Tag: AIDS

  • UFMT adere ao Dezembro Vermelho e alerta sobre a crescente incidência de HIV e Aids em Mato Grosso

    UFMT adere ao Dezembro Vermelho e alerta sobre a crescente incidência de HIV e Aids em Mato Grosso

    A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) está engajada na campanha Dezembro Vermelho, mês dedicado à conscientização, prevenção e luta contra o HIV e a Aids, além de combater o preconceito e promover a inclusão das pessoas que convivem com o vírus. Para simbolizar esse compromisso, o prédio da reitoria da UFMT ficará iluminado em vermelho durante todo o mês, reforçando a necessidade de prevenção e de acolhimento àqueles que enfrentam essa realidade.

    Dados do Ministério da Saúde, divulgados no Boletim Epidemiológico de 2023, revelam um aumento de 4,5% nos casos de HIV em comparação com 2022. Embora o crescimento esteja relacionado ao aumento da capacidade de diagnóstico e ao fato de muitas pessoas terem realizado testes pela primeira vez, a taxa de mortalidade por Aids atingiu 3,9 óbitos por 100 mil habitantes – o menor índice registrado desde 2013. Isso demonstra os avanços no tratamento e no monitoramento da doença no Brasil, mas também evidencia que o vírus ainda é um desafio de saúde pública.

    Mato Grosso e o impacto da Aids no estado

    O cenário em Mato Grosso merece atenção especial. O estado figura entre os dez com as maiores taxas de detecção de Aids no país, com 23,3 casos por 100 mil habitantes. No ranking nacional, Mato Grosso ocupa a 9ª posição, mostrando a necessidade urgente de políticas públicas direcionadas ao combate da doença e à promoção da prevenção.

    Além disso, o município de Sorriso se destacou negativamente ao ocupar a 14ª posição no ranking dos 100 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes que apresentam os maiores índices compostos, considerando taxa de detecção de Aids, mortalidade e incidência em crianças menores de 5 anos, entre 2019 e 2023. Entre as capitais brasileiras, Cuiabá também ocupa o 14º lugar, reforçando a relevância de intensificar as estratégias locais de combate à Aids.

    A PrEP como estratégia eficaz de prevenção

    Uma das principais iniciativas no combate ao HIV e à Aids no país é a oferta da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que vem sendo ampliada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A PrEP é um medicamento antirretroviral oferecido gratuitamente, indicado para pessoas com maior risco de infecção pelo HIV, e representa uma das estratégias mais eficazes na prevenção do vírus.

    Em 2024, o Brasil alcançou a marca de 109 mil usuários de PrEP, mais que o dobro do registrado em 2022, quando o número de usuários era de 50,7 mil. Esse avanço demonstra o compromisso do governo federal em ampliar o acesso a insumos preventivos, como testes rápidos, preservativos e a própria PrEP, visando conter a disseminação do vírus.

    A expansão da oferta da PrEP é considerada essencial pelo Ministério da Saúde, que pretende eliminar a Aids como problema de saúde pública até 2030. Para isso, o fortalecimento da atenção primária, o aumento do diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento são cruciais.

    Dezembro Vermelho: união contra o preconceito e pela saúde pública

    O Dezembro Vermelho vai além da prevenção e do tratamento. A campanha também atua no combate ao preconceito e na promoção da inclusão das pessoas que vivem com HIV/Aids. A iluminação do prédio da reitoria da UFMT em vermelho simboliza essa luta por visibilidade, respeito e acolhimento.

    A participação ativa da UFMT em campanhas como o Dezembro Vermelho demonstra o papel fundamental da instituição na sensibilização da sociedade para a importância de prevenir o HIV, combater o estigma e promover o diagnóstico precoce. Em um cenário em que os índices de detecção ainda são alarmantes, especialmente em Mato Grosso, iniciativas como essa são essenciais para reverter o quadro e garantir mais qualidade de vida às pessoas que convivem com o vírus.

    Com esforços contínuos e ações integradas entre governos, universidades e sociedade, é possível reduzir os índices de Aids, ampliar o acesso à informação e fortalecer o SUS como referência no combate à epidemia do HIV.

