Tag: alfabetização

  • Projeto Mais MT Muxirum inicia ano letivo com turmas de alfabetização em Lucas

    Projeto Mais MT Muxirum inicia ano letivo com turmas de alfabetização em Lucas

    “Estou bem feliz, eu quero findar este ano aprendendo a ler. É muito ruim quando você chega em um lugar e tem que ficar perguntado o que está escrito ali. Eu quero aprender para eu conseguir ler sozinha”, disse a dona Oriosdene Ferreira da Silva, de 63 anos, aluna do Projeto Mais MT Muxirum, em Lucas do Rio Verde.

    As turmas de alfabetização tiveram início nesta segunda-feira (05), em uma parceria entre a Prefeitura de Lucas do Rio Verde e o Governo do Estado de Mato Grosso, através do Projeto Muxirum, oferecendo oportunidade de aprender a ler e escrever para centenas de moradores do estado.

    É uma satisfação, é o quinto ano que o projeto acontece e conseguimos abranger mais pessoas. Começamos com uma turma e essa já é a segunda turma, e teremos ainda mais”, explicou o coordenador do Projeto Mais MT Muxirum em Lucas do Rio Verde, Manoel Neto.

    Além da Escola Érico Veríssimo, que oferta aulas no período vespertino, serão ofertadas aulas na Escola Estadual Marcio Schabatt Sousa, localizada no bairro Veneza, e na Escola Municipal Cecilia Meireles, que fica no bairro Tessele Junior, no período noturno.

    Os alunos estão animados em poder aprender a ler a escrever. Algumas delas, como a dona Jusana Luiza Ferreira Almeida, de 52 anos, que iniciou no projeto em 2024 e vai continuar os estudos esse ano. “Eu morava na fazenda e era muito difícil estudar, depois vieram os filhos e só no ano passado que veio a oportunidade de voltar a estudar. Estou adorando”, disse a aluna.

    Para os interessados em se matricular, basta procurar uma das unidades que ofertam as aulas ou com o coordenador do Programa Mais MT Muxirum, Manoel Neto, pelo fone (65) 99800 0183 ou a Assessoria Pedagógica, com a Carlise pelo fone (65) 3548 2597.

  • Matrículas do Programa Mais MT Muxirum estão abertas em Lucas do Rio Verde

    Matrículas do Programa Mais MT Muxirum estão abertas em Lucas do Rio Verde

    Desenvolvido por meio de uma colaboração entre Governo do Estado de Mato Grosso e Prefeitura de Lucas do Rio Verde, o Programa Mais MT Muxirum está com matrículas abertas para novas turmas de alfabetização no município. O Programa atenderá pessoas com idade acima dos 15 anos, que ainda não tiveram acesso ou oportunidade de aprender a ler e escrever.

    O período de matrículas será nos dias 22 e 23 de abril, no horário das 7 às 11 horas e das 13 às 17 horas. É necessário apresentar os seguintes documentos: Rg e CPF, comprovante de residência e título de eleitor (se tiver).

    Em Lucas do Rio Verde, essa será a 5ª edição do Programa, e os interessados devem procurar o Centro de Formação, localizado na Avenida Espírito Santo nº 469 S, no Bairro Jardim das Palmeiras, ou a Escola Municipal Cecilia Meireles, localizada na Rua Amazonita, nº 1026, Bairro Tessele Junior.

    As aulas acontecerão nas seguintes unidades escolas: Cecília Meirelles, Marcio Schabat e Manoel de Barros, no período noturno. Também haverá a disponibilidade de turmas na Escola Érico Veríssimo, no período vespertino. As aulas acontecerão três vezes por semana.

    Maiores informações entrar em contato com o Coordenador do Programa Manoel pelo fone (65) 99800 0183 ou Assessora Pedagógica Carlise pelo fone (65) 3548 2597.

  • Alfabetização em massa: Mato Grosso mobiliza 142 municípios para alfabetizar 17 mil jovens e adultos em 2025

    Alfabetização em massa: Mato Grosso mobiliza 142 municípios para alfabetizar 17 mil jovens e adultos em 2025

    A partir de 5 de maio, terá início uma nova etapa do programa de alfabetização desenvolvido pelo governo de Mato Grosso. Com adesão dos 142 municípios do estado, a iniciativa tem como meta alfabetizar mais de 17 mil pessoas com idade a partir de 15 anos que ainda não aprenderam a ler e escrever.

