Tag: agronegócio

  • Funcionário morre ao combater incêndio em canavial na zona rural de Itiquira

    Funcionário morre ao combater incêndio em canavial na zona rural de Itiquira

    Um incêndio de grandes proporções atingiu uma área de canavial na zona rural de Itiquira, a 359 km de Cuiabá, nesta quinta-feira (22), resultando na morte de um funcionário que atuava no combate ao fogo. O incidente ocorreu próximo à BR-163, após a ponte sobre o Rio Correntes, que dá acesso a Rondonópolis.

    A vítima, identificada como Paulo Henrique Pereira Souza, trabalhava como ajudante em um caminhão-pipa que combatia as chamas. De acordo com a Polícia Civil, o veículo transportava dois funcionários. O motorista conseguiu escapar, mas Paulo Henrique foi surpreendido pelo avanço do fogo e, apesar de tentar fugir, acabou sendo atingido.

    A área atingida pelo incêndio pertence a uma usina localizada no município de Sonora, no estado de Mato Grosso do Sul, embora o canavial esteja situado no distrito de Ouro Branco do Sul, em Itiquira.

    As chamas começaram a se espalhar entre o km 8 e o km 12 da BR-163 na tarde de quarta-feira (21), formando uma densa cortina de fumaça que assustou motoristas que passavam pela rodovia.

    Cerca de 15 produtores rurais, brigadistas e bombeiros estão mobilizados no combate ao incêndio, utilizando tratores e equipamentos de pulverização na tentativa de conter as chamas e evitar maiores danos.

  • China aumenta participação nas exportações do agronegócio brasileiro

    China aumenta participação nas exportações do agronegócio brasileiro

    A China, maior destino dos produtos agropecuários do Brasil, expandiu sua participação nas exportações do setor ao longo do último ano. De acordo com um levantamento divulgado pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, a China representou 35% de todas as exportações do agronegócio brasileiro entre agosto de 2023 e julho de 2024. No mesmo período do ano anterior, essa participação era de 32,8%.

    A receita gerada pelas exportações para a China somou US$ 58,60 bilhões, em um total de US$ 167,41 bilhões em vendas externas do agronegócio brasileiro no período. Em termos nominais, as exportações para o país asiático cresceram 10% em um ano, impulsionando uma alta de 3,2% nas exportações totais do setor.

    A soja em grãos foi o principal produto exportado para a China, totalizando US$ 36,55 bilhões, ou 62,4% das vendas do agronegócio brasileiro para o mercado chinês. Em volume, foram 79,35 milhões de toneladas de soja enviadas para a China, representando um aumento de 24,8% em relação ao ano anterior e 75,7% do total exportado pelo Brasil.

    Os Estados Unidos aparecem como o segundo maior destino dos produtos agropecuários brasileiros, com exportações de US$ 10,73 bilhões, representando 6,4% das vendas externas do setor, seguidos pelos Países Baixos, com 3,1% das exportações e US$ 5,23 bilhões.

    Apesar do crescimento registrado ao longo do ano, no acumulado de janeiro a julho de 2024, a China reduziu sua participação nas exportações brasileiras para 34,9%, uma queda em comparação aos 36,9% no mesmo período do ano anterior. Este recuo de 4,5%, equivalente a US$ 34,10 bilhões, foi principalmente influenciado pela queda de 9% nas vendas de soja.

    Os principais produtos exportados para a China no ano incluíram, além da soja, carne bovina in natura, celulose, algodão, carne de frango in natura e açúcar de cana em bruto. O levantamento foi divulgado em meio às celebrações dos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China, com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacando as oportunidades comerciais que fizeram da China o principal parceiro do Brasil no setor agropecuário.

