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  • Brasil propõe aliança global contra a fome e a pobreza no G20

    Brasil propõe aliança global contra a fome e a pobreza no G20

    O Brasil, na presidência do G20, está propondo a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, um esforço que visa consagrar a necessidade de programas sociais abrangentes para combater a fome e a pobreza. O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Mauricio Lyrio, destacou que a iniciativa se baseia em programas de transferência de renda, apoio à agricultura familiar, merenda escolar, cadastro único e bancos de leite materno, entre outros.

    “Agora temos um endosso internacional de instituições como a FAO e o Banco Mundial, que reconhecem esses programas como eficazes. Pela primeira vez, há um consenso sobre o que funciona para combater a fome”, afirmou Lyrio.

    A proposta será discutida em quatro reuniões ministeriais que ocorrerão na próxima semana no Rio de Janeiro e em Fortaleza. O evento principal será o pré-lançamento da força-tarefa contra a fome, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quarta-feira (24).

    Espera-se a participação de representantes de Bangladesh, um país fora do G20, mas que, assim como o Brasil, possui programas sociais bem-sucedidos focados em mulheres. Mauricio Lyrio ressaltou que esses programas, centrados nas mulheres, têm se mostrado extremamente eficazes na redução da pobreza e fome, conforme comprovado pelo Banco Mundial.

    Antes do evento do dia 24, a FAO lançará o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo” (SOFI), que deve trazer dados atualizados sobre a fome global. O relatório de 2022 estimou que 735 milhões de pessoas foram afetadas pela fome, um aumento significativo em comparação aos números pré-pandemia de 2019.

    A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza pretende criar uma triangulação de esforços entre países doadores de recursos financeiros, beneficiários e aqueles que podem fornecer cooperação técnica, como o Brasil, México, Bangladesh, Índia e China. A formalização dos documentos que criam a aliança será feita na reunião da próxima semana, com o lançamento oficial previsto para a Cúpula do G20 em novembro.

    “A força-tarefa deve criar bases para o desenvolvimento sustentável dos países mais pobres. Programas como o de merenda escolar, que exigem que 30% das compras venham da agricultura familiar, são exemplos de como impulsionar a economia rural e reduzir a pobreza a longo prazo”, explicou Lyrio.

    Além da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, a presidência brasileira no G20 está focada em ações contra as mudanças climáticas e na promoção da bioeconomia. As prioridades incluem a inclusão social, a luta contra a desigualdade, o enfrentamento das mudanças climáticas e a promoção do desenvolvimento sustentável em todas as suas dimensões.

    Desde dezembro do ano passado, o Brasil coordena a organização de mais de 100 reuniões oficiais em várias cidades do país, incluindo cerca de 20 reuniões ministeriais e 50 reuniões de alto nível. O ponto culminante será a 19ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo, nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro.

  • Brasil propõe ao G20 aliança global contra a fome e pobreza

    Brasil propõe ao G20 aliança global contra a fome e pobreza

    O Brasil realizou, nesta quarta-feira (21), a primeira reunião técnica virtual da Força-Tarefa do G20 para o estabelecimento de uma aliança global contra a fome e a pobreza. A iniciativa foi proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando o Brasil assumiu a presidência rotativa do G20, em dezembro do ano passado.

    Durante o encontro online, que discutiu como deve ser o termo de adesão dos países interessados em ingressar nesta aliança global, o Brasil propôs o financiamento de ações contra a fome e a pobreza, por países ricos do G20 e por grandes empresários. “O presidente Lula coloca o G20 como parceiro destacado, somando-se a outros esforços para alcançar os resultados, disse o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, na reunião.

    “A Aliança é um mecanismo prático para mobilizar recursos financeiros e conhecimento de onde são mais abundantes e canalizá-los para onde são mais necessários. Apoiando assim a implementação e a ampliação da escala das ações, políticas e programas no nível nacional”, afirmou.

    Estudos de organismos internacionais mostram a necessidade de financiamentos de cerca de US$ 78 bilhões por ano para alcançar o objetivo de tirar pessoas do Mapa da Fonte e reduzir a pobreza mundial até 2030, conforme os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

    Pactuação global

    A pactuação global para segurança alimentar está baseada em dois princípios: o foco nos mais pobres e vulneráveis e a implementação consistente de políticas nacionais.

    As prioridades dos países-membro do G20 foram dadas à alimentação saudável; a importância do apoio, principalmente aos pequenos e médios produtores; e, ainda, a inovação tecnológica como fator que poderá impactar positivamente na produção de alimentos nas próprias regiões que precisam de alimentos, como na África.

    “O exemplo concreto foi citado: experiências na África em que é possível multiplicar quatro, cinco vezes a produção de alimentos apenas com a tecnologia.”

    Brasil

    Segundo o ministro, além de recursos financeiros, é necessário apoio técnico para alcançar os resultados pretendidos. O Brasil vai colaborar para a meta com a transferência de conhecimento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por exemplo, e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

    “A nossa Embrapa tem experiências que são aplicáveis a países com climas semelhantes ao Brasil. Em regiões da própria América do Sul, da África e da América Central já temos algumas ações de sucesso. A Fiocruz também vai colaborar com outros países nas áreas que têm maior conhecimento”. O Brasil traz experiência com programas sociais do governo federal como o Bolsa Família e seu impacto contra a fome e a pobreza.

    O ministro ressaltou que, depois de 2017, a fome voltou ao Brasil e a pobreza cresceu, devido a programas sociais terem sido desvirtuados, eliminados ou deteriorados. Ele indicou que, ao assumir a presidência do país, Lula se deparou com 33 milhões de brasileiros passando fome. “Em 2023, trabalhamos para a redução. Não sabemos ainda o patamar, mas tivemos redução. Estamos lutando agora para reativar esses programas, ainda com mais força, e tirar o país do Mapa da Fome novamente.”

    A fome

    Estudo da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado de 2022, relata que o mundo tem 735 milhões de pessoas na situação de fome, inclusive, com ameaça de vida, em um planeta que, na realidade, produz a comida necessária para o sustento de todos, informou o ministro. “A meta é que possamos chegar em 2030 com esse número o mais próximo possível de zero.”

    Dias destacou que múltiplas crises fizeram a fome, a insegurança alimentar e a pobreza crescerem novamente em todo o mundo. Além da pandemia da covid-19, estariam as mudanças climáticas, a crise econômica mundial somadas aos conflitos geopolíticos, mais recentes.

    Até quinta-feira (22), nos três dias da reunião técnica da Força-Tarefa do G20 para o estabelecimento desta aliança global, ainda estão programadas as apresentações de quatro relatórios, elaborados pelas organizações internacionais.

    Os estudos buscam soluções e evidenciam os desafios para enfrentamento à pobreza e à fome, incluindo a produção sustentável de alimentos, a proteção social, a criação de resiliência, e a colaboração internacional mais eficaz.

    Edição: Maria Claudia

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