Tag: água

  • COP30: população da Amazônia espera por água potável e saneamento

    COP30: população da Amazônia espera por água potável e saneamento

    A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro, na cidade de Belém, reunirá líderes mundiais com o objetivo de pensar e agir pelo futuro dos territórios urbanos e florestais do planeta diante dos desafios impostos pelo aquecimento global. Pela primeira vez, o principal palco das negociações mundiais sobre o tema será na Amazônia, um dos biomas mais estratégicos para esse debate, tanto pela riqueza de recursos naturais quando pela vulnerabilidade.

    Distante apenas 1,5 quilômetro do centro histórico de Belém, a Ilha do Combu é parte integrante da área insular da cidade, que representa 65% do território da capital, com 39 ilhas catalogadas pela Companhia de Desenvolvimento de Belém. Para acessar o local a partir da área continental, é necessário cruzar o Rio Guamá, em uma travessia que dura em média 15 minutos.

    Esse caminho é percorrido com frequência pelo comerciante Rosivaldo de Oliveira Quaresma, 49 anos, em busca de água mineral. Morador nascido e criado na ilha e proprietário de um restaurante, o comerciante diz que os maiores desafios de quem vive nesse lado da cidade são água potável e esgoto.

    “Alguns turistas acham que a gente usa água do rio para fazer suco, para bater açaí. Aí a gente fala que a nossa água é desses tambores de 20 litros, e que é caro para a gente, mas não tem outra opção. Então, o consumo geralmente é água mineral”, explica.

    De acordo com o comerciante, a água do Rio Guamá é utilizada apenas nos banheiros e para lavagem de roupa e de louça, após ser bombeada para uma pequena caixa d´água e passar por um tratamento caseiro. “O certo era mesmo fazer o puxado da água do rio, fazer um tratamento mais forte e botar numa caixa para 20 famílias. Lá na outra comunidade, botar para mais 20. Mas o problema é o valor que é caro para um ribeirinho fazer.”

    Diferentemente da área continental da cidade, que na sua maioria é abastecida pela rede de distribuição ligada aos mananciais da Área de Proteção Ambiental (APA) da Região Metropolitana de Belém, como os lagos Água Preta e Bolonha, grande parte da região insular depende de sistemas de distribuição independentes. A criação de infraestrutura também depende de um planejamento ambiental.

    As ilhas não foram incluídas nas obras para a COP30, mas os comitês brasileiros co-organizadores apontam a realização de 30 obras na parte continental da cidade, entre as quais o serviço de macrodrenagem de 13 canais.

    A Ilha do Combu é uma área de proteção ambiental (APA) criada há 28 anos pela Lei Estadual 6.083/1997 e gerida pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio). Em março, a instituição publicou uma nota informando que o plano de manejo para orientar o uso sustentável dos recursos naturais da ilha e definir o ordenamento territorial só começou a ser elaborado no último ano e está prestes a ser concluído, no entanto, não foi informado quando o documento estará disponível.

    Belém (PA), 30/04/2025 - Ilha do Combu faz parte da área insular de Belém, representa 65% do território da capital paraense. Foto: Márcio Ferreira/Ag. Pará

    Ilha do Combu faz parte da área insular de Belém, que representa 65% do território da capital paraense – Foto: Márcio Ferreira/Agência Pará

    Saneamento

    O mesmo problema ocorre com o sistema de saneamento. A maior parte das 596 famílias que vivem na ilha possui fossa séptica, mas, com o turismo crescente no local, as estruturas existentes acabam não sendo adequadas para atender também os visitantes. “A gente não joga o esgoto no rio ou na mata. Mas, quando enche, a gente tem que tirar e jogar na mata, sempre. E a gente não tem um apoio até o momento para resolver isso”, explica.

    As exceções são casos como o da professora aposentada Ana Maria de Souza, 61 anos, que, antes mesmo de empreender na ilha, decidiu adequar a própria moradia para hospedar turistas e oferecer refeições caseiras. Junto com a ampliação do local, a moradora da ilha decidiu construir uma fossa ecológica.