  • Dia Nacional do Campo Limpo: Educação ambiental e logística reversa em Lucas do Rio Verde

    Dia Nacional do Campo Limpo: Educação ambiental e logística reversa em Lucas do Rio Verde

    No Dia Nacional do Campo Limpo, Lucas do Rio Verde celebrou a importância da devolução de embalagens de agrotóxicos, uma prática que tem colocado o Mato Grosso como líder nacional em logística reversa. O evento, organizado pela Cearpa em parceria com o inpEV e órgãos ambientais, contou com a participação de alunos da rede municipal que foram levados ao Horto Municipal para uma programação educativa. As atividades foram desenvolvidas no horto em razão da reforma e ampliação da Central de Recebimento de Embalagens mantida pela Cearpa na área rural de Lucas do Rio Verde.

    Os estudantes assistiram a uma palestra sobre a importância da logística reversa e aprenderam sobre como as embalagens de agrotóxicos, após o uso, devem ser corretamente devolvidas para reciclagem ou destinação adequada. “O sucesso dessa iniciativa se deve em grande parte ao produtor rural, que faz a sua parte e entrega corretamente essas embalagens,” destacou Rangel Portela, representante da Cearpa. Ele também ressaltou que o Brasil é referência mundial nesse processo graças ao cumprimento rigoroso da legislação e à atuação eficaz dos órgãos fiscalizadores, como o INDEA.

    Felipe Palis, secretário de Agricultura e Meio Ambiente, enfatizou a relevância do Dia Nacional do Campo Limpo como um momento de conscientização e sensibilização sobre a logística reversa. “Esse processo envolve diversos agentes, desde a indústria que produz até o produtor que devolve as embalagens usadas. É um trabalho de quatro mãos que vem sendo desenvolvido há anos, garantindo praticamente 100% de recolhimento no município,” afirmou o secretário.

    Os alunos, além de receberem informações valiosas sobre sustentabilidade, participaram de um passeio pelo Horto Municipal, onde puderam conhecer as ações desenvolvidas no local. A professora Ozeni Souza de Oliveira, que leciona na escola Luiz Carlos Cecconello e no Museu do Cerrado, reforçou a importância de projetos como o Lixo Zero, desenvolvido nas escolas, que visa ensinar os alunos sobre a separação correta dos resíduos e o reaproveitamento dos materiais. “O que queremos é que as crianças aprendam na escola e levem esses conhecimentos para casa, contribuindo para a sustentabilidade tanto na cidade quanto no campo,” explicou a professora.

    O Dia Nacional do Campo Limpo em Lucas do Rio Verde é um exemplo de como a educação ambiental pode ser um instrumento poderoso para promover práticas sustentáveis e assegurar a preservação do meio ambiente para as futuras gerações.

  • Demanda por milho no Mato Grosso ganha fôlego, impulsionada por usinas de etanol

    Demanda por milho no Mato Grosso ganha fôlego, impulsionada por usinas de etanol

    O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgou um novo levantamento que traz boas notícias para os produtores de milho no Mato Grosso. A demanda pelo grão deve ser maior do que o previsto anteriormente, impulsionada principalmente pelo aumento do consumo pelas usinas de etanol de milho.

    Segundo o Imea, a expectativa para o ciclo 2023/24 é de 48,15 milhões de toneladas de milho demandadas em Mato Grosso, o que representa um crescimento de 0,09% em relação às estimativas do mês anterior. Embora seja um aumento modesto, a notícia é positiva, considerando o cenário de incertezas que marca o setor agrícola.

    O que está por trás desse crescimento?

    O principal fator que impulsiona a demanda por milho em Mato Grosso é o aumento do consumo pelas usinas de etanol. Essas indústrias respondem por cerca de 73,74% do consumo interno do estado. O crescimento da produção de etanol, tanto para abastecer o mercado interno quanto o externo, tem sido um dos principais motores da economia mato-grossense nos últimos anos.

    Além das usinas de etanol, outros setores também contribuem para a demanda por milho, como a ração animal (26,26% do consumo total) e as exportações (56,72%). No entanto, as exportações apresentaram uma redução de 9,63% em relação à safra passada, o que pode ser explicado por diversos fatores, como a concorrência internacional e as políticas comerciais de outros países.