    A ação, que integra a Política de Educação de Jovens e Adultos (EJA), recebe investimento de R$ 16,4 milhões e faz parte do Plano Educação 10 Anos. Ao longo de oito meses de curso, 159 coordenadores locais e 1.427 alfabetizadores atuarão nas aulas, recebendo bolsas mensais de R$ 1 mil e R$ 1.300, respectivamente.

    Com metodologia adaptada, o programa permite a realização das atividades em centros comunitários, igrejas e escolas, conforme definição da Diretoria Regional de Educação em 13 polos estaduais. As turmas são compostas por no máximo 12 alunos, com carga horária semanal de 12 horas, somando 384 horas anuais.

    Desde o lançamento, em 2021, mais de 62 mil pessoas já foram alfabetizadas. A meta é atingir 79 mil até o fim de 2025. A expectativa é de que, com a ampliação do programa, o índice de analfabetismo no estado seja reduzido para menos de 4% até o fim do próximo ano.

  • Taxa de alfabetização era de 49,3% no Brasil em 2023, diz Inep

    Taxa de alfabetização era de 49,3% no Brasil em 2023, diz Inep

    O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou na quinta-feira (3) os primeiros dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) coletados em 2023, que apontam que 49,3% das crianças no 2º ano do ensino fundamental (EF) estavam alfabetizadas no Brasil naquele ano.

    Em nota técnica, o Inep comparou o resultado do Saeb 2023 ao Indicador Criança Alfabetizada, definido como padrão pelo Inep, a partir de 2023, e adotado nacionalmente. Pelo indicador, em 2021, 56,4% dos estudantes da mesma fase de ensino, o 2º ano do ensino fundamental, não estavam alfabetizados.

    “O resultado do Saeb [2023] confirma tendência de aumento no nível de alfabetização detectado pelo Indicador Criança Alfabetizada, obtido por meio das avaliações estaduais censitárias, com resultados padronizados na escala do Saeb”, diz a nota do Inep.

    Na sede do Inep, em Brasília (DF), o presidente do Inep, Manuel Palacios, comentou que os índices produzidos em parceria com os estados, estão em “uma lógica ascendente”.

    “Acho que é claro que é uma tendência de elevação. Acho que 2024 vai comprovar essa tendência de elevação dos resultados da alfabetização”.

    Se comparado ao Saeb de 2019, o Saeb 2023 revela que o país não voltou ao patamar anterior à pandemia de covid-19, quando tinha 60,3% das crianças alfabetizadas. Porém, o presidente do Inep explica que os dados não podem ser comparados, porque os levantamentos tiveram públicos de diferentes tamanhos nos anos das últimas edições do Saeb.

    “Em 2023, aproximadamente 18 mil estudantes foram avaliados na rede pública pelo Saeb amostral do 2º ano, de um total de 29 mil estudantes. Em 2019, a amostra totalizava 84 mil estudantes, tendo sido reduzida em 2021”.

    Os dados do Saeb 2023, chamados de chamados de microdados pelo Inep, são iniciais e estão na fase de finalização de consolidação de informações e análises técnicas.

    Atraso na divulgação

    Os resultados do Saesb 2023 estavam previstos para serem divulgados a partir de agosto de 2024.

    Em meio a críticas de servidores da autarquia, por meio de carta aberta, e questionamentos da imprensa sobre o atraso na divulgação dos dados educacionais, o presidente do Inep confirmou que a divulgação foi determinada pelo ministro da Educação, Camilo Santana.

    “Estamos publicando hoje [quinta-feira] para atender uma demanda que é geral e pela determinação do ministro”, disse o presidente, que ponderou que o levantamento ainda carece de estudos.

    Na nota divulgada durante a coletiva, o Inep reafirmou o “compromisso com a transparência na divulgação dos dados educacionais”.

    O instituto apontou, no texto, que uma das razões para a não divulgação dos dados do Saeb até o momento é o processo de definição dos padrões de desempenho dos estudantes nas áreas do conhecimento avaliadas na educação básica: no 2º ano, 5º ano e 9º ano do EF.

