Tag: arroz

  • Com baixa liquidez, preço do arroz recua levemente e segue estável no início de maio

    Com baixa liquidez, preço do arroz recua levemente e segue estável no início de maio

    O mercado do arroz em casca manteve relativa estabilidade ao longo de abril, operando na média de R$ 76,00 por saca de 50 kg, conforme levantamento do Cepea. A exceção foi o último dia do mês, quando o produto encerrou cotado na casa dos R$ 75,00, valor que continua sendo registrado neste início de maio.

    Segundo pesquisadores do Cepea, o mercado segue marcado por uma “queda de braço” entre compradores e vendedores. De um lado, indústrias e beneficiadoras com maior urgência para repor estoques se veem obrigadas a elevar suas ofertas para garantir negócios. De outro, produtores resistem à venda, aceitando negociar apenas em situações de necessidade, como quando precisam fazer caixa ou liberar espaço nos armazéns para receber os lotes finais da colheita.

    Esse impasse tem resultado em baixa liquidez, com negociações pontuais e ritmo mais lento. A colheita avança no campo, especialmente no Rio Grande do Sul, principal estado produtor, onde já foram colhidos 91,51% da área total cultivada, conforme os dados mais recentes do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), divulgados no último dia 2.

    A expectativa é que, com o avanço da colheita e eventual pressão por comercialização, o mercado possa ganhar novo fôlego nas próximas semanas — desde que compradores ajustem suas estratégias e os preços se mantenham atrativos para ambas as partes.

  • Preço médio do arroz cai pela 11ª semana consecutiva

    Preço médio do arroz cai pela 11ª semana consecutiva

    Os preços do arroz em casca caíram pela 11ª semana consecutiva, embora em menor intensidade na última, conforme apontam levantamentos do Cepea.

    Entre 11 e 17 de abril, a média ponderada do estado do Rio Grande do Sul, representada pelo Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista), recuou 0,26%, fechando a R$ 76,04/saca de 50 kg na quinta-feira, 17. As cotações semanais seguem em queda desde início de fevereiro, e a média parcial de abril é a menor desde out/22.

    Pesquisadores do Cepea explicam que a Semana Santa, com feriado prolongado, reduziu a liquidez no mercado do casca. Segundo o Centro de Pesquisas, produtores deram maior atenção aos trabalhos de campo, que caminham para a reta final, ainda que chuvas tenham prejudicado o avanço da colheita no Sul.

    Atacadistas e varejistas não mostraram grande interesse de compra a ponto de impactar a demanda de engenhos, apesar da necessidade de aquisição sinalizada por unidades de beneficiamento.

  • Ritmo de queda de preços do arroz desacelera

    Ritmo de queda de preços do arroz desacelera

    O ritmo de queda dos preços do arroz em casca diminuiu nos últimos dias, o que, segundo pesquisadores do Cepea, pode sinalizar um maior equilíbrio entre oferta e demanda. Ao mesmo tempo, novos dados apontam para crescimento da disponibilidade interna nesta temporada, elevando os estoques de passagem em fev/26.

    De modo geral, levantamentos do Cepea mostram que a liquidez segue baixa, diante do recuo de compradores, que enfrentam dificuldade no repasse de preços do casca para o beneficiado. Produtores também continuam retraídos do spot, seja pelo descontentamento com as cotações, seja por voltarem suas atenções aos trabalhos de campo.

    Agentes consultados pelo Cepea demonstram expectativa de maiores demandas internacionais em meio ao cenário atual de taxações dos EUA, o que pode impulsionar a busca pelo cereal brasileiro. De acordo com o relatório de março da Conab, a produção nacional de arroz em casca na safra 2024/25 está estimada em 12,14 milhões de toneladas, 14,75% superior à da temporada 2023/24.

    Com importações estáveis, em 1,4 milhão de toneladas, a disponibilidade interna (estoque inicial + produção + importação) deve somar 14 milhões de toneladas, aumento de 13,77% sobre a safra passada.

  • Preço doméstico do arroz fica abaixo da paridade de exportação em mar/25

    Preço doméstico do arroz fica abaixo da paridade de exportação em mar/25

    Levantamento do Cepea mostra que, em março, a média do Indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista) foi de R$ 82,21/saca de 50 kg, queda de 14,09% em relação à do mês anterior.

    Assim, o Indicador ficou 14,54 Reais/saca abaixo do preço médio das exportações e 5,81 Reais/saca inferior ao valor médio das importações. De acordo com dados da Secex analisados pelo Cepea, foram embarcadas 134,67 mil toneladas do cereal em março, volume 171% superior ao de fevereiro/25.

