Tag: Arboviroses

  • Assembleia debate epidemia de arboviroses em Mato Grosso

    Assembleia debate epidemia de arboviroses em Mato Grosso

    A Assembleia Legislativa de Mato Grosso promove no próximo dia 28 de abril, às 10h, uma audiência pública para discutir a crise provocada pelas arboviroses — chikungunya, dengue e zika — no Estado. O evento acontece na Sala de Comissões e pretende reunir especialistas, gestores da saúde pública, profissionais da área e a sociedade civil para analisar a situação e propor soluções para enfrentar a epidemia.

    A gravidade do cenário é evidente: Mato Grosso contabilizou 33.071 casos de chikungunya e 45 mortes apenas entre 1º de janeiro e 23 de abril de 2025. O número representa 45% dos casos e 71% dos óbitos por chikungunya registrados em todo o país no mesmo período. A incidência estadual também impressiona: 862 casos a cada 100 mil habitantes, a maior taxa entre todas as unidades da federação.

    No Brasil, o total de casos de chikungunya chegou a 73.188, com 63 óbitos. O segundo Estado mais afetado é Mato Grosso do Sul, com incidência de 255,2 casos por 100 mil habitantes e 7.406 casos notificados. Em terceiro lugar aparece Rondônia, com 97,7 casos por 100 mil habitantes e 1.706 registros.

    Durante a audiência, especialistas vão discutir as ações de combate ao mosquito transmissor, o Aedes aegypti, além de estratégias para o tratamento das doenças e medidas para reduzir a mortalidade. O encontro é considerado crucial para mobilizar esforços e enfrentar a crise sanitária que coloca Mato Grosso em alerta máximo.

  • Capacitação em Cáceres fortalece combate às arboviroses na região de Mato Grosso

    Capacitação em Cáceres fortalece combate às arboviroses na região de Mato Grosso

    A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso promoveu, nos dias 24 e 25 de abril, uma capacitação direcionada ao manejo clínico das arboviroses para profissionais da rede pública de saúde na Regional de Cáceres. O treinamento abrangeu equipes dos postos de saúde locais, da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) José Souto Farias e de municípios vizinhos, visando enfrentar o aumento de casos e mortes por dengue e chikungunya no estado.

    A iniciativa, solicitada pelo município durante reuniões do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública, incluiu também ações específicas de vigilância epidemiológica para monitoramento das doenças. Técnicos da Secretaria de Saúde visitaram as unidades de atendimento para avaliar o funcionamento dos serviços e a organização do fluxo de pacientes.

    As capacitações focaram na identificação precoce dos sinais de alerta, hidratação adequada e monitoramento contínuo dos pacientes, medidas essenciais para evitar complicações graves e reduzir a mortalidade. Os treinamentos abordaram orientações oficiais elaboradas em conjunto com o Ministério da Saúde para otimizar a atenção primária e secundária no enfrentamento das arboviroses.

    Além da capacitação local em Cáceres, profissionais de saúde de outras cidades da região também participaram, ampliando o alcance da ação. Cerca de 30 profissionais participaram de cada turma de treinamento.

    Dados oficiais apontam para 25.225 casos e 43 mortes por chikungunya em Mato Grosso no ano, e 14.760 casos com 12 óbitos por dengue. Em Cáceres, o município registrou 979 casos de chikungunya, além de 1.344 casos e dois óbitos por dengue em 2025, o que reforça a importância das medidas adotadas para controle e manejo das arboviroses.

  • Brasil ultrapassa 1 milhão de casos prováveis de dengue em 2025

    Brasil ultrapassa 1 milhão de casos prováveis de dengue em 2025

    O Brasil registrou, desde 1º de janeiro de 2025, 1.010.833 casos prováveis de dengue. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses, o país contabiliza ainda 668 mortes confirmadas pela doença e 724 em investigação. O coeficiente de incidência, neste momento, é de 475,5 casos para cada 100 mil pessoas.

    A título de comparação, no mesmo período do ano passado, quando foi registrada a pior epidemia de dengue no Brasil, haviam sido contabilizados 4.013.746 casos prováveis e 3.809 mortes pela doença, além de 232 óbitos em investigação. O coeficiente de incidência, à época, era de 1.881 casos para cada 100 mil pessoas.

