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  • Mercado de algodão segue lento e impactado por tensões comerciais e baixa liquidez na entressafra

    Mercado de algodão segue lento e impactado por tensões comerciais e baixa liquidez na entressafra

    O mercado físico de algodão em pluma continua operando em ritmo lento no Brasil, refletindo um cenário de incertezas no comércio internacional, especialmente devido às tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Essa conjuntura tem gerado volatilidade nos preços futuros da commodity e contribuído para a retração nas negociações internas durante a entressafra.

    Segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a comercialização no país segue limitada, tanto pela disparidade de preços quanto pelas variações na qualidade dos lotes disponíveis. As médias de preços permanecem com oscilações em um intervalo estreito, o que revela uma instabilidade no ambiente de negócios.

    Do lado da demanda, os compradores mantêm uma postura cautelosa, atuando apenas para reposição pontual de estoques. Já os vendedores continuam firmes em suas ofertas, priorizando o cumprimento dos contratos a termo já firmados, o que restringe ainda mais o volume de algodão disponível no mercado spot.

    Nas exportações, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), analisados pelo Cepea, mostram que o Brasil embarcou 239,06 mil toneladas de algodão em pluma em março. O volume representa queda de 13% em relação a fevereiro deste ano e é 5,4% menor se comparado ao mesmo período de 2024, evidenciando a desaceleração nas vendas externas, mesmo diante de uma safra robusta.

    O cenário atual aponta para um mercado ainda fragilizado pela conjuntura internacional e pela cautela dos agentes no mercado interno, com perspectivas de retomada do ritmo apenas com maior estabilidade nos preços e nas relações comerciais globais.

  • Preço do algodão em pluma atinge maior patamar nominal em dois anos

    Preço do algodão em pluma atinge maior patamar nominal em dois anos

    O preço médio do algodão em pluma registrou, em março, o maior patamar nominal dos últimos dois anos. De acordo com pesquisadores do Cepea, essa valorização foi impulsionada pela postura firme dos vendedores durante o período de entressafra. A retenção do produto pelos produtores reflete a expectativa positiva em relação ao mercado internacional, especialmente com a valorização dos contratos da Bolsa de Nova York (ICE Futures) e a alta do Índice Cotlook A, que mede os preços da pluma posta no Extremo Oriente.

    Outro fator que contribuiu para esse cenário foi a capitalização dos produtores por meio da entrega de contratos a termo e da comercialização da soja da nova safra. Esse fluxo de recursos permitiu que muitos agentes segurassem suas vendas no mercado spot, aguardando melhores condições de negociação. Entretanto, apesar da alta nos preços, o fechamento de negócios foi limitado pela dificuldade de consenso entre compradores e vendedores, seja em relação aos valores praticados ou à qualidade dos lotes disponíveis no mercado nacional.

    Na média de março, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em oito dias, foi de R$ 4,2148 por libra-peso, representando um avanço de 1,71% em relação a fevereiro. Apesar desse crescimento mensal, o valor ainda se mantém 8,32% abaixo do registrado em março de 2024, quando ajustado pela inflação (deflacionamento pelo IGP-DI de fevereiro de 2025). A movimentação do mercado segue sendo acompanhada com atenção, especialmente diante das projeções para a nova safra e dos desdobramentos no cenário internacional que podem influenciar a formação dos preços nos próximos meses.

  • Produtores se unem para retomar plantio de algodão no Paraná e diversificar renda

    Produtores se unem para retomar plantio de algodão no Paraná e diversificar renda

    Em maio, o produtor José Antonio Borghi inicia a colheita de sua segunda safra de algodão no município de Santa Cruz de Monte Castelo, na região Noroeste do Paraná. A expectativa é alcançar 150 toneladas, com produtividade estimada em 200 arrobas de algodão em caroço por hectare.

