Tag: América do Sul

  • Mato Grosso ganha um dos maiores kartódromos da América do Sul

    Mato Grosso ganha um dos maiores kartódromos da América do Sul

    Mato Grosso está prestes a ganhar um dos maiores e mais modernos kartódromos da América do Sul. O governador Mauro Mendes, acompanhado de pilotos profissionais, realizou nesta sexta-feira (1º) o pré-teste da pista, que está sendo construída no Parque Novo Mato Grosso, em Cuiabá.

    O kartódromo terá a maior pista da América do Sul, com 1.153 metros de extensão total e uma reta principal de 197 metros.

    A pista ja está na fase final, faltando apenas uma camada de asfalto.

    “Esse kartódromo aqui vai estar classificado como um dos melhores do mundo. É um espetáculo. Vai propiciar grandes eventos esportivos para a baixada cuiabana e para Mato Grosso. Vai ser um orgulho”, relatou o governador, que estava acompanhado do filho Luis Antônio.

    Mauro destacou que o kartódromo, assim que entregue neste ano, ficará disponível para o uso da população e turistas.

    “Isso aqui não é só para as competições. Também é um equipamento do dia a dia. As pessoas vão poder vir aqui se divertir, brincar durante a semana, finais de semana, assim como tantos outros equipamentos que estarão sendo construídos ao longo dos próximos meses. As pessoas vão poder vir aqui e dizer: andei no melhor cartódromo do mundo”, disse.

    O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini, frisou a importância do parque para o desenvolvimento da capital.

    “Estou muito orgulhoso do trabalho que o Governo está fazendo aqui. Quando concluir, isso aqui vai ser um grande chamariz do esporte e do turismo. Obrigado por dar essa atenção especial e ter esse carinho com a população de Cuiabá”, pontuou.

    Para o deputado estadual Paulo Araújo, o kartódromo vai colocar Mato Grosso no cenário nacional e internacional do automobilismo.

    “Essa notícia já está rodando no Brasil inteiro. Só posso parabenizar todos os envolvidos nesse projeto, que vai ajudar também a recuperar a nossa querida Cuiabá”, relatou.

    Campeão nacional de Autocross e do regional de Kart, o piloto Reck Júnior ressaltou que o equipamento é “um sonho” para a categoria.

    “Acreditamos que o kartódromo vai estar entre os melhores do mundo. Só temos a agradecer em nome de todos os pilotos por esse trabalho fantástico que está sendo feito. Ficamos impressionados com a qualidade. Foi uma experiência incrível que em breve também vai estar disponível para toda a população”, concluiu.

    Além do kartódromo, o Parque Novo Mato Grosso contará com muitas outras atrações, como autódromo, museu, pistas de motocross, skate e ciclismo, lago para práticas esportivas e um espaço para eventos com capacidade para 100 mil pessoas.

    Também participaram do evento: o presidente da Assembleia Legislativa, Max Dussi; os secretários de Estado César Roveri (Segurança) e David Moura (Cultura e Esporte); o presidente do Conselho Administrativo da Nova Rota do Oeste, Cidinho Santos; e o presidente da MT Par, Wener Santos.

     

  • Entenda os próximos passos do acordo do Mercosul com a União Europeia

    Entenda os próximos passos do acordo do Mercosul com a União Europeia

    Após mais de duas décadas de negociações, o Mercosul e a União Europeia chegaram finalmente à conclusão dos termos para um acordo comercial que vai valer para 27 países europeus e quatro sul-americanos. Juntos, os mais de 30 países somam 718 milhões de habitantes e economias com Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 22 trilhões.

    A entrada em vigor dessa parceria, porém, ainda depende de algumas etapas formais.

    O governo brasileiro considera o acordo estratégico em diversos sentidos. A União Europeia é o segundo principal parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China, e as trocas comerciais somaram aproximadamente US$ 92 bilhões em 2023. A expectativa do Brasil é que a aproximação com a Europa reforce a diversificação das parcerias comerciais do país e também modernize o parque industrial nacional.

    Os próximos passos até a entrada em vigor do acordo são os seguintes:

    Revisão legal: Mesmo após a avaliação dos negociadores, o texto ainda precisa passar por um processo de revisão legal, para que seja assegurada a consistência, harmonia e correção linguística e estrutural aos textos do acordo. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, essa etapa já se encontra em estágio avançado.

