Tag: Agrotóxicos

  • Aumento no uso de defensivos agrícolas no Brasil: soja lidera a expansão da área tratada

    Aumento no uso de defensivos agrícolas no Brasil: soja lidera a expansão da área tratada

    Entre janeiro e dezembro de 2024, o Brasil registrou um aumento de 9,2% na área tratada com defensivos agrícolas, atingindo mais de 2 bilhões de hectares. Os dados são de uma pesquisa realizada pela Kynetec Brasil, encomendada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg). O aumento foi impulsionado, principalmente, pela soja, que representa a maior parte dessa expansão no uso de defensivos.

    O estudo aponta que o volume de defensivos agrícolas utilizados no controle de pragas, doenças e plantas daninhas cresceu 8,5% em comparação ao ano anterior. A maior parte da utilização foi de herbicidas (45%), seguidos por inseticidas (23%), fungicidas (23%) e tratamentos de sementes (1%). Outros produtos responderam por 8% da área tratada.

    O cálculo da área tratada foi feito com base na métrica PAT (potencial de área tratada), que leva em consideração tanto o número de aplicações quanto o número de produtos utilizados para controlar as pragas e doenças nas lavouras. A soja foi responsável por 56% dessa área, seguida por milho (16%), algodão (8%) e outros produtos como pastagem e cana.

    O mercado de defensivos agrícolas, em termos de valor, atingiu US$ 18 bilhões em 2024, uma queda de 10,3% em relação a 2023, quando o valor registrado foi de US$ 21 bilhões. Em termos regionais, a maior concentração de valores ocorreu em Mato Grosso e Rondônia (28%), seguidos por São Paulo e Minas Gerais (18%), com outras regiões como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina também apresentando destaque.

    A alta nos preços de defensivos agrícolas foi impulsionada pela maior infestação de pragas, como lagartas, cigarrinhas e mosca branca, que exigiram um controle mais intensivo. A safra 2024/2025 deverá manter o crescimento do uso de defensivos, com projeção de um aumento de 6% na área tratada, alcançando novamente mais de 2 bilhões de hectares. A soja, em particular, continuará liderando o uso de defensivos, com a expectativa de um aumento de 7% na área tratada, especialmente para o controle de percevejos e lagartas.

  • Mais de 800 kg de agrotóxicos contrabandeados são apreendidos na BR-163 

    Mais de 800 kg de agrotóxicos contrabandeados são apreendidos na BR-163 

    A Polícia Federal apreendeu 820 kg de agrotóxicos contrabandeados na BR-163, nesta quinta-feira (27), durante uma abordagem no km 733, sentido Sorriso, a 420 km de Cuiabá. Os produtos estavam escondidos entre embalagens de insumos agrícolas permitidos no Brasil.

    A operação foi realizada em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a Receita Federal do Brasil. A carga foi encaminhada à Delegacia da Polícia Civil de Sorriso para os devidos procedimentos.

    O motorista do caminhão não foi identificado. As autoridades seguem investigando a origem e o destino dos produtos ilegais, que representam riscos ambientais e à saúde pública.

  • Governo lança estratégia para monitorar contaminação ambiental por agrotóxicos e PFOS

    Governo lança estratégia para monitorar contaminação ambiental por agrotóxicos e PFOS

    O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançaram, na quinta-feira (20), em Brasília, a “Estratégia de Monitoramento Ambiental de PFOS e Agrotóxicos”, com o apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ​​(Ibama). O projeto pretende mapear a contaminação ambiental por agrotóxicos e PFOS – substâncias derivadas da degradação de agrotóxicos no meio ambiente – ao longo de três anos, monitorando 53 ingredientes ativos utilizados na agricultura brasileira.

    A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ressaltou a relevância do projeto para a formulação de políticas públicas e a proteção ambiental. “Nosso papel é fazer o melhor uso da tecnologia e do conhecimento para proteger o meio ambiente e a saúde da população, melhorando também a qualidade dos nossos negócios e investimentos”, afirmou.

    O diretor de Governança Corporativa e Informação da Embrapa, Alderi Araújo, destacou que a iniciativa representa um avanço na segurança ambiental e na sustentabilidade do setor agropecuário. Já o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, apontou que, pela primeira vez, será possível monitorar de forma sistemática substâncias que há décadas são registradas para uso no país.

