Tag: agronegócio

  • Integração Ferroviária Oeste-Leste: futuro logístico de Mato Grosso é debatido no Show Safra

    Integração Ferroviária Oeste-Leste: futuro logístico de Mato Grosso é debatido no Show Safra

    O avanço da infraestrutura e logística de Mato Grosso foi o tema central do Painel Eixo de Integração Ferroviário Oeste-Leste, realizado na manhã desta quarta-feira (26), no auditório principal da Fundação Rio Verde, durante a programação do Show Safra Mato Grosso. O evento reuniu lideranças do setor público e privado, especialistas renomados e representantes de grandes empresas ferroviárias para discutir os impactos da nova integração ferroviária na economia do estado e a modernização do transporte regional.

    A ferrovia é uma das principais apostas para otimizar o escoamento da produção agropecuária, reduzir custos logísticos e ampliar a competitividade de Mato Grosso nos mercados nacional e internacional. Durante o painel, os participantes abordaram desafios e oportunidades dessa transformação, destacando a infraestrutura como fator essencial para o crescimento sustentável do agronegócio e da indústria.

    Entre as personalidades presentes, o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antonio Pagot, coordenou o painel e enfatizou a relevância de Lucas do Rio Verde como ponto estratégico para o entroncamento da ferrovia. Segundo ele, os projetos ferroviários planejados para a região são fundamentais para o desenvolvimento logístico e econômico.

    “Estamos diante de um momento histórico que definirá os rumos do município e de toda a região nos próximos dez anos. A consolidação desse entroncamento ferroviário não apenas impulsionará o crescimento local, mas também permitirá a distribuição de alimentos a um custo mais acessível, beneficiando não só o Brasil, mas o mundo todo”, afirmou Pagot.

    O painel foi um dos destaques da programação do Show Safra Mato Grosso, reforçando a necessidade de investimentos estratégicos em infraestrutura para garantir o desenvolvimento econômico da região. A integração ferroviária promete ser um divisor de águas para o estado, conectando Mato Grosso aos principais portos do país e consolidando sua posição como referência no setor produtivo.

  • Ferramenta de avaliação multiatributo revela o potencial dos bioestimulantes no aumento da produtividade agrícola

    Ferramenta de avaliação multiatributo revela o potencial dos bioestimulantes no aumento da produtividade agrícola

    Um estudo inovador desenvolveu uma ferramenta de avaliação multiatributo para medir com precisão o impacto de bioestimulantes no desempenho das culturas e na qualidade do solo. A pesquisa, que analisou oito propriedades agrícolas em diferentes biomas e contextos de produção no Brasil e Paraguai, demonstrou que o uso de bioestimulantes promove mudanças significativas na microbiologia do solo e no desenvolvimento das plantas, com resultados expressivos em culturas como milho, soja, algodão e cana-de-açúcar.

    De acordo com Rodrigo Mendes, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, uma quantidade cada vez maior de bioestimulantes comerciais está disponível em diversas formas e composições para melhorar o desempenho das culturas. Contudo, dada a complexidade de entender os mecanismos por trás desses produtos, é essencial que a pesquisa nessa área tenha ferramentas robustas para comprovar sua eficácia em testes de campo.

    O sistema, denominado APOIA-Microgeo, segue o método APOIA-NovoRural, que padroniza os resultados em escala de 0 a 1, considerando 0,7 como referência para impactos e desempenho técnico. A análise é estruturada em cinco dimensões: Cultura, Química, Física, Biologia do Solo e Saúde da Cultura, totalizando 39 indicadores. Os dados são coletados em vistorias de campo e análises laboratoriais.

    Cada indicador recebe valores ajustados conforme tabelas de correspondência e equações específicas, garantindo uma análise precisa dos efeitos da adubação biológica sobre a produtividade e a saúde do solo.

    Cada matriz de ponderação é ajustada conforme o indicador analisado, sempre comparando a situação de controle com as áreas onde a tecnologia Microgeo é aplicada. Os valores de impacto e desempenho técnico são transformados em escalas padronizadas de utilidade, permitindo uma avaliação objetiva. Os resultados finais são calculados por meio de equações de melhor ajuste, garantindo maior precisão na expressão dos índices.

    A metodologia busca oferecer um panorama detalhado sobre a influência da adubação biológica no solo e na produtividade agrícola, contribuindo para uma gestão mais eficiente e sustentável das lavouras.