  • Aids: Brasil tem alta de casos, mas menor mortalidade desde 2013

    Aids: Brasil tem alta de casos, mas menor mortalidade desde 2013

    Em 2023, o Brasil registrou aumento de 4,5% no número de casos de HIV em comparação a 2022. No entanto, no mesmo período, a taxa de mortalidade caiu para 3,9 óbitos, a menor dos últimos dez anos, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Ministério da Saúde.

    No total, foram registrados 38 mil casos da doença no ano passado. A Região Norte teve a maior taxa de detecção (26%), seguida pela Região Sul, 25%. A maioria dos casos foi registrada entre homens (cerca de 27 mil). Quanto à faixa etária, os casos ocorrem entre pessoas de 25 a 29 anos de idade.

    As mortes por aids chegaram a 10.338 em 2023, o menor registro desde 2013.

    Segundo o Ministério da Saúde, a elevação de casos está relacionada à ampliação da oferta da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).

    “Uma vez que para iniciar a profilaxia, é necessário fazer o teste. Com isso, mais pessoas com infecção pelo HIV foram detectadas e incluídas imediatamente em terapia antirretroviral. O desafio agora é revincular as pessoas que interromperam o tratamento ou foram abandonadas, muitas delas no último governo, bem como disponibilizar o tratamento para todas as pessoas recém diagnosticadas para que tenham melhor qualidade de vida”, diz nota da pasta.

    Neste ano, o Brasil alcançou 109 mil usuários com tratamento PrEP, ante 50,7 mil em 2022. A profilaxia é distribuída, de forma gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo uma das principais estratégias para prevenir a infecção pelo HIV.

    O aumento dos diagnósticos fez o Brasil alcançar mais uma etapa para eliminar a aids como problema de saúde pública até 2030, compromisso assumido com as Nações Unidas. Em 2023, 96% das pessoas infectadas por HIV e que não sabiam da condição foram diagnosticadas.

    A meta da ONU prevê que 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; 95% delas em tratamento antirretroviral; e, do grupo em tratamento,  95% com HIV intransmissível.  Atualmente, os percentuais brasileiros para esses requisitos são 96%, 82% e 95%, respectivamente, conforme o ministério.

  • Mato Grosso registra queda nos casos de HIV e Aids, mas abandono do tratamento preocupa

    Mato Grosso registra queda nos casos de HIV e Aids, mas abandono do tratamento preocupa

    Apesar da redução nos casos de HIV e Aids em Mato Grosso, o abandono do tratamento continua sendo um problema preocupante. Dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) mostram que, entre janeiro e outubro deste ano, foram registrados 811 novos casos de HIV e 316 de Aids, representando uma redução de 30,3% e 84,2%, respectivamente, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

    No entanto, em Cuiabá, cerca de 500 pessoas com HIV/Aids abandonaram o tratamento, segundo dados das unidades de Serviços de Atendimento Especializados (SAEs).

    A médica infectologista Danyenne Assis alerta que o abandono do tratamento pode levar a graves consequências para a saúde dos pacientes, como a progressão para a Aids, o aumento do risco de infarto e derrame, e o desenvolvimento de infecções oportunistas.

    Causas do abandono em Mato Grosso

    pandemia de aids pode acabar ate 2030 diz unaids
    © Arquivo/Agência Brasil

    As causas do abandono do tratamento são diversas e podem incluir dificuldades de acesso aos serviços de saúde, efeitos colaterais dos medicamentos, falta de informação e apoio social, entre outras.

    A médica ressalta a importância do tratamento para pessoas com HIV/Aids. “O tratamento é fundamental para controlar a carga viral, prevenir a transmissão do vírus e garantir uma boa qualidade de vida para os pacientes”, afirma Danyenne Assis.

    Campanha de conscientização

    Diante desse cenário, a campanha de conscientização sobre o HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), realizada durante todo o mês de dezembro, ganha ainda mais relevância. A campanha busca informar a população sobre os riscos da infecção, a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.

    A redução nos casos de HIV e Aids em Mato Grosso é um resultado positivo, mas é fundamental continuar investindo em ações de prevenção e tratamento. A campanha de conscientização e o trabalho das unidades de saúde são essenciais para garantir que as pessoas com HIV/Aids tenham acesso ao tratamento adequado e possam viver uma vida longa e saudável.

