Tag: agronegócio

  • Câmara Temática da Cadeia do Algodão é inaugurada em Mato Grosso

    Câmara Temática da Cadeia do Algodão é inaugurada em Mato Grosso

    O Conselho de Desenvolvimento Industrial (Codir) e Regional da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) deu início às atividades da Câmara Temática da Cadeia do Algodão em uma reunião inaugural. Especialistas, produtores e representantes governamentais reuniram-se para discutir as perspectivas de desenvolvimento da cadeia do algodão no estado.

    A criação do grupo tem como objetivo principal debater ações e estratégias que impulsionem o crescimento do setor, com foco especial no segmento industrial. Um dos pontos de destaque na agenda foi a visita realizada por representantes do Sistema Fiemt e do Sindicato das Indústrias do Vestuário, Têxteis, Fiação e Tecelagem (Sinvest MT) à sede do Grupo Santista, localizada no interior de São Paulo.

    Com quase cem anos de história, o Grupo Santista é uma das principais referências na indústria têxtil brasileira, utilizando 95% do algodão produzido em Mato Grosso em sua linha de produção. Esse algodão é empregado na fabricação de jeans e uniformes conhecidos pela durabilidade e resistência.

    Outro tema em destaque durante a reunião foi a possibilidade de expansão da produção de algodão no estado. Mato Grosso desempenha um papel significativo na economia nacional como um dos maiores produtores de algodão do país. “O crescimento do setor é fundamental para garantir o abastecimento tanto interno quanto externo. No entanto, é necessário promover a industrialização local, agregando valor à produção e gerando renda para a economia regional”, ressaltou Sérgio Antunes, presidente da Câmara Temática.

    Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicam que a produção de algodão do estado está estimada em 2,5 milhões de toneladas, cultivadas em 1,4 milhão de hectares durante a safra 2023/2024. Esse volume representa cerca de 70% da produção nacional, com uma participação de 10% na produção mundial de algodão. Aproximadamente 73,9% dessa produção é destinada à exportação, 24,8% é comercializada em outros estados brasileiros e apenas 1,3% é consumida internamente.

  • Aumento dos preços da carne suína desafia competitividade no mercado

    Aumento dos preços da carne suína desafia competitividade no mercado

    Os preços médios da carne suína no atacado da Grande São Paulo registraram um aumento significativo na primeira quinzena de abril, em comparação com o mês anterior. De acordo com análises realizadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), esse movimento ascendente foi impulsionado pelo típico aquecimento da demanda interna durante o período de recebimento de salários.

    Enquanto isso, as proteínas concorrentes, como a carne bovina e de frango, apresentaram uma tendência oposta, com uma queda em seus preços no mesmo período. Esse cenário resultou em uma redução na competitividade da carne suína em relação às suas substitutas, conforme apontado pelo levantamento do Cepea.

    No entanto, o início da segunda quinzena trouxe um novo desafio para o mercado suinícola, com a diminuição das vendas da carne suína. Essa queda nas transações comerciais contribuiu para enfraquecer os valores da proteína no mercado, colocando em evidência a volatilidade e a sensibilidade do setor às flutuações da demanda.

    Diante desse cenário, produtores e comerciantes devem permanecer atentos às oscilações do mercado e adotar estratégias flexíveis para lidar com as mudanças nas condições de oferta e demanda. A análise constante do panorama econômico e a adaptação ágil às novas tendências são essenciais para garantir a sustentabilidade e a competitividade do setor de carne suína no contexto atual.

  • Em Sinop, Mendes diz que terá reunião com empresas sobre a moratória da soja. ‘Em breve teremos novidades’

    Em Sinop, Mendes diz que terá reunião com empresas sobre a moratória da soja. ‘Em breve teremos novidades’

    O governador Mauro Mendes disse, nesta terça-feira (16), em entrevista coletiva, durante a abertura da Norte Show em Sinop, que terá, esta semana, uma reunião com representantes de grandes empresas compradoras de grãos a respeito da moratória da soja. Esta é uma questão cobrada pelos produtores rurais, sendo, inclusive, pauta de reunião em novembro do ano passado com o governador, deputados, prefeitos e outras lideranças.

