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  • Algodão/Cepea: preços da pluma oscilam em novembro

    Algodão/Cepea: preços da pluma oscilam em novembro

    Os preços internos do algodão em pluma têm oscilado ao longo de novembro. Segundo pesquisadores do Cepea, isso está relacionado a variações na paridade de exportação, nos preços internacionais e na taxa de câmbio.

    Assim, no balanço, verificam-se alta nos valores na semana e queda na parcial do mês. Pesquisadores do Cepea indicam que a liquidez está baixa, diante de desacordos quanto à qualidade e aos valores dos lotes disponíveis no spot. Vendedores priorizam o cumprimento de contratos a termo para os mercados interno e externo.

    Desta forma, produtores se atentam agora ao encerramento do beneficiamento da safra 2022/23 e ao cultivo da nova temporada, especialmente da soja, aguardando melhores oportunidades para retomar as negociações de algodão.

  • Falta de limpeza de fuso da colhedora gera perda no algodão

    Falta de limpeza de fuso da colhedora gera perda no algodão

    É algo simples, que parece “bobo”, mas que faz uma grande diferença no final, especialmente para uma cultura com alto valor agregado. Sabe do que se trata? Estamos falando da limpeza dos fusos das colhedoras de algodão, que se não realizada da maneira e periodicidade corretas, pode representar perda de fibra da pluma ou até impactar na qualidade, ou seja, prejuízo para o bolso do produtor.

    O engenheiro agrônomo e diretor comercial na Sell Agro, Alexandre Gazoni, destaca que manter as peças limpas é importante justamente para o propósito de garantir uma alta capacidade na remoção das plumas da planta. Segundo ele, essa operação de limpeza precisa ser realizada praticamente todos os dias e, em alguns casos, até mais de uma vez durante a colheita, dependendo do desempenho da máquina. “Mesmo que você utilize produtos de alta eficiência para retardar o enovelamento nos fusos, em determinado momento vai começar a perder muita fibra na lavoura”, pontua. Ele reforça que é fundamental, durante a operação, parar e avaliar o equipamento, assim, em alguns casos, “percebe-se a necessidade de limpeza maior do que se imaginava”, completa.

    Como realizar

    A limpeza ocorre em duas etapas, sendo a primeira realizada pela própria máquina. Nesse processo, o produto é misturado com água no reservatório da colhedora, e a solução é conduzida até as escovas posicionadas acima de cada fuso, onde é aplicada em cada um deles.

    Porém, quando a autolimpeza não consegue evitar o enovelamento no fuso, é necessário realizar uma limpeza externa em cada carrinho dos fusos. “A recomendação é jatear água e produto específico nas áreas propensas ao enovelamento. Em casos em que isso não é suficiente, pode ser necessária a remoção manual do enovelamento, sendo essencial agir com cuidado para garantir a máxima higienização do fuso”, explica Gazoni.

    Ele ressalta a importância de escolher produtos mais modernos que contenham óleo em sua composição, pois são menos abrasivos. Isso possibilita uma operação eficaz sem causar desgaste prematuro nos componentes, além de evitar danos às fibras de algodão.

    Tecnologia ajuda

    Para auxiliar o cotonicultor, a Sell Agro pesquisou e colocou no mercado o HiSpeed, um agente de limpeza compatível com todos os modelos de colhedoras de algodão. A principal diferença entre o produto e outros, é que este foi desenvolvido com uma base oleosa, ou seja, não se trata de um detergente, além de não conter soda cáustica, nem abrasivos em sua composição.

    “Sua formulação foi projetada não apenas para limpar, mas também para conferir lubrificação ao fuso da colhedora de algodão. Essa lubrificação também ajuda na hidratação dos retentores, reduzindo a necessidade de manutenção da máquina e prolongando a vida útil dos dedos dos fusos durante a colheita”, endossa o especialista da empresa.

    A utilização da ferramenta resulta em menor desgaste quando comparado a detergentes convencionais, tanto em termos de máquina como na qualidade da fibra colhida. Além disso, devido ao grau de lubrificação do HiSpeed, este melhora as características das fibras quando comparado a produtos que contenham solventes, como soda cáustica. “Isso proporciona benefícios significativos, tanto na manutenção e redução de desgaste da colhedora, quanto na qualidade da produção”, finaliza Gazoni.