    Em 2025, a maior parte dos casos prováveis se concentra na faixa etária de 20 a 29 anos, seguida pelos grupos de 30 a 39 anos, de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos. As mulheres concentram 55% dos casos e os homens, 45%. Brancos, pardos e pretos respondem pela maioria dos casos (50,4%, 31,1% e 4,8%, respectivamente).

    São Paulo lidera o ranking de estados em número absoluto, com 585.902 casos. Em seguida estão Minas Gerais (109.685 casos), Paraná (80.285) e Goiás (46.98 casos). São Paulo mantém ainda o maior coeficiente de incidência (1.274 casos para cada 100 mil pessoas). Em seguida aparecem Acre (888), Paraná (679) e Goiás (639).

  • Mato Grosso lidera ranking nacional de mortes por chikungunya em 2025

    Mato Grosso lidera ranking nacional de mortes por chikungunya em 2025

    Mato Grosso segue como o estado com o maior número de mortes por chikungunya no Brasil em 2025, com 37 óbitos confirmados. Os dados, divulgados nesta segunda-feira (31) pelo Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, também apontam uma taxa de incidência de 677,1 casos a cada 100 mil habitantes, evidenciando o avanço da doença na região.

    Outros 16 óbitos estão em investigação no estado. Até o momento da publicação desta reportagem, mais de 25,9 mil casos prováveis foram registrados pelas autoridades de saúde.

    Os municípios com maior número de mortes pela doença são Cuiabá, com 20 óbitos confirmados, e Várzea Grande, que registrou sete mortes.

    Além de Mato Grosso, os estados que também contabilizaram mortes por chikungunya são: São Paulo (3), Rio de Janeiro (2), Minas Gerais (2), Mato Grosso do Sul (1), Bahia (1) e Santa Catarina (1). No total, o Brasil soma 47 mortes confirmadas pela doença, enquanto outros 51 óbitos seguem sob investigação. Mais de 56 mil casos prováveis estão sendo monitorados em todo o país.

    Sintomas da chikungunya

    Segundo o Ministério da Saúde, os principais sintomas da chikungunya incluem:

    Febre;

    Dores intensas e edema nas articulações;

    Dor nas costas e dores musculares;

    Manchas vermelhas e coceira na pele;

    Dor de cabeça e dor atrás dos olhos;

    Conjuntivite não-purulenta;

    Náuseas, vômitos e dor de garganta;

    Calafrios;

    Diarreia e dor abdominal (mais comuns em crianças).

    O Ministério da Saúde alerta para a importância da prevenção contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da chikungunya, e reforça a necessidade de eliminar possíveis criadouros do inseto para conter o avanço da doença.

  • Mato Grosso capacita profissionais para manejo dos casos de dengue, zika e chikungunya

    Mato Grosso capacita profissionais para manejo dos casos de dengue, zika e chikungunya

    A Escola de Saúde Pública de Mato Grosso (ESP-MT), a Superintendência de Atenção à Saúde do Estado e o Ministério da Saúde capacitaram gestores e profissionais de saúde para o controle e manejo clínico de casos de arboviroses. A oficina “Estratégias integradas para formação de multiplicadores na organização da rede de atenção e manejo clínico das arboviroses” ocorreu nos dias 27 e 28 de fevereiro e contou com a participação de 192 profissionais.

    A agenda também foi realizada em parceria com a Superintendência de Vigilância em Saúde da SES, a Regulação do Estado, o Escritório Regional de Saúde da Baixada Cuiabana, o Lacen, e as Secretarias e Municipais de Saúde.

    Além de fortalecer uma estratégia coordenada entre os gestores e profissionais da saúde, a oficina buscou qualificar a assistência em saúde e facilitar o acesso de orientações frente às arboviroses, à proteção e ao cuidado do paciente.

    “Por meio das capacitações ofertadas pela Escola de Saúde Pública, o Estado busca qualificar os gestores e os profissionais de saúde para atuarem mais fortemente contra as arboviroses em Mato Grosso. Esse é um assunto que merece o nosso esforço e atenção, sobretudo neste momento em que há o aumento no número de casos de dengue e chikungunya, situação que demanda a qualificação de gestores e profissionais”, ressaltou o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo.

    O curso contou com uma metodologia híbrida para o planejamento, com práticas ativas e expositivas, proporcionando a interação entre os participantes e a troca de experiências.