    “Em breve teremos novidades. Estamos conversando, dialogando, mas eu já disse claramente lá atrás, se não houver uma flexibilização dessas regras, o Governo vai endurecer também no tratamento e na relação com essas empresas”, destacou Mauro.

    A moratória da soja vem sendo uma discussão antiga do Sindicato Rural de Sinop, para que soluções sejam encontradas e mudanças definidas. Segundo o presidente da entidade, Ilson Redivo, a fala do governador é positiva, uma vez que demonstra ser contra as ilegalidades da moratória.

    “Não podemos tolerar que empresas hajam em desconformidade com o Código Florestal Brasileiro, impedindo que o produtor exerça o seu direito de explorar em áreas desflorestadas legalmente. Nós não somos a favor da ilegalidade e não passamos a mão naqueles que desmataram ilegalmente, mas nós não podemos concordar que haja restrições para aqueles produtores que agiram dentro da legalidade”, enfatizou o presidente.

    Iniciativa da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), a moratória impede a venda de soja de produtores mato-grossenses que legalmente abriram novas áreas de terra a partir de 2008, passando por cima de definições do próprio Código Florestal Brasileiro.

    À época da reunião, em novembro, Mauro Mendes apontou que uma das sanções às empresas signatárias da moratória em Mato Grosso seria a criação de uma lei que retirava os incentivos fiscais concedidos as mesmas.

  • Exportações de carne de frango do Brasil têm recuperação em março, mas ainda abaixo do ano anterior

    Exportações de carne de frango do Brasil têm recuperação em março, mas ainda abaixo do ano anterior

    As exportações brasileiras de carne de frango mostraram sinais de recuperação em março, revertendo uma tendência de queda observada nos dois meses anteriores. De acordo com dados da Secex analisados pelo Cepea, o volume total embarcado foi de 418,1 mil toneladas, representando um aumento de 5,2% em relação a fevereiro de 2024. No entanto, esse número ainda reflete uma redução significativa de 18,7% em comparação com o mesmo período do ano anterior, março de 2023.

    No acumulado do primeiro trimestre de 2024, as exportações de carne de frango totalizaram 1,2 milhão de toneladas, o que representa uma queda de 7,2% em relação ao mesmo período de 2023. Apesar desse desempenho menos favorável, o setor avícola nacional mantém a confiança, principalmente devido à habilitação de oito novas plantas frigoríficas para exportação à China, que continua sendo o principal parceiro comercial do Brasil nesse setor.

    Embora as exportações para a China tenham diminuído 7,4% entre fevereiro e março, atingindo 38 mil toneladas, a abertura de novas plantas frigoríficas para esse mercado abre perspectivas promissoras para o setor avícola brasileiro. Essa expansão da capacidade exportadora pode contribuir para impulsionar as vendas externas nos próximos meses e compensar parcialmente as quedas observadas em outros mercados.

    Diante desse cenário, os pesquisadores do Cepea destacam a importância da continuidade das políticas de abertura de novos mercados e da manutenção dos padrões de qualidade e segurança alimentar, garantindo a competitividade e a sustentabilidade do setor avícola brasileiro no mercado internacional.

  • Mercado do algodão mostra oscilações no início de abril

    Mercado do algodão mostra oscilações no início de abril

    Os preços do algodão em pluma têm apresentado variações no início de abril, com a média do Indicador CEPEA/ESALQ situando-se em torno de R$ 4 por libra-peso, o que representa a menor média desde janeiro deste ano. Essa tendência de queda nos preços é atribuída a uma série de fatores que estão impactando o mercado nacional.