    Tradução: Depois da revisão legal, o texto precisará ser traduzido da língua inglesa, usada nas negociações, para as 23 línguas oficiais da União Europeia e para as duas línguas oficiais do Mercosul, que são o português e o espanhol.

    Assinatura: Assim como em qualquer negociação, não basta acertar os termos do contrato, é preciso assiná-lo. Quando os dois blocos assinarem o documento revisado e traduzido, estará formalizada a adesão.

    Internalização: Em seguida, os países dos dois blocos vão encaminhar o acordo para os processos internos de aprovação de cada membro. No caso do Brasil, é necessária a chancela dos Poderes Executivo e Legislativo, por meio da aprovação do Congresso Nacional.

    Ratificação: Concluídos os respectivos trâmites internos, as partes confirmam, por meio da ratificação, seu compromisso em cumprir o acordo.

    Entrada em vigor: O acordo entrará em vigor no primeiro dia do mês seguinte à notificação da conclusão dos trâmites internos. O Itamaraty explica que, como o acordo estabelece a possibilidade de vigência bilateral, bastaria que a União Europeia e o Brasil – ou qualquer outro país do Mercosul – tenham concluído o processo de ratificação para a sua entrada em vigor bilateralmente entre tais partes. Ainda não há um prazo para que isso ocorra.

    Uma vez em vigor, o governo brasileiro espera que haja impactos relevantes para a economia brasileira.

    As estimativas para o ano de 2044 são: acréscimo de 0,34% (R$ 37 bilhões) no PIB; aumento de 0,76% no investimento (R$ 13,6 bilhões); redução de 0,56% no nível de preços ao consumidor; aumento de 0,42% nos salários reais; impacto de 2,46% (R$ 42,1 bilhões) sobre as importações totais; impacto de 2,65% (R$ 52,1 bilhões) sobre as exportações totais.

  • Mato Grosso lidera ranking de queimadas na América do Sul em 2024

    Mato Grosso lidera ranking de queimadas na América do Sul em 2024

    Mato Grosso é o estado brasileiro mais atingido pelas queimadas, com 1.379 focos registrados. Em seguida aparecem Amazonas (1.205) e Pará (1.001). O município de Cáceres (MT) concentra o maior número de focos, com 237 registros.

    Diante disso, Brasil enfrenta uma grave crise ambiental, com um aumento significativo nos focos de incêndio em todo o território nacional. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o país concentra 71,9% de todas as queimadas registradas na América do Sul nos últimos dias.

    Até a sexta-feira (13/9), o Brasil contabilizou 7.322 focos de incêndio, seguido por Bolívia (11,2%), Peru (8,3%) e Argentina (4,3%). A situação é alarmante, especialmente nas regiões da Amazônia e do Cerrado, que vêm sofrendo com o avanço das chamas.

    Desde o início do ano, o Brasil já acumula 180.137 focos de incêndio, representando 50,6% do total registrado na América do Sul. Esse número é 108% superior ao do mesmo período de 2023, evidenciando a gravidade da situação.

    A Polícia Federal (PF) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, levantaram a hipótese de que parte dos incêndios florestais possa ser resultado de ações humanas coordenadas. A prática do uso do fogo para atividades agrícolas é proibida em áreas como o Pantanal e a Amazônia e pode resultar em penas de dois a quatro anos de prisão.

    Impactos na saúde e no meio ambiente

    foco de queimadas
    Gilberto Soares/MMA

    O aumento das queimadas tem consequências diretas para a saúde da população, causando problemas respiratórios e afetando a qualidade do ar, principalmente nas regiões mais atingidas.

    Além disso, os incêndios contribuem para a destruição da biodiversidade, intensificam as mudanças climáticas e causam prejuízos econômicos.

    O Ministério do Meio Ambiente aponta a mudança climática como um dos principais fatores que intensificam os incêndios, com secas prolongadas em mais de 58% do território brasileiro.

  • Mirante do Centro Geodésico: Um pedido de socorro em Mato Grosso

    Mirante do Centro Geodésico: Um pedido de socorro em Mato Grosso

    O Mirante do Centro Geodésico está localizado no reduto turístico de Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, com a Latitude: -15.601099968 e Longitude: -55.480300903. De acordo com alguns geógrafos, nesse ponto está localizado o marco exato do centro da América do Sul, com distância 1.600 km do Oceano Pacífico e do Oceano Atlântico..