    O modelo levado à região por pesquisadores da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) faz uso de tanques de evapotranspiração de baixo custo por usar entulhos e pneus como matéria-prima. Também usa plantas da região amazônica, como  bananeiras e helicônias, que possuem alto potencial de evapotranspiração (soma da evaporação da água pela superfície de solo mais a transpiração de plantas).

    De forma prática, os dejetos percorrem diferentes materiais colonizados por bactérias que promovem uma digestão do esgoto sem a necessidade de oxigênio e, ao final, as plantas absorvem os líquidos devolvendo a água limpa à atmosfera pela evapotranspiração. “Eu posso dizer que eu estou muito feliz, porque eu também tenho a fossa ecológica na minha casa”, comemora.

    De acordo com a presidente do comitê da COP30 no estado do Pará, Hana Ghassan, as obras estão dentro do cronograma e, até novembro, estarão concluídas. Até o momento, dois rios já foram canalizados. Os serviços incluem, além de canalização de rios, instalação de água esgoto e drenagem, além da pavimentação asfáltica nas ruas no entorno.

    O técnico em eletrônica Glaybson Ribeiro, 46 anos, vive há 25 anos em uma casa às margens do canal da Rua Timbó, um dos dois locais onde as obras já foram concluídas. Ele considera que o investimento no saneamento da região trouxe uma mudança significativa.

    “Antes era um sofrimento para a gente. Era uma chuva atrás da outra e todo tempo as casas ficavam cheias de água, e a gente colocava tijolo, madeira para levantar a geladeira, o fogão. A gente saia para trabalhar e tinha que deixar tudo suspenso”, lembra Ribeiro.

    O vendedor de peixe Raimundo da Costa Nunes, 63 anos, mora há 40 anos na região e diz que precisou ao longo dos anos subir a estrutura da casa três vezes para não ser afetado pelas águas. Agora não precisa mais se preocupar com o problema. “Tem morador que fica xingando e perguntando “cadê as árvores?’ Melhor quente, sem a sombra, que cheio de água”, diz.

    De acordo com Hana, a nova infraestrutura de saneamento já estava prevista na ação do governo estadual, por isso foi uma das primeiras a ficarem prontas. Com a conclusão das demais, o impacto positivo alcançará cerca de 900 mil pessoas, afirma a presidente do comitê.
    A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com o Ideflor-bio em busca de mais informações sobre o Plano de Manejo da Ilha do Combu, mas até a publicação da matéria não houve resposta.

    *A repórter viajou a convite do governo do Pará.

  • Boi engenhoso vira celebridade na web ao abrir torneira com chifre para beber água

    Boi engenhoso vira celebridade na web ao abrir torneira com chifre para beber água

    Um boi virou sensação nas redes sociais ao demonstrar uma habilidade pra lá de surpreendente: ele simplesmente abriu uma torneira com o chifre para beber água! O vídeo, que já soma milhões de visualizações, não foi gravado no Brasil, mas conquistou internautas do mundo todo, que ficaram impressionados com a esperteza do ruminante.

    Na gravação, o boi se aproxima da torneira com calma, posiciona o chifre de forma estratégica e, com um jeitinho todo especial, gira o registro até a água começar a jorrar. Depois, é só matar a sede e se refrescar. Um verdadeiro gênio rural!

    Boi espertalhão rouba a cena ao abrir torneira com o chifre em vídeo viral

    Boi também pensa, e muito!

    Embora muitos pensem que bois sejam animais lentos e simples, a ciência já comprovou que bovinos têm memória, aprendem com repetição e conseguem resolver problemas simples, especialmente quando motivados — como nesse caso, pela sede. O boi do vídeo provavelmente aprendeu por tentativa e erro, observando humanos ou experimentando sozinho.

    Segundo especialistas, esse tipo de comportamento revela inteligência adaptativa, algo que é mais comum do que se imagina no reino animal. Animais de fazenda convivem de perto com humanos e muitas vezes acabam desenvolvendo estratégias inusitadas para lidar com o dia a dia.