    Exportadores nacionais receberam em média US$ 336,96/tonelada, o equivalente a R$ 96,75/saca de 50 kg FOB (Free On Board) pelo produto no porto de embarque – chama a atenção a forte depreciação de 23,07% de fevereiro/25 para março/25 no valor pago pelo produto brasileiro. A média do dólar foi de R$ 5,74 em março.

    Em relação às importações, foram 105,54 mil toneladas de arroz (em base casca) adquiridas no último mês, 25,29% abaixo das de fevereiro/25. O valor médio FOB (Free On Board) origem do arroz importado foi de US$ 306,53/t, ou de R$ 88,02/sc de 50 kg, queda de 6,36% também no comparativo mensal, conforme números da Secex.

    Com os embarques superando as compras, houve superávit de 29,13 mil toneladas na balança comercial do arroz em março/25, o que não era verificado desde dezembro/24, ainda conforme análise do Cepea.

  • Preços do arroz caem para o menor patamar nominal desde out/22

    Preços do arroz caem para o menor patamar nominal desde out/22

    Em queda há sete semanas, os preços do arroz em casca levantados pelo Cepea acumulam baixa de 21,3% desde final de janeiro, voltando ao menor patamar desde 21 de outubro de 2022.

    Segundo o Centro de Pesquisas, esse cenário preocupa vendedores de forma geral, pois os custos totais de produção do cereal no Rio Grande do Sul são estimados na casa dos R$ 100/sc de 50 kg nesta temporada.

    Diante dos fortes recuos, a liquidez segue baixa, ainda conforme pesquisas do Cepea. Vendedores, no geral, se mostram retraídos para novas negociações, mas a necessidade de caixa leva parte deles a ceder aos pedidos de compradores.

    Quanto à colheita, as atividades continuam avançando satisfatoriamente, com alguns relatos de talhões acamados ou mesmo de quebras acima do normal no beneficiamento.

  • Preço do arroz recua no Rio Grande do Sul em meio a baixa liquidez

    Preço do arroz recua no Rio Grande do Sul em meio a baixa liquidez

    O mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul segue com baixa liquidez, de acordo com levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Apesar de um leve aumento nos volumes beneficiados na última semana, unidades de beneficiamento relataram quedas expressivas nos preços do fardo, pressionadas pelo aumento da oferta.

    A necessidade de capitalização para cobrir os custos da colheita levou produtores a intensificarem as vendas, o que impactou diretamente as cotações da matéria-prima. A desvalorização foi ainda mais intensa nas negociações “a retirar”, devido ao encarecimento do frete após o recente aumento do diesel.

    No balanço da primeira quinzena de março, o Indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA-RS (58% grãos inteiros, com pagamento à vista) registrou uma queda acumulada de 7,2%, fechando a R$ 83,42 por saca de 50 kg no dia 14, o menor patamar desde julho de 2023.

  • Conab estima safra de grãos acima de 328 milhões de toneladas

    Conab estima safra de grãos acima de 328 milhões de toneladas

    A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, nesta quinta-feira (13), o sexto levantamento da safra de grãos 2024/25, que atualiza a produção nacional para 328,3 milhões de toneladas.

    A atual estimativa representa uma alta de 10,3%, se comparada ao volume colhido no ciclo anterior (2023/24), com acréscimo de 30,6 milhões de toneladas de 16 grãos a serem colhidos.  Se as projeções se confirmarem, será um novo recorde para a produção de grãos no Brasil.

    Segundo a Conab, o resultado reflete o aumento na área plantada, estimada em 81,6 milhões de hectares, e a recuperação na produtividade média das lavouras, projetada em 4,02 toneladas por hectare.

    Ao compartilhar os números, o presidente da companhia, Edegar Pretto, disse que será uma safra histórica.

    “As previsões deste sexto levantamento são mais positivas ainda do que as do quinto levantamento”, afirmou Edegar Pretto.

    Soja

    A soja continua a ser o principal produto cultivado na primeira safra. Na safra de 2024/25, a produção deve atingir 167,4 milhões de toneladas, com aumento de 13,3% em relação à safra passada.  A área plantada de soja é de 47,45 milhões de hectares, com crescimento de 2,8%, na comparação com a última safra. Os números consolidam o Brasil na posição de liderança da produção de soja no mercado global.