  • Safra de grãos 2023/2024 é estimada em 316,7 milhões de toneladas

    Safra de grãos 2023/2024 é estimada em 316,7 milhões de toneladas

    O volume da produção brasileira de grãos deve atingir 316,7 milhões de toneladas na safra 2023/2024 com menos 4,7 milhões de toneladas ou 1,5% abaixo do registrado em 2022/23. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    “O percentual de área semeada, atualmente, apresenta-se aquém do observado no mesmo período da safra anterior, devido, principalmente, ao excesso de chuvas nas Regiões Sul e Sudeste e às baixas precipitações no Centro-Oeste.”

    O balanço aponta ainda um crescimento de 0,5% sobre a área cultivada, passando para 78,9 milhões de hectares. Além das culturas de primeira safra, cujo plantio se estende até dezembro, a área prevista abrange as culturas de segunda e terceira safras e as de inverno, com plantios encerrando em junho.

    Soja e milho

    De acordo com o boletim, a soja deve atingir uma produção estimada em 162,4 milhões de toneladas – um crescimento de 2,8% na área a ser semeada, “o que ainda consolida o Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa”.

    Quanto ao milho, houve redução de 5% na área total a ser cultivada, calculada em 21,1 milhões de hectares, com produção prevista de 119,1 milhões de toneladas.

    Algodão

    Já para o algodão, é esperado um crescimento de 4,2% na área a ser semeada, em um total de 1,73 milhão de hectares, e produção de pluma em 3,04 milhões de toneladas.

    Arroz e feijão

    No caso do arroz, há expectativa de crescimento de 5,2% na área que está sendo semeada e produção de 10,8 milhões de toneladas. O mesmo vale para o feijão, com crescimento previsto de 3,3% na área total a ser semeada com as três safras, estimada em 2,8 milhões de hectares, e com a produção total no país de 3,1 milhões de toneladas.

    Edição: Valéria Aguiar
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  • Engenheiro agrônomo do Indea orienta produtores sobre vazio sanitário do algodão em MT

    Engenheiro agrônomo do Indea orienta produtores sobre vazio sanitário do algodão em MT

    Iniciou em 15 de outubro e próximo até o dia 14 de dezembro o vazio sanitário do algodão. Esse período é relativo à região 2, onde Lucas do Rio Verde está inserido. Durante o vazio sanitário, os produtores de algodão devem eliminar plantas vivas de suas propriedades a fim de evitar a proliferação do bicudo do algodoeiro, praga que provoca perdas na produção.

    Em entrevista à imprensa, o engenheiro agrônomo do Indea de Lucas do Rio Verde, Leandro Oltramari, orientou sobre o prazo e a importância do vazio sanitário em Mato Grosso. O profissional observou que as chuvas que caíram na região de Lucas do Rio Verde às vésperas do início do vazio sanitário ajudam na eliminação das soqueiras do algodão.

    “O grande objetivo do vazio sanitário do algodão é reduzir a população da principal praga do algodão, que é o bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis Boheman). Que no próximo plantio, na próxima semeadura, que está autorizada a partir do dia 15 de dezembro, tenhamos uma redução bastante significativa desse inseto”, enfatizou Oltramari.

    Desde o início do vazio sanitário, o Indea vem realizando a fiscalização dos talhões das fazendas na região. Conforme o engenheiro agrônomo, não houve nenhuma ocorrência até o momento.

    O trabalho será realizado até a data-limite para o plantio da safra 2023/24 do algodão. Caso seja necessário, haverá sanções aos proprietários de áreas em que forem encontradas plantas de algodão com risco fitossanitário. “Haverá aplicação de multa. O valor da multa, inclusive, não é pequeno. São 30 UPF, são 30 Unidades Padrão Fiscal mais 2 UPF por hectare irregular”, esclarece Leandro, citando que é feito o mapeamento dessa área com fotos e coordenadas geográficas. “E, além do produtor pagar multa, ele tem um prazo de acordo com o tamanho da área para realizar a destruição”.

