado para os grandes centros consumidores nacionais limitou a liquidez e impediu aumentos mais significativos nos valores da matéria-prima no final do mês, conforme as pesquisas do Cepea. De maneira geral, os vendedores mantiveram suas propostas firmes, justificando essa postura pelos altos custos estimados de produção.

    Além dos custos elevados, as perdas agrícolas significativas causadas pelo fenômeno climático El Niño levaram os produtores a buscar uma maior valorização do arroz em casca. Do lado da demanda, muitos agentes optaram por trabalhar com os volumes já estocados, conforme apontam as pesquisas do Cepea. Algumas indústrias adiaram suas compras, aguardando a chegada de navios com cereal importado, o que adicionou um elemento de espera e incerteza ao mercado.

    Em resumo, o mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul manteve preços firmes em junho devido à forte demanda internacional e aos altos custos de produção, mesmo com uma liquidez limitada e um ritmo lento de negócios. A estratégia dos produtores de buscar maior valorização do produto frente às perdas causadas pelo El Niño e a espera das indústrias pela chegada de cereal importado contribuíram para essa dinâmica.

  • Preços do arroz em casca mantêm estabilidade no Rio Grande do Sul

    Preços do arroz em casca mantêm estabilidade no Rio Grande do Sul

    Os preços do arroz em casca têm registrado pequenas oscilações nas regiões acompanhadas pelo Cepea no Rio Grande do Sul. O Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista) tem se mantido em torno de R$ 112,00 por saca de 50 kg desde o dia 13 deste mês. De acordo com pesquisadores do Cepea, esse suporte de preço está vinculado à resistência dos vendedores e a uma leve melhora na demanda, especialmente no mercado externo.

    Os orizicultores estão aguardando uma possível valorização do arroz em casca devido ao aumento da procura por parte das tradings e à recente alta do dólar, que favorece a exportação e dificulta a importação. Por outro lado, as unidades de beneficiamento estão sendo ligeiramente cautelosas, ofertando apenas em casos de necessidade imediata de reposição de estoques, segundo os pesquisadores do Cepea.

    Essa dinâmica de mercado, onde a resistência dos produtores e a demanda externa se contrapõem à cautela das beneficiadoras, tem contribuído para a estabilidade dos preços do arroz em casca no Rio Grande do Sul.

  • Perspectivas de oferta e demanda de arroz no Brasil para 2024

    Perspectivas de oferta e demanda de arroz no Brasil para 2024

    Os novos dados de oferta e demanda de arroz no Brasil, recentemente divulgados pela Conab e analisados pelo Cepea, trazem boas notícias para os estoques de dezembro de 2024. As estimativas indicam que os estoques serão melhores do que os previstos até abril de 2024, um mês antes das enchentes no Rio Grande do Sul. Com isso, o ambiente de incertezas quanto ao abastecimento parece ter se dissipado.

    Os novos números apontam uma disponibilidade interna de arroz maior do que a de 2023, o que deve gerar excedentes amplos. Com a possibilidade de exportações menores, os estoques em dezembro de 2024 são projetados para crescer em relação aos de dezembro de 2023.

    No mercado spot de arroz em casca do Rio Grande do Sul, o levantamento do Cepea revela divergências entre agentes. Após as polêmicas e suspeitas de fraudes no leilão de importação organizado pelo Governo Federal, que resultaram no cancelamento do evento no último dia 12, produtores recuaram das negociações.

    Por outro lado, do lado das indústrias, pesquisadores do Cepea explicam que a redução nas vendas de arroz beneficiado fez com que muitas indústrias diminuíssem ou mantivessem as ofertas do início da semana passada, aguardando uma melhor definição do cenário.

    Essas mudanças no mercado de arroz indicam um cenário de maior estabilidade para o final de 2024, com estoques suficientes para atender à demanda interna, mesmo diante das incertezas anteriores causadas por eventos climáticos e questões comerciais.