    O presidente da Conab lembrou o excesso de chuvas em janeiro, que provocou atrasos no plantio e tornou o início de colheita mais lento em alguns estados, mas ressaltou que a estiagem de fevereiro já possibilitou o avanço da colheita de 60,9% da área total.

    “A diminuição das chuvas no Sul, especialmente no Rio Grande do Sul, que trouxe uma quebra na produção da soja [local], teve uma extraordinária recuperação nas demais regiões, como o Centro-oeste”, avaliou Edegar Pretto.

    Milho

    A produção de milho estimada pela Conab para a safra 2024/2025 é de 122,76 milhões de toneladas, crescimento de 6,1% na comparação com a última safra. A
    área plantada deve alcançar 21,14 milhões hectares, o que representa aumento de 0,4% em relação à última safra do cereal.

    A segunda safra de milho registra 83,1% da área prevista já plantada. O índice está abaixo do registrado no último ciclo.

    Pretto disse que a diminuição das chuvas “traz certa preocupação para o fim do plantio do milho” e que a Conab acompanha com atenção a situação, porque o milho é o principal componente da ração animal, fornecendo proteína para aves, suínos e bovinos.

    “Ter mais milho em oferta, tanto para o nosso Brasil quanto para o exterior, é importante para a economia. O governo tem uma atenção especial para a ração animal e também sobre o preço da carne para os consumidores.”

    Feijão e arroz

    Também para o arroz os técnicos da Conab verificaram aumento de 6,5% na área plantada, chegando a 1,7 milhão de hectares, maior área nos últimos sete anos. As condições climáticas têm favorecido as lavouras, permitindo a recuperação de 7,3% na produtividade média, estimada em 7.063 quilos por hectare.

    Mantendo-se o cenário atual, a estimativa para a produção neste levantamento passa para 12,1 milhões de toneladas. “O que é muito positivo porque [o arroz] é uma das culturas importante para o nosso consumo interno”, disse Pretto, ao explicar que a colheita deve ser superior à do mesmo período da safra passada em quase todos os principais estados produtores.

    Outro item típico da culinária brasileira, o feijão, deve registrar ligeiro aumento (1,5%) na produção total na safra 2024/25, estimada em 3,29 milhões de toneladas. De acordo com a Conab, o resultado é influenciado principalmente pela expectativa de melhora na produtividade média das lavouras, uma vez que a área destinada ao feijão se mantém praticamente estável.

    O presidente da Conab, que é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, enfatizou que a política de apoio aos produtores da agricultura familiar tem juros mais baixos para produção de alimentos como arroz e feijão, além de outras culturas destinadas ao consumo interno. “Neste ano, estamos fazendo a colheita das boas políticas plantadas, no ano passado”, comemorou o gestor.

    “A Conab acompanha, com assessoramento técnico, a montagem do próximo plano safra. Nossa recomendação é que o governo federal continue com as boas políticas de incentivos para alcançar com a mão amiga o produtor, de modo a aumentar a oferta de alimentos no país e equilibrar os preços, que sejam justos aos consumidores”, disse Edegar Pretto

    Outras lavouras

    No caso do algodão, a expectativa é que o aumento na área semeada, estimada em cerca de 2 milhões de hectares, resulte na produção de 3,82 milhões de toneladas de algodão em pluma, um novo recorde, se confirmado o crescimento de 3,3%, em comparação com a última safra.

    Já o trigo tem expectativa de produção de 9,11 milhões de toneladas, com incremento de 15,6% em comparação com a última safra, apesar da redução de 2,1% da área plantada deste grão. Com isso, a lavoura deve alcançar a área plantada de 2,99 milhões de hectares. A Conab projeta que as condições climáticas até o fim do inverno serão favoráveis para a produção de trigo.

    As informações completas do sexto boletim sobre a safra de grãos 2024/25 estão no site da Conab.

  • Preço do arroz em casca registra queda e atinge menor valor desde agosto de 2023

    Preço do arroz em casca registra queda e atinge menor valor desde agosto de 2023

    Os preços do arroz em casca continuam em queda, pressionados pela proximidade da colheita da nova safra, pela necessidade de liquidação de estoques e pela retração dos compradores no mercado. Segundo pesquisadores do Cepea, a semana passada registrou as baixas mais intensas do ano.

    O Indicador CEPEA/IRGA-RS iniciou esta semana com média de R$ 91,93 por saca de 50 kg, atingindo o menor valor nominal desde agosto de 2023. Na parcial de fevereiro, até o dia 24, a desvalorização acumulada já chega a 8,6%.