    Bem, o Mirante do Centro Geodésico é tão lindo quanto abandonado. Esse lugar mágico de Mato Grosso, que não é tão somente uma paisagem com altos paredões, está pedindo socorro.  A paisagem cinzenta de fumaça, nem de longe lembra, a grandiosidade da natureza local, o fogo está consumindo rapidamente sua beleza.

    No fim de semana (feriado de 07 de Setembro), a reportagem do CenárioMT conheceu alguns dos locais turísticos da cidade de Chapada, mas em especial o popularmente chamado ” Mirante Geodésico”. Rastros de queimadas, cheiro de fumaça, enfim, uma natureza sendo destruída.

    Diante da paisagem nada animadora, triste e melancólica, embaixo das árvores esqueléticas, apareceu o que estava escondido pelas folhas caídas do Cerrado, antes das mesmas serem engolidas pelas chamas dos incêndios. Garrafas, latas, incontáveis bitucas de cigarros na trilha, além de outras embalagens de lixo são deixadas como “lembranças” pelos “distintos” visitantes do mirante.

    Ou seja, tristemente, os mesmos que exploram o local para registros de fotos estonteantes para serem publicadas nas redes sociais, são aqueles que levam bebidas alcoólicas, salgadinhos, refrigerantes, cigarros e outras coisas que deveriam ser proibidas, pelo bem da fauna e flora.

    Em tempos de seca extrema, situação atual de Mato Grosso, é extremamente necessário lembrar que bitucas de cigarros e materiais como, latas, vidros, pilhas e baterias podem causar incêndios. Sendo assim, o que pode ter causado tantas queimas neste e outros locais que recebem tantos visitantes?

    A sensação que tal fato passa às pessoas com senso de responsabilidade é que o Mirante do Centro Geodésico está sendo tratado como uma lata de lixo a céu aberto. O lugar, famoso por ser místico é detentor de uma das paisagens mais lindas do Brasil e mesmo assim, se encontra mal cuidado, sem estrutura para fomentar o turismo responsável e seguro.

    De quem é a responsabilidade? O que deveria ser feito para resolver a questão do lixo? Os turistas estão sendo cobrados pelos seus atos? Atendidos em suas demandas? Bem, para finalizar, o CenárioMT deixa esses questionamentos para serem respondidos por vocês, leitores.

    Mirante do Centro Geodésico

    A 8 km de Chapada dos Guimarães e a 845 metros de altitude, o Mirante do Centro Geodésico é um verdadeiro paraíso para os amantes da natureza. A vista panorâmica, que se estende até a cidade de Cuiabá em dias claros, é simplesmente deslumbrante.

    Para ter acesso ao local, é necessário percorrer uma trilha a pé. O acesso é fácil e normalmente rápido.

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    Marco exato do centro da América do Sul Foto: @CenárioMT
    Mirante do Centro Geodésico: Um pedido de socorro em Mato Grosso
    Foto: @CenárioMT
    Mirante do Centro Geodésico: Um pedido de socorro em Mato Grosso
    Foto: @CenárioMT
    Mirante do Centro Geodésico: Um pedido de socorro em Mato Grosso
    Foto: @CenárioMT
    Mirante do Centro Geodésico: Um pedido de socorro em Mato Grosso
    Foto: @CenárioMT
    Mirante do Centro Geodésico: Um pedido de socorro em Mato Grosso
    Foto: @CenárioMT
    Mirante do Centro Geodésico: Um pedido de socorro em Mato Grosso
    Foto: @CenárioMT
    Mirante do Centro Geodésico: Um pedido de socorro em Mato Grosso
    Foto: @CenárioMT
  • Biólogo Henrique Abrahão fala sobre a urutu-cruzeiro, cobra peçonhenta e de beleza rara

    Biólogo Henrique Abrahão fala sobre a urutu-cruzeiro, cobra peçonhenta e de beleza rara

    Em vídeo publicado em seu canal no YouTube, o biólogo Henrique Abrahão fala sobre a urutu-cruzeiro, uma das cobras mais peçonhentas da América do Sul. Assista isso e muito mais em Mundo Animal.

    Urutu-cruzeiro é conhecida pela cruz na cabeça

    A urutu-cruzeiro pode medir até 2 metros

    A urutu-cruzeiro (Bothrops alternatus) é uma serpente da família Viperidae, que ocorre no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. É uma cobra de médio porte, que pode atingir até 2 metros de comprimento. Possui um corpo robusto, com manchas pretas e brancas, formando um padrão em forma de cruz na cabeça.