    Ao longo dos anos, os fiscais do Indea têm atuado buscando, primeiro, a conscientização dos produtores para eliminar o bicudo do algodoeiro, pelo risco de prejuízo que a praga causa nas lavouras. Com isso, o nível de incidência vem diminuindo. “Porém, o trabalho tem que ser constante. Existe perspectiva, inclusive, do aumento da área de algodão na safrinha 2024. Essa parceria, esse trabalho, tem que a cada dia ser aperfeiçoado. O custo do algodão é bastante alto e se o produtor não tiver o cuidado, não só no vazio sanitário do algodão, mas em todo o processo da cadeia do cultivo, os custos podem aumentar ainda mais”, observou.

  • Vazio sanitário do algodão já está em vigor em 87 cidades de Mato Grosso

    Vazio sanitário do algodão já está em vigor em 87 cidades de Mato Grosso

    Já está em vigor em Mato Grosso o período do vazio sanitário do algodão, conforme a Instrução Normativa nº 001/2016, elaborada em conjunto entre o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec).

    Para aplicação dessa medida fitossanitária, Mato Grosso foi dividido em duas grandes regiões: região I, que vai do Sul até o Vale do Araguaia, cuja data de início do vazio sanitário do algodão é do dia 01 de outubro a 30 de novembro; e a região II, Norte e Oeste, com a medida estabelecida entre 15 de outubro a 14 de dezembro.

    Começou o vazio sanitário do algodão

    Condições climáticas derrubaram produtividade média em todo Mato Grosso
    Colheita de algodão na Bom Futuro

    Nesta semana começou o vazio sanitário do algodão na região I, que compreende 87 cidades, em que está proibida a manutenção de plantas de algodão com risco fitossanitário, para evitar que haja a proliferação do bicudo-do-algodoeiro, principal inseto que afeta as plantações de algodão e consequentemente das demais pragas.

    A partir da segunda quinzena desse mês, os 54 municípios da região II deverão também, obrigatoriamente, cumprir o vazio sanitário do algodão.

    Nesse período de vazio sanitário do algodão, o Indea irá realizar fiscalizações em propriedades produtoras de algodão do Estado, verificando o cumprimento da medida fitossanitária. Ano passado, na safra de 2021/2022, o Indea realizou 1.393 fiscalizações.

    O cotonicultor mato-grossense que descumprir o vazio sanitário do algodão pode ser multado em 30 Unidades Padrão Fiscal de Mato Grosso (UPFs/MT), que chegam à soma de R$ 6.895,50, mais 2 UPFs por hectare, o equivalente a R$ 459,70.

    De acordo com os dados cadastrados junto ao Indea na safra 2022/2023, em Mato Grosso registrou o cultivo de algodão em 802 propriedades, ocupando área de 1.241.643 hectares.

  • Empresa produz camisetas premium com algodão 100% mato-grossense e rastreável

    Empresa produz camisetas premium com algodão 100% mato-grossense e rastreável

    A potência mato-grossense na cotonicultura não é apenas produto tipo exportação. Cerca de 70% da produção nacional de algodão de 1,6 milhões de hectares estão em lavouras de Mato Grosso e parte do produto que fica no país, abastece o mercado de roupas premium como a Almagrino, marca de camisaria masculina, nasceu no Caminho da Fé, um famoso caminho de peregrinação realizado entre as cidades paulistas de São Carlos e Aparecida.

    Após pedalar 536 km, o empresário Henrique Resende e o gerente de qualidade Pedro Sávio se uniram ao produtor rural Alexandre Schenkel para criar uma marca de roupa com alma de um peregrino, ou seja, com propósito. Desde o início, a marca busca integrar toda a cadeia brasileira do algodão por meio de inovação e responsabilidade socioambiental.

    “Gostaríamos de criar algo que tivesse um propósito, que impactasse positivamente na vida das pessoas. E quando surgiu a ideia de ser uma marca, a gente quis fazer com algodão de Mato Grosso porque nós somos o Estado que mais produz algodão no Brasil. Nosso país é o quarto maior produtor de algodão do mundo e o segundo maior exportador de algodão de altíssima qualidade. Queríamos fazer algo com o nosso algodão daqui que valorizasse essa matéria-prima nossa, inclusive de origem certificada, que é o algodão rastreável”, explica Henrique Resende.

    Rastreabilidade

    A empresa mato-grossense integra o programa SouBR, uma iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), que torna possível rastrear a peça de roupa desde o plantio do algodão certificado até a venda do produto final. Isso garante ao consumidor ter a certeza da origem daquilo que está adquirindo e qual o impacto que esta compra teve no meio ambiente, na sociedade e na economia.