    “Plantei pela primeira vez na safra 2022/23, mas enfrentei problemas operacionais e de mercado. Ajustei o que precisava e voltei a plantar no ano passado. Apesar da falta de chuvas, a lavoura está em boas condições. O algodão tem maior estabilidade diante das variações climáticas e, estando no Arenito Caiuá, uma região mais desafiadora, vi na cultura uma alternativa para diversificar a produção de soja”, explica Borghi.

    Borghi faz parte de um grupo de agricultores que busca retomar a cotonicultura paranaense. Há quase 35 anos, na safra 1991/92, o Paraná era o maior produtor de algodão do Brasil, com 709 mil hectares cultivados, o equivalente a 36% da área nacional. No entanto, a infestação do bicudo-do-algodoeiro, a expansão da soja e as dificuldades econômicas na década de 1990 levaram ao declínio da cultura no Estado. Agora, com avanços em tecnologia e manejo, os cotonicultores tentam reconquistar esse espaço.

     

    Para isso, desde 2001, a Associação dos Cotonicultores do Paraná (Acopar) tem atuado para fortalecer a retomada da cotonicultura, mobilizando produtores e oferecendo suporte técnico. A entidade disponibiliza assistência especializada, maquinário para colheita e transporte, além de auxiliar na comercialização da produção.

    Borghi, que recebe assistência técnica da Acopar, acredita no potencial econômico da cultura. “Ainda há resistência entre os produtores, porque o algodão exige mais manejo e a soja é uma cultura consolidada e de condução mais simples. Mas, diante da atual queda nos preços da soja, o algodão surge como uma alternativa interessante”, avalia.

    De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) , a área atual plantada no Brasil atingiu 1,8 milhão de hectares, aumento de 12,5% em relação à temporada anterior. Para a safra 2024/25, a previsão é colher 5,4 milhões de toneladas de algodão em caroço, com produtividade média de 200 arrobas por hectare.

    Para o presidente da Acopar, Almir Montecelli, o Paraná tem um mercado interno promissor, especialmente nas regiões Norte e Noroeste. Isso porque o parque têxtil estadual consome cerca de 60 mil toneladas de pluma de algodão por ano, a maior parte vinda do Cerrado, principal região produtora do país. Para suprir essa demanda com produção local, seria necessário ampliar a área cultivada no Estado de 1,5 mil para pelo menos 60 mil hectares. A meta da Acopar é atingir 60 mil hectares nos próximos cinco anos.

    “A cotonicultura tem um enorme potencial de expansão no Paraná, especialmente no Arenito, onde se adapta bem e pode alcançar produtividade ainda maior com irrigação”, destaca Montecelli. “Os desafios do passado foram superados. O algodão suporta melhor períodos de estiagem, o bicudo está controlado, as novas variedades são mais resistentes e, hoje, a colheita é totalmente mecanizada”, elenca.

    Vantagens competitivas

    O Paraná reúne condições favoráveis para a retomada do algodão, com destaque para o menor custo de produção. No Estado, o investimento por hectare varia entre R$ 12 mil e R$ 14 mil, enquanto em outras regiões do Brasil pode chegar a R$ 25 mil.

    O uso reduzido de insumos é outro diferencial. No Cerrado, por exemplo, são realizadas mais de 24 aplicações de inseticidas por safra, enquanto no Paraná a média é de 11,7. A economia se estende à adubação: enquanto no Cerrado são aplicadas cerca de 1,2 tonelada de fertilizante por hectare, no Paraná esse volume cai para 620 quilos. Além disso, a resistência das variedades cultivadas no Estado dispensa fungicidas.

    “O algodão é mais uma opção interessante para os nossos produtores rurais, permitindo vantagens financeiras e também ganhos com a conservação do solo, pois contribui para a rotação de cultura. Dentro do Sistema FAEP, estamos dando todo o apoio necessário para que a cultura possa se desenvolver e crescer no Paraná”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.

    Além do custo reduzido, o Paraná tem uma vantagem estratégica na comercialização: as lavouras são colhidas antes do restante do país, permitindo o abastecimento do mercado interno durante a entressafra nacional. “Essa janela favorece a venda e torna o algodão paranaense mais competitivo”, complementa Montecelli.