    A urutu-cruzeiro é uma cobra venenosa, com um veneno que pode causar necrose nos tecidos. É um predador de mamíferos, como roedores, marsupiais e morcegos.

    No vídeo, Henrique Abrahão fala sobre o comportamento, habitat e importância ecológica da urutu-cruzeiro. Ele também traz informações sobre como evitar acidentes com essa cobra.

    A robusta urutu-cruzeiro, uma cobra especialista em capturar mamíferos
    Com sua coloração típica, a urutu é uma das mais conhecidas serpentes peçonhentas brasileiras. Foto: divulgação (Instituto Butantan.)

    “A urutu-cruzeiro é uma cobra importante para o equilíbrio do ecossistema”, diz Abrahão. “Ela controla a população de roedores, que podem transmitir doenças para os humanos.”

    O vídeo de Henrique Abrahão é uma importante fonte de informação sobre a urutu-cruzeiro. Ele ajuda a conscientizar as pessoas sobre a importância dessa cobra e sobre como evitar acidentes com ela.

  • Pecuária é principal vetor de derrubada de vegetação na América do Sul

    Pecuária é principal vetor de derrubada de vegetação na América do Sul

    Um mapeamento inédito do MapBiomas Amazônia, divulgado nesta sexta-feira (8) na 28ª Conferência das Nações Unidas para Mudança do Clima (COP 28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, mostra que a pecuária foi o principal vetor de derrubada de vegetação na América do Sul, no período de 1985 a 2022.

    O mapeamento levou em consideração 844 milhões de hectares ou 47% da área da América do Sul. Incluiu o bioma amazônico no Brasil, na Colômbia e na Venezuela, a bacia amazônica no Equador, Peru e na Bolívia, as principais bacias hidrográficas que alimentam o bioma (Amazonas e Araguaia-Tocantins) e todo o território continental da Guiana, Guiana Francesa e Suriname, que não pertence à bacia do rio Amazonas, mas está coberto por floresta similar.

    O levantamento mostra que dos 86 milhões de hectares de vegetação natural eliminados do território analisado, 84 milhões foram convertidos em áreas agropecuárias e de silvicultura, com destaque para pastagem, que ocupou 66,5 milhões de hectares da área devastada entre 1985 e 2022 – ou 77% da área transformada. As áreas para a agricultura, por sua vez, ocuparam 19,4 milhões de hectares.

    Os dados mostram ainda que, ao todo, o uso da terra pelo homem no território amazônico em 1985 correspondia a 51 milhões de hectares, ou 6% do bioma. Em 2022, esse número passou a 136 milhões de hectares, ou 16% do total. A eliminação da vegetação, segundo o estudo, atingiu prioritariamente a floresta: apenas 6 milhões de hectares suprimidos no período eram de formações não florestais.

    “Embora o levantamento mostre que 81,4% da Amazônia ainda estejam cobertos por vegetação natural, apenas 73,4% são florestas – percentual que já está dentro da faixa estabelecida pela ciência como limite para que a Amazônia se mantenha ou se recupere, evitando o processo de savanização na região”, diz o texto do mapeamento.

    As atividades de mineração na floresta também cresceram acentuadamente, de acordo com o levantamento: 1.367% entre 1985 e 2022, atingindo meio milhão de hectares.

    Edição: Graça Adjuto
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  • Bancos de fomento anunciam US$ 10 bilhões para integrar América do Sul

    Bancos de fomento anunciam US$ 10 bilhões para integrar América do Sul

    Quatro bancos de fomento vão investir cerca de US$ 10 bilhões em projetos de integração da América do Sul. Participam da iniciativa o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata).

    O anúncio foi feito nesta quinta-feira (7) durante Cúpula do Mercosul, realizada no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. A iniciativa, chamada de “Rotas para a Integração”, prevê ao menos cinco redes de conexão no continente, com o objetivo de desenvolver a infraestrutura, o comércio e as trocas estratégicas na região.

    No evento, estiveram presentes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes da Bolívia, Luis Arce, e do Paraguai, Santiago Peña, líderes dos bancos de fomento, os ministros Mauro Vieira, das Relações Exteriores, Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, e Simone Tebet, do Planejamento.

    As rotas principais até o momento são: Ilha das Guianas (norte do Brasil com Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela); Manta-Manaus (norte do Brasil com Colômbia, Equador e Peru); Quadrante Rondon (Acre, Mato Grosso, Rondônia, Bolívia e Peru); Capricórnio (Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Argentina, Chile e Paraguai); e Porto-Alegre-Coquimbo (Rio Grande do Sul, Argentina, Chile e Uruguai).