    Segundo análises realizadas por pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os agentes do mercado têm enfrentado dificuldades em estabelecer acordos tanto em relação aos preços quanto à qualidade dos lotes disponíveis no spot nacional. Enquanto os vendedores mostram-se mais flexíveis, buscando liquidar o saldo remanescente da safra 2022/23 e/ou obter recursos financeiros, as indústrias oferecem valores ainda mais baixos.

    Até mesmo as tradings, empresas especializadas na comercialização de commodities, têm reduzido os preços da fibra no mercado doméstico em resposta às quedas nos preços internacionais. Essa pressão de baixa nos preços é reflexo do cenário global, onde diversos fatores, como oferta e demanda, condições climáticas e políticas comerciais, influenciam diretamente a cotação do algodão.

    Diante desse contexto, o mercado de algodão em pluma segue volátil e sujeito a oscilações, exigindo dos agentes do setor uma constante adaptação às condições do mercado e um cuidadoso gerenciamento dos riscos envolvidos nas transações comerciais.

  • Advogada reforça necessidade de revisão em moratória da soja em MT

    Advogada reforça necessidade de revisão em moratória da soja em MT

    Na manhã desta segunda-feira (08), a advogada e produtora rural Taísa Boton trouxe à tribuna da Câmara Municipal um importante debate sobre a moratória da soja em Mato Grosso. Taísa, que é uma voz ativa na defesa dos interesses dos produtores, destacou os desafios enfrentados devido às restrições impostas por este acordo comercial, assinado sob pressão da Europa.

    A moratória da soja, firmada por entidades como a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), além trades, instituições financeiras e ONGs, tem gerado prejuízos significativos aos produtores rurais de Lucas do Rio Verde e região. Esta restrição, segundo Taísa, contraria o Código Florestal e à Constituição Federal. “Uma vez que garante ao produtor rural a venda da comercialização em área consolidada. Além de que a moratória da soja também impede a comercialização em área que foi desmatada de forma legal após a promulgação Florestal em 2012”, explica.

    O impacto econômico é evidente, uma vez que a agricultura é uma das principais bases da economia brasileira. A dificuldade de venda da soja afeta não apenas os produtores, mas também toda a cadeia produtiva, resultando em desemprego e desaceleração do setor. “Grande parte dos produtores de Lucas produzem na área do bioma amazônico em que é a área consolidada, porém não estão conseguindo efetivar as suas vendas”, disse. “Não apenas na comercialização, afeta inclusive todos os colaboradores da fazenda. Se o produtor rural não consegue efetivar a sua venda, como que ele vai manter o seu negócio funcionando? Se por meio das instituições financeiras, ele não consegue pegar crédito rural em razão da moratória da soja, como que ele vai continuar na produtividade”, detalha.

    Diante dessa realidade, Taísa espera o apoio da Câmara Municipal para que esta questão seja levada ao governador e para que medidas sejam tomadas em prol dos interesses dos produtores locais. Ela destaca a importância de impor taxações sobre as empresas e países estrangeiros que não cumprem a legislação brasileira, garantindo assim a justa comercialização dos produtos agrícolas.

    Taísa ressalta que, com o novo Código Florestal de 2012, muitos produtores têm se dedicado à recuperação de áreas degradadas e ao reflorestamento, seguindo as normativas legais e ambientais. Portanto, a moratória da soja, que surgiu em 2005 quando o código florestal era menos rigoroso, perdeu sua relevância e hoje serve apenas como um controle econômico de mercado.

    Por fim, a advogada enfatiza que os produtores rurais agem dentro da legalidade, obtendo autorizações necessárias para o desmatamento legal, com o respaldo dos órgãos ambientais competentes. O objetivo é buscar uma solução que concilie o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, garantindo os direitos e a sustentabilidade do setor agrícola em Mato Grosso.

  • El Niño afeta a produção de sementes no Sul

    El Niño afeta a produção de sementes no Sul

    O excesso de chuvas, induzido pelo El Niño na última safra, ocasionou perdas na produção de grãos e forragens na Região Sul. Além das perdas quantitativas, o setor sementeiro está agora disponível como perdas qualitativas, já que muitas áreas de multiplicação não atingiram os parâmetros específicos para a movimentação de sementes.