    Dentre os critérios para conseguir o certificado de Algodão Brasileiro Responsável (ABR) são exigidos 183 itens das fazendas de algodão como a proibição do trabalho infantil, de trabalho análogo a escravo, indigno ou degradante, discriminação de pessoas, boas práticas agrícolas e industriais, segurança, saúde e meio ambiente do trabalho rural, dentre outras exigências.
    No caso da empresa, o algodão utilizado no primeiro lote é fornecido por 9 propriedades certificadas com o selo ABR. São fazendas localizadas nos municípios de Campo Verde, Primavera do Leste, Campo Novo do Parecis, Poxoréu, Sorriso, Santo Antônio do Leste, Sapezal e Diamantino.

    O processo de fiação do algodão é realizado em Pomerode (SC), depois segue para malharia em Jaraguá do Sul (SC) e em seguida vai para a confecção na cidade catarinense de Agrolândia. Depois disso, as roupas vêm para Cuiabá (MT).

    As peças podem ser adquiridas pelo site da empresa e neste mês de setembro será inaugurada a primeira loja física da empresa. Além disso, uma nova linha de produtos para empresas já está disponível.

  • Algodão: Preço elevado anima produtores de Mato Grosso

    Algodão: Preço elevado anima produtores de Mato Grosso

    Boletim divulgado na última sexta-feira (25) indicava que Mato Grosso havia colhido pouco menos de 76% da área semeada.

    Os números do algodão no mercado de commodities está animando os produtores mato-grossenses. A comparação é feita, principalmente, em relação ao milho, que teve redução significativa de preço no mercado nacional e internacional.

    A colheita da safra do algodão 2022/23 entrou na reta final em Mato Grosso. Segundo boletim divulgado pelo IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) na sexta-feira (25), cerca de 75,90% da área semeada havia sido colhida. Na região médio-norte os produtores haviam colhido 80,50% da área destinada para a fibra na safra atual.

    O produtor rural, Carlos Simon, observa que os preços são razoáveis. Ele diz que em comparação a soja e milho, o algodão foi a cultura que manteve o melhor comportamento em relação ao preço nos últimos dias. “Estão razoáveis, na faixa de U$27 a U$ 28. Não é bom, mas é razoável”, avalia,

    Conforme Simon, boa parte da safra que está sendo colhida já foi comercializada. “O produtor já realizou a negociação, o que tá embarcando agora até outubro são contratos que já vinham sendo negociados há alguns meses.”

    Custo operacional

    Levantamento feito pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar) mostra que foi redução no custo operacional efetivo (COE) do algodão para a safra 2023/24 em Mato Grosso. Ele ficou estimado em R$ 14.235,72 por hectare no mês de julho, 22,85% menor que o verificado na safra anterior.

    A pesquisa aponta que a retração é decorrente da diminuição das despesas com os macronutrientes, que representam 21,04% desse custo.

    Na temporada passada o produtor desembolsou R$ 18.450,94 em custo operacional efetivo. Os dados mostram que a despesa prevista para a safra 2023/24 é, inclusive, menor que o consolidado da safra 2021/22, que foi de R$ 14.567,16, porém, ainda acima do ciclo 2020/21, de R$ 9.783,25 por hectare.

    O desembolso com macronutrientes em julho ficou cotado em R$ 2.994,79 por hectare, abaixo dos R$ 4.849,18 verificados no consolidado da safra 2022/23.

  • Safra de algodão 2022/23 de MT pode ter recorde histórico de produtividade

    Safra de algodão 2022/23 de MT pode ter recorde histórico de produtividade

    Especialistas que estarão presentes no XV Encontro Técnico Algodão, da Fundação MT, de 28 a 30 de agosto, em Cuiabá, afirmam que boa parte das lavouras do Estado vão alcançar mais de 300 arrobas por hectare

    Safra de algodão 2022/23

    A safra de algodão 2022/2023 no Brasil tem apresentado resultados promissores nos principais estados produtores. Diferente do ciclo passado, quando problemas climáticos prejudicaram o desenvolvimento vegetativo e a formação de capulhos e resultaram em produtividades abaixo da média. Segundo estimativas da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o país deve colher três milhões de toneladas de pluma, acréscimo de 18% em relação a 2021/22 e considerado um patamar histórico.