    “Durante cinco meses, ouvimos todos os estados de fronteira do Brasil. Os secretários de fazenda, de trabalho, de cultura e de planejamento. Conversamos com ministros de estados de países vizinhos. E eles foram unânimes. A partir daí, nós chegamos a um novo pacto de integração. E há a possibilidade real de concretude dessas rotas até 2026. Todas as rotas do lado brasileiro já estão com os recursos assegurados. Já conseguimos contactar pelos menos 124 obras que estão relacionadas a essas rotas e que estão no Programa de Aceleração do Crescimento do Brasil”, disse Tebet.

    Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, pelas relações do Brasil com os demais vizinhos e o volume de negócios, o caminho mais lógico no continente é investir esforços e recursos para um desenvolvimento conjunto.

    “As exportações do Brasil para a América do Sul são de US$ 35,2 bilhões. Para os Estados Unidos, são de US$ 28,7 bilhões”, comparou Mercadante. “Por isso, faz todo sentido termos mais logística, estradas, ferrovias, pontes, integração energética, fibra ótica, serviços, turismo, emprego e renda para todos. E quanto mais unida estiver a América do Sul, mais força diplomática teremos para intervir nos postos internacionais”.

    Edição: Carolina Pimentel
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  • Presidentes criam grupo para definir integração na América do Sul

    Presidentes criam grupo para definir integração na América do Sul

    Os 11 presidentes sul-americanos reunidos em Brasília nesta terça-feira (30) divulgaram, ao final do encontro, carta em que reafirmam valores comuns e concordam em aprofundar discussões sobre a criação ou restabelecimento de algum mecanismo de cooperação que envolva todos os países da região. O compromisso consta na publicação chamada de Consenso de Brasília, divulgado pelas chancelarias.  

    Dividida em nove pontos, a carta diz que os presidentes “reconheceram a importância de manter um diálogo regular, com o propósito de impulsionar o processo de integração da América do Sul e projetar a voz da região no mundo”. Os signatários propõem uma discussão mais ampla sobre formas concretas de cooperação em torno de um grupo permanente, ainda não definido. “Decidiram estabelecer um grupo de contato, liderado pelos chanceleres, para avaliação das experiências dos mecanismos sul-americanos de integração e elaborar um mapa do caminho para a integração da América do Sul, a ser submetido à consideração dos Chefes de Estado.”

    Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o encontro, esse grupo de ministros de Relações Exteriores devem apresentar uma proposta em cerca de quatro meses. “Esse grupo que foi criado, de chanceleres, tem 120 dias para apresentar, numa próxima reunião [de presidentes], as propostas que eles pretendem concluir”, afirmou em declaração a jornalistas.

    Mais cedo, em seu discurso, Lula defendeu a retomada da União de Nações Sul-americanas (Unasul). Criada em 2008, no segundo mandato do presidente Lula, e em meio a ascensão de governos de centro-esquerda, o grupo chegou a reunir a totalidade dos países da região, mas foi se desintegrando ao longo do tempo, após mudanças de governos em diversos países, e agora reúne apenas sete: Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname e Peru, além de Argentina e Brasil, que voltaram ao grupo recentemente.

    A retomada da Unsaul, no entanto, não é consenso entre os líderes da região. “Temos que parar com essa tendência: a criação de organizações. Vamos nos basear em ações”, afirmou o presidente do Uruguai, Luís Lacalle Pou, em discurso na cúpula. “Quando nos tocou assumir o governo, nos retiramos da Unasul. Em seguida, nos convidaram para o Prosul [bloco criado em 2019 em contraponto à Unasul], e dissemos que não. Porque senão terminamos sendo clubes ideológicos que têm vida e continuidade apenas enquanto marchemos com nossas ideologias”, acrescentou o uruguaio.

    Para outros presidentes, no entanto, a Unasul tem o potencial de articular ações em diversos âmbitos. “Este mecanismo de diálogo e concertação política teve o grande valor de nos unir e abrir a possibilidade de uma construção regional multidimensional em diversas matérias, como defesa, segurança, democracia, direitos humanos, infraestrutura, energia, entre outras”, destacou o presidente da Bolívia, Luís Arce.

    Desafios comuns

    O Consenso de Brasília registra também “a visão comum de que a América do Sul constitui uma região de paz e cooperação, baseada no diálogo e no respeito à diversidade dos nossos povos, comprometida com a democracia e os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável e a justiça social, o Estado de direito e a estabilidade institucional, a defesa da soberania e a não interferência em assuntos internos”.