    A pesquisa avaliou 39 indicadores divididos em cinco grandes temas: produção agrícola, química e física do solo, biologia do solo e saúde das plantas. Os resultados mostraram alterações consistentes na comunidade microbiana, com impactos positivos na estrutura do solo e na produtividade e rentabilidade das lavouras. Entre os temas analisados, em função da aplicação do bioestimulante, a biologia do solo teve o maior índice positivo (0,84), seguida pela produção agrícola (0,81) e pela fertilidade química (0,75).

    O bioestimulante promoveu interações benéficas entre o solo e as plantas, modificando a composição de bactérias e fungos presentes na rizosfera. Espécies como Methylovirgula e Methylocapsa foram responsáveis por boa parte das transformações observadas. Essas alterações contribuíram para a redução da compactação do solo e para o aumento da matéria orgânica, favorecendo o desenvolvimento das culturas.

    Conforme o pesquisador, todos os indicadores analisados foram impactados positivamente pelo uso dos bioestimulantes. Ele destaca que a tecnologia melhorou a produtividade das culturas e aumentou a receita líquida dos produtores sem elevação proporcional dos custos.

    Geraldo Stachetti, também pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, ressalta que os impactos mais expressivos foram observados na biologia do solo, com efeitos diretos na saúde das plantas e no rendimento das colheitas. Este resultado corrobora aqueles que vêm sendo obtidos em larga escala com a tecnologia BioAS, também desenvolvida na Embrapa, uma maneira simples e eficiente para avaliar a saúde do solo com análises de enzimas indicadoras da atividade microbiana.

    O estudo utilizou uma abordagem multiatributo, consolidando diversos indicadores para facilitar a interpretação dos resultados por produtores e técnicos agrícolas. Os pesquisadores afirmam que o uso contínuo de bioestimulantes pode potencializar ainda mais os benefícios observados, tornando-se uma solução viável para a agricultura sustentável.

    Com os avanços na compreensão dos efeitos dos bioestimulantes, a tecnologia desponta como uma alternativa promissora para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade do solo, garantindo maior eficiência na produção em favor da sustentabilidade agrícola.

    Segundo Inácio de Baros, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, este trabalho contribui fortemente para que o Brasil, dos maiores produtores agrícolas do mundo, esteja na vanguarda da transformação para uma economia verde, onde o país já é reconhecidamente uma liderança.

    “A ferramenta reúne os 39 indicadores e interpreta os dados de forma comparativa entre a área agrícola manejada com a biotecnologia, com a área sem o manejo da biotecnologia. O principal objetivo prático é que a interpretação indica os pontos críticos orientando nas ações de campo que devem ser realizadas, e tangibiliza os benefícios multifuncionais do solo com seu microbioma biodiverso e ativo.

    A ferramenta é simples e os indicadores já são bastante conhecidos e praticados pelos agricultores, auxiliando na tomada de decisões para realizar manejo do solo regenerativo e sustentável”, conclui Paulo D’Andréa, diretor de P&DI da Microgeo biotecnologia agrícola.

    APOIA-Novo Rural
    É uma ferramenta de análise de desempenho ambiental de atividades rurais, estruturada em um conjunto de 62 indicadores, distribuídos em cinco dimensões de sustentabilidade analisadas na escala do estabelecimento: Ecologia da Paisagem; Qualidade Ambiental (atmosfera, água e solo); Valores Socioculturais; Valores Econômicos e; Gestão e Administração.

    A aplicação do APOIA-NovoRural requer vistoria em campo, coleta de dados e de amostras de solo e água para análise laboratorial e levantamento de informações gerenciais junto ao produtor/administrador. Como resultado obtém-se um índice geral das contribuições das atividades para a sustentabilidade do estabelecimento rural analisado.

    Voltada a empresas de Assistência Técnica, empreendimentos ou produtores rurais de base empresarial, a tecnologia é de simples aplicação e permite melhorar a gestão ambiental de atividades do meio rural, indicando os pontos críticos para correção do manejo, bem como os aspectos favoráveis das atividades, contribuindo para o desenvolvimento local.

    A equipe composta por Rodrigo Mendes, Embrapa Meio Ambiente, Inácio de Barros, Embrapa Gado de Leite, Paulo D’Andréa e Maria Stefânia Cruanhes D’Andréa-Kühl, Microgeo Biotecnologia Agrícola by Allterra e Geraldo Stachetti Rodrigues, Embrapa Meio Ambiente, publicou o trabalho na Frontiers in Plant Science.