  • Mato Grosso registra aumento de 316 casos de AIDS em 10 meses

    Mato Grosso registra aumento de 316 casos de AIDS em 10 meses

    O Centro de Referência em Média e Alta Complexidade, gerido pela Secretaria de Estado de Saúde, Mato Grosso, realizou 2.388 consultas a pacientes com HIV e Aids e distribuiu 6.354 medicamentos para o tratamento da infecção entre dezembro de 2023 e novembro de 2024. A unidade é referência em Mato Grosso no atendimento a pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e desempenha um papel crucial no controle e tratamento dessas condições.

    A coordenadora administrativa do Cermac, Laysa Miranda de Faria, destacou que o Estado tem fortalecido parcerias com as Secretarias Municipais de Saúde para ampliar o acesso ao diagnóstico precoce.

    “Estamos orientando as Unidades Básicas de Saúde (UBS) a oferecerem testagens rápidas para HIV, o que facilita o diagnóstico e garante o início imediato do tratamento”, afirmou. Os testes são rápidos e podem ser solicitados em qualquer UBS, com resultados disponíveis em menos de 30 minutos.

    O dia 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra o HIV e a Aids, também marca o início da campanha Dezembro Vermelho. A iniciativa busca conscientizar a população sobre a importância do enfrentamento do vírus como um problema de saúde pública, incentivar o tratamento e combater estigmas associados à infecção. Com o tratamento adequado, é possível reduzir a carga viral a níveis indetectáveis, tornando o vírus intransmissível e permitindo a recuperação do sistema imunológico dos pacientes.

    Casos em Mato Grosso

    yhiv
    (Foto: Divulgação/Secom)

    Dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) mostram que, em Mato Grosso, foram registrados 1.165 novos casos de HIV em 2023 e 811 casos entre janeiro e outubro deste ano.

    Em relação à Aids, foram 2.008 casos no ano passado e 316 no mesmo período de 2024. Esses números reforçam a importância de ações preventivas e educativas, especialmente no âmbito das transmissões por relações sexuais desprotegidas e transmissão vertical (da mãe para o filho).

    O Cermac segue como peça fundamental no combate ao HIV e Aids em Mato Grosso, com iniciativas que visam garantir acesso ao tratamento, ampliar o diagnóstico precoce e educar a população sobre prevenção. A SES-MT reforça a necessidade de adesão ao tratamento pelos portadores do vírus e lembra que o diagnóstico precoce é essencial para o controle da infecção e para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

  • Justiça ordena remoção de postagens que associam vacina à aids

    Justiça ordena remoção de postagens que associam vacina à aids

    Uma liminar obtida pela Advocacia-Geral da União (AGU), nesta segunda-feira (19), em decisão proferida pela 20ª Vara Federal do Rio de Janeiro, determinou a remoção de publicações falsas que associavam as vacinas contra a covid-19 ao suposto desenvolvimento de uma “síndrome de imunodeficiência adquirida por vacina”, ou “VAIDS”. O texto foi publicado em uma página na internet. A decisão também abrange o canal do site no Telegram.

    Segundo levantamento da AGU, a postagem viralizou em outras redes sociais e alcançou pelo menos três milhões de pessoas. A liminar ainda obriga a retirada de outras 20 publicações do site com desinformações sobre vacinas em um prazo de 24 horas a partir da intimação dos responsáveis, sob pena do pagamento de uma multa diária de R$ 10 mil, por cada publicação mantida no ar, em caso de descumprimento da decisão. Além disso, a liminar proíbe os responsáveis pelos canais de fazer novas postagens disseminando conteúdos falsos sobre o assunto.

    A ação foi proposta pela Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), da AGU, a partir de informações levantadas pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) no âmbito do Comitê de Enfrentamento da Desinformação sobre o Programa Nacional de Imunizações e as Políticas de Saúde Pública. A iniciativa faz parte do Saúde com Ciência, programa interministerial voltado para a promoção e fortalecimento das políticas públicas de saúde e a valorização da ciência.

    Em outubro, um monitoramento do governo passou a detectar um aumento expressivo de menções na internet ao termo “VAIDS” e, após o cruzamento dos dados, foi identificado o site Tribunal Nacional como sendo a fonte da informação falsa.

    “Foi verificado, então, que o website funciona como epicentro de uma cadeia de desinformação de conteúdos disseminados no Telegram e no X [antigo Twitter] com o escopo de desacreditar o Programa Nacional de Imunização e desestimular as pessoas a se vacinarem, inclusive de forma conectada ao movimento antivacina internacional por meio da replicação, traduzida, de textos publicados em sites estrangeiros reconhecidos como disseminadores de desinformações sobre o assunto”, relatou a AGU, em nota.