    E justamente sobre os padrões de desempenho dos estudantes avaliados, o presidente do Inep afirmou que, até o fim 2023, o Inep não tinha definido o desempenho nacional desejável, em especial, em língua portuguesa e matemática, nas etapas do ensino básico avaliadas.

    Manuel Palacios esclareceu que a atual gestão tem debatido com consultores, professores e gestores em viagens por diversos estados e, em reuniões em Brasília, os padrões nacionais a serem adotados.

    Em 16 de abril, em Fortaleza, o Inep deve apresentar a primeira versão dos novos padrões de desempenho do Saeb às redes estaduais e municipais da região Nordeste. Outros quatro encontros regionais ainda serão agendados pelo Inep.

    “O Saeb sempre ofereceu os resultados da avaliação do ensino fundamental e do ensino médio no país, mas, sem trazer critérios do que é o desejado; o que se quer que um estudante saiba de matemática ou de língua portuguesa ao final do 5º ano. Tinham a interpretação da escala, mas nunca teve a definição do que o país tem que alcançar e o que as crianças precisavam alcançar no padrão adequado [de desempenho].”

    Adicionalmente, a pasta relatou que divulga regularmente informações qualificadas e confiáveis de avaliações educacionais. “O Inep já divulgou, em agosto de 2024, os resultados do Saeb 2023 no âmbito do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com dados detalhados para o ensino fundamental regular (5º e 9º anos) e o ensino médio regular (3º ano). Além disso, no início de 2025, foram disponibilizados os microdados do Saeb 2023 para essas etapas de ensino”, relembrou.

    Avaliação por amostras

    O Inep explicou que a avaliação do Saeb 2023 foi realizada por amostra da alfabetização do 2º ano do ensino fundamental 1 em todas as 27 unidades da federação, com apoio técnico do órgão federal. Esta avaliação feita pelos estados e pelo Distrito Federal contou com a participação das redes públicas e privadas de ensino das unidades da federação. E, por este motivo, os microdados apresentados “não têm boa precisão das estimativas de alfabetização pelos estados”.

    O Inep aguarda a entrega de todos os dados pelos estados e explicou que o Saeb 2023 está na fase de finalização de estudos “para análise dos resultados e aprimoramentos dos procedimentos de avaliação”. A instituição prevê a divulgação digital dos resultados consolidados até maio de 2025, a depender da entrega dos dados e dos relatórios técnicos elaborados por especialistas.

    Margem de erro

    A margem de erro do levantamento nacional que aponta que 49,3% das crianças do 2º ano do ensino fundamental estavam alfabetizadas no Brasil em 2023 é de 2,8%.

    No entanto, os microdados estaduais revelaram variações significativas nas estimativas sobre a alfabetização dos alunos, com diferenças consideráveis nas margens de erro. A Bahia, por exemplo, tem a maior margem de erro, de 21,5 pontos percentuais, para a amostra de 515 estudantes do 2º ano do ensino fundamental. Na outra ponta, Tocantins teve a menor margem de erro, de 4,5 pontos percentuais, na avaliação de 727 alunos da mesma série.

    Para o chefe do Inep, as discrepâncias nas margens de erro não devem servir de comparação de resultados da alfabetização das crianças nos diferentes estados.

    “O objetivo do Inep, ao realizar a avaliação amostral, é fazer estudos analíticos, e não realizar comparações entre resultados,” explica a nota técnica do Inep.

    Desafios da educação

    O Saeb é aplicado a cada dois anos, por meio de testes e questionários, em larga escala e em todo o país. Na rede pública de ensino, nos níveis estadual e municipal, o Saeb é obrigatório e, na rede privada, facultativo. Nesta última, os dados são coletados de uma parte dos estudantes.

    O estudo permite que as escolas e as redes municipais e estaduais de ensino e o governo federal avaliem a qualidade da educação ofertada aos estudantes. A avaliação fornece informações para a elaboração, o monitoramento e o aprimoramento de políticas educacionais pelo poder público, como o Ministério da Educação (MEC) para melhorar o desenvolvimento educacional dos estudantes.