    Famoso sem querer

    Segundo relatos da vítima às autoridades policiais, o embate teve início quando durante a verificação do gado, identificou-se que uma bezerra estava marcada com sinal identificador pertencente ao rebanho do vizinho.

    O boi, que sequer sabe que virou celebridade, recebeu uma enxurrada de elogios nas redes sociais. Comentários como “mais esperto que muita gente” e “esse aí merece um prêmio” se multiplicam nas postagens. E convenhamos, depois de uma cena dessas, é difícil discordar.

    O vídeo não só divertiu o público como também trouxe uma reflexão sobre a inteligência animal e o quanto ainda temos a aprender com nossos companheiros de campo. Afinal, até onde vai a esperteza de um boi?

  • Mato Grosso perde área equivalente a 9 Chapadas dos Guimarães em superfície de água

    Mato Grosso perde área equivalente a 9 Chapadas dos Guimarães em superfície de água

    Mato Grosso enfrenta uma grave crise hídrica, com a maior perda de superfície de água do Brasil em 2024, totalizando 291 mil hectares. A área perdida equivale a quase 9 parques nacionais da Chapada dos Guimarães, evidenciando a gravidade da redução hídrica no estado. Os dados são do novo mapeamento da cobertura do território nacional por superfície de água do MapBiomas, que também apontam uma queda de 34% em relação a 1985.

    O Pantanal foi o bioma mais afetado em todo o país, com a menor superfície de água registrada: 366 mil hectares, representando apenas 2% do total nacional. A perda de superfície de água no Pantanal foi 61% maior que a média histórica. O bioma enfrentou seca extrema em 2024, o que aumentou a incidência e propagação de incêndios. 2,6 milhões de hectares do Pantanal foram queimados, o que corresponde a 17% da área total do bioma.

    O aumento dos períodos de seca, impulsionado pelas mudanças climáticas, deixa o Pantanal mais vulnerável a incêndios. A dinâmica de ocupação e uso da terra no Brasil, somada aos eventos climáticos extremos, contribui para a crescente seca no país. Especialistas alertam para a necessidade de estratégias de gestão hídrica e políticas públicas para reverter essa tendência.

    Em todo o Brasil, a perda de superfície de água em 2024 chegou a 400 mil hectares. 37% dos estados brasileiros registraram perda de superfície de água. Oito dos 10 anos mais secos no Brasil ocorreram na última década.

    Essa situação exige atenção e medidas urgentes para proteger os recursos hídricos e preservar o Pantanal, um bioma de extrema importância para o Brasil e para o mundo.

  • Saae de Lucas do Rio Verde inicia troca de hidrômetros na próxima segunda-feira (31)

    Saae de Lucas do Rio Verde inicia troca de hidrômetros na próxima segunda-feira (31)

    O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Lucas do Rio Verde inicia na próxima segunda-feira (31), a troca dos dispositivos utilizados para medir o consumo de água, os hidrômetros residenciais e comerciais.

    A substituição é necessária tendo em vista o desgaste natural do equipamento, que fica exposto diariamente ao sol ou chuva. Nesta primeira etapa, serão trocados aproximadamente 4 mil hidrômetros, média de 500 por mês.

    O diretor do Saae, Paulo Nunes, ressalta que a troca do dispositivo é extremamente rápida e que não terá nenhum custo ao consumidor. No total, é necessária a substituição de aproximadamente 9 mil equipamentos.

    “Trata-se de um trabalho rotineiro, que tem sido realizado ao longo dos anos, renovando os equipamentos, de acordo com as exigências do Inmetro. A troca beneficia tanto o consumidor, quanto a nossa autarquia, com a certeza do registro correto de consumo”.

    O trabalho de substituição dos equipamentos seguirá o cronograma de leitura dos medidores de consumo de água, iniciando na próxima segunda-feira (31), pelos bairros Bandeirantes e Tessele Junior.

    Segundo o coordenador de Fiscalização Valdiano da Silva Sousa, somente os servidores do Saae podem efetuar a troca dos dispositivos. O serviço não necessita de autorização por parte do consumidor.