    As atividades foram realizadas em 2 eixos: organização da rede de serviços e manejo clínico. Foram abordados os seguintes temas:

    • Construindo pontes ou criando barreiras? Reflexões sobre a integração entre a vigilância, assistência e território no enfrentamento das arboviroses;
    • Superando a fragmentação: boas práticas de integração entre vigilância e assistência em saúde;
    • Rumo à solução: Eixo Organização da rede assistencial (público: gestores) e Eixo Manejo Clinico (público: médicos e enfermeiros das APS e RUE).

    A superintendente da Escola de Saúde Pública de Mato Grosso, Silvia Tomaz, reforçou como a criação de estratégias coordenadas promovem um atendimento de mais qualidade à população de Mato Grosso.

    “Os 192 gestores e profissionais da saúde inscritos nesta oficina foram habilitados para agir de forma estratégica, organizada e coordenada. A capacitação é uma resposta ao panorama atual de casos por arboviroses que ocorre no Estado, a fim de proporcionar um melhor atendimento para a população mato-grossenses. Além disso, a oficina também buscou capacitar os gestores dos municípios, trabalhando estratégias para organizar a rede de saúde na atuação contra as arboviroses, resultando em profissionais mais qualificados”, ressaltou.

    A coordenadora de Atenção Primária da SES, Regina de Paula Oliveira, comentou sobre a necessidade de organização da rede de atenção e a importância da capacitação dos profissionais da saúde dos municípios.

    “Esse evento foi pensado exatamente para reunirmos gestores e profissionais da saúde, responsáveis pelo cuidado das pessoas considerando todo esse cenário epidemiológico que a gente está vivendo com as arboviroses na nossa região, especialmente a chikungunya e dengue. Precisamos melhorar o cuidado, o acolhimento das pessoas que chegam com sintomas, e qualificar nossos profissionais de saúde para fazer o manejo adequado”, ressaltou.

    O médico de Saúde da Família, Giacomo Tonial, comentou que a qualificação de profissionais da saúde para atuarem contra as arboviroses é indispensável no atual cenário.

    “Eu acho que a principal importância em fazer esse curso de atualização é otimizar o tempo de atendimento aos casos de arboviroses que são moderados e graves. Participando do curso, capacitando enfermeiros, médicos, farmacêuticos, a equipe toda de atendimento, a gente consegue classificar e otimizar o atendimento dessas pessoas”, avaliou o médico.

  • Ministério da Saúde reforça ações para controle das arboviroses em Mato Grosso

    Ministério da Saúde reforça ações para controle das arboviroses em Mato Grosso

    Ministério da Saúde promoveu, entre os dias 25 e 28 de fevereiro, em Cuiabá (Mato Grosso), a oficina “Estratégias Integradas para Organização da Rede de Atenção e do Manejo Clínico das Arboviroses”. A iniciativa teve como objetivo capacitar gestores e profissionais de saúde para fortalecer a resposta à dengue e outras arboviroses, assegurando uma rede de assistência mais organizada e eficaz.

    O evento contou com a participação de diversas secretarias do Ministério da Saúde, incluindo a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES), Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA). Além disso, gestores municipais, estaduais e representantes de Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) integraram a programação.

    Mato Grosso tem sido o estado que tem concentrado a maior parte dos óbitos por chikungunya em 2025. Das 23 mortes registradas até o dia 28 de fevereiro, 19 ocorreram no estado, conforme dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. Além disso, há nove óbitos em investigação. Em 2024, o estado registrou 22.137 casos de chikungunya e 21 mortes.

    O número de casos prováveis de chikungunya em Mato Grosso alcançou 16.840 até 28 de fevereiro. No mesmo período, foram notificados 16.394 casos prováveis de dengue, com quatro óbitos confirmados. Em relação ao Zika, o estado contabilizou 44 casos prováveis este ano, enquanto em 2024 foram 435.

    Estratégias integradas para a organização da rede de saúde

    A oficina teve como foco a qualificação de profissionais e gestores da Atenção Primária à Saúde, da Rede de Urgência e Emergência e dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas na implementação de estratégias integradas para a organização da rede de assistência e manejo clínico da dengue, formando multiplicadores.

    No dia 25 de fevereiro, ocorreu uma reunião de alinhamento presencial com os envolvidos. Em 26 de fevereiro, foram realizadas visitas a serviços de saúde da Atenção Primária, hospitais e unidades de urgência e emergência selecionados pelo município, visando auxiliar no diagnóstico e apoiar a implantação de estratégias para organização da rede. Nos dias 27 e 28, aconteceram oficinas e a construção de um plano de ação com o objetivo de articular os serviços, promovendo respostas coordenadas e efetivas para a identificação, manejo e controle dos casos nos territórios.