    Em entrevista coletiva, o gestor da autarquia, Manuel Palacios, compreende que aumentar os níveis de alfabetização na idade certa é um problema a ser enfrentado no país. “Toda melhoria no desempenho dos estudantes da educação básica é incremental. você não tem uma grande alteração de um ano para o outro”. Palacios aponta que esta fase da vida escolar deve ser foco de políticas públicas. “A alfabetização pode e deve ter mais velocidade de alcançar resultados positivos, porque ela se concentra em um período relativamente limitado da escolarização e pode ser objeto de ações governamentais de eficácia mais significativa”.

    Dados

    Os primeiros resultados do Saeb 2023 divulgados nesta quinta-feira e as informações da aplicação dos questionários podem ser lidos no site do Inep

    Os dados foram agrupados conforme a série avaliada. Dessa forma, as bases de dados dos alunos são apresentadas separadamente: 2º ano do EF, 5º ano do EF; 9º ano do EF; e 3ª e 4ª séries do ensino médio incluindo dados de respostas e resultados dos testes de língua portuguesa, de matemática, de ciências humanas e de ciências da natureza.

  • Formação para novas tecnologias passará a fazer parte da EJA

    Formação para novas tecnologias passará a fazer parte da EJA

    Habilidades como enviar mensagens de texto em redes sociais, identificar golpes e informações falsas online, usar aplicativos bancários e até mesmo fazer perfis em apps de namoro deverão fazer parte da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil. Neste mês, começou em todo o país a formação voltada para os alfabetizadores da EJA e a educação midiática está entre os tópicos abordados.

    “A gente defende que essas tecnologias possam ser exploradas de uma forma crítica, para que esse sujeito seja um utilizador delas. Não que ele tenha a tecnologia como a solucionadora de todos os problemas, mas que ele compreenda essa tecnologia como algo que pode auxiliar, que pode facilitar a vida dele”, diz a professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Daniele Dias.

    Dias coordena o Programa de Formação de Alfabetizadores e Docentes dos Anos Iniciais do ensino fundamental, desenvolvido pela UFPB em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e com a Cátedra Unesco de EJA. Trata-se da primeira formação ampla de âmbito nacional ofertada aos alfabetizadores da EJA. O curso é voltado para 1,3 mil formadores regionais, que, por sua vez, são responsáveis por repassar os conhecimentos para as redes de ensino até chegar a coordenadores e professores, que levarão os conteúdos para as salas de aula. A formação, que é online, começou este mês e segue até 2026.

    O programa faz parte do Pacto pela Superação do Analfabetismo e Qualificação na Educação de Jovens e Adultos, o Pacto EJA, lançado no ano passado pelo governo federal como uma iniciativa inédita para dar ênfase e visibilidade à educação voltada para jovens, adultos e idosos.

    O foco dessa formação é capacitar as redes de ensino para que se possa garantir a alfabetização de jovens, adultos e idosos que não tiveram a oportunidade, quando crianças, de aprender a ler, escrever e fazer contas simples. No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 11,4 milhões de pessoas com 15 anos ou mais de idade, não sabem ler e escrever sequer um bilhete simples.

    “Essas pessoas precisam que alguém faça o Tinder [aplicativo de namoro] delas. Ou seja, o analfabetismo, tem um impacto inclusive sobre a vida afetiva. Percebe que você está entrando em outra dimensão da cidadania? Essas pessoas não escrevem e não leem no WhatsApp, elas só mandam áudios. Essas pessoas precisam inventar alguma estratégia para pegar o ônibus, dizer que elas não estão enxergando bem, porque elas não querem expor esse analfabetismo. Então, tem a ver com a cidadania, não é?”, defende Dias.

    Além disso, aprender a usar as novas tecnologias também evita golpes e outros crimes. “São essas mesmas pessoas que, muitas vezes, caem em golpes na internet. Tantas pessoas têm seus dados roubados, por exemplo. Elas precisam receber orientações, precisam ser educadas para usar esse espaço e compreender também que esse espaço virtual tem questões que precisam ser analisadas antes de ser reproduzidas”, diz Dias.

    Valorizar a história dos estudantes

    A formalização de uma educação voltada para adultos no Brasil começou nos anos 1940, diante da demanda por alfabetização e formação daqueles que não haviam concluído os estudos na idade esperada.