  • Brasil colherá 297,5 milhões de toneladas de grãos, estima a Conab

    Brasil colherá 297,5 milhões de toneladas de grãos, estima a Conab

    A produção de grãos projetada para a safra 2023/2024 é 297,54 milhões de toneladas, volume é 7% inferior ao registrado na temporada anterior. A diferença entre as duas safras é 22,27 milhões de toneladas, de acordo com o 9º Levantamento da Safra de Grãos divulgado nesta quinta-feira (13) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    A companhia explica que essa quebra é resultado das “condições climáticas adversas” que acabaram por influenciar as principais regiões produtoras do país.

    “Já os cultivos de segunda safra, que tiveram a colheita iniciada, têm apresentado melhores produtividades”, informou a Conab, ao comparar a estimativa atual com a anterior, publicada em maio. O aumento projetado é 2,1 milhões de toneladas, com destaque para milho, algodão em pluma e feijão.

    A estimativa de produção do milho 2ª safra está em 88,12 milhões de toneladas. Neste ciclo, a colheita chega a 7,5% da área semeada, tendo por base divulgação anterior da Conab, no levantamento Progresso de Safra, na semana passada.

    Apesar da disparidade das condições climáticas que foram registradas no país, “foi verificado em importantes estados produtores uma melhora na produtividade das lavouras”.

    Mato Grosso do Sul, São Paulo e parte do Paraná registraram redução e/ou falta de chuvas durante o ciclo do milho 2ª safra. Isso resultou em quedas no potencial produtivo. No entanto, em Mato Grosso, no Pará, Tocantins e parte de Goiás, as precipitações “bem distribuídas ao longo do desenvolvimento da cultura”, associado à tecnologia usada pelo produtor resultaram em “boas produtividades nos talhões colhidos e boas perspectivas nas áreas ainda em maturação”.

    Diante desse cenário, a estimativa para a produção total do grão é 114,14 milhões de toneladas.

    “O clima também tem favorecido o algodão, cujas lavouras se encontram predominantemente nos estágios de formação de maçãs e maturação. Nesta temporada, a área semeada está estimada em 1,94 milhão de hectares, crescimento de 16,9%, o que influencia na expectativa de incremento de 15,2% na produção da pluma, podendo chegar a 3,66 milhões de toneladas”, detalhou a Conab.

    Arroz

    A situação do arroz é bem melhor do que o cenário sugerido em meio às enchentes registradas no Rio Grande do Sul, estado que, sozinho, corresponde por mais de 70% de área cultivada e da produção deste grão no país. O levantamento da Conab prevê uma produção de quase 10,4 milhões de toneladas de arroz nesta safra.

    arroz
    Arroz – Marcello Casal Jr/Agência Brasil

    Gerente substituto de Acompanhamento de Safras da Conab, Marco Antônio explica que o arroz já se encontra 99,2% colhido, faltando apenas algumas áreas em Goiás, no Tocantins e uma maior parte no Pará e Maranhão. “Por sorte, no dia 26 de abril, antes do começo das chuvas, 93% das áreas já estavam colhidas no estado”, justificou o técnico.

    Ele lembra que problemas vinham sendo percebidos desde o início do cultivo deste grão, e que o excesso de chuva em setembro resultou em atraso no plantio e, até mesmo, na desistência do cultivo em muitas áreas. No entanto, durante a restante do ciclo, as condições foram “favoráveis na maioria dos estados produtores”.

    “Infelizmente, no Sul do Brasil, em maio, ocorreram esses excessos de precipitações que prejudicaram o andamento final da colheita no estado [Rio Grande do Sul]. Mesmo assim, nessa safra a área cultivada ficou em 1,591 milhão de hectares, número 7,6% superior ao da última safra”, explicou Marco Antônio.

    “A produtividade teve uma redução e está agora estimada em 6.652 quilos por hectare, número 3,7% inferior ao da última safra. Quanto à produção, ela tá estimada em 10,395 mil toneladas, resultado 3,6% superior a última safra. Por fim, em relação ao último levantamento, o arroz teve uma redução de 0,9% na estimativa, em função das fortes chuvas enchentes ocorridas no RS”, acrescentou ao estimar alguma queda com relação ao rendimento médio do produtor no estado, em função das chuvas.