    Perspectivas para o futuro do Milho em Mato Grosso

    A revisão das estimativas de demanda para o milho em Mato Grosso é um sinal positivo para o setor. O aumento do consumo pelas usinas de etanol, combinado com o crescimento da produção e da produtividade, coloca o estado em uma posição estratégica na produção de grãos no Brasil.

    No entanto, é importante ressaltar que o mercado de commodities é volátil e sujeito a diversas influências, como as condições climáticas, as políticas governamentais e a demanda global. Por isso, os produtores devem acompanhar de perto as informações do mercado e ajustar suas estratégias de produção de acordo com as novas realidades.

  • Mato Grosso consolida liderança na produção de etanol de milho e impulsiona o agronegócio nacional

    Mato Grosso consolida liderança na produção de etanol de milho e impulsiona o agronegócio nacional

    O estado de Mato Grosso está se consolidando como um dos grandes protagonistas da produção de etanol de milho no Brasil. De acordo com o estudo Visão Agro, realizado pelo Itaú BBA, a produção de etanol de milho em Mato Grosso deve crescer significativamente nos próximos anos, impulsionada por grandes investimentos e pela expansão da produção de milho na região.

    A expectativa é de que a produção brasileira de etanol de milho alcance 7,5 bilhões de litros na safra 2024/25, um aumento de 19% em relação à safra anterior. Mato Grosso, que já ultrapassou Goiás e se tornou o segundo maior produtor de etanol do país, deve se consolidar ainda mais nessa posição, com a tendência de se tornar o maior produtor nos próximos anos.

    “A gente vê grandes projetos do etanol de milho em Mato Grosso, é um etanol baseado muito mais no grão do que na cana. Esses projetos vieram para ficar, a indústria está ganhando espaço”, afirma Lucas Brunetti, analista da Consultoria Agro do Itaú BBA. A localização estratégica do estado, com grandes áreas de cultivo de milho, e a presença de diversas usinas dedicadas à produção de etanol de milho são fatores que contribuem para esse crescimento.

    O aumento da produção de etanol de milho em Mato Grosso impulsiona o agronegócio local e gera diversos benefícios para a economia brasileira. A produção desse biocombustível gera empregos, aumenta a renda dos produtores de milho e contribui para a diversificação da matriz energética do país. Além disso, o etanol de milho é considerado um combustível mais sustentável, pois reduz as emissões de gases do efeito estufa.

    Com a expansão da produção de etanol de milho, o consumo de milho para essa finalidade também deve aumentar significativamente nos próximos anos. A estimativa é que o consumo de milho para a produção de etanol alcance 17,3 milhões de toneladas na safra 2024/25, um crescimento de 25% em relação à safra anterior.

  • Mato Grosso: O celeiro do Brasil brilha em feira internacional de agronegócio

    Mato Grosso: O celeiro do Brasil brilha em feira internacional de agronegócio

    O Mato Grosso, reconhecido como o maior produtor de grãos do Brasil, consolida sua posição de destaque no agronegócio nacional e internacional. Com uma produção robusta de commodities como soja, milho, algodão e gergelim, o estado responde por uma parcela significativa da produção nacional desses produtos e possui um PIB considerável, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário.

    Para celebrar esse protagonismo e fortalecer ainda mais o setor, Cuiabá receberá entre os dias 12 e 14 de setembro a GreenFarm, uma feira internacional do agronegócio que promete reunir grandes nomes e empresas do setor. O evento, que será realizado no Aeroporto Bom Futuro, tem como objetivo conectar produtores locais com compradores internacionais, além de apresentar as últimas novidades e tendências do mercado.

    A GreenFarm será uma plataforma única para que os empresários mato-grossenses possam exibir seus produtos e serviços para um público global. A feira contará com a presença de compradores de diversos países, além de palestras, rodadas de negócios, leilões de animais de elite e uma exposição de máquinas e equipamentos agrícolas de última geração.