    A EJA é dividida em duas etapas: ensino fundamental, que inclui do 1º ao 9º ano e é cursado em pelo menos dois anos no caso dos jovens e adultos, e o ensino médio, que é cursado em 1 ano e 6 meses. Podem se matricular no ensino fundamental da EJA estudantes com idade mínima de 15 anos e, no médio, estudantes com 18 anos ou mais.

    Um dos maiores desafios da EJA, de acordo com Dias, é conseguir manter os estudantes nas escolas para que concluam os estudos. Para se ter ideia, no Brasil, segundo o IBGE, pouco menos da metade (46,8%) da população com 25 anos de idade ou mais não concluiu o ensino médio.

    Apesar dessa urgência, a EJA é uma etapa da educação que, em época recente, perdeu alunos e investimentos. Em 2019, a etapa contava com 3,2 milhões de estudantes, número que caiu para 2,5 milhões em 2023. Já o investimento, que chegou a R$ 1,4 bilhão em 2012, caiu para R$ 5,4 milhões em 2021. Em 2022, o número voltou a subir, para R$ 38,9 milhões, mas ainda é aquém do patamar de 10 anos atrás. Os dados são do dossiê Em busca de saídas para a crise das políticas públicas de EJA, do Movimento Educação pela Base.

    Ensinar jovens, adultos e idosos a ler e escrever é diferente de alfabetizar crianças, de acordo com a professora, e é isso que o curso de formação pretende mostrar.

    “Na maior parte das vezes, [esse estudante] não fica na escola. Para ele, não é um espaço onde ele se sinta abraçado. Algumas vezes, o formador, o professor que atua com ele, não tem a percepção das suas necessidades. [O formador] Trabalha de forma infantilizada, trabalha sem considerar, inclusive, a peculiaridade do adulto ou do idoso. Então, o aluno sai da escola”, diz Dias.

    Para mudar esse cenário, o curso aborda uma perspectiva defendida pelo educador e filósofo Paulo Freire, de valorizar os conhecimentos que os estudantes já possuem: “Uma concepção de alfabetização em que a gente entenda que esse sujeito já traz conhecimentos com ele. Ele tem conhecimentos prévios que precisam ser valorizados, mas, sobretudo, ele precisa também ser reconhecido enquanto agente transformador da sua própria realidade, a partir da leitura que ele tem”, diz a coordenadora.

    Quem são os professores da EJA?

    O auxiliar técnico pedagógico da Secretaria Municipal de Educação de Ourinhos (SP) Marco Antonio de Souza é um dos que tem participado dos encontros como formador regional. Ele conta que, muitas vezes, quem atua na EJA não conta com formação específica.

    “A maioria das prefeituras não tem esse professor da EJA, como tem o professor da educação infantil ou o professor do ensino fundamental. As redes quase sempre oferecem aos professores dar aulas na EJA como carga suplementar, como algo para complementar a sua renda ou para complementar a sua jornada”, diz.

    Falta, então, formação a esses profissionais. Segundo Souza, uma das maiores dificuldade relatadas é justamente dar aulas para um público diverso.

    “Às vezes, em uma turma, você tem jovem, você tem adulto e você tem idoso. E essa convivência de jovem, adulto e idoso não é uma coisa fácil. Tem pessoas com deficiência, tem pessoas LGBTQIA+, tem mulheres negras que estão no mercado de trabalho, tem trabalhadores que estão na informalidade. O público da EJA é hoje muito variado”.

    Ele diz que o município já oferecia, por conta própria, uma formação a esses professores. A cada 15 dias, os docentes cursavam uma hora. É esse espaço que hoje está sendo preenchido pela formação nacional. Segundo Souza, o município pretende levar ao Conselho Municipal de Educação uma proposta para que o curso seja considerado um curso de atualização para os docentes. Além disso, no longo prazo, a intenção é que se torne uma formação obrigatória para quem quer atuar na EJA.

    Em Teixeira, na Paraíba, a formadora local Luzia Nadja Carneiro, que também participa dos encontros, diz que na escola onde atua, a Escola Maria das Graças Vasconcelos Guedes, a formação é repassada aos docentes nos finais de semana, para não prejudicar as aulas dos estudantes.