    Ainda em nota, a AGU alertou que na ação que a associação das vacinas à aids, entre outras teorias simulares infundadas, “prejudicam a saúde pública ao fomentar dúvidas sobre a segurança e eficácia dos imunizantes e induzir indivíduos a evitarem as vacinas e a procurarem tratamentos alternativos sem eficácia comprovada ou que oferecem perigos para a saúde. A Advocacia-Geral da União assinala, ainda, que a redução da cobertura vacinal, verificada em dados recentes do Ministério da Saúde, compromete a imunidade coletiva e aumenta a possibilidade de surtos de doenças preveníveis e do surgimento de cepas mais perigosas e resistentes dos patógenos dos quais as vacinas protegem, colocando em risco a saúde e a vida das pessoas”.

    Edição: Carolina Pimentel
    — news —

  • Comissão apoia política para doenças sexualmente transmissíveis

    Comissão apoia política para doenças sexualmente transmissíveis

    O Ministério da Saúde reestruturou, nesta quarta-feira (25), a Comissão Nacional de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (CNAids) com o objetivo de elaborar políticas públicas proteção e promoção da saúde, no Sistema Único de Saúde (SUS). A medida foi publicada no Diário Oficial da União.

    Além de subsidiar os órgãos de saúde sobre as políticas públicas, o grupo vai promover a articulação entre setores do governo, da sociedade civil e deverá elaborar relatórios periódicos com propostas e encaminhamentos que serão apresentados à Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.

    A comissão será coordenada pelo Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis e composta por 35 membros com respectivos suplentes. São representantes da Comissão de Gestão em HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Coge), que foi retomada pelo Ministério da Saúde em julho deste ano, e por outros órgãos de saúde. Também haverá participação de redes e movimentos da sociedade civil, assim como de conselhos de profissionais que atuam na área. Cada membro terá mandato de dois anos e poderá ser reconduzido.

    O documento que institui a comissão prevê também a participação de convidados de órgãos e entidades públicos ou privados e especialistas para as discussões técnicas, elaboração de documentos e orientações sobre temas relacionados a finalidade do grupo. As reuniões ordinárias acontecerão duas vezes ao ano, ou por convocação extraordinária.

    A primeira versão da CNAids foi criada em 1986, com o nome Comissão Nacional de Aids, sempre com o objetivo de reunir sociedade civil, governo e comunidade técnica científica para assessorar na elaboração de políticas públicas de saúde. Ao longo dos anos a comissão passou por algumas transformações na sua constituição e também nos objetos de debate, com a inclusão de outras infecções nos debates e análises.

    Edição: Valéria Aguiar
    — news —

  • Prefeitura do Rio amplia acesso à profilaxia ao HIV

    Prefeitura do Rio amplia acesso à profilaxia ao HIV

    A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS) alcançou este ano a marca de 6.360 usuários cadastrados no serviço de saúde para uso da medicação de pré-exposição ao HIV, sendo 4.524 pacientes com prescrição da rede pública.

    Segundo a pasta, o número é um marco dentro da elaboração de políticas públicas para prevenção do HIV. Qualquer unidade de atenção primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) pode prescrever o uso de profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP) e, após avaliação médica, o procedimento é realizado em 166 unidades. Até o momento, já foram entregues mais de 7,7 mil medicamentos na cidade.

    Para garantir o acesso da população indicada ao tratamento, a rede municipal de saúde do Rio ampliou o número de unidades dispensadoras da medicação para a profilaxia pré-exposição ao HIV, que saiu de três em 2020, para 166 em 2023. Além de oferecer o serviço em horário diferenciado no Centro Municipal de Saúde Rocha Maia, em Botafogo, de domingo a domingo, das 7h às 22h, com ambulatório especializado, atendendo os usuários sem necessidade de agendamento.

    “A ampliação do serviço é um marco importante para promoção da saúde e um avanço dentro da estratégia para prevenção do HIV. Os pacientes com indicação para o uso do PrEP têm acesso garantido, o que possibilita maior qualidade de vida. Além da ampliação das unidades dispensadoras, ter um centro municipal com horário de funcionamento diferenciado pode fazer toda diferença na vida de usuários, que por alguma razão não conseguem comparecer nas unidades que funcionam em horário comercial”, disse, em nota, Larissa Terrezo, superintendente de Atenção Primária da SMS.