    Em termos financeiros, o algodão pode superar a soja em retorno por hectare. Montecelli exemplifica: um produtor associado da Acopar investiu R$ 8,4 mil por hectare na lavoura de soja, colheu 54 sacas e obteve um lucro de R$ 3 mil por hectare. Já no algodão, o investimento foi de R$ 15 mil, resultando em uma colheita de 248 arrobas e um lucro de R$ 7,6 mil por hectare.

    Além da rentabilidade, o algodão traz benefícios quando utilizado na rotação de culturas, ajudando a quebrar o ciclo de pragas e doenças e melhorando a absorção de nutrientes pelo solo. Segundo a Acopar, as lavouras semeadas após o algodão podem apresentar um incremento de até 20% na produtividade.

    Há seis anos, o produtor Aristeu Sakamoto voltou a plantar algodão em 30 hectares de sua propriedade em Cambará, no Norte Pioneiro. A decisão foi motivada pela paixão pela cultura, que, plantada por seu pai, sustentou a família por décadas. O incentivo que faltava veio com o apoio da Acopar, que auxilia na comercialização, garantindo mais segurança ao produtor e melhores condições de negociação. Para a safra 2024/25, sua expectativa é superar 250 arrobas de algodão em caroço por hectare.

    Desafios à vista

    Apesar das vantagens, a ausência de uma algodoeira no Paraná ainda encarece a produção, já que o beneficiamento ocorre em Martinópolis, no interior de São Paulo. Para resolver essa questão, a Acopar trabalha na instalação de uma unidade em Ibiporã, na região Norte, com previsão de operação nos próximos anos.

    O setor também busca incentivos governamentais para reduzir custos e ampliar a produção. “O governo do Paraná já tem o programa Irriga Paraná, que pode ser utilizado para o algodão, ajudando a elevar a produtividade”, afirma Edson Dornellas, presidente do Sindicato Rural de Londrina. O programa busca ampliar em 20% a área irrigada do Estado, com investimentos de R$ 200 milhões em crédito subsidiado e pesquisa científica.

    Outra estratégia para reduzir custos, segundo Dornellas, é a aquisição de maquinários usados de outras regiões produtoras, facilitando a entrada de novos agricultores na atividade. “Muitos Estados têm máquinas antigas paradas, que podem ser adquiridas a um custo baixo e trazidas para cá. É uma forma de incentivar o produtor, mostrar que dá para começar de forma mais acessível, e, com o tempo, investir em melhorias”, menciona. Além disso, a implantação e condução da lavoura de algodão podem ser feitas com o mesmo maquinário utilizado para soja ou milho, exigindo apenas pequenas adaptações.

     

    Para Sakamoto, o maior desafio é o ceticismo dos produtores, que ainda não enxergam no algodão uma cadeia estruturada como a da soja, do milho, da cana-de-açúcar e do café. “Essa percepção vai além do produtor e atinge cooperativas, empresas do agronegócio, entidades de pesquisa e até profissionais da área”, observa.

    Ele destaca, no entanto, que o cenário mudou para melhor. “Nos últimos anos, a produtividade dobrou, e a condução da lavoura se tornou menos dependente de mão de obra, que antes era onerosa e pouco eficiente na qualidade da colheita. Além disso, as tecnologias desenvolvidas em outras regiões do Brasil podem e devem ser adaptadas ao Paraná, algo que já está sendo trabalhado pela Acopar”, acrescenta.

    Seminário na ExpoLondrina

    O Sindicato Rural de Londrina, a Acopar, a Sociedade Rural do Paraná (SRP), a Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab) e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) promovem, no dia 8 de abril, um seminário sobre algodão durante a ExpoLondrina. O evento acontece às 14 horas, no Recinto Milton Alcover, com quatro palestras conduzidas por especialistas, abordando temas estratégicos para o setor. A participação é gratuita e não requer inscrição.