    Em outro ponto, o documento enumera temas como crise climática, ameaças à paz e à segurança internacional, pressões sobre as cadeias de alimentos e energia, risco de novas pandemias, aumento de desigualdades sociais e ameaças à estabilidade institucional e democrática como os problemas e desafios da região.

    Ainda sobre integração, a carta cita o fortalecimento da democracia, combate discriminação, a promoção da igualdade de gênero, gestão ordenada, segura e regular das migrações como outros desafios comuns dos países sul-americanos. O Consenso de Brasília cita o compromisso dos países de trabalhar para o incremento do comércio e dos investimentos, a melhoria da infraestrutura e logística, o fortalecimento das cadeias de valor regionais, a aplicação de medidas de facilitação do comércio e de integração financeira, a superação das assimetrias, a eliminação de medidas unilaterais e o acesso a mercados por meio de uma rede de acordos de complementação econômica.

    Confira a íntegra da declaração dos chefes de Estado e de governo

    Consenso de Brasília – 30 de maio de 2023

    1.  A convite do Presidente do Brasil, os líderes dos países sul-americanos reuniram-se em Brasília, em 30 de maio de 2023, para intercambiar pontos de vista e perspectivas para a cooperação e a integração da América do Sul.

    2.  Reafirmaram a visão comum de que a América do Sul constitui uma região de paz e cooperação, baseada no diálogo e no respeito à diversidade dos nossos povos, comprometida com a democracia e os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável e a justiça social, o Estado de direito e a estabilidade institucional, a defesa da soberania e a não interferência em assuntos internos.

    3.  Coincidiram em que o mundo enfrenta múltiplos desafios, em um cenário de crise climática, ameaças à paz e à segurança internacional, pressões sobre as cadeias de alimentos e energia, riscos de novas pandemias, aumento de desigualdades sociais e ameaças à estabilidade institucional e democrática.

    4.  Concordaram que a integração regional deve ser parte das soluções para enfrentar os desafios compartilhados da construção de um mundo pacífico; do fortalecimento da democracia; da promoção do desenvolvimento econômico e social; do combate à pobreza, à fome e a todas as formas de desigualdade e discriminação; da promoção da igualdade de gênero; da gestão ordenada, segura e regular das migrações; do enfrentamento da mudança do clima, inclusive por meio de mecanismos inovadores de financiamento da ação climática, entre os quais poderia ser considerado o ‘swap’, por parte de países desenvolvidos, de dívida por ação climática; da promoção da transição ecológica e energética, a partir de energias limpas; do fortalecimento das capacidades sanitárias; e do enfrentamento ao crime organizado transnacional.

    5.  Comprometeram-se a trabalhar para o incremento do comércio e dos investimentos entre os países da região; a melhoria da infraestrutura e logística; o fortalecimento das cadeias de valor regionais; a aplicação de medidas de facilitação do comércio e de integração financeira; a superação das assimetrias; a eliminação de medidas unilaterais; e o acesso a mercados por meio de uma rede de acordos de complementação econômica, inclusive no marco da Aladi [Associação Latino-Americana de Integração], tendo como meta uma efetiva área de livre comércio sul-americana.

    6.  Reconheceram a importância de manter um diálogo regular, com o propósito de impulsionar o processo de integração da América do Sul e projetar a voz da região no mundo.

    7.  Decidiram estabelecer um grupo de contato, liderado pelos Chanceleres, para avaliação das experiências dos mecanismos sul-americanos de integração e a elaboração de um mapa do caminho para a integração da América do Sul, a ser submetido à consideração dos Chefes de Estado.

    8.  Acordaram promover, desde já, iniciativas de cooperação sul-americana, com um enfoque social e de gênero, em áreas que dizem respeito às necessidades imediatas dos cidadãos, em particular as pessoas em situação de vulnerabilidade, inclusive os povos indígenas, tais como saúde, segurança alimentar, sistemas alimentares baseados na agricultura tradicional, meio ambiente, recursos hídricos, desastres naturais, infraestrutura e logística, interconexão energética e energias limpas, transformação digital, defesa, segurança e integração de fronteiras, combate ao crime organizado transnacional e segurança cibernética.

    9.  Concordaram em voltar a reunir-se, em data e local a serem determinados, para repassar o andamento das iniciativas de cooperação sul-americana e determinar os próximos passos a serem tomados.