    O ciclo atual do algodão ocupa 1,67 milhão de hectares, o que coloca o Brasil entre os quatro maiores produtores mundiais, atrás de China, Índia e Estados Unidos. Mato Grosso, com 1,2 milhão, é o maior produtor nacional e a retrospectiva da safra 22/23 no Estado, com seus desafios e aprendizados, será um dos temas do XV Encontro Técnico Algodão, de 28 a 30 de agosto, em Cuiabá. Realizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), o painel vai debater o que aconteceu em cada região produtora de MT na manhã do dia 29 de agosto.

    Márcio Souza, coordenador de Projetos e Difusão de Tecnologias do Imamt – Instituto Mato-grossense do Algodão, moderador da retrospectiva, destaca que no Estado o plantio de algodão sofreu em média dez dias de atraso. A semeadura aconteceu entre o final de janeiro e 10 de fevereiro e preocupou os produtores que temiam que faltasse chuva no mês de maio, trazendo efeitos negativos para a produção como na safra passada. No entanto, houve bom volume de chuvas, que chegaram até junho na maioria das regiões.

    O cenário de precipitações estende o ciclo da cultura no campo, mas, por outro lado, ajuda a garantir bom potencial produtivo e qualidade de fibra. Esta é a expectativa de entidades e cotonicultores até o momento, com cerca de 26% da área colhida. “Acreditamos em recorde de produção nas lavouras da BR-163. Sapezal e Campo Novo do Parecis vão produzir muito bem, assim como o Sul do Estado, e Vale do Araguaia ficará dentro da média. No ano passado se falava em 235 arrobas por hectare em caroço, mas esse ano esperamos produtividade média de 300@/ha, com regiões passando disso. Será um dos melhores anos historicamente em MT”, indica o coordenador do Imamt.

    Desafios

    Apesar do otimismo trazido pela boa condição climática, doenças e pragas exigiram atenção dos produtores de algodão também nesta safra. O alto volume de chuvas até o mês de março e a frequência de precipitações até abril formou um ambiente de favorabilidade para a Mancha alvo (Corynespora cassiicola), principalmente, além de Mancha da ramulária (Ramulariopsis spp.) e Mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum).

    “Dos primeiros 50 dias até 110 dias, a pressão maior foi de Mancha alvo, causando severa desfolha das plantas e, em casos mais graves, levou ao abortamento das maçãs. Em seguida, a partir de 120 dias, com ambiente mais seco, a incidência dessa doença reduziu consideravelmente e a Ramulária ganhou importância”, destaca João Paulo Ascari, fitopatologista e pesquisador da Fundação MT.

    O especialista explica ainda que os problemas com Mofo-branco também ocorreram durante a fase reprodutiva da cultura, muito em função da maior umidade presente. No entanto, a maior incidência de estruturas com podridão foi em regiões mais altas, acima de 500 metros de altitude.

    Com relação às pragas, a incidência do Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) foi maior em lavouras do Sul de Mato Grosso, de acordo com o coordenador do Imamt. “Para um ou outro produtor causou problema de produção, mas quem realizou o manejo de controle de forma mais adequada, respeitando as recomendações preconizadas pela pesquisa, obteve sucesso”. Ele enfatiza que para a próxima safra a espécie precisa ser considerada como preocupação, mas “não que esteja fora de controle, é uma questão de manejo correto de produtos em algumas áreas”.

    Por outro lado, Ácaro-rajado (Tetranychus urticae), segundo Souza, está presente em todas as regiões e demanda atenção máxima para a prevenção da sua ocorrência e rotação de produtos disponíveis para controle. “Outra problemática que tem crescido no algodoeiro são as plantas daninhas, sendo o Capim-pé-de-galinha em todas as regiões, a Vassourinha-de-botão na BR-163 e o Caruru, além do Capim-pé-de-galinha, em Sapezal e Campo Novo do Parecis”, acrescenta.

    Bahia

    Para contribuir com o relato da safra de algodão na Bahia, onde foi semeado 312,6 mil hectares, e também um resumo da safra Brasil, estará presente no Encontro Técnico o engenheiro agrônomo e consultor Ezelino Carvalho, membro do Grupo Brasileiro de Consultores de Algodão – GBCA. Para ele, a atenção da próxima safra deverá ser com o El Niño e o que pode ser feito para minimizar os seus efeitos. “Pode alterar o regime de chuvas e sabemos que para as regiões Norte e Nordeste pode ser mais seco”, define.