    “O ambiente quente e úmido do inverno e primavera de 2023 afetou tanto a qualidade fisiológica das sensações, quanto a qualidade sanitária. As condições ambientais favoreceram as doenças na espiga e, ao mesmo tempo, dificultaram o seu controle, já que em muitos casos o excesso de chuvas impediu a entrada de máquinas nas máquinas para aplicação de fungicidas. Além disso, o excesso de chuvas na época de colheita acelerou a variação das sementes”, conta Vladirene Vieira do setor de produção de sementes Embrapa Trigo.

    No trigo, a quebra na produção de sementes chegou a 50% no Rio Grande do Sul. Segundo a Apassul , para a safra 2024, estarão disponíveis 138 milhões de toneladas de sementes certificadas de trigo, volume suficiente para abastecer uma área de cultivo próxima a um milhão de hectares no RS. A taxa de uso de semente certificada nesta safra está estimada em 78%, a maior da história já registrada pela Apassul, indicando que o uso de semente salva não será significativo, justamente pelo risco de investir em semente de baixa qualidade.

    “No ano passado, a taxa de uso de semente certificada foi de 58% no RS. A supersafra de 2022, tanto em produtividade quanto em qualidade, foi um estímulo ao agricultor para economizar sementes para 2023. Na contramão, no ano de 2023 houve uma das perdas de safras de trigo, considerando que o agricultor não possui equipamentos específicos para produção de sementes , teremos redução significativa de grãos salvos”, explica o diretor executivo da Apassul, Jean Cirino.

    Para estimar os impactos de um possível aumento no preço das sementes nesta safra, em função da oferta menor do que a demanda, a equipe de transferência de tecnologias da Embrapa Trigo consultou algumas cooperativas gaúchas e avaliou que, dentro das planilhas de custos de produção, o preço do saco de sementes de trigo 40kg está variando de R$ 130 a R$ 150, um pouco acima dos R$ 120/sc praticados na safra passada. “Na safra 2023, houve uma grande oferta de sementes no mercado que provocou a queda nos preços. Neste ano, a oferta de sementes é mais restrita, a relação oferta-demanda está bem ajustada”, observa Jean Cirino.

    No Paraná, a quebra está estimada em 20%, contabilizando que deixarão de entrar no mercado cerca de 30 mil toneladas de sementes de trigo por falta de qualidade. A previsão da Apasem é que o setor sementeiro vai garantir a produção para cobrir 1,1 milhão de hectares com trigo no Paraná. “Acreditamos que a redução na oferta de sementes vai acompanhar a menor intenção de cultivo do trigo por parte do produtor paranaense. A redução na cotação do trigo e as incertezas com o clima para o próximo inverno, deixaram o produtor mais cauteloso com a safra de inverno”, avalia o diretor executivo da Apasem, Jhony Moller.

    O milho de segunda safra, tradicional concorrente do trigo na metade norte do Paraná, não deve avançar novamente, repetindo uma área de 2,4 milhões de hectares em 2024, não impactando no cultivo do trigo na região. Porém, está previsto um aumento de 33% na área de feijão na segunda safra, ocupando o espaço que no ano anterior foi utilizado pelos cereais de inverno. A previsão do Deral é uma redução de 17% na área com trigo no Paraná.

    Falta de sentimentos de forrageiras

    O mercado enfrenta também a falta de sementes para a implantação de pastagens. A estimativa da Sulpasto é que a oferta de sementes de aveia preta seja reduzida em 40% e no azevém a oferta é até 80% menor em relação ao ano passado. “A maioria dos produtores de sementes forrageiras também são produtores de grãos, então com a janela curta para fazer o manejo nos cereais de inverno, o produtor teve que optar pelo maior potencial de retorno e escolheu ‘salvar’ os grãos”, disse o presidente da Sulpasto, Cláudio Lopes. Segundo ele, os produtores que obtiveram colheres mais cedo, até tiveram resultados esmagadores, mas as forragens mais tardias, como o azevém colhido em novembro/dezembro, sofreram perdas generalizadas no Rio Grande do Sul.