  • Pesquisa em Mato Grosso busca alternativa orgânica contra praga do algodão

    Pesquisa em Mato Grosso busca alternativa orgânica contra praga do algodão

    Mato Grosso, líder na produção de algodão no Brasil, concentra 70% da produção sustentável da pluma. No entanto, a cultura enfrenta um desafio significativo: a mancha angular, doença causada pela bactéria Xam. A praga prejudica a produtividade, causando lesões nas folhas e a perda da plantação.

    Pesquisadores em Mato Grosso exploram o uso de substâncias orgânicas, chalconas, como alternativa aos fungicidas tradicionais. As chalconas, compostos químicos com propriedades antimicrobianas, antioxidantes e outras, mostram potencial contra a bactéria.

    O estudo é financiado pelo governo estadual, através do edital 004/2024 – Mulheres e Meninas na Computação, Engenharias, Ciências Exatas e da Terra, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat).

    A pesquisa busca sintetizar análogos de chalconas com estruturas que aumentam a atividade antibacteriana. As chalconas sintetizadas são caracterizadas por técnicas como espectroscopia e cristalografia de raios-X. Testes de viabilidade celular determinam a concentração mínima para inibir e eliminar a bactéria. Modelos computacionais auxiliam na compreensão da relação entre a estrutura química das chalconas e sua atividade biológica.

    A pesquisa visa desenvolver compostos para controlar a mancha angular e servir como base para novas moléculas antibacterianas em outras doenças agrícolas. O objetivo é proteger as lavouras de algodão, reduzir os impactos econômicos da doença e promover a agricultura sustentável.

    A pesquisa contribui para o desenvolvimento de alternativas eficientes, econômicas e sustentáveis para o controle de doenças na cotonicultura, garantindo maior produtividade e sustentabilidade ao setor agrícola brasileiro.

    O projeto também contribui para a formação de mão de obra especializada, com cinco estudantes bolsistas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso.

  • Custo de produção do algodão em MT para a safra 25/26 sobe e exige atenção do produtor

    Custo de produção do algodão em MT para a safra 25/26 sobe e exige atenção do produtor

    O projeto CPA-MT divulgou os dados atualizados do custo de produção do algodão em Mato Grosso para a safra 2025/2026, e os números apontam um cenário de elevação nos gastos do cotonicultor. Segundo o levantamento, realizado em fevereiro de 2025, o custo ponderado não apresentou variações expressivas no comparativo mensal, mas acumula alta em relação à safra anterior.

    O custeio da lavoura ficou estimado em R$ 10.740,02 por hectare, o que representa um aumento de 0,26% em relação ao mês anterior e um salto de 11,99% frente ao consolidado da safra 2024/2025. A principal variação no mês veio das despesas com classificação e beneficiamento do algodão, que subiram 5,36% e alcançaram R$ 1.536,89 por hectare.

    O custo operacional efetivo (COE), que inclui todos os desembolsos realizados pelo produtor, foi projetado em R$ 15.230,98 por hectare. O valor é 0,68% maior que o registrado em janeiro de 2025, sendo o mais elevado desde a safra 2022/2023.

    Com esse cenário, para que o produtor consiga cobrir seu COE, é necessário vender a pluma por, no mínimo, R$ 128,95 por arroba. Até fevereiro, no entanto, o preço médio ponderado de comercialização da safra 25/26 estava em R$ 138,39/@, o que garante uma margem positiva ao produtor.

    Apesar do momento favorável, especialistas alertam que o cenário exige cautela. A recomendação é que os cotonicultores fiquem atentos ao comportamento do mercado e busquem aproveitar os melhores momentos para negociação, especialmente diante da volatilidade dos custos e dos preços agrícolas.

  • Negociações com algodão em pluma perdem ritmo

    Negociações com algodão em pluma perdem ritmo

    O mercado de algodão em pluma registrou desaceleração nas negociações nos últimos dias. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o principal fator para a lentidão nas transações tem sido o desacordo entre compradores e vendedores quanto aos preços praticados e/ou à qualidade dos lotes ofertados no mercado spot nacional.