    Pesquisa ampliará controle e segurança ambiental

    O estudo é financiado pelo MMA e será conduzido pela Embrapa Meio Ambiente, que ficará responsável pela execução técnica e gestão dos recursos. A ação amplia um projeto anterior desenvolvido em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), fortalecendo a coleta e análise de dados sobre os impactos ambientais dos defensivos agrícolas.

    Segundo Robson Barizon, chefe-adjunto de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação da Embrapa Meio Ambiente, o monitoramento contínuo dessas substâncias ajudará o Brasil a minimizar riscos à saúde humana e ao meio ambiente, além de atender exigências internacionais para a produção agrícola. “Essas inclusões de pesticidas reforçam a relevância do estudo para a gestão ambiental e o cumprimento de compromissos internacionais assumidos pelo Brasil”, afirmou Barizon.

    O evento de lançamento contou com a presença de autoridades como a secretária-executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República, Kelli Mafor, os secretários nacionais de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental, Adalberto Maluf, e de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável, Edel Moraes, além do presidente do Instituto Brasil Orgânico, Rogério Dias.

  • PRF e Receita Federal apreendem 500 kg de agrotóxicos ilegais em Lucas do Rio Verde

    PRF e Receita Federal apreendem 500 kg de agrotóxicos ilegais em Lucas do Rio Verde

    Em uma operação conjunta, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Receita Federal do Brasil apreenderam 500 kg de agrotóxicos de origem estrangeira que entraram de forma irregular no país. A ação ocorreu na BR-163, no perímetro urbano de Lucas do Rio Verde, e resultou na detenção do condutor de uma caminhonete Fiat/Strada, onde a carga ilegal estava sendo transportada.

    Durante a abordagem, os agentes identificaram sacos rotulados como fertilizantes. No entanto, ao inspecionarem o conteúdo, constataram que se tratava de agrotóxicos não autorizados. O uso desse tipo de produto é proibido no Brasil devido aos riscos que representam à saúde pública e ao meio ambiente, especialmente por não possuírem certificação e controle de qualidade.

    Agrotóxicos irregulares, como os apreendidos, podem conter substâncias tóxicas em concentrações acima do permitido ou até mesmo componentes não testados e proibidos. O uso desses produtos pode contaminar solos, rios e lençóis freáticos, além de causar danos à saúde de agricultores e consumidores. A importação e comercialização desses materiais são crimes ambientais e sanitários, sujeitos a penalidades severas.

    Procedimentos após a apreensão

    O condutor do veículo, a caminhonete e a carga foram encaminhados à Delegacia da Polícia Judiciária Civil de Lucas do Rio Verde, onde os procedimentos legais estão sendo realizados. A PRF e a Receita Federal investigam a origem dos agrotóxicos e a possível existência de uma rede de contrabando e comércio ilegal desses produtos na região.

    A apreensão reforça a importância das ações coordenadas entre órgãos federais para coibir a entrada de produtos ilegais no país. Além dos riscos ambientais e à saúde, o contrabando de agrotóxicos prejudica a economia nacional, uma vez que empresas regulares e certificadas sofrem concorrência desleal.

    A PRF e a Receita Federal continuam atuando em operações de fiscalização para garantir a segurança nas rodovias e a proteção do meio ambiente. A população também pode contribuir denunciando atividades suspeitas por meio dos canais oficiais de comunicação desses órgãos.

    Esta apreensão serve como alerta para os riscos associados ao uso de produtos ilegais e destaca a necessidade de conscientização sobre a importância de adquirir insumos agrícolas apenas por meio de canais autorizados e regulamentados.

  • Justiça anula decreto que reduzia distância para aplicação de agrotóxicos em Mato Grosso

    Justiça anula decreto que reduzia distância para aplicação de agrotóxicos em Mato Grosso

    Em uma vitória para a saúde pública e o meio ambiente, a Justiça de Mato Grosso declarou nulos dois artigos do Decreto Estadual 1.651/2013, que reduziam a distância mínima para aplicação de agrotóxicos em áreas próximas a centros populacionais. A decisão atende a uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE-MT).