    “Conseguimos identificar os pontos críticos que precisam ser reorganizados para assegurar um atendimento adequado e oportuno às pessoas com dengue e chikungunya no território. Durante a oficina, realizamos visitas a serviços de saúde em Várzea Grande e Cuiabá, além de reuniões com as gestões municipal e estadual”, destaca a assessora técnica da SAPS, Raylayne Bessa.

    Articulação entre assistência e vigilância em saúde em Mato Grosso

    “O plano de ação está sendo estruturado em eixos estratégicos de prevenção e promoção à saúde, com enfoque na ação integrada entre assistência e vigilância. Buscamos implementar estratégias para organizar a rede de assistência, definindo responsabilidades entre os entes, preparando gestores e equipes para o manejo clínico da dengue e resposta às emergências em saúde pública, com comunicação eficaz e participação popular”, explicou Conceição Mendonça, uma das idealizadoras da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS).

    Gleice Medeiros Rodrigues Dias, chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena do Distrito Sanitário Especial Indígena Cuiabá, destacou a importância da oficina para as populações indígenas. “A construção de estratégias e fluxogramas contribuirá para que as equipes que atuam no território obtenham mais qualidade nos manejos clínicos, considerando a logística extensa. Isso permitirá uma aproximação das referências e parcerias, fortalecendo as ações de prevenção e controle das arboviroses no âmbito do DSEI Cuiabá.”

    Como parte das ações do Ministério da Saúde para mitigar os impactos das arboviroses em Mato Grosso, integrantes do Centro de Operações de Emergências (COE-Dengue) se reuniram nesta sexta-feira (28) com o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo. O encontro teve como objetivo alinhar estratégias conjuntas para reforçar a prevenção e o controle da doença no estado.

    Impacto da oficina e continuidade das ações

    Ao final da oficina, os municípios elaboraram um plano de ação detalhado, definindo medidas para aprimorar a rede de assistência, organizar fluxos de atendimento e reforçar a capacitação das equipes.

    O objetivo é melhorar os fluxos assistenciais desde a atenção primária até a alta complexidade, evitando complicações graves e óbitos considerados evitáveis com um atendimento adequado e eficaz. A capacitação focou na melhoria do acolhimento dos pacientes, estratificação contínua de risco e acompanhamento terapêutico.

    O Ministério da Saúde trabalha para que todos os pacientes sejam devidamente atendidos, especialmente aqueles com sinais de gravidade, realizando o acompanhamento adequado desde a Atenção Primária, considerando todo o percurso do paciente na rede de saúde e a importância do monitoramento contínuo após a alta para evitar complicações.

  • Casos de dengue no Brasil caem 60% nas primeiras semanas do ano

    Casos de dengue no Brasil caem 60% nas primeiras semanas do ano

    Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses indicam que o Brasil registrou, ao longo das seis primeiras semanas de 2025, um total de 281.049 casos prováveis de dengue. O número representa uma redução de cerca de 60% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 698.482 casos prováveis da doença.

    Em nota, o Ministério da Saúde avaliou a redução como substancial e um reflexo da mobilização nacional promovida pela pasta de forma conjunta com estados e municípios. “O resultado é parte do Plano de Ação para Redução dos Impactos das Arboviroses, lançado pelo Governo Federal em setembro de 2024.

    Dengue
    Dengue

    Entre as unidades federativas, 17 registraram redução nos casos prováveis de dengue, sendo que as maiores quedas foram identificadas no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, no Amapá e no Paraná. Já em dez estados, incluindo Tocantins e Pernambuco, houve aumento no comparativo com as seis primeiras semanas de 2024.

    Em relação à incidência, os estados com maior número de casos prováveis por 100 mil habitantes são Acre, São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. São Paulo figura como estado com o maior número de casos prováveis do país: 164.463 mil apenas em 2025, um aumento de cerca de 60% em relação ao mesmo período do ano passado.

    Sorotipo 3

    De acordo com a pasta, a elevação preocupa, sobretudo em razão da presença de casos de infecção pelo sorotipo 3, que não circulava no país de forma predominante há mais de 15 anos. “Neste momento, por exemplo, a Força Nacional do SUS [Sistema Único de Saúde] mantém equipe em São José do Rio Preto, no interior do estado.”