    “A população pode ficar tranquila quanto a realização do serviço. Os nossos servidores estão devidamente uniformizados e os veículos identificados com a logomarca do Saae. Qualquer dúvida, só entrar em contato pelos telefones (65) 3549 7700 ou WhatsApp (65) 9 9339 1836”.

    É importante destacar, que a autarquia cobra pela substituição do hidrômetro, somente quando o dispositivo é violado pelo consumidor, com o objetivo de fraudar o consumo. Neste caso, é cobrado R$ 145, o valor é referente ao custo do equipamento somado a taxa de serviço.

  • Situação dos rios na Mata Atlântica é preocupante, aponta pesquisa

    Situação dos rios na Mata Atlântica é preocupante, aponta pesquisa

    Pesquisa da Fundação SOS Mata Atlântica coletou dados em 112 rios durante o ano de 2024, em 14 estados com incidência de Mata Atlântica, e percebeu ligeira piora e estagnação em alguns pontos, e poucos registros de melhora, restritos a projetos pioneiros, além de um aumento pequeno mas sensível de pontos em que a qualidade das águas foi considerada ruim.

    O estudo recebeu apoio de uma rede de voluntários e cobriu 145 pontos de coleta em 67 municípios do Nordeste ao Sul do país, 18 pontos a mais do que o estudo anterior, com dados coletados em 2023.

    Em 7,6% dos pontos (11), as amostras apresentaram qualidade boa, enquanto 13,8% (20) foram classificados como ruins e 3,4% (5) atingiram a pior classificação, péssima.

    A predominância da qualidade regular, em 75,2% dos pontos (109), reforça o alerta sobre a vulnerabilidade dos recursos hídricos na Mata Atlântica, segundo o relatório.

    A melhor classificação, ótima, não foi encontrada em nenhum ponto de medição. São 16 parâmetros analisados, que remetem à Resolução 357/05 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

    O levantamento produziu uma métrica batizada de Índice de Qualidade da Água (IQA), que atesta que os rios com qualidade ótima ou boa contam com condições adequadas para abastecimento, produção de alimentos e vida aquática equilibrada, enquanto aqueles classificados como regulares já apresentam impactos ambientais que podem comprometer seu uso para consumo ou lazer.

    Nos rios com qualidade ruim ou péssima, a poluição atinge níveis críticos, prejudicando tanto a biodiversidade quanto a população que depende desses recursos hídricos, e a saúde pública. É o caso do Rio Pinheiros, em São Paulo, há pelo menos 5 décadas com ocupação intensiva e despejo de esgoto direto.

    No começo dos anos 1960 ainda era possível navegar e pescar nele, assim como em centenas de rios menores, que foram canalizados na cidade, história que a TV Brasil contou em reportagem.

    Soluções

    “Por enquanto, o que a gente tem observado avançando a partir do marco legal do saneamento, de 2020, é o processo de privatização das empresas de saneamento, mas não necessariamente os investimentos estão aparecendo. O rio nos conta tudo, e ele está nos contando que ainda faltam esses investimentos”, explica Gustavo Veronesi, coordenador do programa Observando os Rios na SOS Mata Atlântica.

    “Também [o rio] nos conta que com as soluções tradicionais talvez a gente não chegue em 2033, que o marco preconiza como a data em que a gente tem que ter 99% das pessoas com acesso à água e 90% das pessoas com acesso à coleta e tratamento de esgoto”, alerta.

    Para Veronesi, as soluções convencionais não vão dar conta, em um cenário de emergências climáticas, sendo necessário aplicar soluções alternativas para atingir a universalização do saneamento, viáveis em áreas rurais ou em cenários isolados dentro de grandes cidades.

    “São comunidades isoladas, pequenas comunidades, em que o investimento para se levar a tubulações, quilômetros de tubulações para se coletar esse esgoto, não são viáveis”, diz o pesquisador.