    “Eu digo que é um momento histórico na educação brasileira essa questão de voltar o olhar para a educação de jovens, adultos e idosos, que era um segmento que era tido como um que só dava despesas aos municípios. Hoje, a gente tem essa oportunidade de trabalhar bem os professores a partir dessas formações. Com o professor qualificado, toda a equipe se qualifica junto”, diz.

    Carneiro, que já foi professora do ensino regular antes de atuar na EJA, diz que se apaixonou pela etapa de jovens, adultos e idosos.

    “Eu sou de uma cidade pequena. Aqui, a gente tem a oportunidade de conversar com esses alunos e conhecer um pouco da vida desses alunos, e a gente vê que eles chegam a dizer que antes do no início dos estudos, eles eram cegos. Viam as frases e textos, mas não sabiam absolutamente nada. E, com o estudo, eles passam a ver o mundo de outra forma. É o conhecimento, ele transforma”, diz.

    Formação inédita

    Segundo a secretária da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, Zara Figueiredo, todos os estados, o Distrito Federal e 91% dos municípios já aderiram ao Pacto EJA. As adesões ainda estão abertas.

    Nesta semana, o MEC deverá publicar, de acordo com a secretária, uma portaria instituindo um grupo técnico que terá três meses para definir as metas e os indicadores que serão levados em consideração no monitoramento do Pacto EJA. “Esses indicadores são mais demorados, por que precisam de uma modulação. O Ministério do Planejamento e a CGU [Controladoria-Geral da União] estão nesse GT. São indicadores que inclusive têm impacto em financiamento e auditorias”, explica.

    Além disso, de acordo com Figueiredo, a pasta encomendou um estudo sobre os impactos econômicos para o país da alfabetização e educação de jovens, adultos e idosos, que deverá ser divulgado neste semestre.

    “A alfabetização, do ponto de vista da cidadania, do ponto de vista da economia, do ponto de vista da democracia, é absolutamente necessária, insubstituível e inegociável”, diz. “Você pode colocar a automação que você quiser na sua fábrica, você pode ter as parcerias que você tiver, mas se você não cuidar da alfabetização das pessoas, isso não tem o retorno econômico que você prevê”.

  • Sinop conquista SELO OURO de alfabetização em premiação nacional

    Sinop conquista SELO OURO de alfabetização em premiação nacional

    A educação municipal de Sinop, conquistou em Brasília (DF), o Selo Nacional Compromisso com a Alfabetização MEC 2024 (Selo Ouro), no compromisso com a alfabetização em 2024. A premiação reconhece o trabalho de secretarias de educação na alfabetização das crianças brasileiras, destacando os avanços obtidos ao longo do ano e é concedido pelo Governo Federal por meio do Ministério da Educação.

    O evento contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Educação, Camilo Santana, que entregaram, juntos, a honraria para 2.592 municípios, os certificando com “Selo Ouro”, como também para os 26 estados da Federação, contemplados em categorias como ouro, prata e, também, bronze.

    A secretária de Educação de Sinop, Salete Rodrigues, destacou que a conquista do Selo Ouro é o reflexo de um excelente trabalho que toda a rede vem desenvolvendo. “Isso significa que nós desenvolvemos todas as ações necessárias para a alfabetização das nossas crianças. Quero aproveitar para agradecer todos nós, professores, gestores, equipe da Secretaria de Educação e, em especial, ao nosso prefeito Roberto Dorner, que tem investido muito na educação de Sinop, nos permitindo um trabalho contínui, como esse. Foi essa continuidade que nos permitiu alcançar tal reconhecimento em nível nacional”, frisou.

    Instituído pelo Decreto Presidencial nº 12.191/2024, o selo foi lançado em setembro do ano passado e integra o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA), uma iniciativa do MEC, que busca reconhecer e valorizar os esforços de municípios brasileiros na garantia da alfabetização. Entre 4.578 municípios participantes, Sinop se destacou, alcançando 89 de pontuação e, garantindo, assim, a categoria mais alta: Ouro.