  • Avião agrícola “sem piloto” faz voo inaugural no Show Safra Aéreo

    Avião agrícola “sem piloto” faz voo inaugural no Show Safra Aéreo

    O Show Safra Mato Grosso segue sendo palco para inovações tecnológicas no agronegócio. Nesta edição, a feira foi marcada pelo voo inaugural do Pika Pelikan, que é um drone em formato de aeronave que promete revolucionar o setor agrícola com aplicações precisas e automação avançada. Durante a demonstração, o equipamento realizou uma aplicação na plantação de milho implantada na área de pesquisa da Fundação Rio Verde, evidenciando sua eficiência e precisão no manejo agrícola.

    Diferente dos drones tradicionais, o Pika Pelikan é comandado por um sistema automatizado, sem necessidade de controle humano direto. Essa tecnologia garante maior segurança operacional e permite otimizar o uso de insumos, reduzindo custos e impactos ambientais. O pouso e a decolagem do equipamento ocorreram na pista exclusiva do Show Safra Mato Grosso, um diferencial da feira, que se destaca como a única do mundo a oferecer essa infraestrutura para demonstrações aéreas no contexto do agronegócio.

    Com a presença de especialistas e representantes do setor, a demonstração reforçou o compromisso da feira com a inovação e sustentabilidade no campo. A tecnologia embarcada no Pika Pelikan pode representar um avanço significativo para produtores que buscam eficiência e modernização no manejo de suas lavouras. O Show Safra Mato Grosso segue sendo referência global, impulsionando a transformação do agronegócio com soluções tecnológicas de ponta.

  • Show Safra Mato Grosso: Evento gera mais de 2 mil empregos e movimenta a economia

    Show Safra Mato Grosso: Evento gera mais de 2 mil empregos e movimenta a economia

    O Show Safra Mato Grosso, um dos principais eventos do agronegócio brasileiro, promete nesse ano de 2025 ser não apenas um marco de inovações e networking, mas também um impulsionador significativo da economia local em Lucas do Rio Verde. Com a aproximação do evento, estima-se que mais de 2 mil empregos diretos e indiretos são gerados antes, durante e após a feira.

    Essa geração de empregos abrange diversas áreas, incluindo hospedagem, gastronomia e comércio geral. Hotéis e pousadas da região já estão a todo vapor recebendo um grande número de trabalhadores, expositores e visitantes, o que resulta na contratação de novos funcionários para atender à demanda. Restaurantes e bares também se beneficiam, com o aumento no fluxo de clientes durante o evento, promovendo a contratação temporária de cozinheiros, garçons e atendentes.

    Além disso, o comércio local experimenta uma movimentação econômica significativa. Lojas e estabelecimentos do varejo se preparam para oferecer produtos e serviços aos visitantes e expositores, contribuindo para a circulação de dinheiro na região. O evento não só traz oportunidades de emprego imediatas, mas também deixa um legado positivo ao fortalecer a economia local a longo prazo.

    O Show Safra atrair milhares de profissionais do setor agrícola, que buscam inovações tecnológicas e conhecimentos sobre as tendências do mercado. Esse fluxo intenso de visitantes representa uma oportunidade ímpar para os empreendedores locais expandirem seus negócios e se conectarem com uma clientela diversificada.

    A feira acontece de 24 a 28 de março, na sede da Fundação Rio Verde, com a apresentação de muita tecnologia e interação no universo do agro.

  • Exportações do agronegócio caem 2,5%, mas Brasil diversifica mercados

    Exportações do agronegócio caem 2,5%, mas Brasil diversifica mercados

    As exportações do agronegócio brasileiro totalizaram US$ 11,24 bilhões em fevereiro de 2025, uma redução de 2,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados do Ministério da Agricultura. Apesar do recuo em produtos tradicionais, como o complexo soja, o setor demonstrou resiliência ao expandir mercados para itens menos expressivos na balança comercial.

    Entre os destaques positivos, as exportações de óleos essenciais de laranja cresceram 14,9%, atingindo US$ 37,1 milhões, com aumento na demanda da União Europeia e da China. A pimenta piper seca teve um salto de 146,6%, chegando a US$ 49,2 milhões, enquanto as sementes oleaginosas, especialmente o gergelim, registraram avanço de 213,8%, somando US$ 33,7 milhões, impulsionadas pelo interesse crescente de mercados asiáticos e do Oriente Médio.

    O volume exportado de grãos e farelo de soja manteve-se estável em 8,9 milhões de toneladas. Já os setores mais representativos nas exportações agropecuárias foram complexo soja (29,2% do total), carnes (19,7%), produtos florestais (11,4%), café (9,9%), complexo sucroalcooleiro (7,8%) e cereais, farinhas e preparações (5,0%), que juntos representaram 83,1% do valor exportado, um recuo de 1,9 ponto percentual em relação a fevereiro de 2024.