    Com foco no cumprimento de contratos a termo e atentos ao andamento das lavouras, os vendedores têm demonstrado cautela para negociar no mercado à vista. Por outro lado, os compradores mantêm uma postura mais comedida, realizando aquisições apenas quando há necessidade imediata de abastecimento.

    Esse cenário, segundo o Cepea, tem contribuído para que os preços da pluma oscilem apenas de forma pontual, mantendo-se dentro de uma faixa estreita de valores. A falta de consenso entre as partes e a ausência de fatores que impulsionem uma demanda mais aquecida reforçam a estabilidade do mercado do algodão no curto prazo.

  • Mato Grosso responde por dois terços das exportações brasileiras de algodão em fevereiro

    Mato Grosso responde por dois terços das exportações brasileiras de algodão em fevereiro

    O Brasil exportou 274,63 mil toneladas de algodão em pluma no mês de fevereiro de 2025, o que representa um aumento de 6,37% em relação ao mesmo mês do ano passado. Mato Grosso, maior produtor da fibra no país, foi responsável por 66,32% desse volume, com 182,14 mil toneladas embarcadas.

    No acumulado da safra 2024/25, entre agosto de 2024 e fevereiro de 2025, o estado já exportou 1,18 milhão de toneladas de algodão, o que representa um crescimento de 17,35% em comparação ao mesmo período do ciclo anterior. Os dados confirmam a liderança de Mato Grosso nas exportações nacionais e reforçam o papel estratégico do estado no abastecimento global da fibra.

    O desempenho positivo reflete não apenas a competitividade da produção mato-grossense, mas também a crescente demanda internacional por algodão brasileiro, especialmente em mercados asiáticos.

  • Preço do algodão segue em alta no mercado nacional, aponta Cepea

    Preço do algodão segue em alta no mercado nacional, aponta Cepea

    O preço do algodão em pluma continua em alta no mercado spot nacional, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

    De acordo com os pesquisadores, essa valorização é impulsionada tanto pelo cenário externo quanto pela maior disposição dos compradores brasileiros em pagar valores mais elevados por lotes que atendam a características específicas ou apresentem qualidade superior.

    Ainda conforme o Cepea, os produtores seguem focados no cumprimento de contratos já firmados para a venda da pluma, enquanto utilizam a comercialização da soja para garantir fluxo de caixa.

    Esse cenário faz com que muitos cotonicultores mantenham uma postura firme nas ofertas referentes à safra 2023/24 e demonstrem interesse crescente na comercialização antecipada da pluma das próximas safras (2024/25 e 2025/26), tanto para o mercado interno quanto para exportação.

  • Produtores de algodão de Mato Grosso têm até sábado (15) para fazer cadastro das propriedades

    Produtores de algodão de Mato Grosso têm até sábado (15) para fazer cadastro das propriedades

    O Governo do Estado informa aos produtores de algodão de Mato Grosso que o prazo para a realização do cadastro ou da atualização cadastral das unidades de produção no Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) termina no próximo sábado (15.3).

    A medida é obrigatória, realizada anualmente pelo Indea e tem como objetivo prevenir a disseminação do bicudo-do-algodoeiro, principal praga da cultura. Além disso, as informações coletadas da produção de algodão estadual ajudarão nas atividades de execução e planejamento de defesa sanitária da cultura.

    O produtor que não realizar o cadastro ou a atualização de cadastro fica sujeito a multa de multa de 10 Unidades Padrão Fiscal (UPFs), cujo valor é de R$ 2.451,50.

    O cadastramento pode ser via internet, por meio do Sistema de Defesa Sanitária Vegetal (Sisdev), ou presencialmente, em uma das 140 unidades do Indea espalhadas pelo Estado.