    O que é PrEP

    PrEP consiste no uso de medicação antirretroviral por pessoas não infectadas pelo HIV, mas que estão extremamente vulneráveis ao vírus. São os casos de casais – tanto hetero quanto homoafetivos – em que apenas um dos parceiros vive com o vírus; gays e outros homens que fazem sexo com homens; pessoas trans e travestis; pessoas que usam drogas; pessoas privadas de liberdade; profissionais do sexo. Outras situações devem ser avaliadas pelo médico.

    Esses pacientes passam pela avaliação do profissional de saúde na unidade de atenção primária para verificar o risco de infecção e os critérios de indicação da PrEP. O objetivo da profilaxia pré-exposição ao HIV é diminuir o risco da infecção pelo vírus, com o uso de um comprimido por dia realizado de forma contínua. A medicação não previne demais infecções sexualmente transmissíveis e, portanto, deve ser combinada com outras formas de prevenção.

    PEP

    PEP é a profilaxia pós-exposição e consiste no uso de medicações antirretrovirais pelo período de 28 dias para diminuir o risco de infecção pelo HIV, após acontecer exposição ao vírus, seja por relações sexuais desprotegidas, situações de violência sexual ou acidentes com material biológico.

    A pessoa exposta deve procurar rapidamente uma unidade de saúde, seja de urgência e emergência (hospitais e UPAs) ou de atenção primária, para uma avaliação. O profissional solicitará a realização de testes rápidos para o HIV, sífilis e hepatites virais. De acordo com os resultados e com a avaliação de risco feita pelo profissional de saúde, será indicado ou não o uso da medicação. Todas as unidades de saúde do município do Rio de Janeiro contam com as medicações e testes necessários para a realização desse procedimento.

    Edição: Juliana Andrade
    — news —

  • Pandemia de Aids pode acabar até 2030, diz Unaids

    Pandemia de Aids pode acabar até 2030, diz Unaids

    O fim da Aids é uma escolha política e financeira dos países e lideranças que estão seguindo esse caminho e estão obtendo resultados extraordinários, o que pode levar ao fim da pandemia de Aids até 2030. É o que mostra um novo relatório divulgado nesta quinta-feira (13) pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).

    O relatório – denominado O Caminho que põe fim à Aids – expõe dados e estudos de casos sobre a situação atual da doença no mundo e os caminhos para acabar com a epidemia de Aids até 2030, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

    Segundo a entidade, esse objetivo também ajudará o mundo a estar bem preparado para enfrentar futuras pandemias e a avançar no progresso em direção à conquista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

    O Unaids lidera e inspira o mundo a alcançar sua visão compartilhada de zero novas infecções por HIV, zero discriminação e zero mortes relacionadas à Aids. O programa atua em colaboração com parceiros globais e nacionais para combater a doença.

    Meta: 95-95-95

    Países como Botsuana, Essuatíni, Ruanda, República Unida da Tanzânia e Zimbábue já alcançaram as metas 95-95-95. Isso significa que, nesses países, 95% das pessoas que vivem com HIV conhecem seu status sorológico; 95% das pessoas que sabem que vivem com HIV estão em tratamento antirretroviral que salva vidas; e 95% das pessoas em tratamento estão com a carga viral suprimida.

    Outras 16 nações, oito das quais na África subsaariana – região que representa 65% de todas as pessoas vivendo com HIV – também estão perto de alcançar essas metas.

    Brasil: 88-83-95

    O Brasil, por sua vez, também está no caminho, com suas metas na casa de 88-83-95. Mas o país ainda enfrenta obstáculos, causados especialmente pelas desigualdades, que impedem que pessoas e grupos em situação de vulnerabilidade tenham pleno acesso aos recursos de prevenção e tratamento do HIV que salvam vidas.

    Na visão da Oficial de Igualdades e Direitos do Unaids Brasil, Ariadne Ribeiro Ferreira, o movimento em casas legislativas municipais, estaduais e no Congresso Nacional de apresentar legislações criminalizadoras e punitivas que afetam diretamente a comunidade LGBTQIA+, especialmente pessoas trans, pode aumentar o estigma. “Este movimento soma-se às desigualdades, aumentando o estigma e discriminação de determinadas populações e pode contribuir para impedir o Brasil de alcançar as metas de acabar com a Aids até 2030”, diz ele.

