Tag: armazem

  • Investimento em armazém é necessário independente do tamanho da propriedade, reforça Aprosoja

    Investimento em armazém é necessário independente do tamanho da propriedade, reforça Aprosoja

    Com o início do plantio de uma nova safra, a preocupação com o armazenamento da produção volta a rondar o pensamento do produtor rural. Por outro lado, isso retoma uma orientação que vem sendo divulgada pela Aprosoja-MT (Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso) para que o produtor construa armazém, independente do tamanho da propriedade.

    Conforme a entidade, os produtores, independentemente do tamanho da propriedade rural, devem ter um espaço para guardar a produção.

    “É importante que o produtor comece fazer a conta do investimento em armazenamento, talvez reduzir um pouco na evolução em máquinas, e armazenar a produção dentro da propriedade”, reforçou o presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore. A afirmação foi feita durante o painel o “Desafio da armazenagem de grãos”, na Abertura Nacional do Plantio da Soja – safra 23/24. O evento aconteceu em Jaciara (142 km de Cuiabá), na fazenda Aymoré, na sexta-feira (29.09).

    Cadore detalhou que não é uma boa estratégia, o produtor ter duas ou três colheitadeiras novas, que ficarão paradas, enquanto o caminhão não volta da fila de carregamento ou de transporte da carga.

    “Nesse sentido, o transporte rodoviário é usado de pulmão de armazenamento no sistema que a gente tem hoje”, definiu.

    O mediador do debate, o diretor-executivo da Aprosoja-MT, Wellington Andrade, lembrou que na última safra, o Brasil teve uma produção de 315 milhões de toneladas de grãos, com uma capacidade estática de 190 milhões de toneladas, que representa um déficit de 124 milhões de toneladas de grãos, quer dizer, 60% do volume total produzido.

    “O crescimento projetado para agricultura mato-grossense, falando de milho, que pode chegar a 70 milhões toneladas até 2030 e a evolução da construção de armazém que a gente tem hoje, nós precisaríamos aumentar 10 vezes a construção de armazém por ano para equalizar isso em 2030”, complementou Cadore.

     

    Para mudar esse cenário, argumentou o presidente da Aprosoja-MT, é preciso que o produtor rural desenvolva essa consciência sobre a importância do armazenamento em sua propriedade. Em paralelo, é necessário o avanço na esfera política de um trabalho de fomento a esse tipo de investimento, com créditos para o produtor, com menos burocracia.

    Com relação a burocracia, Anelise Marques, diretora executiva da Casp, empresa especialista do ramo. A empresária defendeu também que é necessário desburocratizar o processo para facilitar o acesso aos créditos de forma rápida.

    “É um absurdo a quantidade de documentos de liberações para fazer uma unidade de armazenagem.

    O produtor rural brasileiro é corajoso, é forte, porque aguenta a taxa de juros que são altíssimos, são uma vergonha. Em nível de comparação, nos Estados Unidos, os juros para infraestrutura em armazenagem é 3.6%, enquanto que no Brasil, quando se consegue 8,5% é milagre. O normal é ficar em 10% a 12%”, pontuou Marques.

    Cadore destacou que o trabalho em prol do incentivo a armazenagem de grãos continua e que torce para que tenha um bom resultado, afinal, o problema de armazenamento influencia também na rentabilidade do produtor.

    “Quem tiver dificuldades em acessar os recursos, nos comunique para que possamos mostrar para o governo o que precisa ser melhorado. Afinal, produtor, se não armazenarmos, não seremos donos efetivos do nosso produto”, finalizou.

  • Mato Grosso enfrenta problemas na armazenagem de milho durante a colheita

    Mato Grosso enfrenta problemas na armazenagem de milho durante a colheita

    A falta de espaço para armazenar a produção de milho em Mato Grosso é um problema crônico que está novamente em destaque nesta safra 2022/2023, causando transtornos e aumentando os custos nas principais regiões produtoras. Como resultado, parte dos grãos está sendo deixada a céu aberto, o que preocupa os agricultores, além da desvalorização do cereal. Como medida para evitar a lentidão e as perdas na colheita, alguns agricultores optaram por comprar silos bolsas.

    A situação delicada, marcada pela falta de espaço nos armazéns e pela desvalorização do milho, tem gerado apreensão entre os produtores de Mato Grosso. Esse tema é abordado no episódio 93 do programa Patrulheiro Agro desta semana.

    Thierri Heineck, produtor em Nova Mutum, já colheu cerca de 65% dos 800 hectares cultivados com milho. Ele afirma que os produtores na região estão surpreendidos com a produtividade do cereal, que chega a atingir 140 a 150 sacas por talhão.

    “Ótimas colheitas. Embora haja algumas áreas que tiveram uma produtividade um pouco menor, é uma produção muito satisfatória para a nossa região. É totalmente diferente do ano passado, quando tivemos áreas com prejuízo, incapazes de cobrir os custos de produção”.

    Em Nova Mutum, de acordo com o Sindicato Rural local, foram cultivados cerca de 320 mil hectares com milho.

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    Silo bolsa é a alternativa encontrada em Mato Grosso diante da falta de armazéns. Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

    “Tem muitos produtores que não esperavam produzir o que está produzindo. Então, eu acredito que vamos sim ter uma produtividade melhor que a do ano passado, porque a chuva também se estendeu mais e o produtor investiu mais. O produtor tinha comprado mais adubo, semente melhor, variedade melhor e plantou dentro de uma janela melhor”, frisa o presidente do Sindicato Rural, Paulo Roberto Zen.