    Para o prefeito Roberto Dorner, a certificação é um reflexo do compromisso da gestão com a educação dos nossos mais de 23 mil alunos da rede municipal de ensino e, também, da dedicação das equipes da Secretaria Municipal de Educação, das equipes gestoras das escolas e de todos os professores da rede pública. “Essa conquista é motivo de orgulho para todos nós, pois nosso compromisso sempre será com a melhor educação possível aos nossos alunos. Continuaremos investindo no que temos de mais valioso: o futuro das nossas crianças.” destacou.

    Sobre o Selo

    O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA) busca garantir a alfabetização de todas as crianças brasileiras até o final do segundo ano do ensino fundamental e recuperar as aprendizagens dos anos iniciais impactadas pela pandemia. Os princípios do programa envolvem a promoção da equidade educacional, considerando diferentes contextos sociais e regionais, além de fomentar a colaboração entre estados e municípios.
    O Selo é dividido em três categorias: bronze, prata e ouro. Entre os objetivos do selo, está incentivar a adoção de políticas, programas, estratégias e práticas de gestão pública da educação comprometidos com o cumprimento das metas de alfabetização e de redução de desigualdades estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE) e no CNCA.
    O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada é realizado em regime de colaboração entre a União e os entes federados. O intuito é garantir que 100% das crianças brasileiras estejam alfabetizadas ao final do 2º ano do ensino fundamental, conforme previsto na Meta 5 do PNE. O CNCA busca, ainda, assegurar a recomposição das aprendizagens. Seu foco é a alfabetização de 100% das crianças matriculadas no 3º, 4º e 5º ano, tendo em vista o impacto da pandemia para esse público.

  • Alfabetização transforma vidas em comunidade rural de Santo Antônio de Leverger, Mato Grosso

    Alfabetização transforma vidas em comunidade rural de Santo Antônio de Leverger, Mato Grosso

    Moradores da comunidade Agrovila das Palmeiras, localizada na região da Serra de São Vicente, em Santo Antônio do Leverger, Mato Grosso, têm acesso à alfabetização por meio do Programa Mais MT Muxirum.

    O programa, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), oferece 270 horas de aulas ao longo de seis meses, com o objetivo de atender jovens e adultos que abandonaram os estudos na infância. A carga horária mínima semanal é de 10 horas.

    Impacto na vida dos moradores

    Para muitos alunos, como Lourdes da Silva, de 60 anos, a iniciativa representa a primeira oportunidade de contato com a escola. “Agora sei escrever meu nome e contar dinheiro”, comentou emocionada.

    Alfabetizadoras locais, como Rosineide da Silva, destacam a gratificação de ensinar. Segundo ela, o trabalho também fortalece os laços na comunidade, pois muitos já se conhecem e se apoiam mutuamente.

    Idosos de comunidade rural de Santo Antônio de Leverger aprendem a ler e escrever com o Programa Mais MT Muxirum

    Mais MT Muxirum em números

    Desde 2021, o programa alfabetizou 70 mil pessoas em Mato Grosso. Em 2024, mais de 18 mil participantes foram inscritos em 142 municípios. Para 2025, o investimento total é de R$ 16,4 milhões.

    Com histórias como a de Joana Darker de Assis, de 61 anos, que agora sonha em concluir o ensino médio, o Mais MT Muxirum reafirma seu impacto positivo na vida das pessoas e na redução do analfabetismo no estado.

    Fonte: Seduc-MT

  • Seduc investe R$ 16 milhões em 2025 para reduzir analfabetismo em Mato Grosso

    Seduc investe R$ 16 milhões em 2025 para reduzir analfabetismo em Mato Grosso

    A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) destina R$ 16,4 milhões ao Projeto MT Mais Muxirum em 2025, buscando alfabetizar 17.436 pessoas acima de 15 anos. Desde 2021, mais de 70 mil pessoas já foram alfabetizadas pelo programa.

    Redução do analfabetismo e metas ambiciosas

    Com uma redução gradual nos inscritos, a meta da Seduc é alcançar menos de 4% de analfabetismo no Estado até o final de 2025, um patamar alinhado com as recomendações da Unesco. A iniciativa está vinculada à Meta 9 do Plano Estadual de Educação, formalizada pela Lei Nº 11.422.

    Além disso, um investimento adicional de R$ 2 milhões em 2024 permitiu reajustes salariais para alfabetizadores e coordenadores, beneficiando diretamente 1.500 professores e 150 coordenadores. Os alfabetizadores passaram a receber R$ 1.000, enquanto os coordenadores recebem R$ 1.300.