    Edição: Nádia Franco

  • Cúpula reúne 11 presidentes da América do Sul em Brasília

    Cúpula reúne 11 presidentes da América do Sul em Brasília

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o anfitrião de um encontro com outros 10 presidentes dos países da América do Sul, na próxima terça-feira (30), no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Os chefes de Estado de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Suriname, Uruguai e Venezuela confirmaram presença.

    A única ausência em nível presidencial é o Peru, cuja presidente, Dina Boluarte, não poderá vir ao encontro em função impedimentos legais internos do país. O Peru vive uma grave crise política desde a destituição do agora ex-presidente Pedro Castillo, no fim do ano passado. Em seu lugar, virá o presidente do conselho de ministros do país, Alberto Otárola, uma espécie de primeiro-ministro. A Guiana Francesa não participa porque é um território ultramarino da França.

    A reunião já havia sido anunciada no início do mês pelo governo. Um encontro desse porte não ocorre há, pelo menos, sete anos. “O principal objetivo desse encontro é retomar o diálogo com os países sul-americanos, que ficou muito truncado nos últimos anos, e é uma prioridade do governo Lula. Temos consciência que há diferença de visão e diferenças ideológicas entre os países, mas ele [Lula] quer reativar esse diálogo a partir de denominadores comuns com os países”, explicou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Gisela conversou com a imprensa durante coletiva nesta sexta-feira (26), quando apresentou considerações gerais sobre a cúpula.

    Embora o governo brasileiro evite apontar uma proposta específica, há a expectativa de que os presidentes discutam formas mais concretas de ampliar a integração, incluindo a possibilidade de criação ou reestruturação de um mecanismo sul-americano de cooperação, que reúna todas as nações da região. Atualmente, não existe nenhum bloco com essas características.

    A União das Nações Sul-americanas (Unasul), criada em 2008, no segundo mandato do presidente Lula, foi se desintegrando ao longo do tempo, em meio a mudanças de governos em diversos países, e agora reúne apenas sete deles: Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname, Peru, além de Argentina e Brasil], que voltaram ao grupo recentemente. O Brasil também voltou a integrar a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) este ano, mas o bloco é mais amplo que as fronteiras sul-americanas.

    “Como vocês sabem, nos últimos anos, houve uma espécie de fragmentação nessa concertação puramente sul-americana. O propósito dessa iniciativa é unir, de novo, a região com a totalidade de seus países”, enfatizou a embaixadora. Segundo ela, temas como saúde, mudanças climáticas, inflação alta e preço dos alimentos, volta da pobreza e da forme tornam ainda mais relevante uma ação mais coordenada entre os países da América do Sul.

    “Retiro” informal

    A metodologia da reunião prevê, em primeiro lugar, o encontro de pontos comuns a partir das posições presidenciais, bem como a condução de uma agenda que já poderia ser iniciada mais rapidamente. Nessa agenda está, por exemplo, o combate ao crime organizado, projetos de infraestrutura, meio ambiente e mudanças climáticas, entre outros. Por causa disso, o formato da cúpula será o menos protocolar possível.

    O convite enviado aos países vizinhos chegou a falar em uma espécie de “retiro” de presidentes para aprofundar o diálogo. Serão duas sessões. Na manhã de terça, cada chefe de Estado fará um pronunciamento, com tema livre. Depois disso, eles almoçam. À tarde, eles retomam a conversa para um diálogo informal, “numa sessão de trabalho mais livre e descontraída”, segundo descreveu Gisela.

    Os presidentes que permanecerem em Brasília na noite de terça participarão de um jantar oferecido por Lula no Palácio da Alvorada, residência oficial. Nem sequer uma declaração final do encontro está prevista, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores.

    O Palácio do Itamaraty ainda não confirmou as prováveis reuniões bilaterais que o presidente Lula terá com alguns dos seus homólogos presentes na cúpula, mas elas podem ocorrer já na segunda-feira (29), quando as delegações começam a chegar em Brasília.

    Edição: Marcelo Brandão

  • América do Sul só se desenvolverá de forma conjunta, diz Lula

    América do Sul só se desenvolverá de forma conjunta, diz Lula

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (16) que os países da América do Sul só se desenvolverão de forma conjunta e solidária, uma vez que, segundo ele, “não é possível imaginar um país rico cercado de países pobres por todos os lados”.