    Este mês, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu alerta epidemiológico sobre o risco elevado de surtos de dengue tipo 3 nas Américas. De acordo com a entidade, a circulação do sorotipo já foi registrada em diversos países do continente – incluindo Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Peru.

    “A Opas pede aos países que reforcem sua vigilância, o diagnóstico precoce e a gestão clínica para que possam enfrentar um potencial aumento de casos de dengue”, destacou a organização, em nota. O comunicado cita ainda que a Argentina chegou a registrar alguns casos de dengue tipo 3 em 2024.

    O vírus da dengue conta, ao todo, com quatro sorotipos distintos, sendo que a imunidade contra um sorotipo oferece proteção vitalícia apenas contra esse sorotipo específico. “O que significa que infecções subsequentes com outros sorotipos podem aumentar o risco de formas graves da doença”, destacou a organização.

    Ainda de acordo com a entidade, o sorotipo 3 vem sendo associado a formas graves da doença, mesmo em infecções primárias (quando o paciente não possui histórico de infecções por outros sorotipos da dengue). “O cenário levanta preocupações sobre o potencial impacto do sorotipo 3 na saúde pública.”

    “O ressurgimento do sorotipo 3, após um período de ausência prolongada em determinadas áreas das Américas, aumenta a vulnerabilidade de populações que não foram previamente expostas a ele”, concluiu a Opas.

  • Casos de chikungunya dobram e Mato Grosso lidera mortes pela doença no Brasil

    Casos de chikungunya dobram e Mato Grosso lidera mortes pela doença no Brasil

    O número de mortes por chikungunya em Mato Grosso dobrou em menos de um mês, de acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses, atualizado pelo Ministério da Saúde. Até este domingo (9), o estado registrou seis óbitos causados pela doença, enquanto no final de janeiro eram três.

    Mato Grosso lidera o ranking nacional de mortes por chikungunya. Ao todo, o Brasil contabiliza sete óbitos, sendo o sétimo registrado em Minas Gerais. O Ministério da Saúde também investiga outra morte suspeita no estado, além de 8.104 casos prováveis da doença.

    Municípios com óbitos confirmados: Cuiabá – 4 mortes confirmadas e uma em investigação; Jaciara – 1 morte e Dom Aquino – 1 morte. Além disso, outros 13 óbitos estão sob investigação em diferentes estados do país, incluindo um em Mato Grosso.

    Emergência em Cuiabá

    Diante do aumento de casos, a Prefeitura de Cuiabá decretou estado de emergência na saúde pública, válido por 60 dias. A medida busca intensificar as ações de controle e prevenção, incluindo a criação de um Comitê de Operações Emergenciais.

    Sintomas da chikungunya

    Segundo o Ministério da Saúde, os principais sintomas da chikungunya incluem:

    Febre; Dores e inchaços nas articulações; Dores musculares e nas costas; Manchas vermelhas e coceira na pele; Dor de cabeça e atrás dos olhos; Conjuntivite não-purulenta; Sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreia (mais comuns em crianças)

    Dengue e zika também preocupam

    Além da chikungunya, Mato Grosso também enfrenta um aumento nos casos de dengue. O estado já registrou 9.948 casos prováveis, com três óbitos sob investigação. Em relação à zika, não há casos prováveis confirmados até o momento.

  • País tem 4 mortes confirmadas por dengue em 2025 e investiga mais 62

    País tem 4 mortes confirmadas por dengue em 2025 e investiga mais 62

    A rede de monitoramento para arboviroses do Ministério da Saúde investiga 62 mortes com a dengue como causa possível em 2025, ante quatro que já foram confirmados, com registro de sintomas iniciais neste ano, no qual já há mais de 55 mil casos possíveis da doença. O estado de São Paulo tem o maior número de casos, 29.447, segundo a plataforma Painel de Monitoramento, da pasta.

    Entre os pacientes paulistas, foi confirmada uma morte no município de Guaíra, e 51 óbitos ainda estão em investigação.

    O óbito em Guaíra ocorreu na última terça-feira (14) e foi confirmado ontem pela prefeitura, que divulgou nota informando que intensificará as medidas de prevenção no município, que reforçou a importância da participação da população para frear a doença. “De acordo com a Prefeitura, diretorias e departamentos foram mobilizados para ampliar as ações de prevenção. “Estamos realizando visitas domiciliares, inspeções casa a casa e [passando] orientações diretas aos moradores”, informou o diretor de Saúde, Cervantes da Silva Garcia.