    Impacto social e continuidade do programa

    O secretário de Educação, Alan Porto, enfatiza a importância de valorizar os alfabetizadores e promover uma educação inclusiva. As aulas, realizadas em centros comunitários, igrejas e escolas, contam com turmas reduzidas e carga horária de 384 horas anuais.

    Com a expansão planejada para 2025, espera-se fortalecer a autonomia e o desenvolvimento social em Mato Grosso, consolidando a educação como um pilar para o futuro.

    As ações do programa também integram o Plano EducAção 10 Anos, que busca posicionar a rede estadual de ensino entre as melhores do Brasil até 2032.

  • Gestão educacional de Mato Grosso é destaque nacional, diz ex-ministro

    Gestão educacional de Mato Grosso é destaque nacional, diz ex-ministro

    O ex-ministro da Educação e diretor de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais (DGPE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), José Henrique Paim Fernandes, afirmou que o Governo de Mato Grosso é vanguarda e referência na gestão da educação pública para o Brasil.

    A afirmação foi feita durante a apresentação dos resultados do Indicador do Processo de Ensino e Aprendizagem (Ipea/MT), que apontou avanços na educação e alfabetização dos alunos mato-grossenses neste ano de 2024.

    “Mato Grosso está muito à frente não só dos estados brasileiros em gestão da educação para a aprendizagem, mas por agregar tecnologia de ponta nesse processo”, afirmou José Paim.

    No final de 2021, o Governo de Mato Grosso, por meio da Seduc, assinou um contrato com a FGV para fornecimento de material didático, disponibilização de plataformas digitais para alunos e a oferta de formação de professores com o objetivo de melhorar os indicadores educacionais. O Estado investiu ainda na oferta de chromebooks, notebooks e Smart Tvs para alunos e professores.

    José Paim avaliou que a gestão da educação mato-grossense, nesses últimos anos, é “muito firme e eficiente” e “vem trazendo resultados importantes para o Brasil”.

    O ex-ministro destacou também o sistema de avaliação de estudante por estudante, de cada escola da Rede Estadual, o que permite recuperar as habilidades dos alunos com dificuldades em língua portuguesa e matemática e colocá-lo na rota correta para concluir o ensino no tempo certo.

    “Com esse modelo de gestão, reduzimos desigualdades e permitimos que cada aluno da escola pública tenha a oportunidade de ter um ensino de qualidade, independentemente da condição social dele. Isso é fundamental para o sistema educacional público, e os resultados do Estado demonstram a consistência com essa gestão. Mato Grosso está na vanguarda não só no Brasil, mas também do que está acontecendo em discussão educacional de acompanhamento de estudantes em sala de aula”, concluiu.

    Fonte: Secom-MT

  • Mato Grosso é o terceiro estado que mais avançou na alfabetização de crianças em 2023

    Mato Grosso é o terceiro estado que mais avançou na alfabetização de crianças em 2023

    Mato Grosso registrou um dos maiores avanços no Índice de Crianças Alfabetizadas na Idade Certa em 2023, ocupando a terceira posição no ranking nacional de estados que mais progrediram no processo de alfabetização. O estado saltou de 22% de crianças alfabetizadas na idade certa em 2021 para 55% em 2023, superando a meta de 52% estipulada pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT).

    Os dados foram divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) em uma reunião realizada em Brasília, em maio deste ano, e mostram que Mato Grosso subiu da 20ª para a 11ª posição no cenário nacional, destacando-se como um exemplo de sucesso na educação básica.

    O programa Alfabetiza MT, lançado em 2021, desempenhou um papel fundamental no avanço da alfabetização em Mato Grosso, especialmente no cenário pós-pandemia. Em 2022, o programa já havia sido implementado em todos os municípios do estado, alcançando mais de 25 mil gestores e professores da educação infantil e de alfabetização com formações específicas.

    Além disso, mais de 233 mil estudantes e professores do 1º e 2º anos receberam material didático complementar, contribuindo para melhorar os índices de alfabetização. O programa também inclui a criação de metodologias e materiais didáticos, fortalecendo a alfabetização em sala de aula.