    Os gaúchos até investigaram às estrangeiras, comprando sementes forrageiras do Uruguai e da Argentina, mas também nos países vizinhos houve frustração de safra, implicando em escassez de sementes, além de problemas internos no Brasil, como a greve dos fiscais agropecuários, o que está atrasando a liberação dos lotes. “Acreditamos que apenas 30% do volume importado vai chegar ao tempo para implantação das forrageiras na época indicada”, avalia Lopes.

    Com a procura aquecida, os preços de sementes forrageiras seguem em alta. Enquanto na safra passada era possível adquirir aveia preta a R$ 0,88/kg, hoje o valor chega a R$ 4,00/kg (base Passo Fundo, RS). Como alternativa à escassez de aveia preta e azevém, Cláudio Lopes recomenda ao produtor investir em aveia branca e outros cereais de inverno que podem ser usados ​​como forragem. “O impacto na oferta de forragens não deve ser maior em função da queda no preço do gado, o que reflete na diminuição dos rebanhos”, lembra Lopes, ressaltando que “ainda é cedo para definir cenários, mas certamente haverá uma entrega no setor para minimizar os efeitos de longo prazo causados ​​pelo clima”.

    Também no Paraná, a falta de sementes forrageiras deve variar entre os rebanhos, aumentando os custos de produção especialmente na região Sudoeste, onde está a principal bacia leiteira do Estado, e na atividade peculiar dos Campos Gerais. “O déficit nas sementes forrageiras vai afetar a produção de feno e silagem para a alimentação animal, bem como a cobertura de solo em muitas propriedades que costumam consumir aveia preta. Existem alternativas para não deixar o solo descoberto, como a braquiária e o nabo, mas o custo acaba sendo maior”, esclarece Jhony Moller, da Apasem.

    Cuidados para reduzir problemas de trabalho

    O uso de sementes de qualidade é fundamental para garantir o potencial de produção, garantindo o estabelecimento adequado da laboração de grãos ou forragens. Um trabalho de produção de sementes deve seguir uma série de normas e regras condicionais pela legislação própria do MAPA, as quais atestam a qualidade das sementes, formada por atributos genéticos, físicos, fisiológicos e sanitários. Essas características vão garantir que o agricultor adquira sementes puras, sem misturas varietais ou com qualquer outro material inerte, sadias e com bom potencial de estabelecimento das plântulas na lavoura.

    Contudo, assim como a produção de grãos, a produção de sementes também sofreu com os impactos do clima em 2023. Entre os principais problemas que podem estar relacionados ao El Niño estão a menor qualidade fisiológica e a incidência de doenças.  

    Em função do clima adverso, as sementes podem estar infectadas com microrganismos que causam doenças nos cereais de inverno. Para evitar prejuízos, é indicado o tratamento de sementes com fungicidas que protegem a planta da ação de agentes patogênicos, como fungos alojados no solo ou na própria semente. Dependendo do produto e a relação com a praga e doença visados, o tratamento de sementes nos cereais de inverno garante proteção das plantas contra fungos e indiretamente de solo por até 60 dias após a semeadura, favorecendo o desenvolvimento inicial da lavoura.

    “O tratamento de sementes vai viabilizar a qualidade sanitária do trabalho no início do ciclo da cultura, evitando o surgimento de focos iniciais de doenças e sua distribuição pela trabalho” avalia o pesquisador João Leodato Nunes Maciel, lembrando que o tratamento de sementes também deve significar redução nas aplicações aéreas de fungicidas nas plantas em fases mais adiantadas de desenvolvimento, impactando nos custos da lavoura. Em comparação, o custo de tratamento de sementes com fungicidas representa 30% menos do que o custo de uma aplicação aérea.