    A escolha de Cuiabá para sediar a GreenFarm não foi por acaso. O estado, que já é um dos maiores produtores agrícolas do mundo, receberá, na mesma semana do evento, uma importante reunião de membros de países que compõem o G20. Essa coincidência coloca o Mato Grosso em destaque no cenário internacional e demonstra o potencial do agronegócio brasileiro.

    As perspectivas para o agronegócio mato-grossense são bastante positivas. Segundo projeções, a produção de soja, milho e algodão deve crescer significativamente nos próximos anos, consolidando ainda mais o estado como um dos principais players do setor. A GreenFarm será uma oportunidade para os produtores e empresas do estado apresentarem suas soluções e tecnologias inovadoras para atender essa crescente demanda.

    A feira é direcionada a um público amplo, incluindo produtores rurais, agroindústrias, autoridades governamentais, representantes da imprensa e demais profissionais do setor. A expectativa é que a GreenFarm seja um grande sucesso e contribua para o fortalecimento do agronegócio mato-grossense e brasileiro.

  • Safra americana pode sofrer com inverno e abre oportunidades para MT, diz especialista

    Safra americana pode sofrer com inverno e abre oportunidades para MT, diz especialista

    A semeadura fora da janela ideal pode provocar perdas nas safras de soja e milho dos Estados Unidos da América, avalia o professor PhD em Meteorologia, Luiz Carlos Molion. O especialista destaca que 9% do milho foi semeado após 31 de maio, quando fechava a janela, enquanto 22% da soja também foi semeada com atraso.

    A avaliação de Molion foi feita em live no YouTube e Instagram da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), na última quinta-feira (18). A live foi mediada pela gerente de Defesa Agrícola da Aprosoja-MT, Jerusa Rech.

    Segundo o meteorologista, ainda há o risco de as lavouras americanas enfrentarem geadas e nevascas, com potencial de reduzir em 36 milhões de toneladas de milho e 25 milhões de toneladas de soja.

    “Esses plantios feitos tardiamente correm um risco muito grande em função do inverno, que deve começar antes. Devemos ter no final de setembro, início de outubro, geadas precoces no Hemisfério Norte e isso deve impactar o ciclo de crescimento”, disse Molion. Ele acrescenta que, caso as plantas alonguem seus ciclos, o risco de serem impactadas por geadas aumenta.

    Molion também lembra que em junho deste ano, algumas regiões do “Corn Belt” (Cinturão do Milho), região que concentra a produção de grãos nos Estados Unidos, registraram temperaturas de 1 a 3 graus mais baixas que o normal. Isso reforça a tese da possibilidade de as plantas esticarem seu ciclo, adentrando no inverno mais rigoroso.

    Países do Hemisfério Sul também devem ser afetados, diz o meteorologista, principalmente Argentina, Paraguai e a região Sul do Brasil, que estão fora dos trópicos. Molion acredita que a produção de milho da Argentina, a terceira maior exportadora do grão no mundo, atrás apenas dos EUA e Brasil, deve reduzir. A colheita do cereal no país vizinho avança para a reta final.

    Outros países que também devem ter suas safras afetadas pelo inverno mais rigoroso serão a China e Índia, dois gigantes mundiais, principalmente em termos de população, concentrando quase 3 bilhões de habitantes. Por outro lado, as previsões para Mato Grosso apontam para condições favoráveis para a safra de soja.

    Em Mato Grosso, o plantio da soja está autorizado para ser realizado a partir do dia 7 de setembro, porém, Molion acredita que o início do mês ainda deve ter chuvas reduzidas. A previsão é que a partir da segunda metade do mês, o volume de chuvas aumente, permitindo condições mais favoráveis ao plantio da oleaginosa.