    São Paulo (SP), 20/03/2025 - Parque Municipal da Fonte com nascente na Travessa da Fonte, Vila Pirajussara. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    Parque Municipal da Fonte com nascente na Travessa da Fonte, Vila Pirajussara, instalou um Tanque de Evapotranspiração – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    Uma dessas iniciativas para melhorar a qualidade de rios acontece no coração da maior cidade do país, São Paulo, no Butantã. O bairro na zona oeste é cortado por diversos riachos e córregos. Alguns deles correm próximos e afloram  em uma fonte, com construções que nos remetem a antes da ocupação portuguesa.

    O Parque da Fonte Peabiru, em um terreno tombado, tornado de utilidade pública e municipalizado após décadas de luta da comunidade do Morro do Querosene, enfrentou por muitos anos poluição de esgoto doméstico, uma vez que a rede de saneamento da Sabesp não atendia a todas as casas do bairro.

    Em um projeto apoiado pela SOS Mata Atlântica e organizado por moradores, foi construído um sistema para descontaminação do Córrego da Fonte constituído por uma pequena rede coletora desse esgoto que o despeja em um Tanque de Evapotranspiração (Tevap), isolado do lençol freático. É um projeto de permacultura com conceitos de Soluções Baseadas na Natureza, que impede que os efluentes de cerca de 30 pessoas sejam lançados no parque, que ainda não foi oficialmente aberto à população.

    Parte dos moradores se junta todo domingo de manhã para limpeza e melhorias no espaço. Moradora da região há algumas décadas, Cecília Pellegrini considera que esse tipo de esforço, de soluções no micro, são necessárias.

    “Nós do bairro convivíamos com o mau-cheiro e a poluição, mas desde dezembro, quando terminamos o sistema Tevap, o problema acabou. A água está limpa. É o tipo de solução que representa o futuro, que trata aqui, no local, ao invés de jogar esse esgoto para ser tratado longe, com perda e contaminação no caminho”, comemora Cecília Pellegrini.

    Para Cecília, é uma solução que ainda beneficia o bairro com bananeiras, girassóis e uma dezena de plantas que fazem a filtragem e devolvem a umidade ao entorno, que conta com árvores centenárias e o carinho da comunidade.

    São Paulo (SP), 20/03/2025 - Cecília Pellegrini no Parque Municipal da Fonte com nascente na Travessa da Fonte, Vila Pirajussara. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    Cecília Pellegrini participou do projeto de descontaminação do Córrego da Fonte, no Parque Municipal da Fonte – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    O estudo reforça que a insuficiência das estruturas de saneamento básico ainda é o principal elemento a determinar a ausência de melhorias. Cerca de 35 milhões de brasileiros seguem sem acesso à água potável e metade da população do país não têm tratamento de esgoto.

    Foram identificados casos pontuais de melhoria, que “demonstram o potencial de recuperação quando há mobilização e políticas adequadas, mas exige um esforço coordenado entre sociedade, governos e empresas”, segundo a pesquisa.

    Um desses exemplos é o Córrego Trapicheiros, na cidade do Rio de Janeiro, que apresentou uma melhora de qualidade regular para boa, assim como os rios Sergipe e do Sal, em Sergipe. Em São Paulo, o Córrego São José, na capital, saiu da classificação ruim para regular. O relatório apontou a piora no Rio Capibaribe, em Pernambuco, e no Rio Capivari, em Florianópolis, onde houve impacto significativo de despejo irregular de esgoto.

    “A ausência de fiscalização adequada e a expansão urbana desordenada contribuem para esse cenário de degradação progressiva”, denunciam os pesquisadores.

    Para Malu Ribeiro, diretora de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, o Brasil ainda enfrenta dificuldades para integrar políticas de água, clima, meio ambiente e saneamento, “um desafio essencial para a gestão sustentável dos recursos hídricos”.

    “A sociedade civil precisa estar cada vez mais ativa nos comitês de bacias hidrográficas e na defesa da água limpa, porque o cenário não melhora sozinho. Enquanto a ONU reforça a urgência de políticas integradas até 2030, o Brasil ainda precisa avançar para transformar compromissos em ações concretas. O retrato da qualidade da água dos rios da Mata Atlântica, construído por meio da ciência cidadã, reforça essa necessidade e evidencia o papel crucial da mobilização social para garantir um futuro sustentável para todos”, destaca a diretora.