    “O Brasil, como irmão maior dos países da América do Sul, tem que ter a responsabilidade de fazer com que os outros países cresçam junto conosco, para que a gente possa viver em um continente de paz e tranquilidade; e para que a gente nunca mais repita o gesto ignorante de uma guerra entre homens e mulheres e entre nações, como a que ocorreu entre Brasil e Paraguai”, disse o presidente no Paraná, durante cerimônia de posse de Enio Verri na presidência brasileira da hidrelétrica Itaipu Binacional.

    Durante o discurso, Lula defendeu o aprimoramento das relações entre os países do continente, em especial no sentido de fortalecer o Mercosul e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

    “O Brasil – por seu tamanho, população e por ser o país mais desenvolvido do ponto de vista industrial, científico e tecnológico – tem de ter a grandeza de ser humilde e a grandeza de compartilhar tudo aquilo que pode acontecer de bom para o povo brasileiro, com os povos dos países vizinhos”, disse.

    O novo presidente da hidrelétrica defendeu, em seu discurso, que para além do valor econômico da energia elétrica, o insumo tem importância também para o desenvolvimento social.

    “Prefiro ressaltar que a dimensão social da energia e a universalização do acesso [à energia] é condição habilitante para uma cidadania plena do século 21. É também indispensável para incorporar o mercado de excluídos e o acesso aos bens básicos. Queremos energia para todos os brasileiros e brasileiras. É um direito básico que o Estado tem obrigação de garantir. Por isso mesmo é considerado um serviço essencial”

    Hidrogênio verde

    Lula acrescentou que o potencial da usina pode favorecer a produção de uma fonte energética limpa que tem despertado cada vez mais o interesse estrangeiro: o hidrogênio verde.

    “Itaipu é uma coisa fantástica: você tem um lago enorme e você tem uns canos brancos que produzem dólares. Sim, ali, na verdade, se produz dinheiro. Quando vejo Itaipu vertendo água, fico imaginando na quantidade de dólares. Quem sabe em um futuro muito próximo a gente produzirá Hidrogênio Verde a partir dessa água de Itaipu, ganhando dinheiro das duas pontas”, disse.

    Lula destacou a importância para a economia do Paraguai de encerrar o pagamento das parcelas de financiamento da construção da usina binacional, e assegurou a boa vontade brasileira para as próximas negociações envolvendo o empreendimento.

    “Tenho certeza de que faremos um tratado que leve muito em conta a realidade dos dois países e que leve muito em conta o respeito que o Brasil tem que ter por seu aliado, o nosso querido Paraguai”, disse.

    Lula lembrou que, durante as negociações para a construção de um linhão ligando a usina à capital paraguaia, Assunção, o governo brasileiro recebeu muitas críticas de seu empresariado por estarem favorecendo a ida de empresas brasileiras ao país vizinho.

    “Esse era o objetivo mesmo, porque um país do tamanho do Brasil, que faz fronteira com todos os países da América do Sul menos Equador e Chile, é um país que tem de combinar o seu crescimento econômico com o crescimento econômico dos seus parceiros”, argumentou.

    Unila

    Ainda na defesa de uma unificação cada vez maior entre os países do continente, Lula disse que retomará o compromisso assumido em seus mandatos anteriores, de fortalecer a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), inaugurada em 2010, em Foz do Iguaçu.

    “Depois que deixei a Presidência, pouca coisa foi feita na Unila. E eu sonhava que essa universidade deveria ter, nos dias de hoje, mais de 20 mil alunos. O meu compromisso com o povo brasileiro é o de reconstruir a Unila”, disse.

    “Como é que um país do tamanho de Cuba, com 10 milhões de habitantes e um território do tamanho de Pernambuco, consegue ter universidade de Medicina para oferecer a estudantes de toda a América do Sul e, gratuitamente, para países africanos? E como é que um país do tamanho e com a grandeza do Brasil não tem essa generosidade de oferecer possibilidade para as crianças e adolescentes de todo o nosso continente?”, complementou.

    Novo diretor-geral

    A nomeação do economista Enio Verri para a direção da hidrelétrica Itaipu Binacional foi publicada no Diário Oficial da União do dia 10. Ele substitui o almirante Anatalicio Risden Junior, que ocupava o cargo desde fevereiro de 2022.

    A nomeação de integrantes da Diretoria Executiva valem pelo período de cinco anos. No entanto, reconduções ou substituições podem ser feitas a qualquer momento pelos governos do Brasil ou do Paraguai.

    Edição: Denise Griesinger