  • Nova regra do Plano Safra deve pulverizar recursos para construção de armazéns

    Nova regra do Plano Safra deve pulverizar recursos para construção de armazéns

    O Governo Federal anunciou nesta terça-feira (27) o Plano Safra 2023/24. Serão disponibilizados para o agronegócio brasileiro, R$ 364,22 bilhões, volume 26,8% que o desenvolvido pelo governo anterior. Serão destinados R$ 272,12 bilhões ao custeio e R$ 92,10 bilhões para investimentos, que passam a valer a partir deste sábado, 1º de julho.

    No último ano do governo Jair Bolsonaro, o Plano Safra foi de R$ 340,8 bilhões, porém, ele incluía o Pronaf e Proagro, o que não ocorreu nesse ano. Portanto, os recursos desses dois programas do ano anterior foram desconsiderados para efeitos de comparação.

    Para a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), as novas regras são importantes para manter o bom desempenho do agronegócio. Uma das propostas feitas pela entidade durante a construção do plano é sobre o direcionamento de recursos para o Programa de Construção de Armazéns (PCA). Os valores devem considerar limitação por tomador e taxa de juros diferentes entre eles.

    “A demanda consolida o cumprimento dos objetivos do PCA, especialmente de atender pequenos e médios produtores, de modo que não ocorra concentração de financiamento ao longo do tempo em grupo reduzido de empresas de grande porte. A limitação sugerida seguramente ampliará o alcance do Programa, atendendo um contingente maior de agricultores e pulverizando o acesso ao crédito”, pontua o presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore.

    Armazenamento, custeio e comercialização

    Conforme o anúncio oficial do governo serão destinados R$ 3,80 bilhões para o PCA, com limite de R$ 25 a R$ 50 milhões por tomador, com juros de 8,5% a.a., enquanto a linha do PCA para construção de armazéns com até 6 mil toneladas será de R$ 2,85 bilhões, com limite de R$ 25 milhões por tomador, e juros de 7% a.a. As taxas permanecem as mesmas do plano anterior.

    Para custeio e comercialização, as taxas serão de 8% ao ano para os produtores enquadrados no Pronamp e de 12% a.a. para os demais.  Já para investimentos, variam entre 7% a.a. e 12,5% a.a., de acordo com o programa.

    Produtores com Cadastro Ambiental Rural (CAR) analisado e aqueles que adotam práticas agropecuárias consideradas mais sustentáveis terão redução de 0,5 ponto percentual na taxa de juros de custeio para CAR analisado, em uma das seguintes condições: 1) em Programa de Regularização Ambiental (PRA), 2) sem passivo ambiental ou 3) passível de emissão de cota de reserva ambiental.

    Sustentabilidade

    Terão, ainda, direito à redução de 0,5 ponto percentual na taxa de juros de custeio os produtores que adotarem práticas de produção agropecuária consideradas mais sustentáveis, como: produção orgânica ou agroecológica, bioinsumos, tratamento de dejetos na suinocultura, uso de pó de rocha e calcário, energia renovável na avicultura, rebanho bovino rastreado e certificação de sustentabilidade.

    Será emitida regulamentação de como serão comprovadas pelos produtores rurais junto às instituições financeiras as práticas sustentáveis. As reduções nas taxas de juros de custeio poderão ocorrer de forma independente ou cumulativa até o limite de 1% de desconto.

    O presidente da entidade defende que a eficácia do Plano Safra depende de um conjunto de fatores, como previsibilidade e segurança aos beneficiários, de modo a reduzir incertezas no setor.

    Além disso, Cadore sugeriu ao governo “eliminar encargos, burocracias, custos intrínsecos que envolvem dispêndios de recursos pelo produtor, que se depara com toda ordem de entraves para desenvolver sua atividade.  E, nesse contexto, a imprescindibilidade em reduzir custos cartorários e melhorar os procedimentos registrais”.

    Regulamentações

    Aprosoja-MT repercutirá novas análises acerca do Plano Safra tão logo sejam publicados os atos normativos regulamentadores.

  • Brasil ampliou em 3% sua capacidade de armazenagem agrícola

    Brasil ampliou em 3% sua capacidade de armazenagem agrícola

    A capacidade de armazenagem agrícola no país chegou a 188,8 milhões de toneladas no primeiro semestre, um crescimento de 3% em relação ao segundo semestre de 2021. Os dados foram divulgados hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    De acordo com o levantamento, o número de estabelecimentos que armazenam produtos agrícolas cresceu 2,2% do segundo semestre de 2021 para o primeiro semestre deste ano, totalizando 8.378. Os dados de Mato Grosso não foram coletados devido a dificuldades operacionais, mas a capacidade do estado foi estimada com base nas informações fornecidas no primeiro semestre do ano passado.

    IBGE prevê safra recorde de 288,1 milhões de toneladas em 2023

    Os silos predominam no país, com capacidade útil de 96,1 milhões de toneladas, seguidos pelos armazéns graneleiros, com 70 milhões de toneladas, e armazéns convencionais, estruturais e infláveis, 22,6 milhões de toneladas.

    Entre os estados, o Rio Grande do Sul tem o maior número de estabelecimentos (2.183), enquanto o Mato Grosso tem a maior capacidade de estocagem (46,9 milhões de toneladas).

    O total de produtos estocados no fim do primeiro semestre chegou a 65,5 milhões de toneladas, uma alta de 10,5% em relação ao armazenado no fim do primeiro semestre de 2021, de 59,2 milhões de toneladas.

    Em relação aos cinco principais produtos agrícolas estocados nas unidades armazenadoras, que representam 95,8% do total, os maiores volumes são a soja (35,3 milhões de toneladas), milho (19,3 milhões), arroz (5,1 milhões), trigo (2,3 milhões) e café (800 mil).