    Realizando o plantio na segunda metade de setembro, reforça Molion, o produtor conseguirá realizar a colheita em janeiro de 2025, no ciclo normal da planta. O especialista ainda prevê que na segunda metade do mês de janeiro deve ocorrer um veranico em Mato Grosso, o que deve favorecer a colheita da soja.

    “É importante, nas primeiras chuvas de setembro, conseguir segurar essa água, obrigando a infiltração da água no solo e aprofundando o sistema radicular da planta. Com isso, a planta aumenta o seu volume horizontal do sistema radicular e, se pegar um veranico em janeiro, por exemplo, ela vai ter um volume de solo maior pra explorar”, acrescenta.

  • Agronegócio: Volume exportado cresce 9% no 1º quadrimestre, e faturamento avança quase 3%

    Agronegócio: Volume exportado cresce 9% no 1º quadrimestre, e faturamento avança quase 3%

    O agronegócio brasileiro se mantém firme no atendimento das demandas doméstica e externa por fibras, alimentos e energia. Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Secretaria de Comércio Exterior (sistema Siscomex), mostram que, de janeiro a abril deste ano, o faturamento obtido com as vendas externas de produtos agropecuários somou US$ 52 bilhões, alta de 2,7% em relação ao do mesmo período de 2023.

    Pesquisadores do Cepea destacam que o avanço no faturamento esteve atrelado ao aumento no volume escoado pelo Brasil no primeiro quadrimestre, de 9%, tendo em vista que os preços em dólar recuaram 6% no período. Segundo pesquisadores do Cepea, as vendas externas do setor cresceram puxadas pelo algodão (cujo volume exportado cresceu significativos 230% na comparação entre os primeiros quadrimestres de 2024 e de 2023), pelo açúcar (+80%), o café (+50%), a carne bovina in natura (+41%), farelo de soja (+21%), soja em grãos (+10%), papel (+24%) e carne suína (+3%).

    Quanto aos destinos, a China se manteve como maior parceira comercial do agronegócio brasileiro, mas houve queda na participação do país asiático no valor total dos embarques. Por outro lado, os Estados Unidos e países do Oriente Médio, como Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, aumentaram a participação. Outros países que têm incrementado a relação comercial com o agronegócio brasileiro são a Índia, Egito, México e Turquia.

    Expectativa para 2024

    Pesquisadores do Cepea acreditam que a demanda por alimentos, fibra e energia deve seguir firme em 2024. Mesmo diante de perspectivas de taxas menores de crescimento para as principais economias mundiais, os avanços da população mundial e da renda dos países importadores devem dar suporte à demanda.

    Pelo lado da oferta, a atenção nos próximos meses deve se voltar à evolução da colheita no Hemisfério Norte, enquanto os países do Hemisfério Sul, como Brasil e Argentina, devem finalizar a colheita de grãos e se preparar para o novo ciclo produtivo de 2024/25. E, assim, alterações na oferta mundial em relação ao esperado pelo mercado podem implicar em variações nos preços internacionais dos produtos agropecuários.

  • Preços do trigo variam conforme região e modalidade de mercado

    Preços do trigo variam conforme região e modalidade de mercado

    Os preços do trigo têm apresentado variações distintas entre as regiões e modalidades de mercado (balcão e lotes) acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores do Centro, essa disparidade deve-se às diferentes perspectivas entre compradores e vendedores, influenciadas por fatores como as recentes desvalorizações externas, as flutuações do dólar e o desenvolvimento das lavouras da nova safra.

    Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam uma expressiva redução na área plantada com trigo no Brasil. A indisponibilidade de sementes de qualidade, o risco de perdas por chuvas e geadas, a baixa rentabilidade e os danos registrados na temporada anterior desestimularam os triticultores. A área destinada ao cereal deve ser de 3,069 milhões de hectares, uma redução de 11,6% em comparação a 2023.