    Ele também destacou a importância da vacina contra a dengue, disponível em todos os postos de saúde para jovens entre 10 e 14 anos, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. “Vale lembrar que a vacina não substitui as medidas de prevenção, pois o mosquito também é vetor de outras doenças, como zika e chikungunya”, afirmou.

    O município de Guaíra tem cerca de 40 mil habitantes e está localizado no norte do estado, próximo da divisa com Minas Gerais e de cidades grandes da região, como Ribeirão Preto e Barretos. A prefeitura informou que há registro de 494 casos notificados, dos quais 183 negativos, 104 positivos e 207 suspeitos. Há duas pessoas internadas na UTI (unidade de terapia intensiva) da Santa Casa de Misericórdia local.

    A informação sobre a morte confirmada em Guaíra ainda não aparece na ferramenta estadual de monitoramento, que indica 56 óbitos em investigação e nenhum confirmado, apesar de haver 39 mil casos prováveis da doença este ano.

    Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que “monitora, de forma contínua, o cenário da dengue e outras arboviroses no estado, considerando indicadores importantes para a avaliação do comportamento da epidemia”. Os dados de casos e óbitos pela doença são extraídos do Sistema de Informação de Notificação de Agravos do Ministério da Saúde, no qual os municípios são responsáveis pelas notificações e investigações. Os resultados são atualizados diariamente e disponibilizados em boletins e painéis informativos no portal dengue.saude.sp.gov.br. Divergências de dados podem ocorrer por causa da periodicidade da atualização e de possíveis alterações nas fichas de notificação de casos preenchidas pelos municípios.

    A pasta estadual anunciou seu Plano de Contingência das Arboviroses Urbanas para o biênio 2025/2026 na última quarta-feira (15), quando reafirmou que o estado tem circulação confirmada dos sorotipos 1, 2 e 3 da doença, com maior prevalência do último. O estado também mantém atenção para surto de gastroenterite no litoral e para o avanço de casos de febre amarela em ambientes rurais nas regiões de Campinas e Ribeirão Preto.

  • Zika: sequestro de gene após infecção causa microcefalia, diz estudo

    Zika: sequestro de gene após infecção causa microcefalia, diz estudo

    Estudo conduzido pela Universidade da Califórnia e publicado no periódico mBio indica que o vírus Zika sequestra uma proteína humana chamada ANKLE2, de suma importância para o desenvolvimento cerebral, para seu próprio benefício. Por esse motivo, em casos de infecção em gestantes, como o Zika é capaz de atravessar a placenta, ele acaba por provocar casos de microcefalia, condição em que o cérebro do bebê se forma de um tamanho menor que o esperado.

    “É uma situação em que o Zika está no lugar errado no momento errado”, destacou a professora do Departamento de Microbiologia, Genética Molecular e Engenharia Química da universidade e principal autora do estudo, Priya Shah. O trabalho demonstra que vírus próximos ao Zika, como o da dengue e o da febre amarela, também sequestram a proteína ANKLE2 para o mesmo propósito. Para os pesquisadores, a descoberta pode abrir caminho para o desenvolvimento de vacinas e outros tipos de tratamento contra os chamados arbovírus.

    Síndrome

    De acordo com o Ministério da Saúde, a síndrome congênita do zika compreende um conjunto de anomalias congênitas que podem incluir alterações visuais, auditivas e neuropsicomotoras que ocorrem em embriões ou fetos expostos à infecção durante a gestação. Tais alterações podem variar quanto à severidade, sendo que, quanto mais cedo a infecção ocorre na gestação, mais graves tendem a ser esses sinais e sintomas.

    A principal forma de transmissão da infecção em mulheres grávidas é pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, mas a transmissão também pode ocorrer por meio de relação sexual com indivíduos infectados ou de transfusão sanguínea, sendo que a última, segundo a pasta, apresenta baixo risco devido à triagem de doadores e testes hematológicos.

    A síndrome foi descoberta em 2015, devido à alteração do padrão de ocorrência de microcefalia em nascidos vivos no Brasil. À época, o evento foi considerado uma emergência em saúde pública de importância nacional e, posteriormente, internacional. Algum tempo depois, constatou-se que os casos de microcefalia, que também cursavam com outras anomalias cerebrais e alterações neurológicas, estavam associados à infecção pelo vírus Zika no período gestacional.