    Com a decisão judicial, fica restabelecido o Decreto Estadual 2.283/2009, que estabelece distâncias mínimas mais rigorosas para a aplicação de agrotóxicos, variando entre 200 e 300 metros de áreas como povoados, cidades e mananciais de água.

    O juiz Antonio Horácio da Silva Neto, ao proferir a sentença, destacou a importância de proteger a saúde da população e o meio ambiente. “A aplicação terrestre de agrotóxicos e afins deve ser restrita à área tratada, com distâncias mínimas que garantam a segurança de todos”, afirmou o magistrado.

    Além das distâncias mínimas, a Justiça também determinou a obrigatoriedade de implantação de pátios de descontaminação para os equipamentos utilizados na aplicação de agrotóxicos, visando reduzir a contaminação do solo e da água.

    Riscos à saúde e ao meio ambiente de Mato Grosso

    O promotor de Justiça Joelson de Campos Maciel alertou para os riscos à saúde e ao meio ambiente causados pela redução das distâncias para aplicação de agrotóxicos. “Temos visto diversas tentativas de flexibilizar a legislação, o que aumenta significativamente os riscos de contaminação por agrotóxicos em nosso estado”, afirmou.

    A preocupação com a questão é compartilhada pelo Fórum Mato-Grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, que também se manifestou contra o Projeto de Lei 1.833/2023, em tramitação na Assembleia Legislativa, que propõe reduzir ainda mais a distância mínima para aplicação de agrotóxicos.

    A decisão judicial representa um importante passo para garantir a proteção da saúde pública e do meio ambiente em Mato Grosso. No entanto, a luta contra o uso indiscriminado de agrotóxicos ainda continua. É fundamental que a sociedade civil, os órgãos de controle e o poder público continuem trabalhando juntos para garantir a implementação das medidas protetivas e a promoção de práticas agrícolas mais sustentáveis.

  • Mato Grosso: entre a produção e a preservação, qual o preço da saúde?

    Mato Grosso: entre a produção e a preservação, qual o preço da saúde?

    Um projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso tem gerado grande polêmica e preocupação. A proposta prevê a redução da distância mínima para aplicação de agrotóxicos em áreas urbanas e próximas a mananciais de água, de 300 metros para apenas 25 metros.

    A medida, que altera a Lei 8.588/2006, tem como justificativa a necessidade de combater pragas agrícolas. No entanto, o Ministério Público Federal (MPF-MT) e o Fórum Mato-Grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos se manifestaram contrários ao projeto, alegando que a redução da distância pode aumentar significativamente os riscos à saúde humana e ao meio ambiente.

    O Fórum, que reúne diversas instituições ligadas à saúde, meio ambiente e sociedade civil, apresentou um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que aponta municípios agrícolas em Mato Grosso com maior risco de mortes fetais e anomalias em bebês. A organização alerta que a exposição aos agrotóxicos está associada a um aumento nos casos de câncer, malformações congênitas, doenças neurodegenerativas e problemas reprodutivos.

    A redução da distância mínima para aplicação de agrotóxicos, segundo o Fórum, pode agravar ainda mais a situação, contaminando fontes de água, alimentos e o ar que as pessoas respiram. Além disso, a organização destaca que pesquisas nacionais e internacionais já comprovaram a presença de resíduos de agrotóxicos em rios, poços artesianos, alimentos e até mesmo no leite materno de mulheres que vivem em áreas próximas às lavouras.

    Impacto na saúde pública de Mato Grosso

    O MPF-MT também se posicionou contra o projeto de lei, argumentando que a redução da distância mínima entre as áreas de aplicação de agrotóxicos e locais habitados debilita a proteção da vida e da saúde humana.

    O órgão ressalta que o aumento da incidência de câncer, malformações congênitas e outras doenças relacionadas à exposição aos agrotóxicos é uma realidade em Mato Grosso, especialmente nas regiões com maior uso desses produtos.