    Lideranças

    “O fim da Aids é uma oportunidade para as lideranças de hoje deixarem um legado extraordinariamente poderoso para o futuro”, defende a diretora executiva do Unaids, Winnie Byanyima.

    “Essas lideranças podem ser lembradas pelas gerações futuras como aquelas que puseram fim à pandemia mais mortal do mundo. Podem salvar milhões de vidas e proteger a saúde de todas as pessoas”, acrescenta.

    O relatório destaca que as respostas ao HIV têm sucesso quando baseadas em uma forte liderança política com ações como respeitar a ciência, dados e evidências; enfrentar as desigualdades que impedem o progresso na resposta ao HIV e outras pandemias; fortalecer as comunidades e as organizações da sociedade civil em seu papel vital na resposta; e garantir financiamento suficiente e sustentável.

    Investimentos

    O relatório do Unaids mostra, também, que o progresso rumo ao fim da Aids tem sido mais forte nos países e regiões com maior investimento financeiro. Na África Oriental e Austral, por exemplo, as novas infecções por HIV foram reduzidas em 57% desde 2010 e o número de pessoas em tratamento antirretroviral triplicou, passando de 7,7 milhões em 2010 para 29,8 milhões em 2022.

    Com o apoio e investimento no combate à Aids em crianças, 82% das mulheres grávidas e lactantes vivendo com o HIV em todo o mundo tiveram acesso ao tratamento antirretroviral em 2022, em comparação com 46% em 2010, o que levou a uma redução de 58% nas novas infecções por HIV em crianças de 2010 a 2022, o número mais baixo desde a década de 1980.

    Marcos legais

    Segundo o relatório, o fortalecimento do progresso na resposta ao HIV passa pela garantia de que os marcos legais e políticos não comprometam os direitos humanos, mas os protejam. Vários países revogaram leis prejudiciais em 2022 e 2023, incluindo Antígua e Barbuda, Ilhas Cook, Barbados, São Cristóvão e Nevis e Singapura que descriminalizavam as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo.

    Financiamento

    O financiamento para o HIV também diminuiu em 2022, tanto de fontes internacionais quanto domésticas, retornando ao mesmo nível de 2013. Os recursos totalizaram US$ 20,8 bilhões em 2022, muito aquém dos US$ 29,3 bilhões necessários até 2025, afirma o documento.

    O relatório expõe, no entanto, que existe agora uma oportunidade para acabar com a Aids na medida em que a vontade política é estimulada por meio dos investimentos em resposta sustentável ao HIV.

    Esses recursos devem ser focados no que mais importa, reforça o Unaids: integração dos sistemas de saúde, leis não discriminatórias, igualdade de gênero e fortalecimento das redes comunitárias de assistência e apoio.

    “Os fatos e os números compartilhados neste relatório não mostram que o mundo já está no caminho certo, mas indicam claramente que podemos chegar lá. O caminho a seguir é muito claro”, observa a diretora executiva do Unaids, Winnie Byanyima.

    Edição: Kleber Sampaio

  • Governo cria comitê para reduzir casos de tuberculose até 2030

    Governo cria comitê para reduzir casos de tuberculose até 2030

    O governo federal instalou, nesta terça-feira (6), o Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e de outras Doenças Socialmente Determinadas. Coordenado pelo Ministério da Saúde, o comitê tem como objetivo eliminar, como problema de saúde pública, as seguintes doenças: malária, hepatites virais, tracoma, oncorcercose, esquistossomose, geo-helmintíases (parasitárias intestinais), filariose e doença de Chagas, que acometem parcela da população mais vulnerável. Representantes de mais oito ministérios irão participar do grupo.

    Durante cerimônia de lançamento do comitê interministerial, na sede da Organização Pan-Americana de Saúde, em Brasília, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, disse que o comitê irá debater inclusão de novas tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS), enfrentamento do estigma, prevenção, diagnóstico, cuidado, tratamento, educação e assistência social.

    “Há pesquisas que dizem que essas doenças deveriam estar no rol de condicionalidades para receber auxílio”, afirmou.