    Feijão

    A estimativa da Conab para a produção de feijão é de um aumento de 9,7% na produção total na safra 2023/2024. Com isso, mais de 3,3 milhões de toneladas deste grão deverão ser colhidas no país.

    O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, durante o lançamento do Plano Nacional para o Desenvolvimento da Cadeira Produtiva do Feijão e pulses, que são a lentilha, o grão de bico e a ervilha.
    Feijão: Conab estima aumento de 9,7%. Foto: José Cruz/Agência Brasil

    “Apenas na segunda safra da leguminosa, a estatal prevê uma alta de 26,3% no volume a ser colhido, impulsionado pelo cultivo do feijão preto e do caupi, que devem registrar uma colheita de 589,4 mil toneladas e 462,8 mil toneladas respectivamente”, detalhou a Conab.

    No caso do feijão preto, a alta estimada é influenciada por um aumento de 8,5% na produtividade e, principalmente, pela maior área destinada para o cultivo, com alta de 63,5% chegando a 331 mil hectares. “Para o [tipo] caupi o cenário é oposto. Enquanto a área cresce 4,9%, o desempenho das lavouras registra uma melhora de 20,6%. Na terceira safra da leguminosa, cerca de 60% da área é irrigada e o plantio está em andamento”.

    Edição: Aécio Amado

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  • Geller nega ter pedido demissão e diz que não aceita ser bode expiatório

    Geller nega ter pedido demissão e diz que não aceita ser bode expiatório

    Na primeira entrevista que deu após a saída do Governo Lula, Neri Geller negou ter pedido exoneração do cargo de secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. A saída ocorreu após polêmica envolvendo o leilão de arroz importado conduzido pela Conab. A participação no leilão de um ex-assessor de Geller e sócio de seu filho Marcelo acabou sendo o estopim da crise. O ex-secretário disse ainda que não aceitaria ser o bode expiatório da crise.

    Ministro da Agricultura anuncia saída de Neri Geller após polêmica em leilão de arroz

    Neri relatou que, logo após as suspeitas sobre o leilão de importação de arroz surgirem, ele se posicionou prontamente. “Eu estava no estado de Mato Grosso e, ao embarcar para Brasília, informei ao ministro (Carlos) Fávaro que iria direto ao ministério para conversar sobre o assunto. Expliquei ao ministro que minha posição sempre foi de total transparência e tranquilidade, pois não há nada a esconder,” afirmou Geller.

    Ao chegar em Brasília, Geller teve uma reunião com o ministro da Agricultura. Durante a conversa, ele explicou que a corretora envolvida no leilão, pertencente a Robson, seu ex-assessor, participa de leilões desde o ano passado. Geller também destacou que seu filho, que também foi mencionado nas suspeitas, não participou de nenhuma operação desde a abertura de sua corretora em agosto do ano passado.

    Geller esclareceu que sua exoneração foi uma decisão do governo, e não um pedido seu. “Conversei com o ministro Fávaro, e ele me informou que a situação estava gerando muita polêmica. Coloquei que estava tranquilo e disposto a ajudar a esclarecer os fatos. Após uma conversa de Fávaro com o presidente Lula, fui informado que seria afastado,” disse.

    Em relação às suspeitas de favorecimento de seu ex-assessor, Geller foi categórico: “Não houve nenhum favorecimento. Robson, que foi meu assessor até quatro anos atrás, atua no mercado desde o ano passado. Ele participou de diversos leilões, e tudo foi feito de acordo com os parâmetros legais. Não tenho grau de parentesco com ele e não posso tolher seu direito de trabalhar.”

    O ex-secretário avalia que o leilão foi mal organizado. Geller lembra que a oposição politizou a realização do certame e que o governo federal não levou em conta algumas considerações técnicas.

    Neri Geller revela ainda que ficou magoado como a situação se desenrolou. “É muito triste pra quem tem uma história como eu tenho”, disse, citando a experiência na agricultura, como produtor e representante de entidades, e na política, onde ocupou a principal função no Ministério da Agricultura no governo Dilma Rousseff. “Isso não vai ser jogado no lixo. Se lá atrás não teve problema nenhum, agora nesse edital, porque ele é politizado, eu vou servir pra sair como bode expiatório dessa questão. Não, não vou aceitar de forma nenhuma. Que a polícia, que a justiça averigue se tem qualquer irregularidade”, declarou.