  • Fórum se manifesta contra redução da distância para aplicação de agrotóxicos em Mato Grosso

    Fórum se manifesta contra redução da distância para aplicação de agrotóxicos em Mato Grosso

    O Fórum Mato-Grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, composto pelo Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT), Ministério Público Federal (MPF-MT), Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE-MT) e Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador da Universidade Federal de Mato Grosso (Neast/UFMT), apresentou, na última sexta-feira (20), manifestação contrária ao Projeto de Lei 1.833/2023, em tramitação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).

    O projeto prevê a redução, para 25 metros, da distância mínima para aplicação de agrotóxicos em locais próximos a povoados, cidades, vilas, bairros, mananciais de captação de água, moradias isoladas e agrupamentos de animais e nascentes, ainda que intermitentes.

    Leia a nota na íntegra:

    NOTA PÚBLICA

    O Fórum Mato-Grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, em franco diálogo com a sociedade, apresenta manifestação desfavorável quanto ao Projeto de Lei nº 1.833/2023, em tramitação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), que reduz a distância mínima para aplicação de agrotóxicos para 25 metros de áreas como povoações, cidades, vilas, bairros, mananciais de captação de água, moradia isolada, agrupamento de animais e nascentes, ainda que intermitentes.

    A situação quanto à exposição ao agrotóxico é alarmante no Estado de Mato Grosso, que ocupa o primeiro lugar em volume de uso de agrotóxicos em suas lavouras, sabendo-se que a utilização desses produtos em sistemas abertos (meio ambiente) impossibilita qualquer medida efetiva de controle.

    Pesquisas nacionais e internacionais, e em especial da Universidade Federal de Mato Grosso, já concluíram a existência de resíduos de agrotóxicos nos rios, poços artesianos, peixes, água da chuva, sangue e urina de trabalhadores, alunos e professores de escolas próximas às áreas de plantação em que se aplica o veneno, além da contaminação de leite materno, de alimentos provenientes das hortas e das commodities produzidas no estado, como a soja, o algodão e o milho.

    Também é comprovada cientificamente a correlação entre exposição a agrotóxicos e diversas doenças crônicas, que aparecem em razão da exposição continuada, por longos períodos, a essas substâncias.

    O perfil de adoecimento da população adulta mato-grossense apresenta aumento da incidência de casos de cânceres relacionados à exposição ambiental e ocupacional aos agrotóxicos, tais como câncer de pulmão, leucemias e linfomas. Entre as crianças, a exposição dos pais e morar próximo de lavouras aumenta o risco de cânceres de sistema nervoso central, leucemias e linfomas. É importante ressaltar o aumento dos casos de câncer infanto juvenil nas regiões de maior uso de agrotóxicos em MT. A incidência de malformação fetal e abortos nas regiões que mais utilizam agrotóxicos em MT está entre duas e quatro vezes maior que em outros estados e que a incidência nacional. Estudo nacional coordenado pela FIOCRUZ em 2024 demonstrou que Mato Grosso tem municípios agrícolas com maior risco de mortes fetais e anomalias em bebês.

    Estudos nacionais e internacionais associam a exposição aos agrotóxicos ao aumento dos casos de autismo, Doença de Parkinson, Disfunções endócrinas e reprodutivas.

    Assim, a redução da distância mínima entre as áreas onde são aplicadas agrotóxicos e locais onde habitam seres humanos e animais, e de onde se extrai água para o consumo humano, debilita ainda mais a proteção da vida e saúde humana e do meio ambiente contra os efeitos nocivos dos agrotóxicos.

    É comprovado que a pulverização de agrotóxicos atinge áreas para além da aplicada, o que é agravado pela deriva, sendo que a redução do distanciamento incrementa, nitidamente, o risco de contaminação de seres humanos, inclusive trabalhadores e da água.

    Além disso, o PL cita a pulverização nas cidades, mas não cita que a ANVISA proíbe a capina química nas áreas urbanas e que a maioria dos municípios brasileiros proibiram o fumacê por causa da toxicidade humana e ineficácia do combate aos mosquitos transmissores de doenças.

    Deste modo, ao reduzir para mínimos 25 metros a distância da aplicação de agrotóxicos e não definir distância mínima para médias e pequenas propriedades, o Projeto de Lei nº 1833/2023 consubstancia providência que ofende direitos humanos e fundamentais, como a vida, a saúde humana e o meio ambiente (art. 5º “caput”, art. 6º “caput”, art. 196 e art. 225 da CF/88).