    Além da qualidade, a quantidade de sementes é um prêmio que merece atenção na semeadura. É preciso evitar o uso de detalhes muito abaixo do ideal ou excessos que impliquem em aumento de custos e possam resultar em acamamento. A orientação da Embrapa Trigo é verificar sempre as informações fornecidas pela empresa que desenvolveu a cultivar (o obtentor), empregando a quantidade de sementes indicada, considerando variações de acordo com a região, a época de semeadura e o histórico da área.

    “Estamos enfrentando um ano atípico, com muitos desafios ao produtor, que vai precisar mostrar profissionalismo para alcançar resultados positivos até o final da safra”, conclui o executivo da Apasem, Jhony Moller.

  • 87% dos produtores de MT não conseguem cobrir o custo total da soja, aponta pesquisa

    87% dos produtores de MT não conseguem cobrir o custo total da soja, aponta pesquisa

    Pesquisa divulgada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostra que poucos produtores de soja de MT vão conseguir cobrir o custo total da lavoura. O levantamento foi realizado com 1.187 produtores, que são responsáveis por cultivar cerca de 2,5 milhões de hectares, ou 21% de toda área plantada no estado.

    A pesquisa foi realizada em parceria com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e divulgada durante reunião com os associados, na sede da entidade, em Cuiabá. Dos produtores que responderam a pesquisa, 80% já concluíram a colheita da oleaginosa. A pesquisa alcançou 99 dos 141 municípios do Estado.

    Segundo a pesquisa, 153 produtores, ou 12,8% dos respondentes, tiveram produtividades acima do custo total, que ficou acima de 65 sacas. Por outro lado, 1.034 agricultores terão produtividades inferiores aos custos, ou 87,2%. Já a produtividade média das áreas levantadas é de 51,82 sc/ha, 20,25% menor que na temporada anterior, quando foi registrada 64,97 sc/ha.

    A região mais penalizada pelas ondas de calor e a estiagem é a Oeste, que teve produtividade de 47,83 sc/ha, seguida pela Sul, com 51,75 sc/ha; Leste, com 52,70 sc/ha. Já a região Norte teve a maior produtividade, estimada em 53,49 sc/ha.

    Ademais, dos produtores que responderam ao levantamento, 9% revelaram ocorrência de tombamento das plantas e 16,5% registraram abandono de área, em razão da baixa produtividade.

    Safra de milho

    O Imea também perguntou aos agricultores sobre as expectativas para a segunda safra de milho. A região que mais reduziu área para o cereal é a Leste, que diminuiu 26,2%; seguida da Oeste, com redução de 15,33%; Sul, com 12,97% e a Norte, com 7,28%. Já a redução média estadual deve ser de 8,44%, estimada em 6,94 milhões de hectares.

    O presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, destaca a importância da participação dos produtores no levantamento e ressalta que na segunda quinzena deste mês, os pesquisadores do Imea estarão à campo fazendo levantamento da safra de milho.

    “É importante que o produtor participe dos levantamentos futuros do Imea, pois quanto mais produtores responderem, mais a pesquisa consegue refletir a realidade do campo e a gente transmitir esses dados para a sociedade e para os mercados. Então, a gente pede que o produtor nos ajude nessa missão”, pontua o presidente.

    Pedido de socorro

    Nesta semana, a Aprosoja-MT voltou a cobrar mais medidas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para ajudar os produtores de Mato Grosso.

    Em comunicado divulgado na quinta (4), a entidade destacou que a medida anunciada pelo governo federal, de renegociar as parcelas de financiamentos que vencem em 2024, apesar de importante, não é suficiente para conter a crise. A entidade pede que o Mapa dialogue com as empresas exportadoras sobre as cláusulas washouts.

    A ‘cláusula washout’ se trata de obrigações entre as partes em caso de não cumprimento do contrato. Em um cenário onde o produtor não consiga entregar o produto, ele poderia ser obrigado a comprar o grão no mercado de acordo com a cotação do dia e entrega-lo para a empresa compradora, além do pagamento de multa.