    A queda geral no volume exportado foi de 5,4%, puxada pela retração nas vendas de açúcar (-39,3%), madeiras e suas obras (-27,0%), sucos (-24,2%) e café verde (-20,5%). Enquanto isso, as importações agropecuárias cresceram 16%, passando de US$ 1,44 bilhão para US$ 1,67 bilhão.

    O cenário aponta para uma reconfiguração do comércio exterior do agronegócio brasileiro, que busca alternativas para manter a competitividade em meio às oscilações do mercado global.

  • Clima e foco em exportação explicam alta de alimentos no longo prazo

    Clima e foco em exportação explicam alta de alimentos no longo prazo

    Condições climáticas e mudanças no uso da terra que privilegiaram culturas de exportação nos últimos anos causaram redução no ritmo de crescimento da produção de alimentos no país e explicam o aumento no preço da comida. A constatação faz parte da Carta do Ibre, análise de conjuntura econômica publicada mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).

    O texto, assinado pelo economista Luiz Guilherme Schymura, traz a colaboração de outros pesquisadores do Ibre e aponta motivos que explicam a inflação de alimentos subir em velocidade maior que a inflação oficial do país, apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    A análise aponta que a alta no preço da comida é reflexo do fato de a produção no campo não acompanhar a demanda da população.

    O IPCA de fevereiro mostrou que a inflação do grupo alimentos e bebidas subiu 7,25% no acumulado de 12 meses, acima do índice geral, que apresentou alta de 4,56%. A Carta do Ibre observa esse descolamento entre inflação da comida e inflação geral durante um tempo mais longo.

    “Entre 2012 e 2024, o item alimentação no domicílio teve alta de 162%, enquanto o IPCA geral elevou-se 109%”, afirma o documento.

    Clima e dólar

    O Ibre ressalta que “a alta dos alimentos – que tem peso maior na cesta de consumo dos mais pobres – no Brasil e no mundo é um processo que já tem quase duas décadas, com muitos e complexos fatores explicativos”.

    Schymura destaca como responsáveis pelo descasamento entre a inflação dos alimentos e o índice geral as mudanças climáticas, com aumento de eventos extremos e maior imprevisibilidade meteorológica, que “provocam perturbações crescentes na oferta de commodities [mercadorias negociadas com preços internacionais] e produtos alimentícios, num processo que afeta diversas partes do globo e, de forma bastante nítida e relevante, o Brasil”.

    A análise frisa que efeitos negativos das mudanças climáticas começaram a emergir claramente a partir de meados dos anos 2000, com efeitos ainda mais negativos em partes mais quentes do globo, como no Brasil.

    O documento assinala também que a “expressiva desvalorização cambial” possui parcela de culpa no encarecimento dos alimentos, uma vez que estimula a exportação.

    Com o real desvalorizado, vender para outros países e obter receita em dólar torna mais lucrativa a atividade do produtor.

    Mais um impacto do fator câmbio alto é o encarecimento de insumos agrícolas importados, como defensivos, fertilizantes, máquinas e equipamentos.

    Outro elemento apontado são políticas internas de incentivo ao consumo, como “forte aumento real do salário mínimo e a ampliação expressiva do Bolsa Família”. Com mais renda, a população tende a aumentar o consumo, pressionando a relação produção x demanda.

    Muçum (RS), 22/06/2024 - Tiago Dalmolin e seus filhos na varanda da sua casa, após enchente que atingiu toda a região. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
    Destruição causada por enchentes na cidade de Muçum, no Rio Grande do Sul. Bruno Peres/Agência Brasil

    Produção agrícola

    A publicação da FGV traz dados que apontam perda de velocidade na oferta de alimentos. “O crescimento da produção agrícola mundial, que teve ritmo médio de cerca de 2,6% ao ano nas décadas de 1990 e 2000, desacelerou para 1,9% nos anos 2010”.

    O Ibre detalha cenários específicos do Brasil. “O Brasil não está produzindo comida suficiente para o próprio país e o mundo”. Um dos motivos para isso é troca de culturas – alimentos dando lugar a soja e milho.

    “A produção das lavouras está crescendo menos do que o necessário para atender à demanda interna e externa de alimentos voltados especialmente para consumo humano; uma parte da área plantada aparentemente está saindo dos alimentos e indo para esses produtos mais voltados à exportação”.