    No geral, agentes do setor seguem analisando o impacto da maior oferta sobre os preços e a dinâmica do mercado com a chegada do arroz da nova safra.

  • Calor extremo impacta produção de Café, Soja e Arroz no Brasil: Especialista aponta soluções agroecológicas

    Calor extremo impacta produção de Café, Soja e Arroz no Brasil: Especialista aponta soluções agroecológicas

    O calor intenso registrado nos últimos dias tem prejudicado significativamente as lavouras de café, soja, milho, arroz e frutas em diferentes regiões do Brasil. Na Região Sul, cultivos de soja, milho e arroz enfrentam dificuldades, enquanto no Sudeste, plantações de café e frutas sofrem com o estresse causado pelas altas temperaturas. Esses impactos são reflexos diretos das mudanças climáticas, que vêm intensificando desafios para a produção de alimentos no país.

    De acordo com Francis Lacerda , climatologista e pesquisadora do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), estratégias baseadas na agroecologia podem atenuar os efeitos adversos do clima e reduzir os riscos de insegurança alimentar. No entanto, ela alerta que essas práticas precisam ser adotadas urgentemente. “Existem práticas que ainda podem reduzir esses efeitos. Eu digo ainda porque daqui a pouco não vai poder mais”, afirma a especialista.

    Reflorestamento e Consórcio como Solução

    Lavoura de trigo - Imagem CenárioMT
    Lavoura de trigo – Imagem CenárioMT

    Uma das principais recomendações de Francis é o reflorestamento e a implementação de sistemas agroflorestais. Na agroecologia, o consórcio de culturas é uma prática amplamente utilizada, onde árvores frutíferas são plantadas junto com cultivos como feijão, milho ou outras leguminosas. Essa técnica promove interações benéficas entre as plantas, melhorando a resistência ao calor e à escassez de água.

    “Essas plantas vão interagir de forma que beneficiam umas às outras. Algumas têm raízes profundas que buscam água no subsolo, enquanto outras se protegem sob a sombra de árvores maiores. Precisamos implementar esse modelo de sistema agroflorestal”, explica a climatologista.

    Além disso, a diversificação de culturas fortalece a fertilidade do solo, reduz a incidência de pragas e doenças e contribui para a redução do uso de agrotóxicos. Isso resulta em vantagens econômicas e ambientais para os agricultores, como menor custo de produção e maior resiliência a condições climáticas extremas.

    Mudanças Climáticas Surpreendem Agricultores Familiares

    A grande maioria dos alimentos consumidos pelas famílias brasileiras vem da agricultura familiar, que está cada vez mais vulnerável às mudanças climáticas. Segundo Francis, os agricultores familiares estão perdendo a previsibilidade sazonal que orientava suas atividades agrícolas.

    “Quando ocorrem ondas de calor, organismos mais resilientes, como insetos, fungos e bactérias, proliferam rapidamente, devastando as lavouras”, explica. Para mitigar esses impactos, ela defende políticas públicas que incentivem o uso de tecnologias para captação e armazenamento de água, além da geração de energia renovável nas propriedades rurais.

    “A autonomia para produzir alimentos dentro dessas novas condições climáticas é essencial. Além disso, os agricultores devem ser apoiados para realizar o reflorestamento de suas terras. É possível, é barato e eles querem fazer isso”, enfatiza.

    Perda de Espécies Endêmicas

    Outro ponto preocupante destacado pela especialista é a diminuição de espécies vegetais endêmicas dos biomas brasileiros, especialmente aquelas adaptadas a ambientes secos e quentes. Um exemplo é o umbuzeiro, planta emblemática do semiárido brasileiro, conhecida por sua capacidade de armazenar água em suas raízes.

    “O umbuzeiro está sumindo da paisagem porque não consegue mais se adaptar às variáveis climáticas atuais. Ele era uma referência de resiliência no semiárido, mas agora enfrenta dificuldades”, avalia Francis.

    Lições para o Meio Urbano

    As soluções propostas pela climatologista também podem ser aplicadas ao ambiente urbano. Francis sugere a criação de espaços produtivos nas cidades, como quintais cultiváveis e “farmácias vivas”, onde plantas medicinais e alimentos podem ser cultivados localmente. No entanto, para que isso seja viável, é necessário o apoio de políticas públicas que orientem e financiem essas iniciativas.

    “Sem justiça social, não conseguiremos combater as mudanças climáticas. Precisamos pensar em formas inovadoras de garantir segurança hídrica, energética e alimentar tanto para as populações urbanas quanto para as rurais”, conclui.