    Fórum Mato-Grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos

    Ministério Público do Trabalho

    Ministério Público Federal

    Ministério Público do Estado de Mato Grosso

    Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador – UFMT

  • Projeto de lei em Mato Grosso reduz distância para aplicação de agrotóxicos

    Projeto de lei em Mato Grosso reduz distância para aplicação de agrotóxicos

    Mato Grosso, o maior produtor de grãos do Brasil, está no centro de um debate acalorado sobre o uso de agrotóxicos. Um projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa do estado (ALMT) que prevê a redução da distância mínima para aplicação de agrotóxicos em áreas residenciais, mananciais de água e outras áreas sensíveis, tem gerado grande preocupação.

    O Ministério Público Federal (MPF) e o Fórum Mato-Grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos se posicionaram contra o Projeto de Lei nº 1833/2023. Em nota divulgada nesta sexta-feira (20), os órgãos alertam que a redução dessa distância pode comprometer a saúde da população e do meio ambiente, uma vez que Mato Grosso é o estado que mais utiliza agrotóxicos no país.

    “A redução da distância mínima entre as áreas onde são aplicados agrotóxicos e locais onde habitam seres humanos e animais, e de onde se extrai água para o consumo humano, debilita ainda mais a proteção da vida e saúde humana e do meio ambiente contra os efeitos nocivos dos agrotóxicos”, afirma a nota.   

    Projeto de lei em Mato Grosso reduz distância para aplicação de agrotóxicos
    FOTO: Edição Comunicação Abrasco

    O documento cita diversas pesquisas que comprovam a relação entre a exposição aos agrotóxicos e o aumento de casos de câncer, malformações congênitas, doenças neurológicas e outras enfermidades na população. A contaminação de alimentos, água e solo também é um problema grave, segundo o Fórum.

    “É importante ressaltar o aumento dos casos de câncer infanto juvenil nas regiões de maior uso de agrotóxicos em MT”, aponta a nota. “A incidência de malformação fetal e abortos nas regiões que mais utilizam agrotóxicos em MT está entre duas e quatro vezes maior que a taxa de outros estados e que a média nacional.”

    Violação de direitos humanos

    O Fórum argumenta que a redução da distância para aplicação de agrotóxicos viola direitos humanos fundamentais, como o direito à vida, à saúde e a um meio ambiente equilibrado.

    “O projeto de lei trata da pulverização nas cidades, mas não cita que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a capina química nas áreas urbanas e que a maioria dos municípios brasileiros proibiu o fumacê por causa da toxicidade humana e ineficácia do combate aos mosquitos transmissores de doenças”, destaca a nota.

  • Indea publica nova regra sobre uso de agrotóxicos em Mato Grosso

    Indea publica nova regra sobre uso de agrotóxicos em Mato Grosso

    O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) publicou uma nova Instrução Normativa (IN) que dispõe sobre as regras para o uso de produtos agrotóxicos, produtos de controle ambiental e afins nas culturas produtivas do Estado.

    A IN nº 002/2024 traz como novidade a possibilidade de emissão de Receitas Agronômicas Complementares, permitindo a alteração da recomendação técnica quando houver alterações nos parâmetros técnicos que subsidiam a receita original ou quando a safra tiver decorrido sem o uso do produto adquirido ou parte dele.

    “Na prática, caso o produtor rural tenha comprado agrotóxicos para a cultura de soja, mas sobrou produtos registrados que podem ser utilizados para a defesa de outras culturas, como milho ou algodão, por exemplo, um profissional legalmente habilitado poderá emitir uma receita agronômica complementar, devendo essa alteração ser informada ao Indea-MT. Até antes dessa normativa, isso não era permitido”, comenta o diretor técnico do Indea, Renan Tomazele.

    Ele acrescenta ainda que as Receitas Agronômicas Complementares devem ser registradas no Sistema de Defesa Vegetal (SISDEV), mantendo a rastreabilidade do uso dos agrotóxicos, produtos de controle ambiental e afins.