    Sobre a gestão de Carlos Fávaro, Geller criticou a condução do leilão, considerando-a desorganizada e precipitada. Ele defendeu que, apesar das boas intenções de abastecer as periferias dos grandes centros, o processo deveria ter seguido critérios técnicos mais rigorosos. “Se tivéssemos levado em consideração todas as informações e feito uma intervenção no momento certo, o resultado seria diferente,” comentou.

    Neri conclui dizendo que respeita o presidente Lula e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, mas reafirmou que seu afastamento foi um equívoco. “Estou tranquilo, com a certeza de que fiz minha parte e que a verdade prevalecerá,” concluiu.

  • Novo edital de leilão de arroz sai em até dez dias, diz Paulo Teixeira

    Novo edital de leilão de arroz sai em até dez dias, diz Paulo Teixeira

    O edital do novo leilão de arroz importado deve sair no prazo de uma semana até dez dias, disse há pouco o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. Ele deu a declaração após se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sem fornecer mais detalhes sobre a concorrência.

    Na terça-feira (11), o governo anulou a compra de 263,3 mil toneladas de arroz importado após avaliar que a maioria das empresas vencedoras não tinha capacidade financeira de honrar os contratos. No anúncio do cancelamento, o governo informou que o novo edital terá a participação da Controladoria-Geral da União (CGU), da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Receita Federal para que as empresas participantes sejam analisadas antes do leilão.

    O leilão cancelado também foi marcado por um conflito de interesses. O secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, pediu demissão após suspeitas após informações de que o diretor de Abastecimento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Thiago dos Santos, responsável pelo leilão, tinha sido indicado diretamente pelo ex-secretário. Além disso, a FOCO Corretora de Grãos, principal corretora do leilão, é do empresário Robson Almeida de França, ex-assessor parlamentar de Geller na Câmara e sócio de Marcello Geller, filho do secretário, em outras empresas.

    “O presidente Lula participou dessa decisão de anular esse leilão e proceder um novo leilão, mais aperfeiçoado do ponto de vista de suas regras. Por isso, a CGU e AGU participarão, e a Receita Federal também, da elaboração desse novo leilão, juntamente com a Conab para garantir que ele esteja em outras bases”, disse o ministro Paulo Teixeira no anúncio do cancelamento na terça-feira (11), no Palácio do Planalto.

    Preço do arroz

    O objetivo da importação do arroz é garantir o abastecimento e estabilizar os preços do produto no mercado interno, que tiveram uma alta média de 14%, chegando em alguns lugares a 100%, após as inundações no Rio Grande do Sul em abril e maio deste ano. O estado é responsável por cerca de 70% do arroz consumido no país.

    Edição: Lílian Beraldo

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  • Após conflito, Governo anula leilão e cancela compra de arroz importado

    Após conflito, Governo anula leilão e cancela compra de arroz importado

    O governo federal decidiu anular o leilão realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no último dia 6 de maio e cancelou a compra das 263,3 mil toneladas de arroz que seriam importadas para o país. A informação é do presidente da Conab, Edegar Pretto, e dos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira (11), no Palácio do Planalto.

    Segundo Fávaro, a avaliação do governo é que, do conjunto das empresas vencedoras do leilão, uma maioria tem “fragilidades”, ou seja, “não tem capacidade financeira de operar um volume financeiro desse tamanho”. As mais de 260 mil toneladas de arroz arrematadas correspondem a 87% das 300 mil toneladas autorizadas pelo governo nesta primeira operação. No total, mais de R$ 7 bilhões foram liberados para a compra de até 1 milhão de toneladas.

    “A gente tem que conhecer a capacidade [das empresas], é dinheiro público e que tem que ser tratado com a maior responsabilidade”, disse Fávaro, explicando que nenhum recurso chegou a ser transferido na operação.

    As empresas participam do leilão representadas por corretoras em Bolsas de Mercadorias e Cereais e só são conhecidas após o certame. Um novo edital será publicado, com mudanças nos mecanismos de transparência e segurança jurídica, mas ainda não há data para o novo leilão.