    Se confirmada a presença do fenômeno, o consultor acredita que serão necessárias mais ações preventivas para o controle de lagartas comuns ao algodoeiro, ácaros e também de trípes (Thysanoptera: Thripidae). “É um problema difícil de controlar em anos mais secos, sendo necessárias mais aplicações”, completa.

    O consultor alerta, ainda, para a perda de eficiência de biotecnologias desenvolvidas para o controle de lagartas (Lepidópteras). “Foi motivo de atenção nessa safra e seguirá assim na próxima. De acordo com os dados de campo, esse é um problema que impacta diretamente na rentabilidade da lavoura – custo das tecnologias somada ao custo de inseticidas – e com o clima seco a intensidade de lagartas é maior e, consequentemente, o número de aplicações”, observa Carvalho.

    O evento

    A retrospectiva da safra também vai contar com os relatos dos grupos Biacon (Norte e Médio Norte), Locks (Oeste), WDF Agro (Sul) e Horita (Bahia). E também com a palestra “O clima e seus efeitos sobre o desenvolvimento da planta – safra 22/23”, com o pós-doutor em fisiologia do algodoeiro e coordenador do programa de pós-graduação em agronomia da Unoeste, Fábio Rafael Echer.

    Para se inscrever e participar do XV Encontro Técnico Algodão, de 28 a 30 de agosto, no hotel Gran Odara, em Cuiabá, acesse www.fundacaomt.com.br.

    Fundação MT: Criada em 1993, a instituição tem um importante papel no desenvolvimento da agricultura, servindo de suporte ao meio agrícola na missão de prover informação técnica, imparcial e confiável que oriente a tomada de decisão do produtor. A sede está situada em Rondonópolis-MT, contando com três laboratórios e casas de vegetação, seis Centros de Aprendizagem e Difusão (CAD) distribuídos pelo Estado nos municípios de Sapezal, Sorriso, Nova Mutum, Itiquira, Primavera do Leste com ponto de apoio em Campo Verde e Serra da Petrovina em Pedra Preta. Para mais informações acesse www.fundacaomt.com.br e baixe o aplicativo da instituição.

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  • Colheita de Algodão em Mato Grosso enfrenta desafios e ritmo lento

    Colheita de Algodão em Mato Grosso enfrenta desafios e ritmo lento

    Como especialista em agronegócio, trago um panorama sobre a colheita de algodão em Mato Grosso, uma das regiões mais relevantes para o setor no Brasil. Neste momento, a colheita enfrenta desafios que têm impactado seu ritmo, gerando preocupações para produtores e demais envolvidos na cadeia produtiva.

    A colheita do algodão é uma etapa crucial para os agricultores, mas, neste ano, está ocorrendo em um ritmo mais lento do que o esperado. Diversos fatores têm contribuído para essa situação, e é importante destacar os principais pontos que estão influenciando a safra.

    Um dos fatores que têm afetado a colheita é o clima. As condições climáticas, especialmente em um país de dimensões continentais como o Brasil, são sempre um fator crítico para a agricultura. Chuvas fora de época ou irregularidades no regime pluviométrico podem afetar o desenvolvimento das lavouras e dificultar a colheita, impactando negativamente o rendimento das culturas.

    Outro aspecto relevante são as questões logísticas. A infraestrutura de transporte e armazenamento é fundamental para garantir uma colheita eficiente e o escoamento adequado da produção. Em Mato Grosso, onde a produção de algodão é significativa, o desafio logístico é uma realidade conhecida, uma vez que as distâncias são grandes e a malha viária nem sempre está preparada para suportar o volume de cargas agrícolas.

    Além disso, a falta de mão de obra qualificada é outro ponto sensível enfrentado pelos produtores. A colheita do algodão é uma atividade que demanda mão de obra especializada, e a escassez de trabalhadores com o conhecimento técnico necessário pode impactar a eficiência das operações.

    No contexto atual do agronegócio brasileiro, em que a demanda por algodão é alta tanto no mercado interno quanto externo, é essencial que os desafios enfrentados na colheita sejam superados para garantir a competitividade do setor. O algodão brasileiro é reconhecido mundialmente pela sua qualidade, e é fundamental que sejam adotadas estratégias para otimizar a colheita e garantir a continuidade desse sucesso.