  • Safra do arroz é aberta pelo sétimo ano consecutivo na Embrapa

    Safra do arroz é aberta pelo sétimo ano consecutivo na Embrapa

    Na tarde desta quinta-feira (20), teve início a colheita de arroz no Rio Grande do Sul. O ato simbólico que marca o início da safra foi realizado durante a 35ª Abertura Oficial da Colheita de Arroz e Grãos em Terras Baixas, na Estação Experimental de Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, município de Capão do Leão (RS). Este é o sétimo ano consecutivo que o evento ocorre nas dependências da Embrapa.

    As boas-vindas de Clenio Pillon, diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento (DEPD) da Embrapa, deram início às manifestações das autoridades. Pillon afirmou que a realização do evento na Instituição representa a realização de um sonho construído a muitas mãos. Nesse sentido, valorizou a presença de instituições públicas e privadas e do setor produtivo, que representam o melhor em termos de genética, insumos, boas práticas para o sistema de produção e máquinas e equipamentos.

    “Nós temos aqui uma verdadeira cidade da inovação, que transforma a lavoura arrozeira e as demais cadeias associadas nesse ambiente de terras baixas em uma grande referência mundial”, disse.

    Na sequência, falou sobre alguns desafios estratégicos do setor, não apenas orizícola, mas também do País e do mundo. Entre eles, foram levantadas questões como segurança alimentar – fazendo referência aos avanços na produção de alimentos nos últimos 50 anos -; soberania alimentar, relembrando a dependência de insumos; mudanças climáticas, fazendo alusão à crise climática recente no estado; e, por fim, descarbonização.

    “Hoje, os consumidores não querem mais só consumir um alimento, mas um alimento saudável, produzido com balanços ambientais adequados. Essa será, cada vez mais, uma grande preocupação para a humanidade. temos um compromisso muito forte, não apenas com a questão da sustentabilidade por uma visão de mercado, mas com uma visão ética da sustentabilidade”, acrescentou.

    Por fim, também afirmou a necessidade de inclusão sócio-produtiva e digital, no campo e na cidade. “Esse é um papel de protagonismo esperado para a pesquisa agropecuária nacional, que aqui representa essa grande aliança nacional que ajudou a transformar esse país em um celeiro para a nossa humanidade”, finalizou.

    Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), afirmou estar se encaminhando ao fim de sua jornada como presidente da Federarroz. Também valorizou o evento como promotor da sustentabilidade no campo e agradeceu às empresas parceiras: Embrapa, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Instituto Riograndense do Arroz (Irga). “Sem esta união de forças, não conseguiríamos fazer um evento desta magnitude”, afirmou.

    Na sequência, apontaram algumas dificuldades do setor, como os altos custos de produção – o principal problema atual das tarefas na visão de Velho. Nesse sentido, criticou a intervenção no mercado do arroz e reforçou a necessidade de segurança agrícola e, no âmbito estadual, de maior reserva de água. “Quando pego a projeção de produtividade que a Conab anuncia e divide pelo custo real de produção da mão de obra do Estado, chego facilmente ao valor de R$ 95. O produtor não pode vender arroz abaixo desse preço. Tem prejuízo”, avaliou.

    Por fim, Gabriel Souza, governador em exercício, iniciou sua fala liberando a eficiência e competência do produtor de arroz gaúcho, que produz 70% do grão no Brasil. Também falou sobre os ganhos em produtividade com base em tecnologia e manejo, valorizando o comprometimento dos produtores e da ciência, em especial da Embrapa e do Irga. 

    Além disso, destacaram alguns investimentos voltados ao setor, como na malha ferroviária gaúcha e na remodelação das carreiras do próprio Irga; abordou um acordo com o Ministério Público para retirar uma área já produtiva consolidada da reserva legal do estado; e programas direcionados à viabilização de supervisão aos produtores. Com relação ao último ponto, ainda fez referência à necessidade do setor se preparar para as mudanças climáticas, fazendo alusão aos eventos recentes.

    O ato ainda contornou com a manifestação do superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no Estado, José Cleber Dias de Souza, que, ao abordar as contribuições da pasta, fez um resgate histórico dos investimentos em ensino e pesquisa agropecuária no Brasil na década de 1930, que, por sua vez, culminou posteriormente na criação da Embrapa. E o senador Luis Carlos Heinze, que, entre outros assuntos, destacou as contribuições da tecnologia sulco-camalhão, desenvolvida pela Embrapa, que facilita a privacidade e a drenagem nas terras baixas e viabiliza o cultivo de culturas como a soja.