    Conflito

    Também nesta terça-feira, o secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, pediu demissão após suspeitas de conflito de interesse. Matéria do site Estadão informa que o diretor de Abastecimento da Conab, Thiago dos Santos, responsável pelo leilão, é uma indicação direta do secretário. Além disso, a FOCO Corretora de Grãos, principal corretora do leilão, é do empresário Robson Almeida de França, que foi assessor parlamentar de Geller na Câmara e é sócio de Marcello Geller, filho do secretário, em outras empresas.

    O ministro Fávaro confirmou que aceitou a demissão do secretário. “Ele [Geller] fez uma ponderação que, quando o filho dele estabeleceu a sociedade com esta corretora lá de Mato Grosso, ele não era a secretário de Política Agrícola, portanto, não tinha conflito ali. E que essa empresa não está operando, não participou do leilão, não fez nenhuma operação, isto é fato. Também não há nenhum fato que desabone e que gere qualquer tipo de suspeita, mas que, de fato, isso gerou um transtorno e, por isso, ele colocou hoje de manhã o cargo à disposição”, explicou Fávaro.

    Preço do arroz

    O objetivo da importação do arroz é garantir o abastecimento e estabilizar os preços do produto no mercado interno, que tiveram uma alta média de 14%, chegando em alguns lugares a 100%, após as inundações no Rio Grande do Sul em abril e maio deste ano. O estado é responsável por cerca de 70% do arroz consumido no país. A produção local foi atingida tanto na lavoura como em armazéns, além de ter a distribuição afetada por questões logísticas no estado.

    De acordo com Fávaro, a diferença entre o que é produzido e o que é consumido no Brasil é muito apertada. “Ninguém disse que não tem arroz no Brasil, mas é muito justo. Ontem saíram dados da Serasa que preveem uma quebra de 500 mil toneladas [na produção]. Para aquilo que é justo, já ficar faltando. E é determinação do presidente que isso não reflita na mesa dos mais humildes é um alimento básico da população brasileira”, disse o ministro da Agricultura.

    Novo leilão

    A Conab chegou a convocar a Bolsa de Cereais e Mercadorias de Londrina e a Bolsa de Mercadorias do Mato Grosso para apresentarem as comprovações das empresas, após dúvidas e repercussões com o resultado do leilão. Os documentos exigidos são capacidade técnica dos arrematantes; capacidade financeira, com as demonstrações financeiras dos exercícios de 2022 e 2023; regularidade legal para enquadramento nas regras do leilão da Bolsa e dos arrematantes e participação dos sócios da Bolsa e dos arrematantes dos lotes em outras sociedades.

    O governo vai, agora, construir um novo edital, com a participação da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Advocacia-Geral da União (AGU) para que essa análise das empresas participantes ocorra antes da operação.

    “O presidente Lula participou dessa decisão de anular esse leilão e proceder um novo leilão, mas aperfeiçoado do ponto de vista de suas regras, por isso que a CGU e AGU participarão, e a Receita Federal também, da elaboração desse novo leilão, juntamente com a Conab para garantir que ele esteja em outras bases”, disse o ministro Paulo Teixeira. “Nós vamos proceder um novo leilão, não haverá recuo dessa decisão tendo em vista que é necessário que o arroz chegue na mesa do povo brasileiro a um preço justo”, acrescentou.

    Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, algumas empresas que também venceram o leilão são consistentes, entendem que a anulação é necessária e participarão do certame quando ele acontecer novamente. “Todas as medidas serão adotadas, de modernização desse processo, de cautelas que esse leilão deva adotar e, rapidamente, a Conab vai anunciar um novo leilão”, destacou.

    O presidente da Conab contou que a companhia não fazia esse modelo de importação via leilão de arroz desde 1987 e que ela foi adotada, exclusivamente, em razão da emergência no Rio Grande do Sul.

    “A partir da revelação de quem são as empresas vencedoras começaram os questionamentos se, verdadeiramente, elas teriam capacidade técnica e financeira para honrar os compromissos de um volume expressivo de dinheiro público. Com todas as informações que nós reunimos […] decidimos anular esse leilão e vamos revisitar os mecanismos que são estabelecidos”, reafirmou Pretto.