    Para Veronesi, essa participação também passa pela pressão direta com o poder público municipal, que é o titular do saneamento e responsável pelas políticas públicas e obras, assim como pelas concessões, quando ocorrem.

    “Também as pessoas podem cobrar das empresas das quais elas consomem produtos, porque muitas vezes a gente esquece das empresas nesse processo”, defende Veronesi.

    De acordo com o pesquisador, “se a gente pensar o saneamento como quatro pilares, água potável para as pessoas, coleta e tratamento de esgoto, disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos e o manejo das águas da chuva, nesse quesito dos resíduos, as empresas são fundamentais”.

    Veronesi avalia que a disposição dos resíduos sólidos, como embalagens, é importante na poluição dos rios do bioma, e seu manejo fica muitas vezes sem um responsável definitivo, entre empresas e prefeituras.

    Outro fator importante e pouco considerado na região de Mata Atlântica, segundo Veronesi, é o controle de agrotóxicos e outros agentes químicos, que chama atenção geralmente em situações limite, como acidentes com grande mortandade de peixes, mas normalmente não é feito com a constância necessária.

    Veronesi acredita que além de medidas mais urgentes, há medidas de longo prazo que são importantes para melhorar esse cenário.

    “A gente precisa de nascentes de rios protegidas, a gente precisa das margens dos nossos rios protegidos, com mata ciliar, com parques lineares, parando o desmatamento e restaurando florestas, inclusive em áreas urbanas”, defende Veronesi.

  • Pesquisa destaca melhorias genéticas de raízes para conservação do solo e da água

    Pesquisa destaca melhorias genéticas de raízes para conservação do solo e da água

    O investimento em melhoramento genético de raízes foi apontado como uma solução estratégica pelo Grupo de Trabalho em Conservação e Manejo do Solo e da Água no Brasil. A iniciativa, ligada à Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DEPD) da Embrapa, visa garantir a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. O grupo, composto por especialistas de diversas unidades da Embrapa, apresentou os resultados da análise em 13 de fevereiro, abordando tanto aspectos jurídicos quanto agronômicos da questão.

    Segundo o estudo, a adoção de soluções genéticas pode ampliar a densidade e a profundidade das raízes de gramíneas usadas em consórcios com culturas de interesse econômico. “São as raízes que estabilizam a atividade biológica e a estrutura do solo, assegurando fluxos essenciais de energia e matéria”, explica José Denardin, pesquisador da Embrapa Trigo e coordenador do GT. O estudo destaca que as raízes profundas contribuem para a formação de poros no solo, permitindo maior infiltração de água e melhor acesso das plantas aos nutrientes.

    Impactos na agricultura sustentável

    O fortalecimento do Sistema Plantio Direto (SPD) foi um dos principais avanços para a conservação do solo no Brasil. Essa técnica, que minimiza o revolvimento do solo e incentiva a rotação de culturas, tem sido amplamente adotada devido aos seus benefícios na prevenção da erosão e na melhoria da eficiência hídrica. Atualmente, estima-se que entre 33 e 39 milhões de hectares sejam cultivados sob esse sistema.

    Outra estratégia que ganha força é a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que promove a recuperação de pastagens degradadas e contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa. A área total da ILPF no Brasil já alcança aproximadamente 15 milhões de hectares, e a expectativa é de expansão nas próximas décadas.

    Tecnologia e políticas públicas

    A Embrapa também aposta na digitalização e no monitoramento remoto para otimizar a gestão do solo e da água. De acordo com Clenio Pillon, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento, a empresa desenvolve indicadores de boas práticas agrícolas baseados em sensoriamento por satélite. Esses indicadores podem ser utilizados por financiadores, empresas de rastreabilidade e seguradoras, gerando incentivos financeiros para produtores que adotam métodos sustentáveis.