    Neste cenário, os produtores, empresas e autoridades do setor devem unir esforços para encontrar soluções que permitam superar os desafios e possibilitar um aumento no ritmo da colheita de algodão em Mato Grosso. A busca por tecnologias inovadoras, investimentos em infraestrutura e capacitação de mão de obra podem ser caminhos promissores para impulsionar a safra e fortalecer ainda mais a posição do Brasil como um dos principais players do mercado global de algodão.

  • Conab estima safra recorde de 317,6 milhões de toneladas em 2023

    Conab estima safra recorde de 317,6 milhões de toneladas em 2023

    A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou, nesta quinta-feira (13), em Brasília, que a previsão da safra brasileira de grãos 2022/23 será a maior já produzida no país: 317,6 milhões de toneladas.

    O volume representa crescimento de 16,5% ou 44,9 milhões de toneladas acima da safra 2021/22. Os dados constam do 10º Levantamento da Safra de Grãos 2022/2023.

    O desempenho decorre, principalmente, das lavouras de milho segunda safra e do crescimento da área semeada de trigo e representa um resultado 0,6% superior ao divulgado em junho último. A Conab disse, também, que o resultado favorável foi possível em razão das boas condições climáticas.

    “É com muita alegria por poder passar para o nosso país os números tão expressivos e positivos da previsão de safra 2022/20223. A previsão que divulgamos agora não só consolida números tão positivos de uma safra recorde que o nosso país terá, mas também está prevendo mais um aumento”, disse o presidente da Conab, Edegar Pretto.

    “A agricultura brasileira vem demonstrando sua força e potencial para alcançar números cada vez mais elevados, com investimentos constantes que permitem aumentos de produtividade”, acrescentou.

    Colheita

    Segundo boletim divulgado pela companhia, no fim de junho, as culturas de primeira safra – com exceção do milho – tinham a colheita encerrada. As de segunda safra já estão em processo inicial de colheita, com os estágios de enchimento de grãos e maturação.

    As de terceira safra, juntamente com as culturas de inverno, encontram-se em fase final de plantio para início de colheita. O volume final da colheita vai depender do comportamento climático.

    Para o milho, a previsão é que a safra fique em 127,8 milhões de toneladas, incluindo as três safras. O aumento é de 12,9% ou 14,6 milhões de toneladas acima da cultivada em 2021/22.

    O levantamento mostra, ainda, que a soja – o principal produto cultivado no país – deverá atingir uma produção recorde, estimada em 154,6 milhões de toneladas, o que representa expansão de 23,1% ou 29 milhões de toneladas acima da ocorrida no ciclo passado.

    “Outras culturas – algodão, feijão e sorgo – seguiram o movimento de alta e apresentaram percentuais de aumento na produção. Já o arroz e alguns cultivos de inverno – aveia, centeio e trigo – apontam para redução no volume produzido em comparação com a safra anterior”, informou a Conab.

    Expansão

    O levantamento aponta ainda uma estimativa de área plantada de 78,2 milhões de hectares, o que representa expansão de 4,9% com mais 3,7 milhões de hectares somados à semeada em 2021/22. Os maiores incrementos são observados na soja, com 2,6 milhões de hectares (6,2%), no milho, com 576 mil hectares (2,7%), e no trigo, com 343,4 mil hectares (11,1%).

    A estimativa é que o aumento da produção brasileira deve elevar o volume de exportações de milho em 2023 em razão da maior demanda internacional. A projeção é que 48 milhões de toneladas do cereal sairão do país. Para o estoque interno também há previsão de aumento de 27,6% ao fim deste ano safra, chegando a 10,3 milhões de toneladas.

    Com relação à soja, o boletim aponta que as exportações continuam estimadas em 95,64 milhões de toneladas, uma alta percentual de 21,5% comparada à safra anterior.

    “Neste levantamento, a Conab ajustou os números de esmagamentos da oleaginosa, de 52,29 milhões de toneladas para 52,82 milhões de toneladas, em decorrência do aumento na produção de biodiesel. Assim, os estoques finais antes estimados em 7,51 milhões de toneladas, passaram para 7,43 milhões de toneladas”, finalizou a companhia.

    Edição: Kleber Sampaio