    O Ibre detalha aumentos específicos no preço da alimentação no domicílio de 2012 a 2024, como frutas (subiram 299%), hortaliças e verduras (246%), cereais, legumes e oleaginosas (217%), e tubérculos, raízes e legumes (188%), enquanto o índice geral de inflação foi 109%.

    Área plantada

    O estudo mostra que a área total plantada no Brasil aumentou de 65,4 milhões de hectares em 2010 para 96,3 milhões em 2023. Mas essa expansão se deve basicamente à soja e ao milho. Sem essas duas culturas, voltadas à exportação, a área plantada ficou estável, registrando 29,1 milhões de hectares em 2010, e 29,3 milhões em 2023.

    Segundo o Ibre, a produção de feijão por habitante no Brasil caiu 20%; e do arroz, 22%, quando se compara 2024 com 2012.

    “A área plantada de arroz no Brasil passou de 2,8 milhões de hectares em 2010 para 1,6 milhão em 2024, o que reforça a ideia de que culturas de alimentos estão dando lugar a culturas de exportação, especialmente de soja e milho”, escreve Schymura

    O pesquisador frisa que a produção por habitante de quase todas as principais frutas caiu no Brasil a partir do início da década passada. No caso da banana, essa queda foi de 10%; no da maçã, de 5,6%; no da laranja, de 20% (afetada pelo greening, um tipo de praga); no do mamão, de 40%; e no da tangerina, de 8%. A exceção foi a uva, com aumento de 9%.

    Brasília (DF) 10/01/2025 - Inflação oficial do país em 2024 é de 4,83%, acima do limite da meta Percentual é o mais alto desde 2022 (5,79%) Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
    Grãos à venda em mercado de Brasília.  Joédson Alves/Agência Brasil

    Hortaliças e verduras

    Em relação a hortaliças e verduras, segundo item de alimentação no domicílio que mais cresceu acima do IPCA em 2012-2024, o economista lembra que são culturas mais vulneráveis a climas adversos.

    “Outra hipótese, que não exclui a primeira, é o aumento Título 2da demanda em função de mudança de hábitos, como a busca de alimentação mais saudável. Por fim, o crescimento das áreas urbanas, em detrimento dos ‘cinturões verdes’, e o encarecimento da mão de obra também podem ser fatores que restringem a produção de hortifrutigranjeiros”, sugere.

    Carne

    A análise aponta também fatores que tornam a carne mais cara, como o “clico do boi”, que provoca redução da oferta a cada cinco anos, aproximadamente.

    A demanda de outros países pela carne brasileira apresenta também um fator de encarecimento. Houve, diz o Ibre, grande aumento da exportação do produto desde 2017, enquanto a produção nacional se manteve relativamente estável.

    Segundo a publicação, em 2017, a disponibilidade de carne bovina para consumo doméstico foi de 39,9 kg/habitante, indicador que caiu para 36,1 em 2023 – patamar mais baixo desde pelo menos 2013.

    Além disso, observa a análise, a produção de carne também vem sendo afetada pelas mudanças climáticas, com destaque, em 2021, para o dano às pastagens causado pela forte seca.

    Recomendações

    A Carta do Ibre conclui que “a alta dos alimentos não é um fenômeno passageiro” e recomenda as seguintes políticas de suprimento e segurança alimentar:

    • Foco nas culturas que produzem diretamente alimentos para a mesa dos brasileiros.
    •  Monitoramento da produção
    •  Recomposição de estoques públicos
    •  Silagem (estruturas de armazenamento)
    •  Vias de escoamento
    •  Crédito focalizado

    Cultura de exportação

    Em relação às culturas de exportação, Schymura comenta que “não se trata de restringir”. Ele afirma que a soja, por exemplo, traz muitos benefícios ao país, na forma de entrada de moeda estrangeira e da “consequente estabilização macroeconômica propiciada por elas”. Ele assinala ainda que essas culturas permitem o barateamento das rações, que são insumo nas cadeias de proteínas animais.

    “O foco deve ser o de estimular a produção adicional de alimentos, e não dificultar outras áreas do agronegócio. Não se trata de um jogo de soma zero”, conclui.

    Dólar
    Nota de 100 dólares americanos. Valter Campanato/Agência Brasil

    Derrubada de impostos

    O preço dos alimentos é uma das principais preocupações atuais do governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a dizer que cogita “medidas drásticas” para conter a pressão de alta.

    Na quinta-feira da semana passada (6), o governo decidiu zerar o Imposto de Importação de nove tipos de alimentos, na tentativa de baratear preços.

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diz acreditar que a supersafra esperada para este ano seja fator de alívio na inflação de alimentos.