    Pela perspectiva jurídica, a criação do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD) em 2023 representa um avanço significativo na promoção de políticas públicas voltadas à sustentabilidade agropecuária. Já as leis nº 9.279 (Propriedade Industrial) e nº 9.456 (Proteção de Cultivares) incentivam a pesquisa agropecuária e a inovação no setor.

    O futuro da conservação do solo e da água

    A conservação do solo e da água no Brasil continua sendo uma prioridade estratégica, exigindo investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Para Clenio Pillon, as soluções devem contemplar desafios como resiliência climática, sustentabilidade, rastreabilidade e segurança alimentar. “A agricultura multifuncional abre novas oportunidades para a Embrapa demonstrar seu valor público à sociedade”, conclui o diretor.

  • SAAE disponibiliza relatório anual da qualidade da água em formato digital

    SAAE disponibiliza relatório anual da qualidade da água em formato digital

    O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Lucas do Rio Verde (SAAE), informa a população que o Relatório da Qualidade da Água Tratada será disponibilizado apenas de maneira on-line, através do aplicativo e site da autarquia.

    O relatório é um documento importante referente os resultados das análises dos parâmetros de maior importância operacional, que são analisadas mensalmente no Laboratório de Controle de Qualidade, por meio de amostras coletadas na rede de distribuição e na saída do tratamento, conforme exigência da Portaria GM/MS N° 888, de 04 de maio de 2021.

    O documento referente ao ano de 2024 já está disponível e pode ser consultado no link: saae.lucasdorioverde.mt.gov.br/site/qualidade-da-agua

    Com essa alteração para as plataformas digitais, o SAAE busca reduzir o impacto no meio ambiente com a produção de relatórios físicos, além de economizar recursos públicos, visto que não serão mais impressos os panfletos que eram entregues aos usuários anteriormente junto com as faturas de água.

  • Ager-MT reformula estrutura organizacional e assume novos desafios no saneamento básico

    Ager-MT reformula estrutura organizacional e assume novos desafios no saneamento básico

    Foi publicado no Diário Oficial do Estado o Decreto nº 1.209/2025, que introduz mudanças na Estrutura Organizacional da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Mato Grosso (Ager-MT). Entre as principais alterações, está a ampliação das competências da Diretoria Reguladora de Ouvidoria, que agora incorpora o tema saneamento básico em sua estrutura e passa a ser chamada de Diretoria de Ouvidoria e Saneamento (DROS).

    Com essa mudança, a Ager-MT assume um papel fundamental no cumprimento do Marco Legal do Saneamento Básico (Lei Federal nº 11.445/2007), buscando soluções para os quatro pilares do setor: abastecimento de água, esgotamento sanitário, gestão de resíduos sólidos e drenagem urbana. A nova diretoria também terá como missão promover estudos, ações e políticas públicas que fortaleçam a regulação das Unidades Regionais de Saneamento Básico, criadas pela Lei Estadual nº 11.976/2022, e regular os serviços municipais que firmarem convênios com a agência.

    Segundo o presidente da Ager-MT, Luis Nespolo, essa mudança trará avanços significativos para o saneamento básico no estado, contribuindo para melhorar a qualidade de vida da população e atrair novos investimentos. “Com essa reestruturação, a Ager-MT se consolida como um agente indutor de desenvolvimento social e econômico, universalizando o acesso ao saneamento e reduzindo os indicadores de doenças relacionadas à falta de infraestrutura adequada”, afirmou.

    Impactos na gestão e regulação pública

    O Decreto nº 1.209/2025 também promove a redistribuição de cargos e funções dentro da agência, em consonância com a independência administrativa e a autonomia organizacional da Ager-MT, previstas na Lei Complementar nº 429/2011. Essas características são essenciais para que a regulação dos serviços públicos delegados seja realizada com eficiência e transparência.

    O diretor da nova DROS, Jossy Soares, destacou a importância do momento para a agência. “Essa mudança nos permite atrair investimentos para Mato Grosso e estabelecer regras claras para o setor, criando condições para a universalização do saneamento básico e o fortalecimento do desenvolvimento regional”, afirmou.