    “Não houve nenhuma sinalização do Mapa sobre conversar com as empresas exportadoras sobre as cláusulas washouts. Muitos produtores podem não ter produto para entregar, então essa é uma das nossas grandes preocupações nesse momento”, enfatizou o presidente Lucas Costa Beber.

  • Pesquisa pretende desenvolver biodefensivos a partir de micro-organismos para o cultivo sustentável de algodão

    Pesquisa pretende desenvolver biodefensivos a partir de micro-organismos para o cultivo sustentável de algodão

    O Instituto Senai de Tecnologia (IST) está desenvolvendo uma pesquisa em parceria com o Instituto Mato-grossense do Algodão (Ima-MT) e financiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para desenvolver, a partir de micro-organismos, biodefensivos que podem ser utilizados para controle biológico da cultura do algodão.

    Na prática, o projeto intitulado Agrobio-MT pode contribuir com o manejo integrado de pragas através de biodefensivos produzidos por meio da pesquisa, promovendo assim o cultivo de um algodão mais sustentável, com custo menor e menos dependente do mercado internacional de pesticidas químicos.

    Os micro-organismos utilizados pela pesquisa são cepas microbianas extraídas do Laboratório de Extratos do Ima-MT, localizado em Rondonópolis. Os testes de bioatividade serão realizados em lavouras de algodão de Rondonópolis e Primavera do Leste.

    Para o projeto são previstos pouco mais de R$ 2,8 milhões, recurso disponibilizado pela Finep, em atendimento à chamada pública 01/2022, do Programa de Cadeias Produtivas da Bioeconomia – MCTI. O prazo para execução do projeto é de 36 meses.

    A estratégia do projeto possui como alvo central o enfrentamento às defesas sanitárias, como o combate ao bicudo-do-algodoeiro, a ferrugem da soja, lagartas heliothinae e nematóides.

    De acordo com a gestora, Luciana Ferreira, o desenvolvimento do projeto vai gerar impacto positivo para o estado, desde o aspecto econômico, tecnológico e ambiental.

    “Essa iniciativa proporciona o aprimoramento do domínio tecnológico de controle biológico na cadeia do algodão, promovendo uma agricultura mais sustentável e segura para o meio ambiente e para a saúde humana. Além disso, estimula a preservação da biodiversidade local, ao mesmo tempo em que impulsiona a pesquisa e a inovação em biotecnologia e microbiologia. Economicamente, fortalece a produção de algodão, garantindo safras mais consistentes e de melhor qualidade, atraindo investimentos e parcerias para o desenvolvimento sustentável do setor agrícola do estado”, explicou Luciana.

  • Soja/Cepea: Exportações do 1º trimestre atingem recorde para o período

    Soja/Cepea: Exportações do 1º trimestre atingem recorde para o período

    As exportações brasileiras de soja em grão somaram 22,09 milhões de toneladas no primeiro trimestre, um recorde para o período e 15,7% acima do embarcado no mesmo intervalo de 2023 – dados Secex.

    Segundo pesquisadores do Cepea, o bom ritmo das vendas externas reflete as negociações de contratos a termo, realizados ainda em 2023. E agentes do setor acreditam que os embarques nacionais da oleaginosa devem seguir intensos, fundamentados na valorização do dólar frente ao Real.

    Já o preço médio recebido pelas vendas externas de soja no primeiro trimestre de 2024 foi de R$ 136,30/sc de 60 kg, o menor para o período desde 2019, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de mar/24).

    No spot nacional, consumidores estão limitando as aquisições, atentos à maior oferta na Argentina e à possível necessidade de produtores brasileiros de liberar espaço nos armazéns.

    Vendedores, por sua vez, seguem cautelosos nas negociações envolvendo grandes volumes, devido à menor produtividade e aos altos custos com a atual safra.