    De acordo com estimativa anunciada nesta quinta-feira (13) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de grãos 2024/25 será de 328,3 milhões de toneladas, expansão de 10,3% ante a safra 2023/24.

  • Forças de segurança definem planejamento para o Show Safra Mato Grosso 2025 em Lucas do Rio Verde

    Forças de segurança definem planejamento para o Show Safra Mato Grosso 2025 em Lucas do Rio Verde

    Representantes da Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso, forças de segurança de Lucas do Rio Verde e da Fundação Rio Verde se reuniram nesta segunda-feira (10) para definir o planejamento de segurança do Show Safra Mato Grosso 2025, que acontece entre os dias 24 e 28 de março. O evento contará com o apoio da Guarda Civil Municipal, Polícia Militar (incluindo Força Tática, Rotam, Cavalaria e Ciopaer), além do Corpo de Bombeiros.

    Durante a reunião, foram discutidas estratégias para reforçar o policiamento no evento e em toda a cidade, além de ações para garantir a fluidez do trânsito e o monitoramento por câmeras de segurança. O secretário de Segurança Pública, Coronel Marcos da Cunha, destacou que a experiência das edições anteriores tem permitido aprimorar o planejamento. “Estamos aprimorando a estrutura a cada ano. O evento será realizado com excelência, sem deixar de lado a segurança de todo o município.”

    O comandante regional da Polícia Militar, Tenente-Coronel Paulo Secchi, ressaltou a presença de forças de apoio de cidades vizinhas. “Nossa principal estratégia será a ostensividade, para prevenir e evitar qualquer tipo de crime.” Já o comandante do 13º BPM, Tenente-Coronel Fernandes, reforçou que o policiamento será intensificado não apenas no evento, mas em toda a cidade.

    O Corpo de Bombeiros atuará com caminhões e ambulâncias para garantir rápida resposta a emergências. “Já alinhamos todos os detalhes para garantir a segurança no local e nossa equipe estará pronta para qualquer necessidade”, afirmou o comandante, Major Bertolazo.

    O evento também contará com um monitoramento contínuo por câmeras interligadas ao sistema de segurança do Estado. “Todas as áreas do evento serão monitoradas em tempo real, garantindo uma resposta rápida em qualquer situação que requeira a intervenção das forças de segurança”, destacou Rodrigo Pasqualli, diretor executivo da Fundação Rio Verde.

    A mobilidade no entorno do Parque Tecnológico da Fundação Rio Verde também será otimizada para facilitar o acesso de visitantes e expositores. Com um planejamento estruturado, as forças de segurança garantem que o Show Safra Mato Grosso 2025 ocorra com organização e tranquilidade para todos.

  • Show Safra 2025: Expansão e Inovações Aumentam o Impacto no Agronegócio Brasileiro

    Show Safra 2025: Expansão e Inovações Aumentam o Impacto no Agronegócio Brasileiro

    A cada edição, o Show Safra Mato Grosso reafirma seu compromisso em promover o desenvolvimento e a inovação no setor agropecuário brasileiro. Um dos grandes destaques dessa grandiosa feira é o Show Safra Pecuária, que, em 2025, ganha novos contornos, ampliando sua estrutura, diversificando suas atrações e consolidando sua posição como plataforma de negócios e conhecimento para o setor pecuário. Com o objetivo de atender à crescente demanda de expositores e de público especializado, o evento será realizado de 24 a 28 de março de 2025, no Parque Tecnológico da Fundação Rio Verde, localizado em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso.

    O Show Safra Pecuária é uma vertente que tem ganhado cada vez mais relevância no contexto do Show Safra Mato Grosso, que reúne os principais segmentos do agronegócio. A nova edição trará inovações significativas, ampliando a área destinada às exposições e leilões, o que evidencia o crescimento do evento e a importância do setor pecuário para a economia da região. Com a ampliação da infraestrutura, o evento atenderá de maneira mais ampla às necessidades dos criadores, pecuaristas e empresas parceiras, criando um ambiente propício para o fortalecimento de negócios e troca de conhecimento.

    O evento tem como principal objetivo promover a integração dos diversos setores do agronegócio. Embora a pecuária e a agricultura tenham rotinas distintas, há uma interdependência estratégica entre esses segmentos. A produção de grãos, por exemplo, alimenta a cadeia produtiva da pecuária, o que fortalece a economia como um todo. O Show Safra busca, assim, conectar esses dois mundos e criar um espaço onde empresas, profissionais e produtores de diferentes áreas do agronegócio possam discutir tendências, novas tecnologias e soluções inovadoras.