    De acordo com o Ministério da Saúde, o comitê ainda vai trabalhar para eliminar a transmissão da Doença de Chagas congênita, sífilis congênita, durante a gestação; hepatite B e HIV.

    Além disso, o governo brasileiro se compromete a reduzir a incidência de tuberculose, HIV/Aids e hanseníase, até 2030, conforme metas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde.

    A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que essas doenças estão intrinsicamente ligadas à falta de acesso às políticas de saúde. “Doenças endêmicas que persistem em nosso país, porque no nosso país persiste a desigualdade”, afirmou.

    Metas

    O Brasil tem a meta de reduzir a incidência de tuberculose para menos de dez casos por 100 mil habitantes e o número de mortes inferior a 230 por ano, até 2030.

    Em relação ao HIV/Aids, estima-se que, atualmente, um milhão de pessoas vivam com o vírus no Brasil. Destas, 900 mil conhecem o diagnóstico. A partir desse cenário, o objetivo é ter 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas, 95% em tratamento e, dessas, 95% com carga viral controlada.

  • Própolis melhora imunidade em pessoas com HIV

    Própolis melhora imunidade em pessoas com HIV

    Um estudo realizado por uma bióloga do Instituto de Biociências de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista (IBB-Unesp), mostrou que 500 miligramas (mg) diários de própolis para pessoas que vivem com o vírus HIV, resultaram em uma redução significativa na concentração de um marcador de estresse oxidativo. Nesse mesmo grupo foi observado um ligeiro aumento na capacidade antioxidante total, refletindo no combate aos radicais livres.

    Segundo a bióloga Karen Ingrid Tasca, um dos problemas enfrentados pela população que convive com o vírus causador da aids é o envelhecimento precoce, que pode ser de dez a 20 anos, por conta da deterioração da imunidade mais acelerada, além do desenvolvimento precoce de comorbidades, como diabete, hipertensão e tumores. Esse processo de envelhecimento precoce ocorre porque, além de o sistema imunológico ser ativado constantemente, esses pacientes tem inflação crônica.

    “O estresse oxidativo causado pelo vírus e pelos próprios antirretrovirais possui grande impacto nesses pacientes. Na tentativa de reduzir esses processos patológicos e melhorar a qualidade de vida e a sobrevida, há necessidade de intervenções que minimizem esses efeitos. Entre os diversos produtos naturais existentes, a própolis, que é uma resina, possui esse potencial, pois apresenta propriedades antioxidante, antiviral e anti-inflamatória reconhecidas.”

    Um estudo anterior mostrou que os parâmetros inflamatórios de portadores do HIV diminuíra, as células que são consideradas alvo principal do vírus aumentaram, assim como também aumentou o marcador de células responsáveis por regular a inflamação.

    Segundo uma das autoras do estudo, a biomédica Fernanda Lopes Conte, a própolis pode ser uma alternativa para melhorar a resposta imune e reduzir a inflamação nos pacientes assintomáticos: “A infecção pelo HIV induz intensa desregulação do sistema imunológico, gerando perda da função celular e inflamação crônica.”

    Dados gerais

    Ambos os estudos foram desenvolvidos com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Segundo o Ministério da Saúde, em 2021, foram notificados 40,8 mil casos de HIV e 35,2 mil casos, de acordo com dados do ano passado.

    De acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico de HIV/aids, desde o primeiro caso informado em território nacional, em 1980, até junho de 2022, já foram detectados 1.088.536 casos de aids. Somente em 2021, mais de 11 mil óbitos foram registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) em decorrência da doença. A taxa de mortalidade padronizada é de 4,2 óbitos por 100 mil habitantes, índice que sofreu caiu 26,4% entre 2014 e 2021.

    Brasília (DF) - Extrato de Própolis Verde. Foto: Lula Marques/Agência Brasil
    Brasília (DF) – Extrato de Própolis Verde. Foto: Lula Marques/Agência Brasil – juca.varella

    Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids) reforçam que a epidemia ainda precisa ser combatida. No ano de 2021, mais de 750 mil homens em todo o mundo adquiriram HIV. Naquele ano, eles representaram 51% das novas infecções pelo vírus. Pelo menos 1,5 milhão de pessoas se tornaram recém-infectadas por HIV no mesmo ano de 2021. No total, esse número já passa de 84 milhões de pessoas infectadas desde o início da epidemia.