    No momento do cadastramento, é preciso informar dados do produtor e propriedade, informações da cultura, a área georreferenciada destinada ao cultivo do algodão, dentre outras informações.

    Na safra passada (2023/2024) 532 produtores rurais realizaram o cadastro, sendo registradas 835 propriedades para o cultivo de algodão, que somadas ocuparam uma área de 1.455.673 hectares.

  • MT produz cerca de 70% do algodão sustentável do país e lidera setor

    MT produz cerca de 70% do algodão sustentável do país e lidera setor

    O Estado de Mato Grosso liderou na produção sustentável de algodão na safra 2023/2024, sendo responsável por cerca de 70% da pluma produzida no país, segundo resultados divulgados pela Associação Brasileira dos Produtores de algodão (Abrapa).

    De acordo com a associação, foram produzidos 2,12 milhões de algodão em lavouras mato-grossenses. A pluma tem a certificação do Algodão Brasileiro Responsável (ABR), emitida pela própria Abrapa, que consolida o Estado na produção sustentável no país.

    Os números da Abrapa apontam que a safra nacional 2023/2024 bateu recorde em relação à anterior e alcançou 3,04 milhões de toneladas de algodão sustentável. Em Mato Grosso, 284 unidades produtivas espalhadas em 49 municípios são responsáveis por este tipo de produção mais sustentável.

    “Esse resultado mostra que, mesmo sendo o maior produtor de algodão do país, Mato Grosso mostra ao mundo que, possui mais de 60% do território conservado, e consegue aliar práticas sustentáveis da produção mato-grossense. Os compradores querem produtos com sustentabilidade e o Estado mostra como se faz”, comentou a secretária adjunta de Agronegócios da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Linacis Silva.

    Para a safra 2024/2025 de algodão no Brasil, a expectativa é de colher 9 milhões de toneladas, sendo 6,2 milhões de toneladas oriundas de Mato Grosso. Segundo o relatório de Safra da Abrapa, divulgado em fevereiro, a área plantada com algodão no Brasil deve atingir 2,21 milhões de hectares, um crescimento de 6,6% em relação à safra anterior.

    Em Mato Grosso, o plantio segue em andamento, mas está atrasado em relação à média histórica devido ao alto volume de chuvas em janeiro, que impactou a retirada da soja e o início da segunda safra de algodão.

    Incentivo do Estado

    Criado na década de 1990, o Programa de Apoio à Cultura do Algodão (Proalmat) foi um dos principais responsáveis por transformar Mato Grosso no maior produtor da fibra do país. Com incentivos fiscais, como redução do ICMS e crédito presumido de 65% na comercialização interestadual, o programa tem garantido competitividade ao setor, atraindo consumidores dentro e fora do Brasil.

    Conforme o relatório divulgado no final de 2024 pela Sedec sobre os resultados do ano anterior, o programa contabilizou 2.285 produtores credenciados, sendo 1.800 beneficiários ativos.

    O impacto econômico também se refletiu na geração de empregos, com 34.800 postos de trabalho diretos, um crescimento de 35,7% em relação a 2022. Além disso, os investimentos no setor chegaram a R$ 5,29 bilhões, e o faturamento com as vendas internas e interestaduais atingiu R$ 12,13 bilhões, um aumento de 6,09% em relação ao ano anterior. A arrecadação para o Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) também cresceu expressivamente, somando R$ 231,99 milhões, um avanço de 64,31%.

    O secretário César Miranda, titular da Sedec, destacou que a certificação do algodão mato-grossense e os incentivos estaduais colocam o Estado em evidência no cenário global do agronegócio.

    “Além de garantir um produto reconhecido internacionalmente pela qualidade e sustentabilidade, Mato Grosso fortalece sua posição nas missões internacionais promovidas pelo governo para expandir mercados e atrair investimentos para a agroindústria mato-grossense. Com inovação, incentivo público e compromisso com boas práticas, Mato Grosso segue como referência na produção de algodão sustentável, unindo crescimento econômico e preservação ambiental para o futuro do setor”.