    A ampliação da estrutura para a edição de 2025 é uma das principais inovações que o evento trará. O número de pavilhões de estandes foi dobrado, o que permitirá a exposição de uma variedade maior de equipamentos, tecnologias e produtos voltados para o setor pecuário. Além disso, o número de leilões também será ampliado, com destaque para as vendas de touros P.O. (puro de origem) e cavalos quarto de milha, com leilões noturnos presenciais. Essa expansão no número de leilões reflete a crescente demanda e o potencial econômico do setor pecuário, que cada vez mais se aproxima de resultados financeiros expressivos.

    Os leilões de touros P.O. e cavalos quarto de milha são tradicionais e atraem compradores e investidores interessados em genética de alta qualidade, que impulsiona a produtividade e rentabilidade dos rebanhos. A realização de leilões noturnos é uma novidade que visa atender ao crescente interesse do mercado, permitindo que a programação do evento seja mais dinâmica e acessível para diferentes públicos. A expectativa é que a movimentação financeira do Show Safra Pecuária 2025 supere os números das edições anteriores, reforçando a importância do evento como motor de crescimento e de negócios para o setor.

    Para acompanhar o aumento na demanda por espaço para expositores, a organização do evento precisou adaptar o layout do evento, de modo a incluir mais empresas e participantes. Ao contrário das edições anteriores, a quadra dedicada exclusivamente à pecuária será ainda mais ampla, com cerca de dois mil metros quadrados reservados para as exposições de animais, equipamentos e tecnologias voltadas para o setor. Isso permite que o evento ofereça um espaço adequado para a grande variedade de produtos e serviços voltados ao mercado pecuário, criando um ambiente altamente especializado e propício para o fechamento de negócios.

    Além das exposições e leilões, a programação do Show Safra Pecuária contará com um ciclo de palestras focadas em temas técnicos e de inovação, como novas tecnologias para manejo de rebanhos, sistemas de conectividade rural, gestão da pecuária de corte, e sustentabilidade no setor pecuário. A educação e a capacitação são pilares fundamentais do evento, que busca, além de promover negócios, também proporcionar aos profissionais do setor a oportunidade de adquirir novos conhecimentos e práticas para aplicar em suas propriedades.

    Show Safra 2025
    Show Safra 2025 – Imagem Verbo Press

    Um dos aspectos mais significativos do Show Safra Pecuária 2025 é o seu papel como uma vitrine para as inovações tecnológicas que estão transformando o setor agropecuário. O avanço da tecnologia rural tem impulsionado a produtividade e a eficiência da pecuária, e o evento se propõe a apresentar soluções que atendam a essas demandas, desde a genética animal até o uso de tecnologias digitais para gestão da propriedade rural. Isso inclui desde softwares de gestão até sistemas de rastreamento e monitoramento de animais, que ajudam os pecuaristas a tomarem decisões mais assertivas e aumentar a rentabilidade de seus negócios.

    Ao mesmo tempo, o evento reforça a importância da conectividade rural, algo que tem se mostrado fundamental para o desenvolvimento do agronegócio no Brasil. As soluções de internet rural e comunicações são essenciais para que os pecuaristas possam acessar informações e tecnologias de ponta, mesmo nas regiões mais afastadas. O Show Safra, por meio de sua programação e exposições, terá uma participação significativa na disseminação dessas soluções, criando uma ponte entre os produtores e as inovações tecnológicas.

    A importância do Show Safra Pecuária vai além da área de exposição e de leilões. Ele também funciona como um ponto de encontro para líderes de mercado, especialistas e investidores que buscam oportunidades de negócios no setor. A integração de novos parceiros e empresas ao evento, aliada ao crescente número de participantes, mostra que a pecuária tem se consolidado como um dos pilares do agronegócio brasileiro, com potencial para gerar empregos, impulsionar a economia e promover o desenvolvimento sustentável.

    A edição de 2025 do Show Safra Pecuária, portanto, representa um marco não apenas para o agronegócio de Mato Grosso, mas para o agronegócio nacional. Com uma programação ampla e diversificada, além de uma estrutura significativamente ampliada, o evento promete ser um importante catalisador para o crescimento do setor, reforçando seu papel como um dos maiores eventos de agronegócio do Brasil. O evento é uma excelente oportunidade para quem deseja se atualizar, fazer negócios e expandir suas redes de contato dentro do universo agropecuário.