    Essa nova regra foi publicada no Diário Oficial do Estado dia 19 de julho de 2024, passando a valer já a partir da data de publicação.

    A IN reitera que os agrotóxicos, produtos de controle ambiental e afins só podem ser comercializados a usuário final cadastrado no Indea e mediante apresentação de receita agronômica, emitida por profissional legalmente habilitado, e somente podem ser utilizados em conformidade com as recomendações da receita, respeitando as distâncias mínimas previstas na legislação, e quando as condições de aplicação não implicarem em ocorrência de deriva em áreas não alvo, cursos d’água, pessoas, escolas, habitações, agrupamento de animais e outras culturas, cultivadas ou não.

  • Seminário aborda avanços na aviação agrícola e legislação em Lucas do Rio Verde

    Seminário aborda avanços na aviação agrícola e legislação em Lucas do Rio Verde

    Lucas do Rio Verde sediará nos dias 7 e 8 de agosto, o 3º Seminário para o Desenvolvimento Agropecuário do Estado de Mato Grosso. O evento, que acontecerá na sede da Fundação Rio Verde, area rural do município, trará à tona discussões cruciais sobre a aviação agrícola, tanto tripulada quanto remotamente pilotada. Este evento visa informar e atualizar todos os profissionais do segmento agrícola e agropecuário da região.

    O seminário deste ano abordará temas importantes, como a nova Lei Federal de Agrotóxicos (Lei nº 14.682/2003) e o projeto de decreto federal que a regulamenta. Leandro Oltramari, engenheiro agrônomo e fiscal do INDEA em Lucas do Rio Verde, é um dos organizadores do aguardado evento que ocorrerá na Fundação Rio Verde destacou a importância da atualização das legislações vigentes, uma vez que a última revisão significativa ocorreu em 1989, uma época em que as práticas agrícolas e o uso de insumos químicos eram bem diferentes do que são hoje.

    O evento contará com palestrantes de renome nacional. Entre eles, destacam-se o Dr. José Vitor, autoridade máxima no Brasil sobre agrotóxicos, e o Dr. Wellington, especialista em aviação agrícola. Uma das atrações principais será a presença do Dr. Marcos Vilela, uma lenda na aviação agrícola, que apresentará a parte prática do evento com demonstrações de equipamentos revolucionários para o setor.

    Outro tópico que receberá atenção especial é o uso de aeronaves não tripuladas, como drones, que estão cada vez mais presentes nas operações do campo. “Os drones começam a tomar espaço no dia a dia do produtor com mais intensidade, especialmente em culturas como o algodão”, ressalta Oltramari. O seminário oferecerá uma oportunidade para discutir as implicações dessa tecnologia e como ela pode ser regulamentada para beneficiar os produtores.

    Local e inscrições

    A escolha da Fundação Rio Verde como sede do evento se deve à excelente infraestrutura que oferece, incluindo um aeroporto que permitirá a realização de atividades práticas, fundamentais para a formação dos participantes. Aproximadamente 50 municípios do Norte do Mato Grosso são esperados para participar.

    As inscrições já estão abertas, são gratuitas e podem ser feitas por meio das redes sociais do evento. Para aqueles que não puderem estar presentes, haverá transmissão ao vivo pelo YouTube, garantindo que o conteúdo do seminário alcance o maior número de interessados possível.

    Importância da presença

    Apesar da possibilidade de acompanhar online, Oltramari enfatiza a importância da participação presencial. “Estar no ambiente do evento permite tirar dúvidas diretamente com as autoridades presentes, além de aproveitar ao máximo as atividades práticas”, explica. Ele convida todos os profissionais do setor a participarem e destaca que o seminário é uma oportunidade única para discutir e entender as mudanças legislativas que impactam diretamente o agronegócio no Brasil.

    O 3º Seminário para o Desenvolvimento Agropecuário do Estado de Mato Grosso promete ser um evento marcante para o setor, oferecendo insights valiosos sobre a modernização das práticas agrícolas e o cumprimento das novas legislações. “Conto com a presença de todos para que possamos juntos fortalecer o desenvolvimento agropecuário da nossa região”, conclui Leandro Oltramari.