    Com a reestruturação, a Ager-MT dá um passo importante no fortalecimento de sua atuação regulatória, reafirmando seu compromisso com a modernização dos serviços públicos delegados e com a busca por soluções que promovam a inclusão social e a sustentabilidade no estado.

  • SAAE: Gerador em Poço Tubular é instalado no bairro Jaime Seiti Fujii

    SAAE: Gerador em Poço Tubular é instalado no bairro Jaime Seiti Fujii

    O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Lucas do Rio Verde deu um importante passo para garantir a continuidade do abastecimento de água para a população: neste mês de dezembro, instalou um gerador de energia no poço tubular do bairro Jaime Seiti Fujii, o PT-16.

    O investimento busca conter os impactos de quedas ou interrupções no fornecimento de energia elétrica, especialmente em períodos críticos, como tempestades ou manutenções na rede elétrica.

    O poço tubular, essencial para o abastecimento de água dos moradores, agora está equipado com um gerador que entra em operação automaticamente em caso de falta de energia. “Essa solução garante que a população continue recebendo água tratada mesmo em situações adversas, reforçando o compromisso do Saae com a qualidade e a continuidade dos seus serviços”, reforçou o diretor da autarquia, Mauricio Fossatti.

    A instalação do gerador faz parte de um plano de governo do Saae, para otimizar o sistema de abastecimento.

  • É possível plantar na água? Veja!

    É possível plantar na água? Veja!

    Para quem ama as plantas e quer um espaço verde em casa, encontrar um lugarzinho especial para o cultivo nem sempre é uma tarefa fácil devido ao tamanho da área disponível. Contudo, você já ouviu falar na ideia de plantar na água?

    Muitos botânicos novatos e experientes vêm testando e aprovando essa prática que recebe o nome de hidroponia. É uma maneira eficaz de economizar espaço e ainda ter as plantas bem pertinho, sejam flores, sejam hortaliças, por exemplo.

    Afinal, é possível plantar na água?

    Sim, é possível aprender como cultivar plantas na água. Pode até parecer um pouco incomum, já que não envolve um elemento básico da agricultura, ou seja, o solo, mas o desenvolvimento é garantido. Na verdade, existem algumas plantas aquáticas que preferem esse tipo de cultivo ao tradicional, já que tendem a se desenvolverem melhor. Se você pensar bem, existem plantas na natureza que vivem exatamente dessa forma. A vitória-régia é um bom exemplo.

    Como começar uma plantação aquática?

    Agora que você já sabe que é possível plantar na água, o que acha de tentar fazer isso?

    Assim, além do cultivo tradicional, com terra, você terá mais uma habilidade para esbanjar quando for cuidar das suas plantas. Para te ajudar a plantar na água, a seguir, montamos um guia sobre como fazer um sistema de hidroponia caseiro bem simples, que dará exatamente o que as suas plantas precisam para crescerem saudáveis.

    Leia e já comece a pôr a mão na massa.

    Escolha a planta mais adequada

    O primeiro passo é encontrar as plantas cultivadas na água. Isso porque de nada adianta investir em uma planta que não se adapta a esse tipo de cultivo, já que ela não irá se desenvolver. A boa notícia é que a lista é enorme, e você não irá se decepcionar. Entre as mais famosas, é possível encontrar clorófito, espada-de-são-jorge, singônio e aglaonema.

    Veja mais a seguir.

    Alho

    Se vai plantar na água, não se esqueça do alho! O cultivo é bem simples. Tudo o que você vai precisar é de um dente com alguns brotos verdes para servir de muda, sem usar terra.

    Jiboia Se

    está procurando por uma planta aquática para decorar a sua casa, a jiboia é uma boa opção. Ela é uma das plantas mais queridinhas dos brasileiros. Assim como a espada-de-são-jorge, é usada para proteger os lares contra energias ruins.

    Lavanda

    Quer dar um cheirinho todo especial na sua casa?

    Ter uma lavanda plantada na água é uma opção, afinal ela é uma planta aquática. Para isso, é só tirar uma muda com três ou cinco conjuntos de flores e esperar o florescimento. É tudo muito simples.