    “A gente não pode, de forma alguma, colocar dinheiro público se tiver qualquer fragilidade ou dúvida de um processo como esse. Nós queremos ter mecanismos que a gente possa dizer com clareza: as empresas que participaram, que deram lance,, que venceram, elas têm capacidade de honrar esse compromisso”, completou o presidente da Conab.

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  • Governo Federal compra mais de 260 mil toneladas de arroz para estoques públicos

    Governo Federal compra mais de 260 mil toneladas de arroz para estoques públicos

    Nesta quinta-feira (6), o Governo Federal, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), realizou o primeiro leilão para a compra de arroz beneficiado importado, em formato eletrônico, na modalidade “viva-voz”. No total, foram adquiridas 263.370 mil toneladas para abastecer os estoques públicos e serão destinados pouco mais de R$ 1,3 bilhão. O volume representa mais de 87% do previsto no pregão.

    A iniciativa tem foco no enfrentamento das consequências sociais e econômicas decorrentes de eventos climáticos extremos no estado do Rio Grande do Sul, responsável por cerca de 68% do arroz produzido no Brasil. O objetivo é regular o abastecimento do produto e a estabilidade nos preços.

    O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reforçou que a importação do produto visa evitar alta dos preços nas gôndolas dos supermercados e que o arroz importado não irá concorrer com os agricultores brasileiros. “A compra é para evitar qualquer especulação no preço do arroz, diante das dificuldades enfrentadas pelos produtores gaúchos. Esta é primeira etapa, estamos fazendo com cautela para garantir a estabilidade nos preços em todo o país, sem prejudicar qualquer produtor”, destacou Fávaro.

    “Avaliamos que foi um sucesso esse primeiro leilão. O governo nos autorizou a adquirir até 1 milhão de toneladas de arroz, mas não vamos comprar de uma vez só, será escalonado conforme a necessidade”, reforçou o presidente da Conab, Edegar Pretto, que ainda informou que será aberta uma reoferta para poder comprar as 36 mil toneladas que ficaram restando.

    O arroz adquirido pela Conab será destinado, preferencialmente, à venda para pequenos varejistas em regiões metropolitanas, levando em conta indicadores de insegurança alimentar. Os compradores deverão vender o arroz exclusivamente para o consumidor final, com preço máximo de R$ 4 o quilo.

    O produto leiloado nesta quinta-feira será entregue em três etapas, sendo que o prazo mínimo para o fornecimento do arroz é de 90 dias e o máximo de 150 dias.

    Segundo dados da Conab, a aquisição do grão foi feita por meio de empresas brasileiras responsáveis pela importação e que, portanto, a origem do produto só será conhecida após a apresentação do Documento de Importação. A expectativa é que essa informação esteja disponível em até 15 dias.

    Nesta primeira compra, os lotes arrematados foram para os estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco e São Paulo. Com o restante a ser comprado para atingir as 300 mil toneladas serão comtemplados os estados do Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins.

    O edital define que o produto importado deverá ter aspecto, cor, odor e sabor característico de arroz beneficiado, polido, longo fino, Tipo 1, safra 2023/2024, e proíbe a aquisição de arroz aromático. O arroz deverá estar acondicionado em embalagem com capacidade de 5kg, transparente e incolor, que permita a perfeita visualização do produto e com logomarca.

    A iniciativa está respaldada pelas medidas provisórias 1217/2024, 1218/2024, 1224/2024 e 1225/2024, além da portaria interministerial 4/2024, dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Fazenda (MF).

    REOFERTA

    As 36,63 mil toneladas de arroz importado não adquiridas nesta quinta-feira (6) serão reofertadas para a compra pela Conab. O leilão também será eletrônico, na modalidade “viva-voz”, com utilização do Sistema de Comercialização Eletrônica da Conab (SISCOE) e com interligação das Bolsas de Cereais, de Mercadorias e/ou de Futuros, e está marcado para ocorrer no próximo dia 13, a partir das 9h. Saiba mais da reoferta no Aviso nº 50.

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