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    Setor agro cobra previsibilidade e mudanças estruturais no Plano Safra

    Uma carta conjunta divulgada por 50 entidades do agronegócio brasileiro cobra previsibilidade e aprimoramentos estruturais nos Planos Safra 2024/25 e 2025/26. O documento revela preocupação com a instabilidade no crédito rural, agravada pela suspensão das linhas de financiamento com juros equalizados no início deste mês.

    A suspensão temporária das contratações do Plano Safra 2024/25 gerou forte reação da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e do setor produtivo, resultando na edição da Medida Provisória 1289/2025, que liberou R$ 4,17 bilhões para equalização de juros nas operações de custeio, comercialização e investimento. Apesar da retomada, as entidades alertam que a suspensão expôs a falta de previsibilidade e reforçou a necessidade de mudanças estruturais.

    A presidente do Instituto Pensar Agro (IPA), Tânia Zanella, entregou o documento à FPA nesta terça-feira (25), destacando que um Plano Safra robusto e previsível é essencial para a segurança do setor agropecuário, especialmente em momentos decisivos como a safrinha.

    Na carta, as entidades ressaltam que a escassez de crédito ou juros elevados inviabilizam investimentos fundamentais para a modernização e sustentabilidade do setor. A interrupção repentina dos financiamentos gerou incertezas no planejamento da produção agropecuária, reforçando a necessidade de que o Plano Safra 2025/26 seja elaborado com maior antecedência e participação do setor produtivo. O documento enfatiza a importância da cooperação entre governo, parlamento e entidades representativas para garantir a continuidade do agronegócio como pilar da economia nacional e da segurança alimentar.

    O debate ocorre em meio a um embate entre a bancada ruralista e o governo. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, atribuiu a suspensão à demora na votação do Orçamento pelo Congresso, enquanto o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), classificou a medida como “total desprezo” ao setor. O episódio marcou um distanciamento entre a FPA e o governo, aumentando as tensões políticas.

    As entidades signatárias, entre elas a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), reforçam que o volume de recursos destinados ao Plano Safra deve refletir a relevância do agronegócio, que representa mais de 20% do PIB nacional.

  • Show Safra Aero amplia conectividade e impulsiona negócios no agro

    Show Safra Aero amplia conectividade e impulsiona negócios no agro

    A inovação sempre foi uma marca registrada do Show Safra Mato Grosso, e em 2024, a Fundação Rio Verde deu um passo além ao implantar uma pista de pouso para aeronaves próxima ao parque tecnológico do evento. O Show Safra Aero nasceu como uma solução estratégica para otimizar a logística de acesso ao evento, conectando executivos, empresários e investidores diretamente ao coração do agronegócio mato-grossense. Agora, em 2025, essa estrutura será ampliada, consolidando-se como um diferencial competitivo do evento que acontecerá de 24 a 28 de março.

    Rodrigo Pasqualli, diretor executivo da Fundação Rio Verde, destaca a relevância desse avanço. “A área de atuação do Show Safra Mato Grosso está diretamente ligada ao contexto agrícola de Mato Grosso, que soma cerca de 12 milhões de hectares cultiváveis. Nenhum outro estado do Brasil possui uma área explorada dessa magnitude. É nesse cenário que estruturamos o evento, sempre buscando aprimorar sua projeção e interlocução para atender esse segmento estratégico da economia nacional e global”, explica.

    O Show Safra Aero foi um marco em 2024, permitindo que executivos de grandes empresas multinacionais visitassem o evento sem a necessidade de longos deslocamentos terrestres. A pista de pouso proporcionou uma nova dinâmica de networking e negócios, permitindo que tomadores de decisão chegassem, participassem das programações e retornassem no mesmo dia, tornando a visita ao Show Safra ainda mais atrativa para lideranças do setor. “Essa logística acaba conectando pessoas com poder de influência, não apenas os expositores, mas também aqueles que determinam as estratégias de grandes corporações. Esse conforto gera oportunidades que outros eventos muitas vezes não conseguem proporcionar”, pontua Pasqualli.

    Para a edição de 2025, a organização espera um crescimento significativo, com 525 estandes e a presença de mais de 1.500 marcas. O evento segue em uma trajetória ascendente, consolidando-se como um dos mais estratégicos para o setor agropecuário brasileiro. Com a ampliação da infraestrutura aeroportuária dentro do parque tecnológico, a expectativa é de um fluxo ainda maior de visitantes qualificados, fomentando novos negócios e atraindo investimentos para o estado.

    O Show Safra Mato Grosso se firma, assim, não apenas como uma vitrine tecnológica do agro, mas também como um ponto de encontro para lideranças do setor, onde inovação e conectividade se convergem para impulsionar o desenvolvimento do agronegócio nacional.