    No entanto, a produtividade do trigo pode dar um salto significativo, com um aumento estimado de 25,1% em relação ao ano anterior, alcançando 2.917 kg/ha. Caso essa previsão se confirme, a produção total de trigo no Brasil pode chegar a quase 9 milhões de toneladas, representando um aumento de 10,6% em comparação à temporada finalizada em 2023.

    Essa combinação de redução na área plantada e aumento na produtividade está sendo monitorada de perto pelos agentes do mercado, que ajustam suas estratégias de compra e venda de acordo com as expectativas e os desenvolvimentos futuros na produção e nas condições econômicas globais.

  • Baixos preços agropecuários pressionam PIB do agronegócio no 1º tri de 2024

    Baixos preços agropecuários pressionam PIB do agronegócio no 1º tri de 2024

    Mantendo o movimento observado no ano passado, o PIB do agronegócio brasileiro, calculado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), recuou 2,2% no primeiro trimestre de 2024. Com isso, e considerando-se também o desempenho da economia brasileira como um todo até o momento, o PIB do agronegócio pode responder por cerca de 21,5% do PIB do País neste ano, abaixo dos 24% registrados em 2023.

    Segundo pesquisadores do Cepea/CNA, esse resultado do agronegócio foi influenciado sobretudo pelos menores preços, mas também pela queda na produção de importantes produtos do setor, especialmente na agricultura dentro da porteira. O ramo pecuário, contudo, amenizou o resultado negativo, tendo em vista os desempenhos positivos dos segmentos agroindustrial e agrosserviços. Assim, pela perspectiva dos ramos do agronegócio, enquanto o agrícola caiu 3,83%, o pecuário avançou 1,68%.

    arte pib agro menor

    INSUMOS – O PIB dos insumos recuou 4,9% no primeiro trimestre do ano, com quedas nos ramos agrícola e pecuário. Pesquisadores do Cepea/CNA indicam que o desempenho desse segmento foi impactado negativamente pelas desvalorizações dos fertilizantes, defensivos, máquinas agrícolas e rações. Para as indústrias de máquinas agrícolas e defensivos, também se observou retração da produção esperada.

    PRIMÁRIO – O PIB do segmento primário do agronegócio recuou 3,43% no trimestre, declínio atribuído tanto à agricultura quanto à pecuária. Segundo pesquisadores do Cepea/CNA, o desempenho da agricultura foi impactado negativamente pela desvalorização de importantes commodities que compõem o segmento, como algodão, café, milho, soja, trigo, entre outros, combinada à projeção de queda da produção anual, com destaque para o milho e a soja. Esse cenário persistiu mesmo com a redução dos custos com insumos. No caso da pecuária, pesquisadores do Cepea/CNA explicam que o resultado negativo refletiu a baixa nos preços de atividades importantes, como bovinos para corte, leite e suínos. A queda na pecuária, no entanto, foi amenizada pela expansão importante da produção de bovinos, ovos e leite.

    AGROINDÚSTRIA – No segmento agroindustrial, a diminuição de 1,31% no PIB esteve atrelada ao recuo nas indústrias de base agrícola (-2,81%), apesar do crescimento nas de base pecuária (4,23%). Na indústria agrícola, a queda no PIB ocorreu principalmente devido aos preços mais baixos (sobretudo do óleo vegetal, biocombustíveis e celulose e papel), mesmo com o aumento da produção industrial e a redução dos custos com insumos. Na indústria pecuária, apesar das pressões decorrentes da queda nos preços, o PIB foi sustentado pelo aumento esperado na produção de carnes e pescados, couro e calçados e, em menor grau, laticínios.

    AGROSSERVIÇOS – O PIB do segmento de agrosserviços caiu 1,57%. Neste caso, também houve descompasso entre os agrosserviços do ramo agrícola, que recuaram 3,98% no trimestre, e os agrosserviços do ramo da pecuária, que cresceram 3,91%. De forma geral, estes resultados refletem as dinâmicas dos segmentos a montante.

    arte PIB agro